Rocha Loures decide ficar em silêncio em depoimento à PF

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

Foto: Reprodução/GloboNews

Jornal GGN – Ex-deputado federal e ex-assessor especial de Michel Temer, Rodrigo Rocha Loures decidiu ficar em silêncio em seu primeiro depoimento à Polícia Federal. Segundo informações do Estadão, ele estaria de olho em um acordo de delação premiada, mas adotou como estratégia não entregar nenhuma informação sobre o esquema de pagamento de propina da JBS junto ao governo Temer.

A PF ainda não divulgou à imprensa o teor das perguntas feitas a Rocha Loures. Um dos mistérios que ele deve elucidar é a identidade de uma pessoa chamada “Edgar”, que seria acionado para operar o recebimento de propina semanal junto ao empresário Ricardo Saud.

Em conversa grampeada, Loures dá apenas algumas dicas sobre quem é Edgar: seria uma pessoa da confiança de Temer e que trabalha a partir de São Paulo. O GGN mostrou que Temer foi sócio de um Edgar no final da década de 1990, não necessariamente o mesmo que é procurado pela Lava Jato, mas que tem um elo com o assunto: ele é especialista em agência reguladora e concorrencial, exatamente o setor onde a JBS atuou com propina para resolver seus problemas junto ao Cade. Leia mais aqui.

Loures foi filmado pela Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil em dinheiro vivo da JBS. A propina, na visão da Lava Jato, foi solicitada em nome do governo Temer. Em conversas anexadas à delação, Loures recebe promessa de repasses ilícitos por até 25 anos, o equivalente a uma “aposentadoria” para Temer, disse o Estadão. Os pagamentos seriam semanais.

Em outra gravação, feita por Joesley Batista, Temer afirma que Loures é pessoa de sua máxima confiança e deveria ser procurado pela JBS para intermediar os assuntos de interesse da empresa junto ao governo no lugar de Geddel Vieira Lima.

O depoimento de Loures junto à PF estava marcado para o dia 7, mas como o julgamento do Tribunal Superior Eleitoral estava em curso, foi adiado. A defesa de Loures o orientou a ficar em silêncio para não prejudicar o presidente enquanto o TSE não define pela cassação ou não do mandato.

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7 Comentários

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  1. Se até o Cunha fica de bico
    Se até o Cunha fica de bico bem fechado, imagine esse aí. Temer jogou esses dois aos leões, de propósito. Traiu Dilma, Cunha e Loures. Coisas de quadrilha.

    1. Tou dizendo, vou continuar

      Tou dizendo, vou continuar dizendo:  tem alguma coisa errada com essa historia do item e eh um aviso claro, clarissimo, ao proprio judiciario do Brasil.

  2. Sem nada a arguir em sua defesa…

    É melhor ficar calado mesmo, do que sair falando e dar bom dia ao jumento que o levará ao cadafalso…

  3. Eu acho perfeitamente

    Eu acho perfeitamente inacreditavel como a chantagem eh feita aa luz do dia no Brasil!!!

    Incrivel!

    Nas primeiras reportagens, era so que “Rocha fechou o bico pra proteger Temer”!

    Agora, dois dias mais tarde, ficamos sabendo que “Rocha fechou o vico pra proteger Temer porque os advogados dele acham que essa eh a melhor chantagem”!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Eu fico com vergonha de comentar um assunto desses!

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