Keiko Fujimori é investigada no Peru por crimes associados a mentiras contra eleições

Renato Santana
Renato Santana é jornalista e escreve para o Jornal GGN desde maio de 2023. Tem passagem pelos portais Infoamazônia, Observatório da Mineração, Le Monde Diplomatique, Brasil de Fato, A Tribuna, além do jornal Porantim, sobre a questão indígena, entre outros. Em 2010, ganhou prêmio Vladimir Herzog por série de reportagens que investigou a atuação de grupos de extermínio em 2006, após ataques do PCC a postos policiais em São Paulo.
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Assim como Bolsonaro no Brasil, Keiko estruturou campanha de mentiras contra resultado das eleições de 2021 movimentando milhões de dólares

Keiko Fujimori já esteve presa acusada de lavagem de dinheiro, mas depois foi solta. Foto: Telesur

O procurador José Domingo Pérez ampliou a investigação por lavagem de dinheiro, com agravante de organização criminosa, contra Keiko Fujimori por ter captado, repassado e ocultado recursos para financiar a campanha contra falsas fraudes eleitorais no segundo turno da Presidência do Peru, em 2021, que deu a vitória ao ex-presidente Pedro Castillo.

“Esta campanha de dissimulação e difamação com a alegada fraude está na origem de contribuições suspeitas de vários empresários que se dedicam ao (setor) imobiliário, empresários que se dedicam às slot machines e à participação de advogados dos mais reconhecidos”, afirmou Domingo Perez.

Keiko é filha do ex-presidente peruano, Alberto Fujimori, que governou o Peru entre julho de 1990 e novembro de 2000, mas acabou preso em 2007 por crimes contra a humanidade e corrupção. 

A ação do Ministério Público também envolve outros cinco dirigentes do Fuerza Popular e o contador do partido, Lindman Miranda Zamalloa. 

Segundo o dispositivo fiscal, após o resultado da votação de 6 de junho de 2021, Fujimori lançou uma campanha de mentiras sobre supostas irregularidades eleitorais dando início a um processo de desestabilização nacional.

Conspiração

As investigações foram baseadas em uma suposta conspiração entre o Júri Nacional Eleitoral (JNE), o Escritório Nacional de Processos Eleitorais (ONPE) e o Registro Nacional de Identidade e Estado Civil (Reniec).

Nesse sentido, explicou que “foi assim que o partido Fuerza Popular conseguiu arrecadar, arrecadar ou receber um pouco menos de dois milhões de soles em contribuições em dinheiro e em espécie, entre 13 de março de 2021 e 30 de julho de 2022”.

Afirmou ainda que o grupo não possui contas bancárias nem livros de contabilidade desde o final de 2020 e todo o ano de 2021, algo que cada partido político deve apresentar.

Contribuições em espécie 

“No presente caso, o mandato imperativo teria sido desobedecido. Além disso, pretende-se consignar as contribuições em espécie, quando na realidade seriam em dinheiro, dinheiro em soles e dólares que teriam sido entregues em envelopes ao apoiador local do Fuerza Popular”, assegurou Pérez.

O procurador aponta que através de desinformação, notícias falsas e descrédito das autoridades da Junta Nacional Eleitoral, do Escritório Nacional de Processos Eleitorais e da Reniec, “eles tentaram enganar os cidadãos, causar-lhes medo do processo eleitoral, com o objetivo de obter benefícios econômicos, poder políticos e geram crise no país”, afirmou.

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