Um papagaio neoliberal que só fala em déficit público, por J. Carlos de Assis

Um papagaio neoliberal que só fala em déficit público

por J. Carlos de Assis

Raul Velloso é um fenômeno midiático. Apresenta-se como economista mas, na realidade, não passa de um contabilista especializado numa visão grosseira de contas públicas por ele reduzidas a um refrão único: o Governo gasta muito. Há anos, na verdade décadas, que Velloso tem espaço no jornal e na TV Globo para dizer exclusivamente isso. Se compararmos o que disse dez anos atrás com o que disse ontem na TV, concluiríamos que é exatamente a mesma coisa: a crise brasileira é culpa do Governo por gastar muito.

Evidentemente  que Velloso não tem culpa disso. É preciso ser alguém tão imbecil como os editores da TV Globo para não perceberem que ele é um engodo acabado. O extraordinário são os ares de pontificado que ele se dá ao vomitar seu refrão sobre o pecado do gasto público. Em geral, isso deveria passar ao largo mas somos obrigados a comentar por causa do efeito televisivo. Muita gente desinformada acha que a Globo tem o domínio da verdade, o que dá a Velloso um excelente púlpito para disseminar seu besteirol.

Nós estamos numa situação de contração da economia beirando os 5% em 2015, do tamanho da que previ no início do ano passado. No entanto, o inefável Velloso acha que o Governo está gastando demais. Os ossinhos de Keynes, o maior economista do século XX, devem estar se revirando no túmulo. Keynes ensinou que, em situação de depressão, como estamos, o Governo deve gastar mais do que arrecada. Velloso, com sua autoridade bancada pela TV Globo, acha que não. Acha que o Governo deve cortar gastos mesmo em depressão.

Confesso que tenho dificuldades de tratar essas questões de uma forma educada. Meu impulso, depois de 40 anos de estudos de economia política, com mais de 20 livros publicados, é pegar gente como Velloso e seus asseclas da Globo e mandar irem  pescar, ou um pouco pior. Sendo um sujeito educado, tenho que me limitar a considerações mais acadêmicas, na esperança de que meus leitores e os leitores e telespectadores dele tenham tempo de verificar uns poucos argumentos econômicos fora do bestialógico neoliberal.

Num país em depressão, como o nosso, o déficit público é absolutamente essencial para a retomada da economia. Ao gastar mais do que arrecada o Governo retira dos ricos, por empréstimo, dinheiro que estava parado nas mãos deles e o aplica como despesa pública de custeio ou de investimento, comprando bens e serviços do setor privado e assim fomentando a circulação. A curto prazo, não há nenhum outro remédio para a depressão. É justamente porque não o aplicam que Espanha, Grécia, Portugal etc continuam mergulhados em recessão.

A demonização do déficit e a sacralização do superávit primário são preconceitos neoliberais que mascaram os interesses dos ricos em seu afã de se cevarem dos altos juros. A justificativa de gente como Velloso para essa política beira o ridículo. Dizem eles que, equilibrando o orçamento na recessão, os empresários recuperarão a confiança no governo e na economia e passarão a investir. Isso é contrassenso. Empresários não investem por causa da confiança no governo ou no equilíbrio orçamentário. Investem quando existe consumo, e é justamente para aumentar o consumo que é necessário ampliar o déficit na recessão.

Claro, haverá um momento em que será necessário equilibrar o orçamento. Isso também faz parte da economia keynesiana. Esse momento é quando a economia atingir o pleno emprego e esgotar a capacidade produtiva. Espera-se que, nessa altura, o período anterior de crescimento favoreça um novo salto tecnológico de forma a sustentar, de forma permanente, um novo ciclo econômico. De qualquer modo, a variável fundamental é o pleno emprego. Como aprendi com Keynes, absolutamente nada justifica que uma parte da sociedade, por puro preconceito liberal ou neoliberal, fique desempregada eternamente.

J. Carlos de Assis – Economista, doutor pela Coppe/UFRJ, autor de “O universo neoliberal em desencanto” com Francisco Antônio Doria, Ed. Civilização Brasileira, RJ.

Redação

31 Comentários

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  1. globo

    Eu penso exatamente o contrário de muitos, desde que percebi os interesses reais  da Rede Globo : Tudo o que sai nessa rede, não é confiável para o país e para o povo brasileiro.

  2. infelizmente especialistas

    infelizmente especialistas como esse velloso pululam

    por aí na grande mídia golpista a tres por dois

    em todos os setores do noticário e das análises de conjuntura….

    – todos grandes sábios da recorrencia danosa,da repetitiva imbecilidade,

    jamais dizem algo criativo e diferente do que dizem há anos….

    clao que sempre defendem os interesses da gfobo,

    financiada pelos fiancerizadores da economia,

    pela banca que quer o aumento dos juros…

    ,,,ecis!

  3. Fica cego quem fica olhando só pra luz

    Outro dia teve uma charge de uma pessoa acorrentada à tv aonde só passava a Globo.

    Ver nos consultórios, antesalas, bares e outros tantos as tv’s ligadas inexoravelmente na programação ridícula da Globo é de dar ânsia de vômito.

    Pecam pela inercia e daí a impáfia dessa emissora em impor o pensamento que querem a essa massa cordata.

    Esse senhor é fruto disso, ele diz o que os marinhos querem que diga e não importa se é ou não é economista de formação, o que importa que se presta a bater na mesma tecla para aqueles cordeiros que automaticamente se postam diante da telinha pra serem subordinados e alienados.

    1. Quais são as alternativas?

      Costumo andar no bairro da Saúde no final da tarde, e o que vejo nos bares, nas portarias de prédios e consultórios são aparelhos ligados no Datena ou em “Cidade Urgente”. 

      Será que esses programas que jorram sangue, intolerância e incitação à violência são tão melhores que a Globo?

      Quais são as alternativas dentre as opções da tevê aberta? Não me fale da TV Brasil ou TV Senado, são de uma chatice sem tamanho, nem venha dizer que tem que desligar o aparelho: o freguês quer assistir televisão.

      1. “…são de uma chatice sem tamanho..”

        Quando vejo/lei/escuto isso sempre sempro de um jogador de futebol mineiro – acho que se chamava Didi Maravilha ou coisa assim – que dizia: “Não leio livros porque me dá dor de cabeça”.

         

        Bueno, para quem não tem um pouco de cultura acima do padrão das novelas globais, Proust, Mann e Droumonds, devem ser sim uma chatice sem tamanho.

        1. Lembro que quando cheguei no

          Lembro que quando cheguei no Brasil 25 anos atrás, nas poucas vezes que assistia tevê gostava muito da TV Cultura (que ainda não tinha sido sucateada). Ainda assim, mesmo na sua época áurea, o IBOPE da Cultura não passava de 2 míseros pontos.

          Pois é, o Didi infelizmente representa a grande maioria da população brasileira. Se algum bar sintonizar a TV Brasil, não dou 5 minutos para os clientes reclamarem ou irem embora, justamente porque “é muito chato”. Quanto à TV Senado, sem comentários. Ouvir intervenções e discursos de deputados ou senadores diante de um plenário vazio, muitas vezes sem que eles sequer entendam ou conheçam o assunto sobre o qual discursem, é um suplício insuportável.

  4. Perdas Internacionais

    Entendo o gasto do Governo como sendo relacionado aos serviços prestados à população e a qualidade destes. Assim, aquela reivindicação do Velloso e muitos como ele, terminam afetando exatamente o alcance dos serviços e a qualidade destes. Como se isso não bastasse, é o Estado brasileiro o principal indutor do desenvolvimento do Brasil, haja-se visto o destino inequívoco do dinheiro das elites, para Miami ou paraísos fiscais.

    Reduzir o Estado faz parte da colonização. Já aumentar a presença e participação do Estado segue para a economia planejada e desenvolvimentista. Com o estado mínimo, as forças do mercado tomam conta do Brasil (já imaginamos onde isso irá parar); mas, com o Estado forte, Brasil rompe as suas ligações com a exploração colonial.

    Não há contas públicas a acertar no território nacional, considerando que temos e sobra de tudo. O que foge dessa avaliação é o componente financeiro e venial, ou seja, as perdas internacionais, que teimam em colocar em vermelho a gestão de uma nação tão rica como Brasil. Apenas a safra agrícola praticamente duplicou nestes 13 anos (já acima de 200 milhões de toneladas de grãos). Brasil é o maior produtor de açúcar, mas, os preços ficam amarrados ao mercado internacional e, mesmo sobrando, temos inflação sobre os preços, por causa de desequilíbrios financeiros e por preços das “commodities” e não necessariamente de produção (a velha oferta e procura).

    Com embargo e tudo Cuba cresceu 4,7% (PIB) em 2014; com apenas 2,7% de desemprego e 5,3% de inflação. Podem criticar á vontade (vai morar lá!, que Cuba é muito pequena, e etc.), mas, deixo aqui uma reflexão em relação a o que aconteceria se, como Brizola sempre falou, pudéssemos estancar as perdas internacionais.

    1. Foi com as forças do livre

      Foi com as forças do livre mercado e estado mínimo que os EUA romperam as suas ligações com a exploração colonial.

      Interessante: Cuba depois liberou o MERCADO para pequenos negócios,  venda de automóveis e casas, injeção de dinheiro externo (Mariel, p.ex.) e outras medidas liberalizantes  o pais está crescendo, né? Q.bom.

      1. Exemplos enviesados

        Os colonos dos EUA foram lá para ficar e, hoje, são justamente eles que colonizam o mundo, ou seja, a exploração comentada. Sobre Cuba, acho legal entrar no mundo global sim, e terá maiores chances de sucesso justamente pelo seu melhor preparo educacional e cívico, obtido em tempos de “dever de casa” fechados ao mundo, assim como a China.

  5. Não se conhece nenhuma

    Não se conhece nenhuma observação negativa de Raul Velloso quando uma simples Portaria ilegal da Secretaria do Tesouro Nacional trocou 48 dividas de quinta categoria de estatais fechadas por Notas do Tesouro Nacional, disparando a divida publica da União.

  6. O que é o jornalismo atual?

    Um análise do discurso contido na maior parte dos colunistas da mídia impressa  ( da chamada grande imprensa deixando claro que grande é apenas no tamanho) nota-se um panfletarismo  incontrolável.  Sem nenhum apego a fatos,  a análises  ou a reflexão. Jornalistas se tornaram âncoras repetindo um texto escrito por outrem, isto é,  algum guru( Kameliano)  que os manda repetir sempre o mesmo mantra.  Me parece de fato uma tentativa de lavagem cerebral. Repetem   e repetem . Como canastrões  que são representam a si mesmo, mas como vazios , que são,  lêem o texto de outrem, pulando sem pensar para a próxima notícia. Quando transformados em colunistas escritos  vê-se a limitação tanto no estilo quanto no conteúdo. Dificilmente argumentam ou esclarecem  quase todo o tempo afirmam e opinam e cozinham um texto para repetir o mesmo mantra. Quando são criativos ?  Apenas  quando no afã de entregar a encomenda atropelam os fatos e mentem descaradamente. Não se importam de ser contraditórios, pois uma análise sequencial dos seus textos mostraria claramente que argumentos defendidos com muita ênfase  numa coluna se transformam  em contra argumentos numa próxima.  Assim temos figuras como Magnoli que imita  Jabor que imita Paulo Francis. E temos é claro os eternos convidados, geralmente apresentados como grandes especialistas. Curiosamente alguns destes especialistas aparecem em vários programas  falando de assuntos  sem nenhuma conexão com a sua especialidade. Mas como eternos convidados repetem o mantra ditado pelo Guru. È triste vê-los quando inadvertidamente um verdadeiro especialista está no mesmo programa. Se tornam ridículos, como se quisesem cantar junto com o cantor mas sem saber a letra.  Mas o pior dos mundos é que, como vivem sempre dentro deste mesmo mundo virtual eles acreditam que fazem jornalismo. Em sua maioria acreditam   que devem fazer exatamente o que estão fazendo mas não por amor aos fatos, mas porque já introjetaram o conceito de que fazem o que são pagos para fazer, e esta é maxima consciência que tem. Os que na propaganda aparecem como  grandes jornalistas não são reconhecidos pelo texto, ou pelas reportagens mas sim pela propaganda que a mesma mídia faz de si propria. Quantos minutos na televisão para afirmar que fulano e beltrano é um jornalista. Me lembro em um certo programa em que Eliane Catanhede ( esta pérola da moralidade e do apego a verdade)  perguntou a  Caco Barcellos se ele não achava que o jornalismo no Brasil estava no seu auge crítico- e Caco Barcellos  retrucou perguntando -Voce acha?? e continuou, acho que  os jornalistas estão  abandonando os fatos.  Caco Barcellos é um dos jornalistas atuais  que pode ser reconhecido pelo seu trabalho.  Talvez por isto tenha ficado tão irritado com a pergunta de uma falsa jornalista. Por favor não pretendo atingir os bons jornalistas mesmo aqueles com quem não comungo idéias.  Estes provavelmente compreendem e apoiam o que estou falando. 

  7. Se ele fosse…

    …um funcionário público federal, suas observações seriam no sentido de o Governo pagar muito pouco à experts como ele; se trabalhasse em uma empresa privada tendo o o Governo como cliente, ele diria que o Brasil gasta pouco com infraestrutura e que as licitações são injustas. Mas como ele tem rendimentos de outros interesses fala o que fala. Múcio.

  8. Especialista de Prateleira
    Mais um “especialista de prateleira”.
    O tolo não consegue entender porque além de tolo está cheio de ódio.
    Quem quiser conhecer outros EP basta dar uma passadinha no tal Painel, programa de William Waack na GNews. Basta assistir um único programa, os demais são reprises. Uma chatice. Um desfile do “EU”.

    1. E o momento pedagógico??????

      A parte mais hilária é quando o “especialista em tudo” , Waack, faz uma pausa  para  traduzir o que um dos seus ( variadíssimos especialistas) falaram. Este é o momento de glória!!!!!!!!!!!!!!! 

  9. “Ao gastar mais do que

    “Ao gastar mais do que arrecada o Governo retira dos ricos, por empréstimo, dinheiro que estava parado nas mãos deles e o aplica como despesa pública de custeio ou de investimento, comprando bens e serviços do setor privado e assim fomentando a circulação”.

    Não seria mais interessante, ao invés de se endividar com os mais ricos, tributá-los?

  10. “É preciso ser alguém tão imbecil como os editores da TV Globo”

    A imbecilidade é proposital, J. Assis, o propósito é esse mesmo, difundir e cultivar o senso comum de imbecilidades, esttupidez e ignorância, enfim, produzir alienação. Para operar assim, na (de)formação da “opinião pública”, a Globo apela para figuras caricatas ou grotescas, tipo datenas para comentários sobre economia; o que importa aos seus editores é difundir o ideário dos interresses rentistas e preservá-los; repeti-los tantas vezes até que as mentiras sejam materializadas.

  11. Não dá prá levar a sério

    Esse senhor Assis não quer ser levado a sério mesmo.

    Primeiro o sujeito mente descaradamente :

    É justamente porque não o aplicam que Espanha, Grécia, Portugal etc continuam mergulhados em recessão.

    O crescimento anualizado da Espanha está em 3,4% pela última apuração ( 3o Tri de 2015 ) e o de Portugal está em 1,6%.

    E depois tenta nos explicar baseado numa mentira que austeridade imposta a essas economias não funciona.

    Também não explica porque os gastos acima do que era devido do governo, com isenções a diversos setores da economia, não funcionou. Não nos tirou de um pibinho de 1% em 2012 e não nos catapultou para um crescimento maior.

     

    1. E é você, outro papagaio, que deve ser levado a sério?

      Mesmo que ele, ao contrário de você, não fosse figura facilmente identificável, pessoa conhecida e com Lattes, só de ele produzir ao invés de apenas “comentar [papagaiar neolibelês] ” outros textos àmoda da Veja, merece ser levado a sério. Além do que,ele não escreveu um texto de Direito _supostamente a sua formação_ mas de economia, a dele. Thou, stupid.

    2. [   Não nos tirou de um

      [   Não nos tirou de um pibinho de 1% em 2012 [  se você estivesse atualizado na mais moderna econômica do universo, craida por Delfim Netto , saberia que 1% do PIB tracicional mais distribuição de renda, como faz o governo, vale por mais de 12% do PIB

  12. O que me alegra e conforta, é

    O que me alegra e conforta, é que os imbecis da Globo são sempre os mesmo.

    E o que é pior para Globo, estão diminuindo em função da queda de audiência da emissora.

  13. Erros de Política Econômica cometidos no 1º Governo Dilma

    A todo instante ouvimos na mídia velhaca jornalistas, totalmente ignorantes em economia, a falar, sem conhecimento de causa, sobre erros de Política Econômica cometidos no 1º Governo Dilma. Mencionam erros genericamente, como bestas quadradas que são, porém não sabem identificá-los.

    O doutor J.Carlos de Assis poderia nos brindar com um post indicando se houve erros, que erros foram estes e qual a verdadeira influência da crise internacional no desequilíbrio ocorrido nas Contas Públicas..

  14. Excelente análise. Aproveito

    Excelente análise. Aproveito para frisar que, mais ou menos, foi o que Lula fez durante a “CRISE” da  m..a..r..o..l..i..n..h..a……..

    De fato, foi uma grande crise, mas Lula resolveu na   m..a..r..o..l..i..n..h..a……..~ ~~ ~ ~ …….

  15. PSITACISMO.

    É o disturbio da linguagem que consiste na repetiÇão mecânicas das palavras ou frases vazias de sentido, somente,

    para quem as repete. Como papagaios. E pasmem, eles são pagos para isso!

  16. Um papagaio entre tantos outros, no Grupo Globo!

    Desde que me tornei assinante da globo news, e consequente passei a acompanhar mais de perto o editorial da globo, percebi que nesse grupo de comunicação não há diversidade de opinião jormalistica. Todos falam a mesma coisa, unisonamente. Pior que isso, é consatar que há muita gente falando na globo como economista, sem ser economista. Portanto, é natural observar tanta basteira vinda daquele gurpo. O que não é natural, em razão de disseminar tando lixo disfarçado de informação, é esse tal grupo deter o monopólio da comunicação no Brasil, emburrecendo o povo e empobrecendo o debate sobre temas importantes para a socidade.

  17. Ninguem  escuta  um 


    Ninguem  escuta  um  filósofo  ou  um  cientista , já  programas  de  auditório (com  premios )  e  show  de  cantores estão

    superlotados .

    É  preciso  uma  escola  em  tempo  integral ( os  CIEPS  do  BRIZOLA )  PARA  MELHORAR  A  CULTURA  das  futuras

    gerações .  Daqui  a  20  anos …                                                                                       OCG

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