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Vautrin
- 2018-11-26 05:32:25Autonomização, apropriação e exercício dos saberes
Técnica, Política, Economia e Direito...
. "... o ser tende ao não ser, na medida em que lança as bases para sua superação. (...) a separação entre técnica e política, que, conforme sustentamos até aqui, existe, também é impossível. Exemplifica-o a atuação dos chamados think tanks na elaboração de políticas públicas... Os números desse tipo de entidade são impressionantes, e sua implicação no saber de Estado não é algo que se procure esconder."
. Modo de produção e "profissionalização de campos de saberes específicos"
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O texto abre um amplo e rico painel no entrelaçar desses temas, cuja oportunidade merece ressaltada, e sobre o qual pode ganhar nitidez a seguinte momentosa questão, projetada por Kobi Michael in Military Knowledge and Weak Civilian Control... (Project MUSE, Scholarly Journals):
“The systematic development of military knowledge turned the military echelon into an “epistemic authority” in the eyes of the public and the political echelon… In the absence of both similar processes of knowledge development among civilian institutions (which basically are less appreciated by the public and the political echelon) and the lack of a permanent, professional, staff in the … government, the knowledge gap between the military and the political echelons was broadened. The discourse between the echelons became an “unequal dialogue”.
Considerando-se o quanto implica o modo de produção na compartimentação, autonomização, apropriação e exercício dos saberes, considerando-se também uma separação superada entre técnica e política, no exemplo dos think tanks --
"Operating on a budget of £1.9 million (US$2.4 million), the secretive Integrity Initiative consists of "clusters" of local politicians, journalists, military personnel, scientists and academics. The team is dedicated to searching for and publishing "evidence" of Russian interference in European affairs, while themselves influencing leadership behind the scenes, the documents claim. (...) According to the Anonymous leak, major plans to expand the sphere of influence throughout eastern Europe, the US, and Canada, as well as the MENA region, are allegedly underway." (https://on.rt.com/9j5t)
-- talvez importasse refletir sobre até que ponto uma academia apostada na compartimentação e autonomização dos saberes tem futuro, como também sobre que futuro há em um modo de produção de saberes não compartimentados, não autonomizados. Talvez a combinação do sonho de Bolonha com o moderno modo de produção não só tenha sacrificado as artes liberais, seja a causa de pesadelos. e precise despertar a academia.
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"knowledge development among civilian institutions".
Ainda sobre o futuro do saber compartimentado autoritativo, quanto a sua legitimidade e sua capacidade de explicar a realidade vertiginosa de nossos dias. Tomemos por exemplo os recentes incêndios florestais na Califórnia (duas imagens):
A qual saber acadêmico autoritativo competiria uma explicação em caso de dúvida, isso é incerto, mas dificilmente seria compartimentado. O vídeo abaixo (The Reason for the California Fires's The way I see it!) foi publicado por uma senhora anti-marxista instada por seguidores em razão precisamente de seu conhecimento não compartimentado, e se ela estivesse na academia seria difícil imaginar onde procurar suas aulas.
[video:https://youtu.be/7iIRpZVtOT4]
Rui Ribeiro
- 2018-11-26 01:40:04O direito é uma esfera eminentemente politica
O direito, campo de atuação do $érgio Moro, é uma esfera eminentemente politica, ja que um mesmo dispositivo pode ter interpretacoes contraditorias
e mutuamente excludentes. Há um dispotivo constitucional segundo o qual ninguem será à prisão ou nela mantido quando a lei admitir a liberdade provisoria. Esse dispositivo, que veda aexecução provisória da pena de prisão foi usado pelo $upremo Ministro Roberto Barroso, num malabarismo juridico incrivel, justamente para prender réus antes do transito em julgado da sentenca penal condenatoria. Isso mostra que o direito é uma esfera eminentemente politica.
Em regra, as relacoes de troca se dão entre pessoas iguais. Mas há uma exceção, a troca entre o capitalista e o trabalhador não é uma troca entre individuos iguais, pois um é dono dos meios de produção, o outro é dono apenas de sua força de trabalho. O beneficio extraido da troca entre capitalista e trabalhador é mais vantajosa para o capitalista. Segundo Adam Smith o capitalista nao contrataria o trabalhador se nao esperasse receber uma quantia superior à que investiu na contratação do operario nem investiria um grande volume de capitais em vez de um pequeno volume se seu lucro nao fosse proporcional ao volume do capital investido.
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Rui Ribeiro
- 2018-11-26 13:13:14A liberdade de interpretação do direito torna-o político
na obra Utopia, Thomas Morus escreveu:
"Vejam, diriam, como este bom príncipe violenta seu coração ao vender tão caro o direito de prejudicar o povo. (O Moro percebe mensalmente renda superior ao teto constitucional e aos salários nababescos dos $upremos Mini$tros cagões).
Outro ainda, enfim, aconselha ao monarca ter à disposição juizes sempre dispostos a sustentar, em todas as ocasiões, os direitos da coroa. Vossa Majestade, acrescenta ele, deveria chamá-los à Corte, e persuadí-los a discutir, perante a vossa augusta pessoa, os próprios negócios reais. Por pior que seja uma causa, haverá sempre um juiz para julgá-la boa, seja pela mania da contradição, seja por amor da novidade e do paradoxo, seja para agradar o soberano. Então, uma discussão se trava; a multiplicidade e o conflito de opiniões embrulham uma coisa de si mesma muito clara, e a verdade é posta em dúvida. Vossa Majestade aproveita o momento para resolver a dificuldade, interpretando o direito em proveito próprio. Os dissidentes se submetem à opinião real por timidez ou por temor, e o julgamento é dado, segundo as formalidades, com franqueza e sem escrúpulo. Faltarão jamais ao juiz, que dá uma sentença a favor do príncipe, os necessários galhardões e propinas na surdina? Não há, no texto da lei, a liberdade de interpretação, e, acima das leis, para um juiz religioso e fiel, a prerrogativa real?"
Por isso, o Moro não fará uma atuação técnica, mas uma atuação eminentemente política, tal qual fez na Lavajato. Num ato falho, o Camundongo de Curitiba, escorregando na casca da sua própria banana, disse:
"Eu não sou um político que... minto. Desculpe. Com todo respeito aos políticos. Mas assim, bons e maus políticos. Mas existem maus políticos que, às vezes, faltam com a verdade. Eu não tô faltando com a verdade.”
Se existem maus políticos, que às vezes, faltam com a verdade, o $érgio Moronão falta com a verdade.