O Brasil Novo e seus personagens de ficção, por Carlos Motta

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Imagem: Reprodução

Por Carlos Motta

O Brasil Novo é tão diferente de tudo o que já se viu que seus protagonistas, os homens de bem que se instalaram nos gabinetes refrigerados da Casa Grande, cansados da dura realidade do dia a dia, incorporaram ilustres e afamados personagens de ficção.

Observemos, por exemplo, o mais alto chefe de Executivo, o culto Dr. Mesóclise: é como se o Amigo da Onça, o imortal personagem criado por Péricles, tivesse saído das páginas de O Cruzeiro, onde, durante anos, estampou seu oportunismo e mau-caratismo, características de boa parte dos brasileiros que obedecem fielmente a prestigiada Lei de Gerson, aquela da regra de ouro de que o importante é levar vantagem em tudo. 

Um pouco abaixo na hierarquia, temos um ministro da Justiça, de nome Osmar, e cujo sobrenome Serraglio nos lembra um substantivo que tem, segundo os dicionários, sinônimos como bordel, lupanar e prostíbulo: basta que ele abra a boca para que vejamos à nossa frente o nelsonrodriguiano Palhares, a personificação do canalha.

Outros personagens da tragicomédia brasilnovista preferiram se tornar caricaturas de si próprios, como o inacreditável ministro da Cultura, que outrora se intitulava comunista, e de alguns anos para cá vem exercendo, com extrema perícia, o sinecurismo.

Há ainda aqueles que se espelham em figuras históricas de má catadura e fama, que abalaram o mundo com suas convicções na selvageria, genocídio e maldades afins.

Vestem tal figurino um certo magistrado e sua corte de áulicos, um parlamentar boca-suja de mente primitiva, e um prefeito de uma metrópole, recém-eleito, apreciador de blusas de cashmere e fantasias variadas.

Sobre esse último é importante destacar que até o momento existem algumas dúvidas se ele é ele mesmo ou se habita o corpo de um outro dândi contemporâneo conhecido na alta roda da sociedade como Chiquinho Scarpa – conde Chiquinho Scarpa, como convém a personagens esnobes de folhetim.

Esse Brasil Novo daria uma boa novela da Globo…

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Redação

5 Comentários

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  1. Misture em doses variáveis
    Misture em doses variáveis Nelson Rodrigues, irmãos Marx, os três Patetas e não economize no Fellini, e você terá a tragicomédia do Brasil de hoje.

  2. E o pessoal da Empircus volta com terrorismo

    Hoje, em várias notícias do UOL, ao final do texto, onde estão aparecendo os links de “recomedaddas” pelo site Outbrain (http://www.outbrain.com/pt_br) tem eles novamente com seu chamativo terrorista que fez muita campanha contra a Dilma:

  3. fimes

    O Brasil atual pode ser comparado a uma mistura de filmes do quilate de ” Os tres patetas ” , ” Debi e Loide “, e ” os simpsons “.

    ” Seria comico se não fosse triste. Seria apenas triste se não fosse trágico. Seria apenas trágico se não fosse ridiculo.

  4. Seria espetacular se

    Seria espetacular se estivéssemo falando realmente de um Brasil novo. Mas que nada, é apenas o velhíssimo Brasil colônia com fantasia para tapear os desavisados democráticos do bem. E nós, só queremos o cancelamento do impeachment criminosos promovido pelos que votaram no helicóptero com cocaína! Da mesma forma que delatores devolvem deinheiro produto de seus roubous, queremos que os bandidos ditadores devolvam os nossos 55 milhões de votos e a presidência da república a quem de direito! Cadeia para fernando henrique cardoso clinto e toda a sua gangue de demotucanos peemedebistas bandidos violentos infiltrados em todos os cantos do Brasil!

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  5. Um filme do Brasil contemporâneo…

    Juntemos tudo, de Simpsons ao Amigo da Onça, acrescentemos de Nelson Rodrigues a Bezerra da Silva, passando pela Lei do Canhotinha Gerson, sem no entanto atingir nosso craque da Copa de 70, imortalizado em nossas mentes por seu futebol de gênio, jamais pelo mau uso de seu nome na famigerada lei jamais escrita, e talvez possamos chegar próximo da canalhice instalada e “empossada” nos palácios de Brasília, todos eles, ou seja, nos 3 poderes e seus anexos.

    Lá pelos idos de 1988/89 nossa população televisiva foi brindada com uma novela, que mais que engraçada foi preparatória, alguns diriam, premonitória….Que Rey sou eu?…a preparar a chegada de Fernando Collor de Mello ao poder, cujo último capítulo, nem notamos nós os telespectadores assíduos do hilariante folhetim, foi exibido no último debate do segundo turno da eleição presidencial de 1989, numa sexta feira, cujo capítulo editado criminosamente transformou Fernado Collor no PRÍNCIPE VENCEDOR e Luiz Inácio Lula da Silva no BOBO DA CORTE.

    Pois bem, anuncia-se agora, poucos dias atrás, que vem aí um remake tipo “Que Rei sou eu? 2”, com os mesmos objetivos abjetos (quase digito abjetivos como sinônimo, com perdão do Aurélio!), novos personagens, novos cenários, mas no cerne da execrável obra os mesmos diretores e atores, para patrocinar tudo isto, quem sabe, a EXXON via seu patrono José Chirico da Móoca, a CMM via seu patrono Aécio Neves do Cunha ou até um renovado e resgatado Eike Batista pós Gilmar Mendes de FURNAS (da Lista, bem entendido!)

    Caso surjam dificuldades financeiras maiores, sempre haverá a possibilidade de buscar na República de Curitiba, como serventia derradeira, um imenso cartel das antigas empreiteiras nacionais, sobejamente conhecidas, após isentas de toda de qualquer culpa passada, presente e futura, em ato final assinado durante o Fantástico pelo ex-juiz Sérgio Moro.

    Quanto aos papéis principais no remake da novela, já se noticia acirradíssima disputa entre Luciano Huck e sua Angélica, Sérgio Moro e sua Doutora da APAE-PR, Jair Bolsonaro e seus filhos boçáis-natos….neste páreo correm em raia exclusiva os trigêmeos Cunha, Aécio-Cássio-Eduardo, seus colegas Azeredo-Cabral-Jucá-Anastasia-etc-etc….a depender do perdão da competência exclusiva do Sinistro Gilmar Ferreira Mendes…..se pro Eike e pro Abdelmassih foi fácil, não duvidemos…do resultado!

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