Mauro Santayana: Não se fazem grandes nações sem grandes bancos públicos

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Por Mauro Santayana

A Odebrecht e o BNDES

No La Onda

Nos últimos dias, diários e portais jornalísticos vêm dando ênfase à informação de que os empréstimos do BNDES para a Odebrecht haviam disparado de 2007 até agora, e que os diplomatas brasileiros que prestam serviço na Venezuela e em outros países teriam apoiado a empresa e celebrado, em comunicados e correspondências internas, o fato de seus negócios no exterior terem aumentado nos últimos anos. 

Chamam a atenção sobre isso como se houvesse algo irregular nesses dois fatos.

Primeiro lugar, no fato de que o nosso maior banco de fomento, que leva em suas siglas os adjetivos “econômico” e “social”, financie clientes internacionais da maior empresa de engenharia e construção da América Latina, a aquisição de produtos e serviços brasileiros.

Logo, na ação dos diplomatas brasileiros, apoiando a expansão de empresas nacionais no exterior, como o fazem cotidianamente os embaixadores e encarregados de negócios norte-americanos em todo o mundo, como se pode ver em centenas de documentos secretos revelados pelo Wikileaks.

De acordo com os dados levantados, os financiamentos do BNDES a clientes da Odebrecht no exterior haviam superado uma média de 166 milhões de dólares por ano, de 1998 a 2005, a um bilhão de dólares em média de 2006 a 2014.

Uma quantia que equivale a um percentual – como o próprio artigo acaba informando mais abaixo – de apenas 8,4% dos contratos totais da Odebrecht fora do Brasil no período, que totalizaram 119 bilhões de dólares, em sua maioria emprestados por bancos internacionais – o que mostra também que o BNDES não é o único a ter confiança na empresa – para o financiamento da execução de projetos dos seus clientes em outros países.

Para se ter uma ideia, os recursos do BNDES para financiar os pagamentos à Odebrecht alcançaram, em 2014, apenas 7% dos 14 bilhões de dólares que a empresa faturou no ano passado.

Entretanto, ao ler o artigo, muitos leitores podem chegar a pensar que esse aumento foi só para a Odebrecht, ou, como dizem muitos colunistas e movimentos de oposição, que o BNDES está investindo muitos recursos fora do país em vez de aplicá-los em projetos dentro do Brasil.

Isso seria verdade se o BNDES tivesse retirado do seu orçamento histórico, sem aumentá-lo, o dinheiro para as obras realizadas pela empresa no exterior nos últimos anos, e se essas obras não tivessem criado milhares de empregos para brasileiros, dentro e fora do país.

Mas o que ocorreu foi exatamente o contrário.

Os investimentos do BNDES para o financiamento de todos os setores da economia, passaram de menos de 35 bilhões de reais em 2002, a 187 bilhões de reais em 2014.

E mais, se de 1990 a 2006, em 16 anos, o BNDES EXIM, seu braço de apoio à exportação, destinou aproximadamente 23 bilhões de dólares a diferentes projetos, nos sete anos seguintes, entre 2007 e 2014, esse valor aumentou para mais de 40 bilhões de dólares – para ser mais exatos, 128 bilhões de reais, que beneficiaram não só a Odebrecht e outras grandes empresas, mas também milhares de pequenas e médias empresas brasileiras.

Outra impressão que fica no texto passa para certo tipo de público é que a Odebrecht seria uma organização “terceiro-mundista”, “comunista” e “bolivariana”, que só se expandiu no mundo graças ao apoio do PT.

Entre os projetos da Odebrecht no exterior nos últimos anos estão: o metrô de Caracas e de Los Teques, na Venezuela – o primeiro financiamento para essa obra foi do governo de Fernando Henrique Cardoso – centrais hidroelétricas e termoelétricas no Equador, Angola, Peru e República Dominicana, um gasoduto na Argentina, aeroportos “como o de Nacala, em Moçambique”, e o Porto de Mariel, em Cuba, onipresente nas críticas da imprensa brasileira há alguns meses.

Mas não se dá maiores informações aos leitores, e a toda a sociedade brasileira, sobre o fato de que a mesma Odebrecht que levantou o Porto de Mariel também realizou obras no Porto de Miami, como a infraestrutura que permitirá receber os supercargueiros que atravessarão o novo Canal do Panamá, que foi ampliado. Que se fez obras no aeroporto de Nacala, também as fez no aeroporto de Miami – o novo Terminal Norte do Miami Airport, construído pela Odebrecht, recebeu o prêmio Global Best Projects, da prestigiada revista ENR, Engineering News-Record –, e também nos aeroportos de Orlando e de Fort Lauderdale. Que se construiu o metrô da capital da Venezuela, também trabalhou em uma linha ferroviária de superfície em Miami, em rodovias como a Route 56, na Califórnia, e a SR 836/I-395, na Flórida, ou na Sam Houston e na Grand Parkway, no Texas. Viadutos como o Golden Glades e estádios como o American Airlines Arena, em Miami, centros culturais como o Adrienne Arsht Center for Performing Arts, na mesma cidade, sistemas de proteção hidráulica contra inundações, como a represa de Seven Oaks, na Califórnia, ou o LPV-9.2, que protege as estações de bombeamento do Lago Pontchartrain, na Louisiana, contra eventuais furacões.

Tudo isso nos Estados Unidos, país onde está presente desde 1990, e no qual emprega milhares de trabalhadores de 33 diferentes nacionalidades – entre eles, muitos brasileiros.

Como vemos, a situação é tão surrealista e absurda que, ainda que a capital da Odebrecht fora do Brasil seja Miami – a cidade mais conservadora dos EUA – e não Havana, seu presidente está preso e é fustigado diariamente nas redes sociais brasileiras pelo suposto “bolivarianismo” da sua empresa e as eventuais “conexões” com o PT.

Já faz algum tempo que o BNDES vem sendo violentamente atacado nas redes sociais.

O que se está promovendo através do argumento da “liberdade total” é a prorrogada, persistente e duradoura temporada de caça ao chifre em cabeça de cavalo, ou de pelo em ovo, tentando envolver o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social em alguma irregularidade.

Se transformou num lugar comum dizer que existe uma “caixa preta” no BNDES, que, se aberta, sacudiria a República – nos círculos mais ignorantes da sociedade, se mantêm vivo o mito urbano de que a família de Lula é dona da Friboi, também beneficiada por financiamentos do banco. Na verdade, o banco estatal é uma das instituições mais sérias e competentes do Brasil, e um pilar de grande importância para o desenvolvimento econômico e social do país.

Outro mito comum nos últimos tempos é que as operações do BNDES no exterior teriam aberto um rombo no tesouro e causado bilhões de dólares de prejuízos ao país.

Ao contrário do que muitos pensam, o BNDES não tem o costume de salgar a carne podre, e é uma das instituições mais sólidas do mundo.

Enquanto o índice de Basileia exige mais de 11%, o do BNDES é de 15,9%. O capital principal tem que ser de mais de 4,5%, quando o do BNDES é de 10,6%. A exposição cambial tem que ser de menos de 30%, e no BNDES é de apenas 4,8%. A exposição ao setor público deve ser de menos de 45%, e no BNDES é de 26,2%. A imobilização deve ser menor que 50%, e no BNDES, é de somente 11,4%. Os dados são de dezembro de 2014.

Seus ativos aumentaram de 782 a 977 bilhões de reais (eram menos de 43 bilhões em 2002), entre dezembro de 2013 e o mesmo mês no ano seguinte. O patrimônio líquido subiu de 60 a 66 bilhões de reais, a inadimplência se manteve num modestíssimo 0,01%, enquanto os lucros, o resultado líquido, subiu de 8,1 a 8,5 bilhões de reais no final de 2014.

O que dificulta a expansão da infraestrutura no Brasil não é a falta de dinheiro. É a ortodoxia monetária que impede o governo de se endividar eventualmente para desenvolver e inclusive para defender o país – como habitualmente o fazem nações como os Estados Unidos, que estão entre as maiores devedoras do mundo –, e diversos tipos de obstáculos e sabotagens os fatores que fazem com que obras como a hidroelétrica de Belo Monte ou a refinaria Abreu e ima enfrentem dezenas de interrupções.

O Congresso aprovou o fim do segredo em operações de financiamento exterior do BNDES – vetado pela senhora Dilma Roussef – como se a norma fosse praticada em bancos de apoio à exportação de países como a Coreia do Norte, apesar de formar parte do comportamento normal de bancos e instituições similares na Alemanha (KFW), Canadá (Banco de Desenvolvimento do Canadá), Espanha (ICO) e Japão (JFC e JBIC), para não entregar informações gratuitas à concorrência.

Não se trata de ter mais simpatia pela Odebrecht do que por qualquer empresa que gere o número de empregos que ela gera, e que tenha a importância estratégica que ela tem para o Brasil, visto que ela está à frente da construção da nossa nova base submersa, dos vários submarinos convencionais e do novíssimo submarino atômico nacional que formarão parte da frota brasileira, entre outros importantes projetos – condição também ameaçada pelos problemas que está vivendo agora.

Também é hora de que as empresas que são financiadas pelo BNDES no exterior promovam uma ação institucional coletiva para explicar ao público como funcionam os financiamentos do banco nesta área e a importância da exportação de serviços de engenharia para o Brasil e para a economia nacional, e que o BNDES faça o mesmo, já que tem o dever de render contas à população.

Mas o primeiro compromisso do jornalista é com a verdade.

E a verdade, independente dos fatos acima citados, é que não se fazem grandes nações sem grandes bancos públicos como o BNDES, para financiar seu desenvolvimento e suas exportações, sem uma diplomacia ativa em defesa dos interesses nacionais e sem grandes grupos empresariais, especialmente das áreas de engenharia e infraestrutura, que possam apoiar a venda dos seus produtos e serviços, e projetar a imagem de um país ativo e competente mundo fora – em lugares menos e mais desenvolvidos que o nosso.

Os financiamentos do BNDES no exterior garantem 1,5 milhão de empregos no Brasil, e a sobrevivência de milhares de empresas brasileiras, como as que fornecem serviços e produtos para clientes da Odebrecht no exterior, cuja lista (só das mais importantes) retirada do site da empresa, estamos dispostos a publicar depois deste texto.

São instrumentos de financiamento, apoio governamental, know-how avançado, entre outros – que distinguem os países fortes e bem sucedidos dos mais dependentes e fracos, e que abrem o caminho para o avanço de certas nações em detrimento de outras, em um planeta cada vez mais complexo e competitivo.

E existem nações que se arriscam a isso, ou que estão impedidas – infelizmente, até mesmo dentro – de alcançar o desenvolvimento e o progresso, pelo surgimento insidioso de uma quinta coluna na que desfilam, ombro a ombro, o arbítrio, a intriga, a hipocrisia, a subserviência com os de fora, a intolerância com os oprimidos, a manipulação, o auto-preconceito e a ignorância.

Tradução: Victor Farinelli 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

5 Comentários

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  1. Cara de pau….

    Igualzinho a  este golpe baixo em um assunto irrelevante ( corriqueiro até)  notem o esforço da  mesma mídia golpista ( portais Veja e G1)  para  esconder os esforços do BNDeS em ajudar o Brasil em todos  os sentidos !    Cadê os  “fdv” dos bancos privados ????

    Mesmo com a  obrigação jornalistica de divulgar as 2 medalhas de ouro do grande campeão de canoagem, Isaquias Queiroz, o baiano de Ubaitaba-BA, os sacanas deram um jeito de manipular  a  foto do evento !!  A  foto que aparece em seus sítios é a  da esquerda, com o logotipo “devidamente apagado”  conforme  o manjado, bom e  velho manual de jornalismo  golpista !!!   Tenha  a  santa paciência, JB, digo, batman !!!

  2.  
    Oderbrecht é uma

     

    Oderbrecht é uma empresa-zumbi.

    Após a Suíça quebrar o sigilo bancário, nada mais resta a ela para esconder.

    Não há defesa, apenas resta o pedido de perdão.

  3. Nassif sei que é fora de pauta mas essa vale um post no site
    Acho Valido Pesquisar e trocar informações.
    DR Genésio Pacheco da veiga, está sendo perseguido e desacreditados pelos laboratórios

    VACÍNA REUMIATICA.

    (O DR. NÃO FABRICA MAIS A VACINA, POIS O CONCELHO REGIONAL DE MEDICINA ESTÁ PERSEGUINDO O DR, E AMEAÇANDO CAÇAR SEU DIPLOMA, MAIS NÃO TEM PROBLEMA, A AUTO-HEMOTERAPIA FUNCIONA COM MECANISMOS MUITO SIMILARES, E É DE FÁCIL ACESSO E GRÁTIS PARA TODOS!)

    (“A descoberta consiste em ver o que todo mundo viu e pensar o que ninguém pensou.” – A. Szent-Gyorgyi)

    “Antes de começarmos a entrevista os senhores, se quiserem, podem chegar até a varanda e desfrutar da vista. É maravilhosa, não é?”, disse-nos o dr. Genésio Pacheco da Veiga. “O senhor pode aproveitar e tirar umas fotos, vale a pena”, sugeriu ao fotógrafo Ricardo Medeiros. Do alto de seu confortável apartamento na Praia das Castanheiras, em Guarapari, o dr. Genésio revelou os segredos da vacina que é capaz de curar doenças como artrite reumatóide, artrose, espondilite anquilosante, osteoartrite, gota, lesão por esforço repetitivo (LER), entre outras doenças do aparelho locomotor.

    Aos 91 anos de idade, e após mais de meio século de pesquisas, o cientista descobriu a vacina antibrucélica. Entretanto, o que poderia ser motivo de orgulho e reconhecimento, tem causado ao dr. Genésio constantes inconvenientes. Médicos reumatologistas, conselhos classistas e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o perseguem alegando que a vacina não pode ser usada. Eles exigem um estudo científico comparativo que comprove a eficácia da vacina. “Eu já fiz esse estudo junto com o professor José de Felippe Junior, mas eles não aceitaram. Aplicamos a vacina em 400 pacientes e obtivemos resultados positivos em mais de 80% dos casos. Isso tudo está documentado. Na verdade, sabe por que eles não liberam a vacina? Por causa dos interesses econômicos que estão em jogo.”

    Logo que concluiu o curso de Medicina, o dr. Genésio foi trabalhar como pesquisador no controle bacteriológico da peste bubônica, na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro. “Durante 46 anos no Rio, fui aperfeiçoando essa vacina até conseguir chegar num resultado altamente eficiente. Há 22 anos eu me mudei para Guarapari e adaptei essa vacina aos processos inflamatórios do aparelho locomotor”.

    O pesquisador carioca não sabe dizer quantas pessoas já foram curadas com o seu tratamento. Mas tanto ele quanto sua mulher, Norma, de 82 anos, aparentam ser donos de uma excelente saúde física e mental, que chega a impressionar. Eles asseguraram que usam a vacina há mais de 16 anos. “Nós não pegamos nem resfriado”, garantiu dona Norma. O fotógrafo Ricardo Medeiros se convenceu dos efeitos benéficos da vacina. Saiu de lá com um kit de vacina para tratar durante um ano sua LER, que o persegue há anos.
    Leia a seguir a entrevista completa do dr. Genésio e entenda por que milhares de pessoas aderiram à vacina e se dizem eternamente agradecidas ao médico.
    Século Diário: – Quais são os resultados da vacina antibrucélica no tratamento da artrite reumatóide e outras doenças do aparelho locomotor?

    Foto: Ricardo Medeiros

    Dr. Genésio Pacheco da Veiga: – Os resultados da vacina têm sido excelentes. Veja bem, o paciente procura um tratamento para o seu problema. O médico diz para ele, normalmente, que a doença não tem cura e é progressiva. Depois esse mesmo paciente me procura e eu resolvo o problema dele. Os médicos ficam possessos. Por causa dessa vacina que descobri, que contraria o interesse dos outros médicos, já fui processado uma série de vezes. Houve um caso que foi muito interessante. Eu havia curado uma paciente de Juiz de Fora (MG) que sofria de LER (Lesão por Esforço Repetitivo). E essa paciente era sempre atendida por uma médica da medicina do trabalho. Essa médica ficou sabendo que a paciente havia sido curada por mim. Ela então solicitou informações ao Conselho Regional de Medicina (CRM) para saber qual era o tratamento que a paciente havia recebido. A médica informou ao Conselho que o tratamento, embora fosse eficiente, era tóxico. O CRM, por sua vez, não realizou nenhum tipo de investigação ou pesquisa sobre a vacina, sequer me questionou sobre o fato. Simplesmente me processou no Conselho de Ética. Na verdade, foi um processo arbitrário, uma vez que não houve denúncia e nem provas contra mim. Isso é para você ter uma idéia das manobras que eles fazem para impedir meu trabalho.

    – Mas como foi que o senhor descobriu essa vacina?

    – No Fiocruz eu estava pesquisando a vacina para o tratamento da brucelose (enfermidade bacteriana generalizada de começo agudo ou insidioso, caracterizada por febre continua, intermitente ou irregular, de duração variável, debilidade, cefaléia, suor profuso, perda de peso e mal-estar generalizado. São freqüentes infecções subclínicas e não diagnosticadas. As complicações osteoarticulares são comuns). Eu observei que um médico francês havia acompanhado o caso de um paciente de artrite reumatóide e utilizou vários tipos de vacina. E a única vacina que prejudicou a imunidade do paciente foi justamente a de brucelose. Nas minhas pesquisas observei que os pacientes vacinados contra brucelose apresentavam também diminuição das dores articulares provocadas pela artrite reumatóide. Isso me deixou bastante intrigado. Então passei a investigar exaustivamente o fenômeno. Alterei o modo de administração da vacina e suas diluições. Fiz uma série de extrações de endotoxina da bactéria que provoca a brucelose bovina e após alguns longos anos de trabalho consegui chegar à formulação da vacina, que é capaz de cessar a dor porque elimina o processo evolutivo da doença. A vacina que desenvolvi tem sido muito eficiente. Já consegui tirar muita gente de cadeiras de rodas e de muletas, que eram pacientes considerados pelos médicos como irrecuperáveis. Agora essas pessoas estão aí, trabalhando, produzindo, se sentindo úteis novamente.

    – Quais são os efeitos colaterais da vacina?

    – A vacina é 100% natural e praticamente não tem nenhum efeito colateral. No estudo desenvolvido com o dr. José de Felippe, dos 400 pacientes que receberam a vacina apenas 12% sentiram algum tipo de efeito colateral. Entretanto, com a diminuição da dosagem ou continuidade do tratamento esses pequenos efeitos colaterais desapareceram em 85% dos pacientes.

    – Quais são as doenças que a vacina combate?

    – Todas do aparelho locomotor: artrite reumatóide, artrose, espondilite anquilosante, osteoartrite, gota, lesão por esforço repetitivo (LER), artrite psoriática, esclerodermia, esclerose sistêmica, dermatopolimiosite, polimiosite e lupus eritematoso sistêmico… enfim, todas as doenças que decorrem de quadros inflamatórios. Tratei muitos pacientes também que sofriam de alergia asmática. O aumento da imunidade propiciado pela vacina faz com que essas doenças regridam. Entretanto, apesar de estar comprovada a eficácia da vacina, eles continuam me perseguindo de todas as maneiras.

    – Mas quem está perseguindo o senhor?

    – A maioria dos reumatologistas, os grandes laboratórios, a Anvisa. Sabe por que? Por causa dos interesses econômicos que estão em jogo. Parte dos médicos reumatologistas criou um esquema de atendimento que na verdade não cura ninguém. Quando o paciente vai ao consultório de um desses médicos, a primeira coisa que eles fazem é receitar um medicamento para ser preparado por uma dessas farmácias de manipulação. Alguns médicos alertam o paciente que ele deve necessariamente mandar fazer o remédio numa farmácia específica, considerada de ‘confiança’. Na verdade, essa farmácia ou é do próprio médico ou ele tem algum esquema de participação, como por exemplo comissão sobre o medicamento comercializado. Normalmente, o medicamento receitado dura de um a dois meses no máximo. Resultado: terminada aquela remessa, o paciente tem de retornar ao médico, pagar uma nova consulta para receber outra receita – muitas vezes idêntica à anterior ou com pequenas modificações. Vamos supor que o médico tenha 50 pacientes, todos os meses ele terá 50 consultas e receberá certamente 50 comissões. Então, eles não têm nenhum interesse de mudar esse esquema. Esse tipo de médico não quer curar ninguém. Eu vou lhe contar uma história que ilustra bem essa situação. Havia uma moça em Juiz de Fora (MG) que fazia um tratamento com o cunhado, que é reumatologista. Ela ficou sabendo do meu tratamento e resolveu experimentar a vacina. Ficamos até amigos. Depois de perceber os resultados positivos da vacina, ela retornou a Juiz de Fora e sugeriu ao cunhado que passasse a utilizar a vacina em seus pacientes. O cunhado então respondeu a ela: ‘Tenho cerca de 70 pacientes. Se curá-los, como vou viver?’

    Foto: Ricardo Medeiros

    – Por que então o senhor não regulariza a vacina para poder beneficiar um número maior de pessoas?

    – Porque eu não posso. Para regularizar a vacina preciso primeiro provar à Anvisa que essa vacina é eficiente; segundo, que ela é atóxica; terceiro, é preciso fazer um exame de imunidade. São essas três exigências que a Anvisa faz.

    – E o senhor não faz isso porque o processo é muito demorado, burocrático?

    – Não é isso, não. Eu já fiz esse trabalho com o dr. José Felippe Júnior, que é médico geriatra e professor universitário. Sabendo dos resultados positivos da vacina, ele então me chamou para fazer o tratamento com seus pacientes em São Paulo. Durante o período de 1986 a 1989, 1,750 pacientes com vários tipos de doenças reumáticas foram submetidos à vacina antibrucélica. Destes, 400 pacientes preenchiam os critérios de diagnóstico clássico de artrite reumatóide, de acordo com a classificação da Associação Americana de Reumatismo (American Council of Rheumatology), isto é, todos os pacientes incluídos neste estudo apresentavam os critérios de doença ativa e eram soropositivos para artrite reumatóide. O resultado desse estudo foi surpreendente, obtivemos mais de 80% de cura. Nós apresentamos esse estudo no Congresso Brasileiro de Medicina, mas eles não aceitaram. Alegaram que o estudo não foi realizado em serviço de reumatologia. Para que a Anvisa aceite, eu preciso fazer o tratamento em um serviço de reumatologia. Entende? Mas os reumatologistas não permitem que eu faça o estudo.
    – E não há um outro caminho para legalizar a vacina?

    – Eu solicitei um orçamento para uma universidade de Juiz de Fora para saber quanto eles me cobrariam para fazer a pesquisa comparativa exigida pela Anvisa. A universidade me pediu R$ 1 milhão. Eu não tenho esse dinheiro. Somente as multinacionais têm condições de legalizar medicamentos na Anvisa. Elas pagam facilmente esse valor, vendem em quantidade e ganham muito dinheiro.

    Foto: Ricardo Medeiros

    – Quer dizer então que para legalizar a vacina o senhor teria que se associar a um grande laboratório?

    – É isso. Confidenciaram-me até que a Anvisa recebe comissões dos laboratórios para registrar medicamentos. Se isso é verdade, não sei. Mas, se for, quem manda na Anvisa então são os grandes laboratórios. No Brasil as coisas são difíceis…

    – O senhor já foi processado alguma vez?

    – Sim. Meu consultório funciona no térreo de um prédio de três andares. No terceiro andar fica o laboratório Eles alegavam que eu não podia manter funcionando no mesmo prédio meu consultório e o laboratório. Disseram-me que consultório e laboratório deveriam estar em prédios distintos. Exigiram também que eu enviasse ao CRM uma ata com reunião da diretoria, nomes dos membros etc. Disseram que eu tinha que funcionar como empresa. Aplicaram uma multa e disseram que diante de uma reincidência eles arbitrariam um novo valor…

    – O CRM do Espírito Santo?

    – Não, pelo contrário. Este ano o CRM-ES me prestou uma homenagem de Honra ao Mérito pelos serviços prestados à medicina aqui no Estado. Mas em um dos processos eu mesmo organizei minha defesa a partir de notícias publicadas no próprio jornal do CRM. Uma das notícias dizia que um médico havia sido flagrado dentro de uma ambulância fumando maconha; um outro médico anestesiou uma paciente e a deflorou. Ambos foram condenados a um mês de suspensão de suas funções. Veja bem, apenas um mês. Então eu disse ao Conselho: se vocês me condenarem também à pena de um mês de afastamento eu aproveito para tirar umas férias e vou a Cancun com minha esposa.

    – O senhor tem idéia de quantas pessoas foram curadas com a vacina?

    – Não dá para saber. É muita gente. Mas há alguns casos que eu tenho um carinho especial. Havia uma menina que aos dois anos de idade apresentou artrite reumatóide. Ela não andava devido a fortes dores no joelho e nos pés. Os médicos já haviam alertado a seus pais que ela não teria chances de andar pelo fato de a doença ser progressiva e incurável. Aos nove anos de idade a mãe da menina tomou conhecimento do meu tratamento. A partir de então, ela começou a receber a vacina e aos poucos foi reaprendendo a andar. Na juventude jogou voleibol. Recentemente se formou na faculdade e agora se casou. Numa carta ela escreveu o seguinte: ‘Meus pais me geraram, e o senhor me deu a vida’. Isso é muito gratificante para mim.

    – O senhor também toma a vacina?

    – Mas é claro. Eu e a minha esposa (Norma, 82 anos) tomamos a vacina há mais de 16 anos. É por isso que nós não pegamos nem gripe. Tanto eu quanto a minha senhora temos uma disposição enorme. Até outro dia trabalhava até às 11 horas da noite.

    – O tratamento com a vacina é muito caro?

    – Não, pelo contrário. É extremamente barato em relação aos tratamentos convencionais. Um paciente que usa medicamentos ‘clássicos’, como antiinflamatórios não hormonais, corticosteróides e drogas de ação lenta, pode chegar a gastar em média até R$ 300 por mês. E os efeitos colaterais são terríveis. A vacina custa R$ 240 por ano. O tratamento com a vacina dura normalmente dois anos. Existe uma estimativa que diz que há 14 milhões de pessoas com doenças relacionadas ao aparelho locomotor no Brasil. Agora imagine a quantidade de pacientes que poderiam ser curados com a vacina. Isso só não é possível porque eles me perseguem e preferem insistir em tratamentos equivocados. Você lembra quando apareceu o Viox como sendo uma droga avançada e eficiente no tratamento de inflamações?

    – Lembro inclusive de uma edição da revista “Veja” que fez uma reportagem de capa sobre os benefícios do Viox, que era considerada a droga do momento.

    – Pois bem, o próprio laboratório foi obrigado a retirar o medicamento do mercado porque, ao invés de curar, ele estava matando as pessoas. E a Anvisa, à época, validou o remédio. Agora, a vacina que comprovadamente não oferece nenhum risco ela não libera.

    – O que o senhor pretende fazer agora para legalizar a vacina?

    – Há uma empresa de São Paulo que está querendo legalizar a vacina. Disseram-me para eu entregar logo para eles, assim eu fico livre da Anvisa.

    – E o senhor vai entregar?

    – Às vezes eu penso em fazer isso para me livrar deste problema com a Anvisa, ou talvez entregue a vacina a Cuba. Tenho certeza de que lá eles vão saber o que fazer com ela. Porque em Cuba a medicina é social. Não são as grandes empresas que estão no comando.
    Fonte: http://www.seculodiario.com.br/arquivo/2007/julho/07_08/entrevista/

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    VEJA NO LINK ABAIXO:
    http://www.medicinacomplementar.com.br/temaNov05.asp
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  4. Não debatam!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    E lá vem a esquerda admitir a derrota!

    Não há debate sobre função de banco públicos!!! O debate, é a derrota, não percebem?

  5. Não é o excesso de cinismo,

    Não é o excesso de cinismo, não, que chama atanção nessa oposição (e seus teleguiados), mas o despreparo. São deformações ideológicas de todos os tipos. É impressionante o que a guerra fria fez com esses cérebros tanto no nível psicológico quanto no fsiológico.

    Não estão mesmo à altura de governar um páís como o Brasil. Nem o Paraguai, com todo o respeito que o país vizinho merece.

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