Crivella se livra de tentativa de impeachment na Câmara do Rio, mas é por enquanto

Após sucessão de acordos, prefeito obteve 35 votos a favor do mandato; oposição articula uma nova denúncia contra o prefeito em outubro

Jornal GGN – O prefeito Marcelo Crivella se livrou de uma abertura de um processo de impeachment. Em abril, 35 dos 49 vereadores apoiaram a medida. Nesta terça-feira (25), o plenário da casa entrou em votação e o resultado foi que 35 decidiram rejeitar a denúncia contra 13 que votaram pela queda do prefeito – eram necessários 34 votos para o impeachment, mais de ⅔ dos vereadores.

Não é a primeira vez que Crivella sofre uma tentativa de impeachment, apesar de essa ter tido uma tramitação mais avançada. No ano passado ele conseguiu impedir a abertura de um processo. Na ocasião, vereadores acusaram o prefeito de cometer improbidade administrativa, quando utilizou o Palácio da Cidade como local para reunião com lideranças evangélicas, no dia 4 de julho, com promessas de vantagens.

A denúncia que resultou no caso mais mais recente aponta que o prefeito teria cometido infração político-administrativa ao estender contrato de concessão para exploração de publicidade. A comissão processante da Câmara dos Vereadores já havia sugerido, ainda em abril, que o processo fosse arquivado porque, segundo eles, servidores teriam sido os responsáveis pelos aditivos ilegais nos contratos, e não o prefeito.

Segundo informações da Folha de S.Paulo, ao longo dos 81 dias de processo, o prefeito do Rio fez inúmeros acordos com os partidos do centro – concedeu duas novas secretarias para o PP, melhorou o diálogo com alguns vereadores e até compareceu no aniversário do presidente da Câmara, Jorge Felippe (MDB).

“Coisas muito estranhas acontecem nessa Casa. Vereadores que estavam muito zangados com o prefeito de repente caem de amor”, disse o vereador Paulo Pinheiro (Psol) sobre o resultado de hoje.

O jornal lembra que a queda do processo de impeachment vai muito além das articulações que Crivella conseguiu realizar. A Lei Orgânica do Município prevê eleição direta em caso de vacância do cargo até o terceiro mandato. No ano passado, o vice-prefeito Fernando MacDowel faleceu, portanto, um impeachment exigiria a substituição por meio do voto popular e os grupos mais fortes que poderiam eleger um novo prefeito, apontados pelos vereadores, são os ligados ao presidente Jair Bolsonaro ou ao deputado Marcelo Freixo (Psol).

Assim, a expectativa é que uma nova denúncia contra o prefeito seja protocolada em outubro, permitindo que a derrubada ocorra em janeiro e dando aos vereadores o poder de escolha do prefeito substituto.

Leia também: O caso Crivella e o jogo político do denuncismo, por Luis Nassif

Redação

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