“A classe média é uma abominação política, porque é fascista, é uma abominação ética porque é violenta, e é uma abominação cognitiva porque é ignorante”. Marilena Chaui – 2013.
2019 – A derrota da Revolta Cashmere, por Sergio Saraiva
No fechamento do ano de 2014 escrevi o texto ”A revolta cashmere”.
Descrevia o momento em que os brancos se rebelaram contra o processo democrático que mantinha o PT no poder havia uma década e decidiram que não aceitariam mais os resultados das urnas.
Em que se apoiavam para tal insurreição? Em uma pretensa superioridade moral. Eram honesto e buscavam o melhor para a nação brasileira.
Em 2016 estavam vitoriosos – voltavam ao poder na esteira do impeachment da presidente Dilma Rousseff. Um ano depois, a vitória se consolidava – Lula preso.
E então, o que os brancos fizeram no poder?
Afundaram o país em uma recessão que parece não ter fim.
Nada diferente a esperar – jamais tiveram um projeto de pais. São apenas os brancos e esse é o Brasil dos brancos.
Pior do que isso. Destruíram de tal modo a representação política que acabaram por destruir também o partido que os representava – o PSDB. Alguém sabe o que foi feito do PMDB e do DEM?
Abandonaram o político com cara de gerente e colocaram no poder alguém que é a sua cara – mas no qual não se veem representados.
E, no entanto, se tomarmos a definição da professora Marilena Chaui, Bolsonaro é a mais perfeita tradução da classe–média brasileira.
Enfim, com 2019, vai-se também a pretensa superioridade moral que os brancos arrotavam. O pais está pior hoje do que estava com o PT. O país tornou-se desonesto institucionalmente. Voltou a ser a república dos hipócritas.
Não há porque esperar qualquer melhora no curto prazo. O ano de 2020 consolidará o fracasso do Golpe iniciado ainda em 2013 com as tais Jornadas de Junho.
A Revolta Cashmere deu em merda – dia sim, dia não.
Restou aos brancos uma única indagação: e o Lula, hein?
PS: o Lula está livre, babaca.
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