Follow the money: Como o MP pretende descobrir os supostos desvios de Queiroz e Flávio Bolsonaro

Antes de pedir a quebra de sigilo bancário e fiscal de Flávio Bolsonaro, seu ex-assessor Fabrício Queiroz e mais de 90 pessoas e empresas ligadas ao possível esquema de corrupção no Rio, o Ministério Público teve acesso às imagens de bancos onde parte dos milhões movimentados foi sacada

Jornal GGN – O Ministério Público do Rio de Janeiro pretende “seguir o dinheiro” supostamente desviado do gabinete de Flávio Bolsonaro por seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, cruzando imagens de agências bancárias e os dados da quebra de sigilo fiscal dos dois investigados e mais de 90 pessoas e empresas possivelmente ligadas ao esquema. É o que informa o Estadão desta quarta (22).

“Somente com a análise pormenorizada e cruzamentos dos dados bancários e fiscais será possível quantificar com precisão o volume total de recursos desviados dos cofres públicos pelos crimes de peculato, materializados no esquema das ‘rachadinhas’, e perseguir o destino das verbas públicas desviadas além de descortinar os crimes de lavagem de dinheiro praticados através de transações imobiliárias e bancárias, bem como os coatores da organização criminosa.”

O “follow the money” seria uma das estratégias dos investigadores, que tiveram acesso a imagens de câmeras de segurança antes de solicitar a quebra de sigilo fiscal e bancário dos suspeitos. Nas agências bancárias foram feitos depósitos e saques em espécie por Queiroz. A ideia é levantar o volume de recursos movimentados por este método que, para especialistas, é típico de operações de lavagem de dinheiro.

O MP tentará “traçar o percurso do dinheiro, buscando desmascarar transações bancários e imobiliárias praticadas para lavar dinheiro ilícito e, ao fim da análise dos dados financeiros, identificar todos os integrantes da organização criminosa e promover a efetiva reparação dos danos causados ao erário estadual”.

De acordo com o MP do Rio, o esquema no gabinete de Flávio durou entre 2003 e 2018, e “não parece crível” que Queiroz tenha o mentor isolado das operações. O filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro é investigado como um dos chefes da “organização criminosa”.

Até o momento, a ideia é a de que Queiroz – como já admitiu – arrecadava parte do salário dos outros assessores de Flávio. A questão está no paradeiro desses recursos. O ex-assessor alega que contratava mais força de trabalho para atender a população e ampliar a rede do gabinete. Mas o esquema pode ter servido à enriquecimento ilícito e financiamento ilegal de campanhas eleitorais.

“Os indícios são de que a conta do ex-assessor foi usada para movimentação ilegal de recursos, podendo não só ter sido usada para subcontratações indevidas, mas também para enriquecimento ilícito e também para uso ilegal dos recursos na campanha de 2016”, escreveu o Estadão.

Um das agências utilizadas por Queiroz, entre janeiro a dezembro de 2016, fica no banco Itaú Personnalitê Freguesia, próximo de sua residência no Rio. Ali, o ex-assessor movimentou R$ 1,23 milhão  enm créditos e débitos.

Outra agência do Itaú utilizada fica no shopping Barra da Tijuca, onde Flávio tem uma loja da franquia da Kopenhagen, que também teve o sigilo quebrado.

Redação

6 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Pode até vir algum outro “ismo” que mantenha a vela acesa da mentalidade de ódio que levou o pais à aventura no bolsonarismo. Mas este “movimento”, não tem a mínima possibilidade de subsistir, por seu amadorismo e interesses comezinhos. Vão ficar restitos a algumas manilhas dos esgotos de mídias sociais e em certos nichos do atraso como foi, por exemplo no malufismo. Vão ter votos ainda para possibilitar a continuidade de vida que lhes cabiam, de oportunistas em casas legislativas, já que o discurso fácil e eleitoreiro é geralmente restrito aos mal-informados ou mal-intencionados. Cargos executivos, terão dificuldades até para eleições síndicos em condomínios milicianos.

  2. Tem que ter muita celeridade pois a quantidade de pessoas envolvidas é imensa pode cair no esquecimento ou até mesmo em destruição de provas.

  3. A certeza da impunidade, faz com que essa prática aconteça em muitos gabinetes ainda hoje em dia.
    Infelizmente em nosso pais, os investigados continuem a não comparecer em audiências descumprindo as ordens da justiça.
    Cadê o Queiroz será que ele ainda está vivo, ou já foi morto como queima de arquivo?
    Para não incriminar o filhinho do presidente.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador