Paula Lavigne e a arte do barraco televisivo

Jornal GGN – O “Saia Justa”, programa do canal pago GNT que vai ao ar nesta quarta-feira (16), aborda a polêmica sobre a publicação de biografias não autorizadas. O programa contou com a presença de Paula Lavigne, representante do grupo Procure Saber, composto por grandes nomes da MPB, como Caetano Veloso e Chico Buarque. Segundo a coluna Gente Boa, de O Globo, durante a gravação, a empresária e a jornalista Barbara Gancia, uma das apresentadoras da atração, chegaram a protagonizar uma discussão.

De acordo com o jornal, durante a gravação, Paula perguntou se Barbara era gay assumida. “Qual o nome da sua namorada?”, prosseguiu, antes de ouvir a resposta: “Marcela”. Em seguida, a empresária afirmou: “ela não vai se sentir bem vendo eu perguntar isso, é disso que estou falando, você não está entendendo na teoria e agora viu na prática como é ruim ter a privacidade invadida!”.

À coluna de O Globo, Barbara declarou que “deu a impressão de que ela estava lá só para isso. Paula estava ali para falar de biografia, e veio perguntar coisas da minha intimidade que não interessam a ninguém”. Além disso, para colunista da Folha, a pergunta foi “preconceituosa”.

Já Paula disse ao jornal carioca que sua intenção ao participar do programa era debater o assunto, e que a jornalista teria solicitado à direção do GNT o corte de trechos da gravação – a emissora não apenas negou como garantiu à coluna que vai exibir o “Saia Justa” sem a omissão de nenhuma parte.

A página oficial da atração também publicou um trecho do programa (clique aqui para ver) e reproduziu partes da entrevista: “O que eu acho é que é uma irresponsabilidade a gente mexer numa coisa tão séria que é a vida privada das pessoas, sem a gente discutir”, afirmou Paula, que não poupou críticas à imprensa: “nós fomos acusados de censores de uma maneira desrespeitosa.” O debate vai ao ar hoje, às 21h30.

Redação

65 Comentários

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  1. Nao entendo nem como essa

    Nao entendo nem como essa mulher eh EX esposa de Caetano!!!!!!!!!!

    Ambos Caetano e ela podem enfiar suas “vidas privadas” no meio do rabo.  Nao eh esse o assunto.  Eh que a ultima vez que eu procurei no wiki, nao tinha nada de ninguem do Brasil que eu procurei, e ainda tinha um monte de “Matarazos” em biografias la e…  so isso.  Foi uma procura tao frustrante que eu nem voltei;  isso tem uns 4 anos no minimo, e reclamei aa epoca no Observatorio da Imprensa, mas nunca mais procurei nada sobre “personalidades” brasileiras no youtube:  enfiem suas “autorizacoes” onde o sol nao bate.

    Sorry, periferia, voces nao sao parte da minha cultura.

  2. Pública é a obra do artista, não sua vida

    Sou radicalmente a favor do direito à privacidade que Paula Lavigne defende, ainda que de um jeito torto.

    O modelo que a indústria do entretenimento pretende impor à sociedade brasileira segue a ética da Inquisição: “Queime a bruxa na fogueira. Se for inocente, de algum modo, Deus haverá de salvá-la das chamas”. Ou algo assim: “Atire primeiro. Se a vítima ensanguentada sobreviver e for inocente, que reclame seus direitos na justiça.” É o poder do mais forte sobre o mais fraco.

    O texto atual da Constituição, que os cínicos pretendem mudar, nunca impediu a realização de biografias e documentários de qualidade no Brasil. O belíssimo filme “Vinícius”, que assisti ontem na Canal Brasil, é exemplo disso.

    Pública é a obra do artista, não sua vida.

    A obra de Caetano Veloso, Chico Buarque e Paulo Leminsky (só para citar os artistas do dia) pode e deve, sim, ser estudada e analisada e fruída por todos e por todas as gerações. Os detalhes íntimos da sua vida, não. Nem da minha. Nem da garota do Whats Up

    O motivo é simples: não há interesse público-cultural-histórico que justifique esse tipo de exposição. Que importa se o artista tem olho vidro ou perna de pau? Se é ou foi infeliz? A vida passa, a obra permanece. Só os parvos preferem o cascalho da vida ao ouro da arte.

    Que liberdade é essa em que o mais forte oprime o mais frágil? Que país é esse que destroi e despreza seus melhores talentos?

    Outra coisa: essa história de “censura prévia” é sofisma barato que a manada repete sem pensar: nenhum interesse econômico pode se sobrepor a um direito básico do cidadão garantido pela Constituição.

    1. “O texto atual da

      “O texto atual da Constituição, que os cínicos pretendem mudar, nunca impediu a realização de biografias e documentários de qualidade no Brasil”:

      Sempre impediu:  eh so pais de terceiro mundo, nao tem ninguem importante mesmo…

    2. Concordo inteiramente, MCN.

      Concordo inteiramente, MCN. Aliás, não sou leitor nem de biografias autorizadas. A vida íntima dos artistas não me interessa nem um pouco. Até porque, por intermédio da obra do artista, podemos intuir questões sobre sua vida pessoal. A verdadeira arte nos concede esse privilégio de sentir até as marcas psicológicas profundas que atormentam os autores.

       

      1. É a história.

        Cafezá,

        uma biografia é um trabalho de história. Pode ser ler a bioagrafia de Churchill e aprender sobre a história da Inglaterra na primeira metade do século 20. Pode se ler a biografia de Lennon e entender parte da história da Inglaterra e dos EEUU na segunda metade. Pode se ler a biografia de Chico e Caetano e entender a história do Brasil na época da ditadura.

        Por isso as biografias são feitas a partir da vida de pessoas públicas e não a seu ou meu respeito.

        1. Quem escuta “Mother” do John

          Quem escuta “Mother” do John Lennon e não conhece a história de vida dele, não consegue captar metade do sofrimento que a música carrega. Pode pensar até que é coisa de quem quer aparecer…

          1. Quem precisa saber das

            Quem precisa saber das historias da mãe de um artista para sentir sua musica presisa ir imediatamente a um otorrino. Esta surdo.

          2.   Uau!!! A força dos seus

              Uau!!! A força dos seus argumentos mostra definitivamente quem está com a razão.

        2. Quando são feitas a partir da

          Quando são feitas a partir da vida de pessoas públicas, concordo com você.  Mas prefiro ler autores que trouxeram contribuições artísticas sobre o período histórico. Outrossim, não discordo que, no futuro, eu possa me interessar por biografias. Em todo caso, obrigado pela dica.

        3. A pessoa vive do público,tira

          A pessoa vive do público,tira renda da sua imagem pública, mas quer alegar privacidade quando essa imagem pública passa a ser analisada sob o ponto de vista histórico? A diferença entre a revista de fofoca e a biografia, do ponto de vista da informação, é o método científico aplicado. As revistas de fofoca respondem por danos quando ultrapassam os limites, da mesma forma as biografias responderão, mas proibir por proibir está me cheirando a oportunismo mercantil. A pessoa deveria se sentir honrada em ser biografada. As biografias contribuem para o verdadeiro conhecimento de quem realmente era a pessoa, longe muitas vezes de uma imagem fabricada pelo bussines simplesmente para vender mais. As prssoas públicas passarão a se preocupar em ser verdadeiras. No fundo esse é um problema cultural nosso, e foi criado pelos próprios políticos,  os quais muitos foram bandidos e passaram à história como heróis, porque ninguém podia o biografar e contar realmente quem era. A maioria até nome de rua é. Um exemplo apenas. Rui Barbosa. Águia de Haia para alguns, defensor dos interesses nacionais para outros, defendeu a família de Solano López já na república reivindicando o estado do MS inteiro para eles, sob o argumento de que o Brasil, injustamente invadido pelo Paraguai na respectiva guerra diga-se de passagem, não tinha o direito a aquelas porções de terra. A imagem de defensor dos interesses nacionais não se coaduna com esse patrocínio. Só as biografias para nos apresentarem as pessoas como elas verdadeiramente são, e as querem proibir.

          Inventaremos mais uma no mundo, a biografia tupiniquim, sob verificação do biografado ou da família. Imaginem a qualidade de tais textos, uma monte de palavras bajuladoras exaltando sempre o biografado. 

          Sorte que penso que o supremo, com ministros que leram biografias escritas por autores estrangeiros, vai ter bom senso nesta questão. E o Roberto Carlos vai ter de aceitar seu passado, de que já fumou muito ” do bão” – não há nenhum  problema nisto , pois cada homem é fruto de suas experiências.

          1. Perfeito.

            Suas palavras batem exatamente com o que sentia a respeito do assunto e não conseguia expressar em palavras. Obrigado.

    3. Procure entender

      “A obra de Caetano Veloso, Chico Buarque e Paulo Leminsky (só para citar os artistas do dia) pode e deve, sim, ser estudada e analisada e fruída por todos e por todas as gerações. Os detalhes íntimos da sua vida, não. Nem da minha.”

      Como entender uma das melhores fases da discografia de Lobão, onde ele se apresentar das radical em termos de sua idenficação com o rock, sem ciatr que ele foi preso por porte de drogas?

      Como entender Raul Seixas e mesmo Paulo Coelho sem igualmente citar o seu forte envolvimento com drogas pesadas nos anos 70? No caso de Raul, o diabetes e o alcolismo para entender sua morte prematura. 

      Todos esses artitas tratam ou trataram livremente desse assunto, mas, se não tratassem, eles ou algum parente, os fatos deixariam de ser verdadeiros? Deveriam ser omitidos em uma biografia? Não interessariam aos seus fãs?

      Não. 

      Além do que, a notoriedade é fundamental para o sucesso financeiro do artista. E Chico, Caetano ganham muito dinheiro com ela. Agora, achar que essa notoriedade só é boa quando traz grana e elogios é hipocrisia.

      Quanto a você pessoalmente, a sua vida, realmente, não é do interesse de ninguém. Deve estar protegida.

      1. Se assim for, vamos analisar

        Se assim for, vamos analisar as obrs de grandes cientistas olhando como era sua vida? Eu acho que não iremos ver relação do cú com as calças. Ou será que “artistas” são especiais?

          1. Enão estamos com outra

            Enão estamos com outra questão: qual atividade humana o cú tem a ver com a calças.

          2. Ciência e arte

            Ana, sou músico também (baixo profundo) e físico por formação, então acho que posso dar meu pitaco.

            Como a ciência, a arte se assenta em desenvolvimentos anteriores para alçar novos desenvolvimentos. Na música, começamos com os modos do canto gregoriano que evoluíram em direção à música pentatônica, o contraponto e à forma sonata.

            Como a ciência, a arte é o resultado do esforço coletivo de muitas pessas, algumas das quais são normalmente reconhecidas como pioneiras somente “a posteriori”. O próprio Bach passou por essa situação, e suas músicas só foram redescobertas porque um músico foi a um peixeiro e este embrulhava seus peixes com as partituras de Bach.

            Como a ciência, a arte muitas vezes dá “saltos quânticos” (argh!) e inovações aparecem aparentemente do nada – só aparentemente, pois são a culminação de novos entendimentos da arte sobre a própria arte. Na música, a Sagração da Primavera, de Stravinsky, é um exemplo desse novo entendimento. O dodecafonismo, também.

            Ciência e arte têm o mesmo objetivo – a compreensão do mundo que nos cerca. Seus instrumentos são diferentes e os sentidos utilizados, tambén; porém, seu objetivo é o mesmo: dar sentido à nossa passagem pela Terra.

          3. Método científico

            Sugiro a leitura do livro “A Falsa Medida do Homem” de Stephen Jay Gould, que apresenta vários exemplos de como as convicções pessoais dos cientistas são decisivas tanto na escolha de seus estudos, na aplicação de seus métodos e na interpretação de seus resultados. O método científico não está imune a ideologias pois é manipulado por seres humanos.

        1. Depende do contexto

          Frequentemente, sim. Diversos cientistas foram biografados, e destas biografias muitas vezes emergiu o processo criativo que estava por detrás de suas ideias.

        2. Aqui tem culpa todo mundo.

          Os cientistas não estão imunes a análise de suas obras científicas em relação a sua vida privada.

          É o caso de se comparar as posições de Einsten e Oppenheimer com relação ao uso da bomba atômica.

          Ou, aqui no Brasil, guardadas as devidas proporções, as opiniões do Dr. Drauzio Varela em relação à internação compulsória de dependentes químicos ou em relação a fé são discutidas por que são do Dr.Dráuzio e não as mínhas, ainda que eu discorde dele em um dos casos e concorde em outro.

      2. O artista pode escolher se

        O artista pode escolher se expor e, até mesmo, fazer de sua vida – ou parte dela – matéria de sua arte. Há os que preferem se preservar. É direito de escolher que está jogo.

        Discordo tb quanto ao último ponto: a redução do direito à privacidade de alguns afeta a privacidade de todos os brasileiros, notáveis ou não.

      3. Tem um outro aspecto também.

        Tem um outro aspecto também. Faz muita diferença para compreender a obra, principalmente no caso de interpretação de obras musicais, saber qual era a intenção do artista, e para isso muitas vezes é importante saber coisas da vida do artista.
        Por exemplo: eu canto num coro e acho que faz muita diferença para nossa interpretação saber que Bach compunha uma cantata por domingo porque tinha um emprego fixo na igreja protestante; e que isso explica por que em várias composições há similaridades entre uma peça e outra (imagina compor uma peça nova a cada semana…).

        Acho que faz diferença saber que o Mozart compôs a Missa em Dó Menor como agradecimento pela recuperação da sua esposa, que era cantora. por isso tem solos de soprano dificílimos.

        Acho importante saber que o Réquiem de Mozart foi composto com ele doente, e que não foi terminado por ele, o que explica por que a primeira parte é tão mais bonita que a final, e também por que o Lux Aeterna repete os temas da INtrodução…

        Assim como saber que o Réquiem de Brahms foi composto para a mãe dele que havia falecido.

        e, para dar um exemplo do Caetano, a minha visão e interpretação de Cajuína mudaram completamente quando eu soube que ela tinha sido escrita a respeito de uma visita que o Caetano fez ao pai do Torquato Neto após o suicídio do poeta. Fez toda diferença saber esse fato. Então, não é bem verdade dizer que a fruição da arte independe da vida do artista…

        1. É isso.

          Tente -se entender estes versos se o pai de Torquato Neto proibisse que se escrevesse sobre o suicídio do filho:

          “Existirmos: a que será que se destina?
          Pois quando tu me deste a rosa pequenina
          Vi que és um homem lindo e que se acaso a sina
          Do menino infeliz não se nos ilumina
          Tampouco turva-se a lágrima nordestina
          Apenas a matéria vida era tão fina
          E éramos olharmo-nos intacta retina
          A cajuína cristalina em Teresina”

          Claro, é possível apenas desfrutar da sonoridade dos mesmos.

          Mas quem conhece a história por trás deles sabe o quanto eles são doloridos e, portanto, o quanto eles são belos. Dois homens, o pai e um amigo de um poeta suicida, abraçados. Caetano chorando sua lágrima nordestina e sendo consolado pelo pai de Torquato com uma rosa colhida no jardim. A rosa pequenina.

          Ou esses de Chico sobre o mesmo assunto trágico: 

          E quando o seu bem-querer dormir
          Tome conta que ele sonhe em paz
          Como alguém que lhe apagasse a luz
          Vedasse a porta e abrisse o gás

        2. Concordo com vc, Ana

          Concordo com vc, Ana. Vida e obra, quase sempre se entrelaçam.

          Só acho que cabe ao artista decidir o quanto de sua vida deve se tornar pública. Acho tb que precisamos aprender a respeitar esse tipo de decisão.

          No caso de Cajuína, só ficamos sabendo da história triste que a música retrata pq Caetano escolheu contá-la. Poderia ter escolhido o contrário.

          Poder escolher faz toda a diferença. É isso que está em jogo, ao meu ver.

  3. A liberdade de imprensa tão

    A liberdade de imprensa tão defendida pela mídia e alguns jornalistas, passa a ser contestada quando fere seus interesses. Ora ou temos ampla liberdade de informação ou então se preserve a intimidade, mas de todos e não apenas de alguns.

  4. Apenas grosseria.

    Barbara Gancia é um figura pública. Ganha dinheiro com isso. Portanto, o fato de ser gay, assumida ou não, interessa ao seus leitores e espectadores. 

    O nome de sua namorada nada acrescenta ao interesse despertado por Barbara. Logo, só pode ser usado para constranger uma pessoa privada, Marcela. Que por ser privada deveria ser protegida.

    Paula Lavigne sabe disso, logo, foi apenas grosseira. Seria o mesmo que perguntar a Paula se ela era virgem quando transou pela primeira vez com Caetano. O que isso acrescentaria? Nada. Mas sem dúvida a constrangeria. Agora, saber se, então, ela tinha 13 anos e Caetano 40, como no caso do Polanski, acrescentaria muito a respeito do conhecimento da personalidade de Caetano.

    Caso Paula Lavigne não fosse tão conhecida em função de seu relacionamento com Caetano Velosso, teria conseguido alavancar tanto dinheiro usando a Lei Roanet? Ai a notoriedade não incomoda.

     

  5. Bravo Paula!!!

    gosta de uma ou outra coluna da Barbara, mas faz tempo que ela está precisando levar um tranco desses para reduzir um pouco a arrogancia!

     

    1. Nada a ver videos com autoplay, pior a noite com a caixa em alt

      Qual o sentido da pergunta de Paula Lavigne senão buillyng com teor homofóbico

      1. Qual o sentido da pergunta de Paula Lavigne senão buillyng com t

        Exatamente

        Foi assédio não homofóbico. Mas Político. Paula, tiranicamente expôs Bárbara só para ganhar a discussão com golpe deselegante para não dizer outra coisa. Vale a pergunta: Paula, Do que tens Medo ?

  6. “é tudo mercado”

    logo logo, se a moda pega, as paulas “é tudo mercado” irão exigir notícia, reportagem, crítica, citação, trabalho acadêmico e o escambau publieditorial, tudo, previamente autorizado carimbado rublicado pelas guildas neomedievais quando se tratar de serem as suas “mercadorias artísticas” objeto da imprensa rabo preso com o “é tudo mercado”…aliás, já é assim: é tudo notícia fake combinada marmelada com os expedientes graciosos dos press releases dos russos gentilmente oferecidos prontos acabados pasteurizados higienizados ao publieditorial de jornais e revistas.

    privacidade do artista-cidadão é mero pretexto cínico do “é tudo mercado” para vender suas “mercadorias artísticas” na bacia das almas, algumas já bem passadas, em diferentes formatos, embalagens, “suportes artísticos” efeitos customizados, imagens re-produzidas a gosto da moçada…em que se vislumbre oportunidades de lucros do mercado coca-cola ou através das leis rouanet vale-cultura da vida besta do “realismo stalinista”.

    1. O blog do Nassif ja teve dias

      O blog do Nassif ja teve dias gloriosos.

      Ja li aqui comentarios de alto nivel.

      Mas ele deve ter errado a mão em algum momento .

      Talvez ate por ser realmente dificil administrar algo novo.

      As vezes tenho a impressão de que a internet, que poderia trazer a luz, esta alimentando as trevas.

      Como dizia Nelson Rodrigues “os mediocres perderam o pudor”.

      E estão encontrando na internet o espaço ideal para manifestar suas ignorancias prepotentes.

       

  7. Não há Pais algum do planeta

    Não há Pais algum do planeta que exige autorização do biografado ou de seus herdeirtos para se escrever uma biografia. Para essa gente o melhor que se pode fazer é ignorar. Qual o interesse numa biografia de Caetano?

    Biografias fundamentais são de politicos, estadistas, guerreiros, santos, caetanos e quejandos não são figuras de

    tal dimensão que requerem uma biografia. Bem fariam os biografos em se concentrarem em personalidades que realmente construiram a Historia. Faltam biografias dos Presidentes do passado, como Washington Luis e Artur Bernardes, de estadistas como Oswaldo Aranha, de grande realizadores como o Marechal Rondon.

    Igrora-los é o melhor corretivo para essas paulas e patotas da esquerda caviar de salto alto.

  8. Liberdade de Expressão versus Privacidade

    Basicamente é um conflito entre liberdade de expressão e o direito à privacidade. Pra mim não há dúvida nenhuma que o direito à liberdade de expressão ganha, até por que se tratam de pessoas públicas. Mas é tudo um discussão inútil. A amazon  em particular e a internet em geral estão aí pra publicar qualquer coisa que qualquer um queira, independente da vontade do personagens envolvidos. Então sorry Caetanos e Roberto Carlos da vida… é melhor remunerarem bem os autores de suas biografias, senão elas sairão quer vocês queiram quer não. 

  9. VI (parte) DO PROGRAMA ONTEM

    E querem saber de uma coisa? Essa Gancia é mesmo uma mala sem alça, ops, um container que não tem guindaste que puxe. Ficou o tempo todo com um sorrisinho idiota, fazendo pouco da (trator) Lavigne. Provavelmente estava fazendo corporativismo pelas declarações da Paula sobre sua companheira da Folha, Mônico Bérgamo (“mulher encalhada é foda”). Abrs.

  10. É realmente surreal que o

    É realmente surreal que o movimento Procure Saber tenha como expoentes pessoas que atravessaram a Ditadura cantando É Proibido Proibir. Talvez esse seja o problema principal: artistas que deveriam ser pioneiros em levantar bandeiras para mudar de verdade a sociedade brasileira, hoje estão acomodados, captando dinheiro para seus shows e raquíticos projetos culturais.

    Se uma biografia do Caetano estivesse disponível, eu não a leria. Ao contrário, biografias de Clarice Lispector, Ulysses Guimaraes, Augusto do Anjos e Carlos Drumond de Andrade, para ficar só nestes grandes exemplos, seriam importantes para mim.

    Eu acabei de ler a biografia Steve Jobs do Walter Isaacson. A mim, pareceu muito boa. Jobs, além de controverso, era gênio e líder em marketing. Não dá para saber exatamente se a biografia é “chapa branca” ou não, Eu acredito que não, pois há vários exemplos das características contraditórias de Jobs.

    O interessante foi atravessar a jornada de 600 páginas e ter uma idéia de como os computadores pessoais tiveram seu grande impulso, conhecer um pouco dos conflitos, dificuldades e alegrias, além de saber mais sobre a vida de uma pessoa que amava profundamente seu trabalho de criar produtos inovadores.

    Eu acredito que esse seja o caráter principal de uma biografia: conhecer os bastidores – pessoais, técnicos e científicos – que levaram a pessoa até o patamar que ela alcançou neste nosso mundo.

     

     

  11. Biografias Paula Lavigne e Que tais.

    Biografia é um genero literário de caráter histórico que tem que ser exercido com liberdade de expressão. A invasão da privacidade é um conceito cultural e está sujeito a interpretações difusas. Há artístas que usam e abusam da invasão da própria privacidade para auto promoção. Assim, se há um direito a ser protegido é o da liberdade de expressão que em sí carrega o direito até de refutar livremente uma possível “meia verdade” de uma biografia. 

    Figuras públicas estão sujeitas a terem sua vida mais devassada até pela natureza de sua atividade. Todo Bonus tem um Onus. 

    Foi bem lembradoda má biografia de Dirceu a que Astrid fontenelle se referiu no programa que devido a falta de verdade histórica e excesso de opinião do autor perdeu seu valor como gênero e naufragou comercialmente.

    Paula Lavigne, no momento em que se falava de “ganhar algum junto” demonstrava nítida exitação, indisfarsável e condizente com a maioria das críticas definindo sua postura como argentária.

    Neste momento vale uma reflexão. Ninguém precisa necessáriamente ser biografado. O fato de um escritor se dar ao trabalho, eventualmente escrever com irresistível qualidade literária, contextualização histórica de maneira que mais que a biografia, insere, de forma potente, um determinado personagem na história é essencialmente devido ao trabalho “dele” e não entendo o por que do biografado querer uma “casquinha” deste trabalho. A única situação que vejo isto como justo é se o biografado atue praticamente como co autor.

    No que se refere aos direitos audio visuais também é uma questão de se analisar que estão aí anexados não só a biografia mas todas as imagens e eventuais composições que tem seus direitos pagos separadamente. Se a obra for baseada numa biografia é graças ao trabalho do biógrafo que existe a obra audiovisual no caso então novamente: “qual é a da casquinha financeira” que reclama Paula Lavigne ?

    O Gesto de Paula, de colocar Bárbara Gancia em posição defensiva foi tosco, vingativo e desnecessário. A que serviu expô-la desta forma ? Justificar a censura, o controle da liberdade de expressão do biógrafo ? 

    Sob nenhum aspecto, até o da invasão de privacidade a postura de Paula e o “procure saber” por que já “Cansei” é válida. 

    Se quer privacidade neste nível, não tenha uma vida pública.

    PS: é bom lembrar da lei de “””direito de resposta”””” extremamente necessária a preservar a privacidade e controlar a tosquidão.

    1. gesto tosco ou hábil?

      A pergunta de Paula Lavigne para Barbara Gancia foi uma grosseiria ou uma ação esperta para provar como é perigosoa e indesejável a invasão de privacidade? Ambas. Mas bem feito para a Barbara que , na sua ironia,tem sido muitas vezes grosseira e preonceituosa. Lembro dos artigos sobre o estudante de origem asiática mortou numa festa de calouros em universidade paulista. Se ela não gostou da pergunta, ficou claro que, em formatação para o público, nem todos querem expor desnecessariamente a sua vida privada, especialmente quando envolve outras pessoas. Essa questão, assim como a esperteza de alguns em fatura em cima de vida de celebridades do futebol, das artes, precisa ser discutida. Especialmente em pais como nosso, de justiça lerda. Falar em ir ao judiciário para pedir reparação é balela, é hipocrisia.

      1. gesto tosco ou hábil?

        Mude-se a justiça como briga o Nassif pelo direito de resposta e  não se institua a censura que é ridículo.

        Se há risco em expor a privacidade alheia irreponsávelmente é por que não há punição competente. 

        Sim claro que é o judiciário e é lá que se decide e não dando direito a pessoas de coibir a liberdade de expressão 

  12. Capitalismo, capitalismo…

    Discussão bizantina essa.

    De um lado, jornaleiros (essa gente não merece o epiteto de jornalista, só vendem jornal, não fazem) com seu jornalismo-espetáculo-entretenimento. De outro, celebridades.

    No meio, um vasto mercado de fofocas e mexericos que uns e outros cultivam, que servem como combustível para a promoção de inúmeros produtos “culturais”. Figuras públicas ou não, todos temos direito à nossa intimidade. Só faz sentido que seja exposta se ouver flagrante contradição entre o discurso público e a prática íntima. Por exemplo, não interessa a ninguém se Berlusconi gosta de prostitutas, exceto se ele, publicamente, mantiver posições que ataquem a prostituição e seus profissionais, porque aí o interesse público vem primeiro: não se pode permitir que o público seja enganado por santarrões que na verdade só querem seu voto. Seria como considerar que falcatruas como conto do vigário são aceitáveis.

    Entretanto, vivendo em simbiose, jornaleiros e celebridades retroalimentam esse mercado de fofocas e mexericos, muitas vezes sob o disfarce de declarações e entrevistas a respeito desse ou daquele produto cultural. Por tras disso, seus patrões. Editoras vendem livros, jornais e revistas sob o impulso dessas “notícias”, tvs promovem novelas, shows e toda sorte de programação, e por aí vai. Nenhum deles se ofende ou aborrece se ganham alguma coisa com isso. Só ficam irritados se seus produtos (aí incluída a imagem pública) forem prejudicados.

  13.  
    Lucas Mendes: Piratarias em

     

    Lucas Mendes: Piratarias em terra e mar

    Lucas Mendes em ilustração de Baptistão

    Lucas Mendes

    De Nova York para a BBC Brasil

     

    Atualizado em  17 de outubro, 2013 – 07:43 (Brasília) 10:43 GMT  

    Quando um texto é publicado na mídia com os podres de um político ou celebridade é reportagem investigativa. Se as mesmas informações forem publicadas numa biografia não autorizada, é pirataria do escritor. O repórter saqueou segredos e direitos do autografado.

    A Constituição do Brasil, como a americana, garante o direito de privacidade e a liberdade de expressão. Quem decide se uma informação é invasão de privacidade ou liberdade de expressão é o juiz. Qual é o mistério?

    Nos Estados Unidos, há pelo menos um biografado que se sente pirateado por semana. Estamos na semana de Johnny Carson, um dos apresentadores/comediantes mais bem sucedidos, afáveis, moderados e engraçados dos talk showsda TV americana. Um modelo para o Jô.

    Ele já está morto, mas os descendentes ou pessoas citadas no livro podem processar. O livro foi escrito por Henry Bushkin, advogado de Carson durante 18 anos. Conta as canalhices do animador com as mulheres, os filhos, com todos com quem conviveu de perto e, muitas vezes, também de longe. Foi um solitário incapaz de amar, ser amado e manter amizades. A culpa, dizia ele, era da mãe repressora.

    Biografia autorizada nem sempre é garantia de retrato positivo. O historiador William Manchester tinha publicado uma biografia deslumbrada sobre o presidente John F. Kennedy quatro anos depois da morte deste. Jacqueline Kennedy e Bob Kennedy, irmão do presidente, encomendaram a Manchester um outro livro para contar a história do dia do assassinato em Dallas.

    Pagaram a ele US$ 40 mil de adiantamento, teriam controle do conteúdo e os royalties iriam para a biblioteca Kennedy. Quando Manchester vendeu os direitos de serialização para a revista Look, por US$ 650 mil, os Kennedys protestaram. Além de exigir o dinheiro para a biblioteca, queriam fazer cortes.

    Entre eles, trechos sobre Jacqueline fumando, um segredo, a informação que o presidente não tinha dormido com ela na véspera porque estava com diarreia e que, no avião, entre Dallas e Washington, com o corpo do marido a bordo, ela se olhava no espelho e fazia comentários preocupados com as rugas.

    Manchester fez alguns cortes, mas não todos. Os Kennedys entraram na Justiça. A repercussão foi péssima para ela e quando ameaçou a campanha politica de Bob, fizeram um acordo antes do julgamento.

    Se biografia não autorizada é pirataria, o maior pirata do nosso tempo é Kitty Kelley, que não é uma gatinha. Os pirateados dela foram ou são todos feras: Jacqueline Kennedy Onassis (dez anos depois da briga com Manchester), Frank Sinatra, Elizabeth Taylor, Nancy Reagan, quando ainda primeira-dama, a família Bush, a família real inglesa e Oprah Winfrey.

    Cada biografia provocou desmentidos, insultos, pressões de todos os lados, mas só Sinatra processou. Queria US$ 2 milhões pelo que afirmava ser mentira ou difamação. Depois de dois anos desistiu.

    Os Reagan conseguiram tirar o nome dela das manchetes do jornalWashington Post, mas não impediram que o livro fosse um best seller e vendesse mais de 1 milhão de exemplares, como quase todos outros.

    Oprah Winfrey, com suas conexões e prestígio na mídia, conseguiu bloquear as aparições de Kitty Kelley nas redes de rádio e TV para promover o livro e bateu tanto na credibilidade da autora que o livro não passou dos 300 mil exemplares.

    Além da biografia de Johnny Carson, há dois casos de pirataria nas manchetes dos tabloides desta semana. Captain Phillips, o filme com Tom Hanks sobre o navio Alabama, sequestrado por piratas na costa da Somália, estreou com sucesso, mas o capitão, um herói americano, está sendo processado por 11 de seus tripulantes que se sentem pirateados por ele. Querem US$ 50 milhões. Acusam o capitão de ter colocado a vida deles em risco porque tinha um desejo enrustido de ser sequestrado. Contrariando instruções, navegava muito muito perto da costa.

    Mais bizarro e engraçado foi o golpe da polícia belga, que conseguiu convencer dois chefões da pirataria na Somália a ir a Bélgica acertar os detalhes para assinar um contrato e receber um pagamento pelos direitos de uma biografia e um filme sobre eles e os sequestro de um navio belga. Os dois patetas foram presos quando desceram do avião.

    O guru das biografias não autorizadas é o advogado Lloyd Rich. Ele dá o passo a passo, são nove, para evitar processos. Passo fundamental, o autor precisa se cercar de provas. Entrevistas gravadas, recibos, fotos, imagens, o diabo.

    Os biografados raramente processam porque correm o risco de pagar uma conta cara, perder a briga e ajudar a promover o livro.

    De todas as biografias não autorizadas do nosso tempo, para mim, a mais audaciosa não foi sobre um poderoso ou uma celebridade. FoiHell’s Angel, sobre Madre Teresa de Calcutá. Para o autor, Christopher Hitchens, ela era uma fraude, fanática e fundamentalista. Amiga da pobreza e não dos pobres porque era contra controle de natalidade e aborto. Aceitava doações de ditadores assassinos e escroques.

    Em vez de processar, a Madre rezava para Hitchens e para família dele.

     

  14. Limites da privacidade

    Quando falam de biografias, alguns remetem à vida de artistas, de quem se sustenta com a exposição ao público. Porém, eu me pergunto quem são realmente os ‘biografáveis’. Haverá uma lista de profissões e de personalidades que se enquadram nessa categoria. Quem estará excluído da possibilidade de ter sua vida privada exposta ao público sob o argumento do interesse dito artístico e literário, contudo sabidamente mercantil.

    A pergunta que Paula Lavigne dirigiu à Bárbara Gancia, durante o programa  GNT, foi claramente deselegante. Entretanto, não difere do que seria colocado numa eventual biografia da jornalista Bárbara Gancia. Será que a vida/biografia de uma jornalista não interessa a algum público? A vida de algum biógrafo como o Ruy Castro também não interessará a algum público? Por que somente a vida dos outros?

    Achei tocante a exposição pessoal que o jornalista Mário Magalhães, a quem admiro, fez de sua vida particular ao se posicionar contra as restrições das biografias. Contudo, dada a interessante historia pessoal que relata de si mesmo, ele poderia ser alvo de  uma biografia não autorizada. Ele iria impedir que se publicasse sobre os pormenores de sua vida privada? Gostaria que outros discorressem acerca do sufoco financeiro resultante de seu voluntário afastamento de um emprego fixo, para se dedicar à elaboração de uma biografia? Essa história daria uma filme emociionante!

    Não quero ter minha vida pessoal exposta! Não procuro os quinze minutos de fama de que o Andy Warhol falava! Acho deprimentes todos os “realitys shows”, seja com desconhecidos ou com as ditas celebridades. Penso que a vida privada assim deve permanecer, na esfera privada.  Questões particulares que não se deseja expor merecem ser resguardadas, se assim preferir o ‘biografável’.

  15. Nassif e amigos,
    Estou

    Nassif e amigos,

    Estou cortando um dobrado para conseguir formar opinião a respeito dessa polêmica cabeluda apelidada na mídia de “Batalha das biografias”. Tenho lido, me inteirado sobre o assunto por onde posso, mas não está sendo nada fácil. Acho que é um dos assuntos mais difíceis que me lembro, de tomar uma posição. O embate entre liberdade de expressão, o grande pilar da democracia desde a Revolução Francesa, e a preservação da vida privada, a garantia que o indivíduo tem da ditadura coletivista quando esta invade a sua última reserva de proteção da identidade, é briga de cachorro grande, difícil de se posicionar de imediato.

    Minha inclinação inicial é a de que se proíba terminantemente biografias não autorizadas. Acho que a vida pessoal, de quem quer que seja, deve ser absolutamente sagrada. Mas, me informando sobre o assunto, estou mudando um pouco meu pensamento. 

    Continuo a favor da proibição, mas creio que para essa essa ser efetiva e universal, deve vir também acompanhada de outras medidas contra os abusos que podem causar estragos não só na imagem e na honra, mas na integridade física e até psicológica das pessoas.  Quem não se lembra do caso da Escola Base em que os donos foram linchados na mídia, acusados de pedofilia, e no final de todo aquele escarcéu, julgados inocentes de tudo o que lhes imputaram. Suas vidas estão arruinadas até hoje.  E no caso do livro de Monteiro Lobato, Reinações de Narizinho, onde a mídia e muitos formadores de opinião foram a favor de que o MEC não fizesse sequer uma nota de referência a trechos de racismo explícito. Os danos que isso pode causar numa criança negra, ainda em formação de sua identidade, podem ser indeléveis, sabemos disso. E o que dizer do humor politicamente incorreto, onde piadas homofóbicas, outras envolvendo estupro, nazismo e tudo de mais abjeto “passam batidas”, não se respeitando o direito das mulheres, judeus e demais minorias? Enfim, pensando de forma mais abrangente, sou a favor sim de que vida privada seja preservada, mas que isso venha ensejado numa garantia total ao direito a vida da pessoa humana em toda a sua plenitude.  Aí que entra a questão (por isso é um caso complexo que exige de nós uma reflexão bastante elaborada). Vivemos numa sociedade aberta, jamais, na história da humanidade se experimentou tanta liberdade como nos dias atuais. Somos todos públicos e essas fronteiras (com o privado), principalmente depois do advento das redes sociais, estão cada vez mais se diluindo. Não vejo isso com tanto otimismo como algumas pessoas, muito pelo contrário, sou bastante temerário desse excesso de invasão e evasão da vida privada. Acho uma coisa pesada (espiritualmente falando) essa profusão de flashes, paparazzis de si mesmos nesse gigantesco mercado das notícias privadas, onde cada um de nós de alguma forma se expõe para o mundo e espia o mundo dos outros. Como disse de forma brilhante o filósofo Zygmunt Balman, analisando o fetichismo da mercadoria em Marx, nós nos transformamos hoje na própria mercadoria, empacotada, embalada para o consumo alheio.  Faço essa ponderação para mostrar que, a partir dessas reflexões , começo a perceber que a minha vontade dentro dessa estória, não passa de uma utopia, na sociedade moderna . É impossível dar conta hoje de tanta usurpação da liberdade, falta de bom senso, mentiras, leviandades, blasfêmias, agressões de imagem etc. O tecido social está esgarçado a tal ponto que já não conseguimos mas sequer perceber as evasões e as invasões nesse caldeirão alucinado de vozes, falas e imagens que consumimos e somos consumidos no “mundo da representatividade” que escolhemos viver como grupo social.  Sendo assim, concluo dizendo que,  na minha visão romântica, permaneço contra a biografias não autorizadas, mas na minha visão realista, pé no chão,  acho que elas devem ser liberadas, simplesmente por ser impossível dar conta de tudo que (justa e compreensivelmente, ressalte-se)  teria que vir a reboque.  Acho que faz pare do processo civilizatório a humanidade de tempos em tempos ir parando para refletir e avaliar a possibilidade de novas formas de convívio mais adequadas a seu tempo histórico. Quem sabe talvez não estejamos precisando mesmo ser provocados (no bom sentido) a nos torna sujeitos mais críticos e reflexivos? Sujeitos que não acreditem em tudo aquilo que se publica e se fala por aí nessa avalanche informacional que se tornou o nosso mundo. O filósofo Leandro Konder dizia a pouco tempo atrás que a sociedade moderna estava se caracterizando “pela atrofia da capacidade de duvidar”. Ele disse isso numa era pré-redes sociais.  Se de fato ele tinha razão há 15 anos, e acredito piamente que tinha, e se isso foi recrudescendo, vocês conseguem notar a enorme distância, o gigantesco fosso que se formou entre o sujeito e o conhecimento? Num mundo fantasioso das mil versões e verdades, onde a produção de discursos e efeitos imagéticos,  foi democratizada de forma veloz nas redes sociais, a capacidade crítica das pessoas não pode caminhar na direção oposta. Mais do que um contrassenso, seria desperdiçar uma oportunidade histórica para crescermos e evoluirmos de forma saudável do ponto de vista do conhecimento compartilhado. Assim, agora ainda mais convicto da minha opinião, penso mesmo que devemos liberar as biografias e tudo o mais, protegendo apenas as crianças e tudo que possa estar de alguma forma relacionado a chaga da escravidão, que deveria ser encarada aqui no Brasil como o Nazismo na Alemanha. Acho que, não tem mais jeito, a sociedade terá mais hora menos hora que se adaptar a essa nova realidade que é inexorável. Todos falamos o que quisermos em todos os canais e fóruns de que dispomos. Mídia oficial, biógrafos, escritores, blogueiros, cidadãos comuns sem seus facebooks e twitters, somos todos públicos e produzimos visões e versões sem nenhuma restrição ou filtro. Duvidar do que se ouve, ir checar, correr atrás das informações pode ser um grande passo civilizatório no país das adesões imediatas, com uma população de baixo grau de criticidade, das mais manipuláveis do mundo. Os nascidos nessa nova sociedade, aprenderão a lidar com isso. Nas salas de aula os alunos serão orientados por seus mestres a duvidar de tudo, a questionar as fontes ir atrás do conhecimento. Uma nova educação surgirá, mais democrática e de qualidade. E aos mais antigos, como eu, que se incomodarem com versões fantasiosas que porventura possam ferir a sua honra, fica a sugestão do velho grego dos mais sábios que já tivemos nesse planeta. Quando questionado pelos seus discípulos se não iria reagir as pessoas que estavam o difamando pela cidade, Sócrates apenas disse: “Não farei nada, pois o que elas proferem não diz respeito a mim” 

    1. Sua análise faz as trevas

      Sua análise faz as trevas perecerem.

      Em primeira pessoa pelo vício, te digo, poucas vezes  neste vida li algo tão pleno.

      inté!

       

    2. Pensamento a serviço da sensibilidade

      Parabéns Adilson, inspirador acompanhar uma reflexão que busca sinceramente compreender, aprofundar, desvendar e se posicionar,  a partir da necessidade de conhecer/conhecendo-se. Firmeza sem dogmatismo, posicionamento sem condicionamento, princípios que serverm para ampliar referências e suportar as inevitáveis contradições das construções humanas. A lucidez e sensibilidade do método e do conteúfo estimulam para irmos além da superfície. Inspirador, inspirador, escreva mais rapaz!

  16. Uai, o nome do programa não é

    Uai, o nome do programa não é “Saia Justa”? Do que estão reclamando? Ah, e quem não conhece a sra. Lavigne? E dona Gancia? Finas flores da baixaria, sem dúvida. Mas nesse comportamento da Paula vê-se logo o nível em que foi parar essa discussão inócua. A parada é simples de acordo com a Consituição. Liberdade para escrever biografias. Porém, se atingir a vida privada do biografado sem provas, indenização. Cabe aos juízes aferirem se houve e qual a extensão do dano causado à pessoa biografada. Anaços na lei. Como hoje, diferentemente do passado, a mídia tomou um tamanho e importância descomunais, necessário estabelecer percentagem para a pessoa do biografado e de seus familiares, pois ninguém é ingênuo de que a imagem de uma celebridade vale muito. Essa é a discussão. Moral, ética e jurídica. O resto é embromation. 

  17. Liberdade

    Devemos defender a liberdade de informação, principalmente quando se trata da vida dos outros.

    Quando se trata da vida dos jornalistas, bem……, sabe como é.

  18. Baixaria…

    Tá explicado.

    Com esses argumentos fiica evidente que essa moça não aprendeu nada, nem quer aprender.

    Parece que o negócio é grana mesmo.

     

  19. Biografias é pano de fundo

    Não estou aqui pra defender de forma alguma a baixaria da Paula,ex do caetano, no programa Saia Justa.mas para colocar o fato em um contexto mais amplo.Barabara Gancia,em sua coluna,ja havia feito criticas a Paula,algumas até pessoais.Oras,a produção do programa sabia disso,bem como do temperamento da moça,dizer que não, é achar que só tem imbecil de público,especialmente em TV paga.Ela ja estava no programa com o “espirito” alterado,ja estava com a colunista na mira,´so esperou a deixa.Era tudo que queriam,audiencia,todo mundo ligado para ver o “fuzuê”.Mal caratismo da produção,da Paula,e a Barabara tambem não ta nada inocente nesta história,ela como muitos ja deveria estar esperando alguma.Se foi ou não conivente com a produção ,ai é outra história.Mas que este cirquinho foi todo armado,ah isso foi.

    1. O pior foi a Barbara Gancia

      O pior foi a Barbara Gancia afirmar que biografias não autorizadas tem mais compromisso com a verdade do que as autorizadas. Levou a do Zé Dirceu na cara, muito bem mandada pela Astrid, que ainda disse que foi um retumbante fracasso editorial.

  20. A CHICO O QUE É

    A CHICO O QUE É DE CHICO

    Publicado em 18 de outubro de 2013 por 

    Que que é isso minha gente!!! Deixem o Chico em paz. Inventa-se uma atrapalhada dessas e resolve-se escolhe-lo como mártir? O cara está escrevendo o livro dele lá, sossegado nas suas abstrações criativas e de repente é obrigado a descer ao nível do chão para dar um veredicto? O que é que ele tem a ver com toda essa história, fora uma ínfima parcela de opinião endossando a opinião de um grupo, que dada a atomização de conceitos e debruçadas conjecturas jurídicas, deveria até passar por despercebido?

    Que saco! Até com uma coisa como esta voltada frontalmente pra uma decisão da justiça, super debatida e multi facetada em conceitos, querer crucificar uma pessoa  por contraposições de declarações passageiras corretas ou não, de boca pra fora, como se fosse num papo de botequim, dando-lhe características tão determinantes, como se tivessem sido proferidas num tribunal de Nuremberg?

    Pera aí brasileiro ! Vamos com calma. Os vértices que convergem para o centro dessa circunferência são inúmeros, muitos dos quais colocados por induções maléficas ou equivocadas, sem profundidade jurídica, embaralhando o meio de campo, mas com suficiente permissão de autocrítica para quem quiser rever suas posições. Não é um Deus nos acuda como querem os detratores. Chico não está contra nada que interfira na normalidade da democracia e nem está querendo censurar nada, principalmente à exemplo da censura na ditadura. Ficaram doidos? Logo ele?

    Desculpem, mas como sou de uma geração anterior à dele, pude assistir sua coragem, e respeitá-lo pegando uma bandeira libertária em plena ditadura, de nossa mão que havia sido decepada pela censura, praticamente só, assumindo a resistência, e sem temor algum, não só resistindo como enchendo nossa história de obras antológicas, que por si só justificariam sua aparição no cenário cultural de nosso pais. Sua participação como um guerrilheiro cultural teve o efeito de um batalhão armado precipitando a queda da ditadura. Um Leão. Tem direitos adquiridos que lhe permitem até pisar na bola se fosse o caso.

    É tão inferior essa picuinha, que chega a parecer tramoia daqueles que torcem pela volta da ditadura. Desta sinuca que estão pretendendo lhe aplicar, Chico tem suficiente personalidade e sabe sair dela. Nossa obrigação como cidadãos  é poupa-lo de uma sinuca de bico. Seria uma sacanagem inominável dos detratores, não só à sua pessoa como ao povo que o consagrou e o colocou no topo da árdua construção e conquista de nossa democracia. Sua biografia está escrita no coração da história de nosso povo. Segura essa. Solidariedade não é só uma palavra. Dá um tempo!

    Sergio Ricardo

    http://gritabr.wordpress.com/2013/10/18/a-chico-o-que-e-de-chico/

     

  21. Pra que gastar pixels

    Pra que gastar pixels escrevendo biblias sobre o assundo?  E’ so’ pegar as legislacoes das grandes democracias do mundo, America, Reino Unido, Franca, Europa, Canada, Japao, Australia e etc. Soma tudo e faz a media…

     

     

  22. Pública é a obra do artista, não sua vida

    Bem …eu também assistí ao Saia Justa. Também queria opinar…e dizer que a Paula Lavigne errou. Mas a Bárbara Ganvia ERROU ANTES ao tocar, nada sutilmente, em uma suporta acusação de podofilia. Fou BAIXARIA, FOI Ó. Encontrei um comentário tão bom que, respeitando o devido crédito, resolví republicá-lo. É também o que PENSO.  

     

    Pública é a obra do artista, não sua vida

    (MCN)

    Sou radicalmente a favor do direito à privacidade que Paula Lavigne defende, ainda que de um jeito torto.

    O modelo que a indústria do entretenimento pretende impor à sociedade brasileira segue a ética da Inquisição: “Queime a bruxa na fogueira. Se for inocente, de algum modo, Deus haverá de salvá-la das chamas”. Ou algo assim: “Atire primeiro. Se a vítima ensanguentada sobreviver e for inocente, que reclame seus direitos na justiça.” É o poder do mais forte sobre o mais fraco.

    O texto atual da Constituição, que os cínicos pretendem mudar, nunca impediu a realização de biografias e documentários de qualidade no Brasil. O belíssimo filme “Vinícius”, que assisti ontem na Canal Brasil, é exemplo disso.

    Pública é a obra do artista, não sua vida.

    A obra de Caetano Veloso, Chico Buarque e Paulo Leminsky (só para citar os artistas do dia) pode e deve, sim, ser estudada e analisada e fruída por todos e por todas as gerações. Os detalhes íntimos da sua vida, não. Nem da minha. Nem da garota do Whats Up

    O motivo é simples: não há interesse público-cultural-histórico que justifique esse tipo de exposição. Que importa se o artista tem olho vidro ou perna de pau? Se é ou foi infeliz? A vida passa, a obra permanece. Só os parvos preferem o cascalho da vida ao ouro da arte.

    Que liberdade é essa em que o mais forte oprime o mais frágil? Que país é esse que destroi e despreza seus melhores talentos?

    Outra coisa: essa história de “censura prévia” é sofisma barato que a manada repete sem pensar: nenhum interesse econômico pode se sobrepor a um direito básico do cidadão garantido pela Constituição

    1. Saia Justa

      Revi o vídeo 3 vezes, sendo que na ultima vez procurei abster da truculência, arrogância e soberba da Paula e Barbara. Conclui que o tema é muito relevante, pois o foco da discussão deveria ser o do direito de privacidade e não o da liberdade de expressão, acho que quando toca-se neste assunto os jornalistas viram bichos e não houvem. Acho que todos devem ter a sua privacidade garantida, o que a Paula estava tentando trazer para discussão, só que ficou claro que ela não é a pessoa mais indicada.

      http://www.youtube.com/watch?v=cZsCXw8e0n0

  23. E nós reles mortais?

    To passando mal de tanto ouvir baboseiras de todos os lados.  Biografia de gente importante, que realmente fez a diferença por onde passou, pode ser bem interessante. Saber quem casou com quem, quem teve um caso com quem, quem falou mal de quem, quem se deu br mas custas de alguém, quem teve que dar pra subir, enfim…a quem interessa?  Garanto que os notáveis não tem restrição alguma a exporem  suas vidas exemplares.

     

     

  24. Como definir o que é historicamente relevante?

    É possível afirmar que a vida pessoal não se vincula à obra? Que as biografias não podem lançar luz sobre acontecimentos históricos? Que personalidades públicas como Elia Kazan deveriam ser julgados exclusivamente por seu valor artístico e não por seus atos, como delator e colaborador da repressão?   

    1. Para vc vê como o assunto é

      Para vc vê como o assunto é simples, não é.

      O que tem de advogado ganhando dinheiro…e jornalista tendo o que escrever….e programas de tv , cheios de “pauta relevante”.

      Tudo balela.

      O  assunto é simples como seu comentário. Da pra resumir tudo em 10 linhas.

       

      O País cheio de problema e estamos perdendo tempo com Caetano e Roberto Carlos.

       

      Falando em privacidade e…mudando de assunto…mas nem tanto.

      Paula Lavigne foi estuprada por Caetano?

      Se o Polansky é estuprador…o Caetano é o que?

      A tal jornalista, que não conheço nem sei quem é, devia ter perguntado isso a ela…

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