O que levou até pessoas supostamente informadas a se envolver com Bolsonaro, comentário de Bo Sahl

Por Bo Sahl
comentário no post A carta de Bebianno é a consagração do baba-ovo na vida nacional, por Luis Nassif

“O que dá nesse pessoal?”
(that is the question…)
Esta é a questão mais ENIGMÀTICA que existe na criação e eleição de um “mito” tão tosco quanto este alucinado adolinquente que ocupa o executivo desta malsinada nação de mais de 5 séculos, “deitada em berço esplêndido”.
Sobreviver à um “messias” (que em sua alucinação, dá cada vez mais sinais de se acreditar assim), embora nos custe caro, é menos complexo do que compreender esta questão de milhões de pessoas simplesmente louvarem tal “mito”, frequentemente contra tudo e contra todos (ou ‘acima de”…).
“Mito” remete a tudo menos algo real, concreto, verdadeiro, consistente, com sinônimos tais como: quimera, mentira, lenda, devaneio, fantasia, ficção, desatino…
Muito mais importante que entender Bozo (perda de tempo) é entender seus fiéis devotos, pois expõe uma loucura coletiva, mais grave do que a de tal indivíduo, marcada por uma vida improdutiva, a menos de suas bestificantes confusões, sem esquecer que SEMPRE viveu de dinheiro PÚBLICO.
Há anos que tal “fenômeno” intriga corações e mentes que desejam o bem estar e a prosperidade para nossa gente brasileira.
É certo que algumas explicações são percebidas, mas nem todas. E sabemos que para se resolver um problema é preciso entendê-lo.
Na Alemanha de Hitler, a adoração de boa parte da desenvolvida população à pessoa (psicopata) acima da própria nação, foi (tardiamente) entendida como a crença (sempre ela) da promessa de redenção pela humilhação sofrida na primeira guerra. Sim, há outras razões, de caráter mais restrito, mas esta é a mais abrangente.
Neste braZil (entendido como a deturpação de Brasil), de ~55% do eleitorado, as razões já conhecidas são:
1) A mente fascistóide de ultra direitistas, um resquício que sempre existe (no mundo), supondo que sejam em seu estado “puro”, uns 15% (pontos).
2) Os conservadores da nossa Casa Grande, que viram no “mito” (mais) uma chance de sobrepor seus interesses aos da sociedade brasileira (braZil sobre Brasil). Outros 15%? (pontos)
3) Os anti-petistas, emocionalmente afetados por muitos e muitos anos de campanhas manipuladas e deturpadas, tipo mensalão, petrolão, lavajato, saúde, educação e segurança “federais”, usurpação de movimentos de passagem grátis, etc., em conjunto com o abafamento (“escondimento”) dos sucessos de governo (“se não deu no JN, não existe”).
4) Tudo isso acima alavancado por:
a) Novo uso científico de redes de fake news, disparos em massa e similares
b) Poder e dinheiro farto de interesses estrangeiros aos quais aliar-se à um louco qualquer, marionete que os atenda, seja melhor do que alguém que se disponha a proteger os interesses da sociedade brasileira.
Tudo isso está entendido.
Mas o fanatismo de gente que todos nós conhecemos(íamos) e convivemos (íamos), que supomos terem valores semelhantes aos nossos, amigos, colegas e familiares, que se transformaram em torcedores fanáticos, dispostos à brigar, xingar e abrir mão de relações antigas e/ou familiares, e que continuem num aparente estado de negação a toda esta situação evidentemente caótica, conflitiva, binária, e SEM RESULTADOS, ou melhor, com piora nos resultados ainda não está esclarecida.
Embora em (lenta) redução numérica, compensa tal redução por mais barulho e agressividade.
Aí corremos riscos semelhantes aos de 1964, onde minorias barulhentas como famílias por deus e “liberdade” (suprimida imediatamente após), desmentidas pelo próprio Ibope da época, que dava apoio ao governo democraticamente eleito e confirmado pelo voto popular do “sim” ao presidencialismo.
Um país conduzido não pela vontade (e necessidade) popular, mas “NO GRITO” de minorias privilegiadas e zumbis que lhes admiram com a inveja e o deslumbramento, de que não passam além.
Dos países grandes e ricos do mundo, estamos restando como o único que não sai desta lama do atraso.
Dos Brics, Rússia, China e Índia já alcançaram pelo menos o desenvolvimento tecnológico e militar (cibernética, domínio atômico, espacial). Etal desenvolvimento vai reduzindo a pobreza de suas sociedades.
Restamos nós e a África do Sul, que fora ouro e diamantes, está longe da riqueza dos demais (curiosa a tardia introdução do seu “S” no BRIC).
As chaves para sairmos desta vergonhosa situação, da qual países destroçados pela guerra, atraso e pobreza reverteram em poucas décadas (Japão, Alemanha, Rússia, China e até Cingapura, Taiwan, Coreía, Vietnam…) está em:
1) Extirpar ou transformar nossa medíocre e traidora elite numa verdadeira condutora ao nosso desenvolvimento e bem-estar. Isto inclui os grupos que estão no poder desde a míRdia até as mais remotas fazendas que pouco oferecem à sociedade além de números, passando por tantas instituições corruptas, já aqui tantas vezes listadas.
2) Conscientizar nosso povo além do voto, deturpado por tantos artifícios controlados pelo poder e pelo dinheiro de tão poucos, associados a interesses externos. Por isso precisamos entender porque este povo decidiu por 55 a 45 * por tamanho desastre.
Para que ele seja logo interrompido.
E não mais se repita.

PS: Consideradas as décadas de campanhas de míRdia, idem de disparos de fake news, a intensa manipulação de informações (e até de conhecimento, vide terraplanismo!), o conjunto de interesses de uma elite medíocre e seus sócios ou chefes externos e a enorme concentração de renda e (des)preparo sócio-econômico-educacional do “resto”, pode-se considerar que, apesar disso tudo, 55 x 45 ainda não nos deixa longe de termos uma maioria consciente, Se a (re)virada vai acontecer em breve ou daqui a uma ou duas gerações é algo que nem todos vão poder ver e viver. Mas fica a torcida.

Luis Nassif

11 Comentários

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  1. A Globo coloca e a Globo tira, parece que a ordem de derrubar já foi dada…
    No debates/entrevistas dos candidatos na Globo, lembro que Nassif dizia: Meu Deus, o que a Globo quer, sendo benevolente com Bolsonaro e detonando Haddad.
    Não culpo meus amigos e conhecidos por terem votado em Bolsonaro (e digo isto a eles), culpo a mídia, principalmente a Globo, que sabia (ou tinha obrigação de saber) quem era Bolsonaro, mas nunca se interessou em mostrar aos seus expectadores as mazelas deste deputado.

    1. Desde (pelo menos) FHC que a Globo promove quem quer que seja o candidato, mesmo que um chipanzé, que tenha a chance de derrotar um candidato progressista ou defensor efetivo da soberania do país, comportando-se como a assessoria brasileira do governo e interesses americanos, plantada desde os tempos de ajuda na implantação “Time-Life” da “rede” em 1965, apenas 1 ano depois do golpe militar, que eles mesmos chamaram de “triunfo da democracia” (parafraseando o filme de Riefenstahl?), ou ‘revolução” ou golpe “constitucional”, seja lá o que estas p#rr@s signifiquem e deixem saudades aos golpistas zumbis de hoje.
      E foi “aparelhada e treinada” para fazer isso com a competência e “padrão de qualidade” de uma “campeã de audiência”.
      Paradoxalmente, Bolsonaro pode viabilizar a perda deste “status”, com a RedeTV, Band, SBT e Record e outras concorrentes.
      A ver.

    2. Discordo de você. Nesse episódio a Globo fez o que sempre fez: atacou os interesses do Brasil e seu povo em nome dos interesses dos ricos e privilegiados daqui e de fora.
      Sempre foi assim. SEMPRE.
      Culpo esse povo burro, sejam amigos, conhecidos e parentes, que em quase 60 anos de TV Globo não aprendeu o ensinamento do saudoso Brizola: “se a Globo defende uma coisa, quase certamente o correto é o oposto”.
      Quase 60 ano e esse povo burro prefere continuar acreditando na Globo e agindo como idiotas.

  2. O Brasil está com a vida empenhada na luta contra o vírus mortal, o Bolsonaro tá empenhado na campanha presidencial de 2022.
    Que falta de solidariedade com a população, $r. Bolsonaro.
    Ele já mostrou ao que veio quando abandonou os Brasileiros à propria sorte na província chinesa onde o vírus se manifestou primeiramente.

    Tenho um primo que se formou em História. O Moleque sabe muito. Era Anarca, adepto da revolução proletária violenta. Vê me acredita que o Doido votou no Bolsomerda?
    Agora, ele tenta justificar seu voto no Coiso dizendo que votou nele para que as contradições sociais se intensificassem e a Revolução Proletária se desencadeadas com a Vitória do progresso sobre a ignorância e a miséria. Agora diz que o PT é um partido que quer apenas administrar a crise burguesa. Mas na eleição, quando eu tentei mudar o voto dele, ele falava que o Mito era honesto e os petistas, corruptos.
    Ele se arrebanhou. E a multidão age por instinto, não racionalmente.
    Assisti ao filme Nuovo Cinema Paradiso Grande Alfredo, grande Totó.
    A propósito, quem é o Protagonista?
    Ladri di Biciclete
    Se na Itália tá assim, imagina no Brasil do Bolsa de merda, no auge do surto. Eu não quero nem pensar
    Nossa Senhora, roga a Deus por nós, que estamos desnorteados nesse Vale de Lágrimas e mostra-nos o Nazareno depois desse desterro, apesar da nossa indignidade
    Solitude, Black Sabbath
    Here comes the Sun, Beatles
    Sun is shining, Bob Marley & The Wailers

  3. Com o Bolsonaro no governo, o Pink Floyd passou a imperar no Brasil, mas não com Vera Lynn (Sunny Days) mas com Gooddbye, Blue Sky

    Forze, Italiani!

    Bella, Ciao

  4. Passa pela minha cabeça que a palavra mito, que tanto gritam as multidões, possam ser ouvidas e interpretadas por nós como: me, tu. Você sou eu. O Nassif já escreveu aqui que eleição do Bolsonaro é a desforra do cidadão comum. E também a propaganda diária contra o governo Lula ajudou muito neste processo, pra maioria das pessoas os jornais da tv são incontestáveis. Eles não se dão conta da manipulação. Não ser tão manipulado requer alguma reflexão, e este trabalho muitos preferem terceirizar a outros.

    1. Esse comentário me trouxe Titãs à mente:

      Televisão
      (Titãs)

      A televisão me deixou burro, muito burro demais
      Agora todas coisas que eu penso me parecem iguais
      O sorvete me deixou gripado pelo resto da vida
      E agora toda noite quando deito é boa noite, querida.

      Ô, Cride, fala pra mãe
      Que eu nunca li num livro que um ESPIRRO FOSSE UM VIRUS SEM CURA
      Vê se me entende pelo menOs uma vez, Criatura!

      Ô, Cride, fala pra mãe!

      A mãe diz pra eu fazer alguma coisa mas eu não faço nada
      A luz do sol me incomoda, então deixa a cortina fechada
      É que a televisão me deixou burro, muito burro demais
      E agora eu vivo dentro dessa jaula junto dos animais

      Ô, Cride, fala pra mãe
      Que tudo que a antena captar meu coração captura
      Vê se me entende pelo menos uma vez, Criatura!

      Ô, Cride, fala pra mãe!

  5. Muito bom Bo Sahl.
    Mas parece que a burrice bozonara é tão contaminante como o tal covid-19.
    Alguns vão se recuperar, mas muitos continuarão sua fé no mito para não admitir que não passam de uns ASNOS.

  6. Caro Bo Sahl
    Uma pequena correção: Não é “Desde (pelo menos) FHC”… e sim “Desde (pelo menos) FCM”…”O caçador de Marajás”.
    Lembram da lambança da “Virgem platinada do cabaré”. Eu não voto mais em presidente com o primeiro nome sendo Fernando, não traz boas recordações e nem Jair.

  7. O nome disso é BURRICE. Qualquer pessoa com dinheiro e tempo pode ter cursos superiores, mesmo mestrado e doutorado. Não significa SER superior em inteligência. Pode mesmo passar em concurso público se tiver boa memória. Isto se verifica na biografia do Sérgio Moro, que no cúmulo da burrice se enrolou em um governo mesquinho, talvez pela simples promessa de receber um cargo vitalício superior ao que tinha.
    Ainda, qualquer pessoa sem muita inteligência, mas com tenacidade e espírito desonesto pode se tornar bilionário, como o veio da Havan. Basta conseguir distribuir um pouco de dinheiro pelas pessoas certas nos lugares certos.

  8. A corrupção no Brasil veio com os portugueses qdo estabeleceram uma colônia onde o objetivo era única e exclusivamente levar suas riquezas para outras bandas, perpassou por todos os governos desde a proclamação da República e culminou com a sofisticada intervenção “anticorrupção” que não tinha outro objetivo senão dominar esse lucrativo “negócio”. Assim, a corrupção foi implantada no gen “jeitinho brasileiro” que assola a todos nós!

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