Em lance ousado, Bolsonaro chama a crise para si
por Gilberto Maringoni
O traço principal da demissão de Luiz Henrique Mandetta embute uma arriscada aposta de Bolsonaro. Para aqueles – como eu – que o julgavam um “ex-presidente em exercício” -, a manobra é surpreendente e desmente prognósticos anteriores.
Bolsonaro assume o comando da cena, dispensa intermediários e chama a crise para si. A partir de agora, sua aposta é que a indiferença social e a irracionalidade militante dos 30% que o apoiam sustentarão a carga contra as pilhas de cadáveres que começam a se amontoar pelo país.
No plano psicológico pode ser doentio, na esfera moral é algo indefensável, mas no campo da disputa política, a tacada é ousada.
SEGUNDO O DATAFOLHA, 68% desaprovam a saída do ex-ministro da Saúde. Para 25%, o presidente agiu bem. O UOL informa ainda que “O levantamento aponta um empate técnico entre aqueles que acreditam que a condução da emergência sanitária pelo Ministério da Saúde sem Mandetta irá piorar (36%) ou melhorar (32%)”. Mais adiante, o portal destaca: “Sua aprovação oscilou positivamente, dentro da margem de erro, de 33% no levantamento feito de 1º a 3 de abril para 36% agora”.
Ou seja, o bolsonarismo não se moveu para além da margem de erro, o que se constitui em vantagem para o chefe do Executivo. Repito o que sempre digo aqui: Bolsonaro não é burro, não cometeu estelionato eleitoral e entrega o que prometeu: violência, demofobia e forte disputa ideológica. É isso o que faz ao separar salvar vidas de desempenho econômico. Prega uma disjuntiva palatável para as grandes maiorias, mas sem lógica real.
MAS – ENFATIZO – A APOSTA É ARRISCADA. A infecção pelo coronavírus já entrou em galope acelerado pelo país. O número de mortes dobrou em dez dias e a progressão deve aumentar daqui para a frente, com seguidos incentivos ao fim do isolamento.
Uma janela se abriu para a disputa política e um setor das classes dominantes se descola da extrema-direita, diante do terror logo à frente. Disputa política só se pode fazer agora com uma ampla frente antibarbárie. Os que buscam delimitar amplitude ou não de alianças políticas agora parecem não ver a direção da investida principal: deter o Boçal a qualquer custo.
O depois é o depois.
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O coiso fez um contrato com os evangélicos pastores do dizimo, foi convencido de ter o corpo fechado. O oráculo na antiga Grécia quando consultado pelos soldados indo para a guerra repetia sempre o mesmo bordão e a interpretação estava apenas na colocação da vírgula, dizia:” ibi redibis,,,,,non,,,,,,morieris in bello.”
Pois é. O canalha mor, em mais uma bravata, garante que assume a responsabilidade em caso de uma escalada na tragédia.
Pergunto: Que preço este insano estará disposto a pagar caso ocorra aqui (e vai ocorrer) a mesma barbaridade ocorrida nos EUA devido a ireesponsabilidade do patrão, o Trump?
O que irá fazer? Jejuar pelos mortos ao lado de maucedo e malacheia? Aumentar R$3,00 nas aposentadorias dos velhos sobreviventes?
Na realidade fará o que dele se espera: Negar que disse o que disse, atribuindo a fakes da imprensa “malidicenta” e jogando a merda nas costas do bucha que assumiu o MS.
Quase concordo com o artigo quanfo não enxerga burrice neste sujeito. Realmente nao é burro, é um doente mental extremamente perigoso.
Essa hiena miliciana infeliz, deve estar sendo chantageada. Imbecilidade tem limites.
FORA BOLSONARO E TODAS AS SUAS QUADRILHAS. MOROLOIDE ET CATERVA.
Ninguém me convence de que os milicos é que estão no poder, manipulam o Bozo e a opinião pública desde a fakada, concebida e executada por eles. O projeto deles é um país com estado mínimo, onde só cabem no orçamento estatal a elite do funcionalismo (na qual se incluem) e os gastos militares. Foram os únicos a ficar fora da reforma da previdência. O vírus veio a calhar, pois vai causar uma mortandade enorme entre aqueles que precisam do estado, pobres, negros, velhos e segurados da previdência. Ao final do processo o país vai estar mais branco, “limpinho e cheiroso”. O estado quebrado vai acelerar a venda das estatais e do patrimônio público. É o velho projeto privatista e antinacional que vinha disputando espaço (perdeu para os desenvolvimentistas durante ditadura e agora é hegemônico) desde a década de 50 no Clube Militar. Entreguismo fantasiado de verde-amarelo, o patriotismo feito de signos vazios, iconizado, agora com penetração na massa através das igrejas evangélicas. Uma espécie de fascismo fake, sem a base econômica e cultural do fascismo original, que vai ser a base da dominação ideológica do capital financeiro no mundo daqui pra frente. É com essa concepção geopolítica que os militares brasileiros se alinham e que vai ser hegemônica no mundo pós pandemia.
Para os que acham que a doença não tem corte de classe, deveriam olhar as últimas pesquisas.
Para quem não acredita no grupo Folha, dar uma tacada com base em pesquisa feita por telefone, com menos de duas mil pessoas, é coisa de mentecapto. Mas, isso, ele é!