Flexibilidade fiscal e solidariedade: entenda as saídas globais para a crise

O ponto central são as dúvidas em relação ao estoque de instrumentos dos bancos centrais para enfrentar a recessão global que se avizinha rapidamente

Medidas

Houve uma série de medidas coordenadas dos principais Bancos Centrais.

Nos EUA, no domingo, o FED cortou 100 pontos base das taxas de juros, que ficaram entre 0% e 0,25%, e a promessa de injetar mais US$ 700 bilhões no mercado. Com isso, os rendimentos de papéis do Tesouro de 10 anos caíram para 0,68%, contra 0,95% no final de sexta-feira. Seguiu-se o Banco do Japão com a promessa de aumentar as compras de fundos negociados em bolsa e outros ativos de risco e ajudar as empresas em dificuldades a ter acesso a crédito.

Em todos esses casos, a redução nos rendimentos dos papéis do Tesouro reflete o movimento de fuga em direção à segurança. Em relação a 19 de fevereiro, as ações despencaram 20% nos EUA.

Houve reflexos no câmbio. O dólar caiu 1,4% em relação ao iene japonês em 106,37. O euro ficou estável em US $ 1,1123.

Mesmo assim, não foi suficiente para acalmar os mercados. Mesmo porque a guerra do petróleo caminha a pleno vapor, depois do anúncio da Arábia Saudita, de que reduzirá seus preços para US$ 25,00 para tirar clientes do petróleo russo.

Além disso, criou-se o paradoxo do medo. Os bancos centrais tomam medidas para acalmar os mercados. O mercado lê as medidas como sinal de um aumento da crise, sobre o qual não foram informados. Em vez de acalmar, as medidas provocam tensão.

O petróleo Brent caiu US $ 1,31 por US $ 32,54 por barril, enquanto o petróleo americano caiu 78 centavos para US $ 30,94 por barril.

Indicadores

Os futuros EUROSTOXX 50 caíram 3,4% e os futuros de FTSE outros 2,7%. Os futuros de E-mini para o índice S&P 500 atingiram seu limite mínimo nas primeiras quinze horas na Ásia.

O S & P / ASX 200 da Austrália despencou, terminando em queda de 9,7% em sua queda mais acentuada desde o acidente de 1987.

O índice de ações da MSCI na Ásia-Pacífico fora do Japão caiu 4%, enquanto o Nikkei caiu 2%.

As blue chips de Xangai caíram 3%, mesmo quando o banco central da China surpreendeu com uma nova rodada de injeções de liquidez no sistema financeiro. O índice Hang Seng de Hong Kong caiu 3,4%.

As dúvidas

O ponto central são as dúvidas em relação ao estoque de instrumentos dos bancos centrais para enfrentar a recessão global que se avizinha rapidamente.

Da China veio a informação de que a produção industrial caiu 13,5%, as vendas no varejo 20,5%, e os investimentos em ativo fixo caíram 24,5%, pior do que as previsões mais pessimistas. E as estatísticas não captaram os efeitos totais dos bloqueios econômicos, que só começaram a partir de 23 de janeiro

No domingo, economistas do Goldman Sachs previram crescimento zero para os EUA no primeiro trimestre, e redução no segundo, enquanto começam a crescer apostas de que a economia chinesa terá encolhimento de 2 ou 3% no primeiro trimestre.

Às 14h GMT haverá uma teleconferência entre os líderes do G7, o grou dos 7 países mais industrializados.

O ponto positivo ressaltado pelo mercado, através de seu maior porta-voz, o Financial Times, foram duas tendências que estão se tornando majoritárias.

A primeira – sinalizada pela Comissão Europeia – de relaxamentos das regras fiscais e limites de intervenção dos Estados, conferindo aos governos nacionais a maior liberdade possível. A segunda, a ênfase na solidariedade.

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