Venezuela: Oposição e Elon Musk distorcem gráficos da TeleSUR para impulsionar acusações de “fraude”

Musk compartilhou um gráfico da TeleSUR que apontava oito candidatos da oposição venezuelana com 4,6% dos votos cada, enquanto o índice corresponde ao percentual que obtiveram juntos

Reprodução/TeleSUR

do Geopolitical Economy Report

Venezuela: Oposição e Elon Musk distorcem os gráficos da TeleSUR para impulsionar acusações de “fraude”

por Benjamín Norton, jornalista independente e editor do Geopolitical Economy Report

*A primeira parte da reportagem já foi publicada pelo GGN. Confira outros detalhes importantes:

Para sustentar que houve uma fraude eleitoral nas eleições de 28 de julho na Venezuela, a oposição apoiada pelos Estados Unidos utilizou uma outra tática enganosa, distorcendo os gráficos publicados pelo veículo de comunicação TeleSUR.

Na sua campanha de desinformação, a oposição de direita da Venezuela recebeu uma grande ajuda de Elon Musk, o oligarca bilionário e proprietário do Twitter (agora conhecido como X.com).

Musk recebeu milhões de dólares em subsídios do governo dos EUA, ao mesmo tempo que prestou assistência aos militares ucranianos e ajudou as operações de desestabilização dos EUA no Irã. O empresário também apoia ativamente a atual campanha presidencial de Donald Trump.

O CEO da empresa Tesla ainda apoiou um golpe de Estado liderado pela extrema-direita em 2019 contra Evo Morales, o presidente socialista democraticamente eleito na Bolívia. Após o golpe, um crítico no Twitter acusou “o governo dos EUA [de] organizar um golpe contra Evo Morales na Bolívia para que [Musk] pudesse obter o lítio do território”. O oligarca respondeu: “Vamos atacar quem quisermos! Aceite isso.

Elon Musk Golpe de Estado na Bolívia

Um dia antes das eleições de 2024 na Venezuela, Elon Musk tuitou apoio entusiástico à líder da oposição de extrema-direita, María Corina Machado, que apelou repetidamente à intervenção militar dos EUA para derrubar o governo venezuelano de Nicolás Maduro.

Após a votação, Musk repetiu as alegações infundadas da oposição, sustentando que houve “fraude eleitoral por parte de Maduro”.

Como prova, Musk e várias figuras da oposição venezuelana apontaram um gráfico da TeleSUR, emissora progressista financiada por diversos governos latino-americanos e com sede em Caracas.

Um designer gráfico da TeleSUR cometeu um erro e criou um gráfico que mostrava os demais candidatos da oposição com 4,6% dos votos cada. Na verdade, houve 10 candidatos nas eleições presidenciais da Venezuela e oito figuras menores da oposição receberam apenas 4,6% juntos.

Parte desta confusão se deu pela linguagem utilizada no anúncio do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela. Em coletiva de imprensa na noite do pleito, o presidente da CNE, Elvis Amoroso, informou que Maduro obteve 51,2% dos votos, contra 44,2% de Edmundo González, e acrescentou que os “outros candidatos” obtiveram 462.704 [votos], 4,6%.

Na coletiva e também em um comunicado, a CNE agrupou os outros oito candidatos. O designer gráfico da TeleSUR não especificou que esses 4,6% foram distribuídos entre os oito candidatos.

Embora este erro tenha sido claramente um problema grave na transmissão da TeleSUR, não constituiu qualquer prova de fraude eleitoral.

Em contrapartida, observadores internacionais, como os da National Lawyers Guild dos EUA , disseram que monitoraram o processo eleitoral na Venezuela que foi livre e justo.

Continue lendo a reportagem completa…

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