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O presidente da Argentina, Javier Milei, acusou o governo boliviano, encabeçado por Luis Arce, de “denúncia falsa de golpe de Estado”. Um comunicado oficial publicado pela Casa Rosada, neste domingo (30), diz que a “fraude foi confirmada”.
Na última quarta-feira (26), Arce divulgou um vídeo ao lado de seu gabinete onde denunciou uma tentativa de golpe pelas Forças Armadas do país. Os militares ocuparam a Praça Murillo, em frente ao palácio presidencial boliviano, com blindados, e chegaram a entrar na sede do governo.
Contudo, a presidência argentina afirmou que “repudia a denúncia falsa de golpe de Estado realizada pelo governo da Bolívia”, uma vez que argumentos não encaixavam com o “contexto sócio-político do país latino-americano”.
“Graças aos relatórios de inteligência, o Governo nacional manteve a calma e a serenidade diante dos episódios denunciados. O relato era pouco convincente e os argumentos não encaixavam no contexto sócio-político do país latino-americano”, diz o texto publicado pela Casa Rosada.
Segundo o governo de Milei, “faz tempo que a democracia boliviana está em perigo”. Porém, “não por um golpe militar, mas porque historicamente os governos socialistas derivam em ditaduras”, acrescentou o texto.
A nota acusa também o partido governante na Bolívia, Movimento ao Socialismo (MAS) de controlar os poderes Legislativo, Judiciário, Executivo e as Forças Armadas do país.
A Casa Rosada afirmou ainda haver mais de 200 “presos políticos” na Bolívia, incluindo Jeanine Áñez, que assumiu interinamente a presidência após a renúncia de Evo Morales e do ex-governador de Santa Cruz, Luis Fernando Camacho.
Ontem, inclusive, Morales declarou que “o presidente Arce mentiu para o povo boliviano e para o mundo. É lamentável que seja utilizado um assunto tão delicado, como a denúncia de um golpe. Diante dessa realidade, devo pedir desculpas à comunidade internacional pelo alarme gerado e agradecer a solidariedade ao nosso país”.
Arce e Morales, fundadores do MAS, eram aliados mas se tornaram adversários nos últimos meses. Na quarta-feira, no entanto, o ex-presidente chegou a reconhecer a tentativa de golpe de Estado. “Convocamos uma manifestação nacional em defesa da democracia diante do golpe de Estado que está sendo planejado pelo general Zuñiga”, escreveu Morales, em publicação no X, em referência ao ex-comandante do Exército, que acabou preso.
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