O fim de um ciclo político no país, por Marco Aurélio Nogueira

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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do Estadão

O ciclo imperfeito, por Marco Aurélio Nogueira

Há um clima de fim de ciclo no País: o dos governos do PT e da “hegemonia” petista na política nacional. Fala-se disso na situação e na oposição e os diferentes partidos parecem convencidos de que o futuro nascerá de um movimento de superação. Gostaria de problematizar a ideia.

É melhor ver o esgotamento do ciclo petista – que é real – como parte do esgotamento de um ciclo maior, que deita raízes na redemocratização e no movimento que culminou na Constituição de 1988. Entre 1995 e os dias atuais, este ciclo ganhou força, produziu resultados importantes, chegou ao apogeu e está agora, ao que tudo indica, conhecendo sua desconstrução.

Tivemos no Brasil, durante esse período, um ciclo social-democrata imperfeito. Seu componente social-democrata associa-se à afirmação progressiva de uma grande democracia de massas, de caráter inclusivo e popular. Mas também à implantação do que se tem hoje no País de “Estado de bem-estar”, com políticas sociais importantes, reconhecimento explícito de direitos e uma orientação oficial largamente favorável à melhoria na distribuição de renda e à redução das desigualdades sociais. Associa-se tanto às políticas de estabilização monetária e responsabilização fiscal dos anos FHC quanto às políticas assistencialistas e de renda dos anos Lula; tanto ao esforço de redimensionamento e racionalização do Estado e da administração pública quanto à busca de novas formas de inserção internacional do País.

Tal ciclo, porém, não conseguiu atingir a “perfeição”, ou seja, tornar-se sustentável. Nem sequer chegou a ganhar plena coerência, a sintonizar seus termos e componentes ou a ser assimilado pela população e pela opinião pública a ponto de se converter em ideia-força, cultura política e convicção cívica.

A imperfeição do ciclo está estampada em algumas de suas características mais relevantes.

Antes de tudo, o ciclo não foi assumido como tal: jamais se fixou, na vida nacional, o reconhecimento explícito de que estávamos a conhecer, de modo tardio, uma “onda” social-democrata. A arena política não foi contagiada por essa ideia. Ora o vetor discursivo predominante se apoiou na tese de que se estava a viver a “continuidade da redemocratização”, ora que se tratava de trazer para o País o ideário “neoliberal” e ora que se iniciava entre nós uma fase de “redenção nacional”. Não se compreendeu que uma social-democracia estava em marcha.

Em decorrência, os partidos políticos e movimentos que protagonizaram o ciclo deixaram de cooperar entre si: optaram por abrir guerras e litígios uns com os outros, investindo energia irracional na disputa eleitoral. Preferiram processar suas diferenças às cegas, ou melhor, privilegiando tão somente a conquista de governos e posições de força no sistema político.

Uma terceira imperfeição deriva deste ponto. Convertidos em máquinas eleitorais, os partidos não se reproduziram de modo adequado, não funcionaram como “escolas de quadros” e não renovaram seus quadros de direção. Transmitiram assim, para o conjunto do Estado, um notável fracasso em termos de formação de lideranças e de oxigenação da elite política. Soterraram, sem pena nem glória, figuras políticas da estatura de Ulysses Guimarães, Franco Montoro, Leonel Brizola, Paulo Brossard, Miguel Arraes, Tancredo Neves, Itamar Franco, entre outros, que haviam definido o perfil da elite política que emergiu durante os anos de luta pela democracia. Mesmo lideranças como Fernando Henrique Cardoso e Lula não foram preservadas e engrandecidas da forma devida. A elite política, com isso, perdeu densidade e chega aos dias de hoje reduzida a níveis inimagináveis de ruindade e primitivismo: não há mais estadistas, os líderes nada lideram, o discurso político é tosco e grosseiro, falta cultura aos políticos.

Apoia-se no entrelaçamento destas três “imperfeições” o fator principal da imperfeição social-democrata a que me refiro: seus partidos principais, o PSDB e o PT, mas também parte do PMDB, o PSB, o PPS, o PSol e os movimentos sociais mais fortes, como o MST, nunca conseguiram erguer um projeto claro de sociedade. Jamais responderam à questão de saber quem somos e para onde queremos ir. Em decorrência, não educaram a cidadania, não promoveram reformas estruturais profundas e não construíram uma hegemonia digna do nome, ou seja, uma cultura capaz de cimentar e dar sentido às posições de força que se conquistavam no sistema político e no aparelho de Estado. Houve muita ocupação de espaços e muito uso dos mecanismos estatais, mas poucas ideias e pouca articulação. As próprias políticas públicas mais afeitas à social-democracia – saúde, educação, previdência, renda e trabalho – ficaram soltas, sem se completar.

A globalização, a revolução tecnológica, a conectividade em rede, a individualização foram reconfigurando a sociedade, mas o sistema político permaneceu parado, digerindo suas próprias entranhas.

O resultado disso está exposto à luz do dia: a bola de neve da corrupção, a miséria intelectual da política, uma sociedade civil exasperada e mal estruturada, a demonstração cabal de que cargos e vitórias eleitorais não dão sustentação confiável aos governantes e sobretudo uma estrondosa e profunda separação entre sociedade e Estado. A crise política atual reflete isso, ainda que também possa ser lida pela chave da inoperância presidencial. O povo distanciou-se dos governos, em especial do governo federal, principal peão de um sistema presidencialista. Não convidado, ao longo dos anos, a discutir seriamente a relação com os governos, o povo optou por romper relações com eles.

Deu no que deu. O que virá pela frente é uma incógnita, mas dá para dizer que um novo ciclo já está brotando e que avançará em diálogo com a social-democracia imperfeita do ciclo que hoje se esgota. Isso pode significar que a ideia social-democrata permanecerá a disputar hegemonia na vida nacional. Se conseguirá sucesso nisso é algo a ser respondido mais à frente.

*Marco Aurélio Nogueira é professor titular e diretor do instituto de políticas públicas e relações internacionais da UNESP

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

15 Comentários

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  1. Boa definição

    Realmente, os cientistas políticos vão gastar algum tempo até conseguirem explicar esse ciclo social-democrata imperfeito que caracterizou as últimas décadas da política nacional. Poderia ter sido a porta de entrada para um steady-state virtuoso, tal como existe nos países mais desenvolvidos do mundo, onde o jogo político é claro, previsível e atende às expectativas da aioria da população, mas encerrando-se abrubtamente nesse segundo mandto de Dilma, deixa no ar a incógnita do que virá em seguida.

    O fato é que as duas metades desse ciclo – o PSDB e o PT – ao mesmo tempo em que se encaixam perfeitamente, se repelem violentamente. Vai explicar porquê! O PSDB aplainou o caminho para o PT, ao estabilizar a economia e promover a austeridade que era indispensável, mas que o PT, por questão de princípios, não poderia promover sem se desmoralizar junto às bases. Mas o PT sempre procurou rejeitar com veemência qualquer insinuação de que teria qualquer herança benigna vinda dos tucanos, ainda que no primeiro governo Lula tenha mantido escrupulosamente a macro-economia herdada de FHC. Ao contrário, e surpreentemente, o PT procurou se compor com aqueles políticos que figuram entre os mais conservadores do espectro político brasileiro, e que jamais foram social-democratas. No imaginário popular, permanece até hoje a noção de que PT e PSDB são o exato oposto um do outro.

    O fim do ciclo aconteceu no momento em que a força de repulsão finalmente sobrepujou o encaixe entre as duas metades – quando Dilma consumou o rompimento com os fundamentos do Plano Real e a responsabilidade fiscal herdada dos tucanos, retornando ao nacional-desenvolvimentismo esgotado desde os anos oitenta. O que virá agora? Um nofo FHC preparando o terreno para um novo Lula? Ou vamos entrar em um terreno totalmente desconhecido?

  2. blá, …. blá,….blá,….

    …muito bem escrito, ….  mas em 2018, apesar da torcida contra, ….  teremos PT de novo, … ou Ciro Gomes no PDT….

  3. Óculos cor-de-rosa

    No maravilhos em que vive o ilustre professor, não existem no Brasil nem a oligarquia, nem a plutocracia nem a cleptocracia (as famosas trigêmeas siamesas de 514 anos) nem elas jamais exerceram seu poder de reação para solapar o tal ciclo social-democrata.

    Como ele foi capaz de esquecer que o partido que cumpre à risca a cartilha da extrema-direita golpista no Brasil de hoje se chama Partido da Social Democracia Brasileira?

  4. Se no poder de fato – e não

    Se no poder de fato – e não no de jure – tivessem sido substituídas as pessoas que ainda vivem bem antes do debate librais x socialistas, que não saíram (e nem nunca sairão) do modo colonial de pensar o Brasil, por outras mais, digamos, social-democratas, talvez pudéssemos falar em fim de ciclo, professor. Mas como falar do fim de algo que nunca existiu?

    Por mais que a sigla PT esteja desgastada, principalmente nos centros urbanos que é onde a mídia comercial tacitamente cartelizada exerce sua hegemonia, o trabalhismo não parece estar em decadência. Ou mais abrangentemente, a ideia da Democracia, da descentralização dos poderes político e econômico, não apenas não está decadente como ganha escopo e amplitude cada vez maiores e mais profundos. Pelo menos dois vetores contribuem para o aprofundamento da consciência de co-propriedade do mundo: o barulhão em torno da responsabilidade individual sobre os danos ao meio-ambiente (Ecologia) e a Internet.

    Mas não sei se se pode dizer, sem medo de errar, que estamos vivendo o fim do ciclo do individualismo pelo acréscimo da consciência coletivista, cidadã. Talvez as linhas que definem ciclos sejam mais didáticas do que práticas. Um exemplo: diz-se que o mundo viveu um ciclo de escravidão. No entanto até hoje se vê pessoas trabalhando sob esse regime, tanto no campo (peões na fazendas) quanto nas cidades (bolivianos costureiros). Pode-se datar a promulgação da Lei Áurea, algo de jure, mas não há como dizer que a partir de determinada data a escravidão foi realmente abolida.

    Talvez, por fim, “as coisas” continuem sendo como senpre foram: em constante mutação. Será?

  5. política daqui prá frente

    MANogueira,

    Acredito que tanto o PT quanto o PSDB, as duas vertentes políticas mais importantes do patropi nestes últimos anos, estão ladeira abaixo em direção ao ocaso.

    Não sei o que os substituirá, mas qualquer que venha a ser a novidade, tal liderança política dificilmente estará próxima da sociedade – Este será o presente de grego que a atual representação do Congresso Nacional deixará para os brazucas.

    Uma reforma política vergonhosamente retrógrada, em total desacordo com o interesse da população, com é o caso do financiamento misto de campanhas políticas e do fim da reeleição ( nenhum governo será capaz de governar no tempo proposto), a redução da maioridade penal e ainda na fila o Marco Ciil da internet.  

    Aí pergunto, onde se situa a opinião da sociedade neste rol de agressões cometido recentemente por estes V.Excias ?

    Vamos e venhamos, os pilantras estão e continuarão se lixando para a opinião popular, uma vez que o poder de decisão conferido a eles e ao Judiciário adquiriu uma dimensão simplesmente espetacular, uma agressão cívica que permitirá àquelas personagens fazerem o que quiserem e bem entenderem, fazendo do patropi o palco de uma incessante mudança de leis que raramente beneficiará a sociedade.  

    Aos brazucas restará a ilusão de viver em um ambiente democrático, mantra habitual e exaustivamente anunciado pela nossa grande mídia made in USA.

  6. Eu acreditaria, se e SOMENTE

    Eu acreditaria, se e SOMENTE SE houvesse uma OPOSIÇÃO!

    Que houvesse algo que pudesse SUBSTITUIR O PT, o que não é o caso!

    O PT não está com baixos índices simplesmente por que faliu!

    O que há, é uma AÇÃO COORDENADA PARA ESTE FIM!

    Aquilo de que se acusa o PT são FATOS CORRIQUEIROS DENTRO DA OPOSIÇÃO!

    As coisas acabam, quando se esgotam – DE DENTRO PARA FORA, NÃO DE FORA PARA DENTRO!

    Talvez a coisa MAIS INTERESSANTE que aconteceu, que foi a PERMISSÃO DA PRESIDENTA PARA QUE O JUDICIÁRIO E MP E PF ASSIM AGISSEM!

    Há um NASCIMENTO DE NOSSA JUSTIÇA, ISSO DEVE SER CELEBRADO!

    Não é o MAR DE LAMA que deveremos mirar, IMANENTE A TODOS OS PARTIDOS e parte de TODA NOSSA HISTÓRIA, mas a DETERMINAÇÃO DE PERMITIR QUE JUSTIÇA ACONTEÇA – ATO DIRETO DA PRESIDENTE DILMA QUE NADA TEME!

    Devemos mirar o impacto disto em nosso futuro, cuidar para que oportunistas não nos desvie desta árdua conquista!

    Por que vão querer que isso pare, se não pegar mais petistas, por que sobrará a elite e a oposição!

    Porque pobre, preto e p… já são alvo da justiça!

    ISSO ELES NÃO QUEREM!

    Já tivemos época em que os jornais contavam uma corrupção e NADA ACONTECIA!
    nunca antes neste país!

    Os ministros da STF eram INERTES!

    O fato que desmente o texto É O NASCIMENTO DA JUSTIÇA, não a justiça politica do gilmar dantas – com cartas marcadas, com quem vai ou não vai ser investigado!

    A justiça dos medíocres!

    Caminhamos para a JUSTIÇA DA JUSTIÇA – MAS LEVARÁ TEMPO PARA AFASTAR O COMPADRIO…

     

  7. Eu não caio só

    Esse recado já foi dado por Cunha e os grandes articulistas ainda nao se tocaram… E a rede grande: mídia, congresso,  judiciário, empresariado…

  8. Difícil é aguentar os “analistas políticos”

    Ninguém sabe nada, ficam querendo exibir conhecimentos de política e só acertam depois que acontece. Estou esperando o agosto negro que estavam prevendo, com todas as suas previsões nefastas. Até agora tem sido negro para os golpistas. Até 2018 será apenas chute.

  9. Mas um artigo que fecha as

    Mas um artigo que fecha as portas do PT e decreta o fim das suas  atividade.

    O autor do texto só não disse onde e para quem o PT tem entregar as chaves.

  10. Chega de textos apocalípticos

    Chega de texto apocalipticos, não aguento mais ler esse ou outro tentando advinhar, metendo o bedelho ou dando pitaco.

    O Ciclo é economico rapaz!!! se a aposta da Dilma via Levy que o Nassif disse que não vai dar certo, assim como ele proprio passou os anos Lula e primeiro governo Dilma dizendo que o Mantega “não prestava” der resultado o cilco petista ou Lulista como queira irá continuar, mesmo porque o PSDB não tem projeto, não tem liderança, nâo tem nada so tem a midia e parte do judiciario e MP. Alias os tucanos vâo para a America e Europa ficam encantados com o que veem por la e querem implementar aqui!!! um absurdo sera que nâo enxergam que A Europa e America tem pelo menos 5 seculos de desenvolvimento na nossa frente?

    No Brasil tudo se resume a economia, sem economia nao tem arrecadaçâo, sem arrecadação não tem investimento, sem investimento não tem empregos e sem empregos não tem  consumo e sem consumo fecha o circulo não tem economia. é simplesmeu caro,  como dizia o americano la que era esperto ” é a economia estúpido”.

  11. Engraçado
    Mas na França dizem
    Engraçado

    Mas na França dizem as mesmas coisas..rs

    As análises que reduzem ao Brasil febuvrchst mundiais estão em voga. Um dia disseram que o culpado pela emergência de uma extrema direita no Brasil era do PT

    Imagino wtet do Tea Party também…

  12. Mídia hegemônica e financiamento privado de campanhas eleitorais

    Acima de tudo devemos pensar na influência dos meios de comunicação e do financiamento privado das campanhas para entender a qualidade dos políticos no Brasil e todos os entraves para a constituição de uma socialdemocracia plena, de uma sociedade mais humana e fraterna e desenvolvida no Brasil.

    1) Os meios de comunicação hegemônicos por causa de seus interesses econômicos particulares estarem acima dos interesses coletivos de nossa sociedade e a escolha de apoiar políticos pouco afeitos a serem independentes dela para exercer a Política com “P” maiúsculo em prol do Brasil como um todo.

    O monopólio da informação criou máximas na Política, como todo político é ladrão, enfraqueceu muito o debate político ao se transformar a Política em uma arena, onde os bons e os maus se digladiam. Os bons, àqueles que a mídia hegemônica apoia, os “maus”, àqueles que ela faz de tudo para destruí-los.

    Este maniqueísmo midiático transformou a Política brasileira num ringue, esta é a verdade, onde os perdedores tem quase toda mídia brasileira a seu favor, mas não tem o Poder, e vivem a dar golpes nos vencedores porque este monopólio midiático permite que assim aconteça.

    2) O financiamento privado bilionário das campanhas eleitorais transformou os políticos em agentes das empresas que os patrocinam. Viraram, muitos deles, políticos de “aluguel”.

    —————————————————————————————————————

    Os dois fatos juntos criaram/desembocaram em 2014 um/num Legislativo, que com poucas exceções de parlamentares, é muito pouco preparado para a Política. Um Legislativo que pouco representa os anseios da coletividade. Um Legislativo individualista. Um Legislativo de “aluguel”. Um Legislativo, também, fabricado pela hegemonia midiática.

    O PT, neste hiato de partidos fortes (indo além da defesa de interesses privados) para disputar com ele uma Eleição para o Executivo Federal ganhou 4 vezes seguidas e é favorito para 2018, novamente.

    Pois, não existe e nem está em vias de existir oposição política de verdade no Brasil.

    Eduardo Cunha, Aécio Neves, Carlos Sampaio, Ronaldo Caiado, José Serra, etc. Olha o nível da oposição legislativa ao Governo Dilma. Sintomático dar PT por 4 vezes seguidas, não é verdade?

    O PT se aproveita desta substituição da oposição política pela oposição midiática, e esta oposição, bem sabemos, não tem votos. E o PT vence as eleições.

    Neste processo de privatização do Legislativo se deteriorou a Política, porque os políticos de verdade são substituídos pelos candidatos midiáticos ou patrocinados pelo grande capital ou pelas grandes Igrejas evangélicas.

    No Poder Executivo vence o PT pelas boas administrações feitas em destaque no campo social e na criação de programas governamentais que asseguram uma Vida para além da pobreza e permitem ascensão social.

    No Legislativo o poder da grana faz vencer centenas de parlamentares despreparados, muitos pastores evangélicos, algumas personalidades do mundo artístico e televisivo e um monte de candidato patrocinado pelos empreiteiros e pelo grande empresariado + aqueles parlamentares patrocinados pela velha mídia e pelo capitalismo financeiro internacional.

    Pensemos no Gilmar Mendes, no Eduardo Cunha e o PSDB e as suas artimanhas para frear um desejo da sociedade: o fim do financiamento privado das campanhas eleitorais.

    Por que eles podem ir contra um desejo majoritário da sociedade? Até nas manifestações da Direita?

    Simples, porque eles são patrocinados pelo grande capital privado, são eleitos e reeleitos desta forma e existe o alinhamento direto com a velha mídia que os protegem ou os ignoram, no caso dos inúmeros parlamentares inexpressivos, também, chamado de baixo clero. Seus mandatos nascem e sobrevivem do financiamento privado das eleições.

    Sem romper estas duas estruturas, com a Política refém do grande capital e da velha mídia somente o processo paulatino de mudanças é possível, e sempre com a condição de não se poder fazer o que se pretende, não por falta de vontade, mas por ausência de condições reais para fazer o que se quer.

    Imagina quem a Presidenta Dilma precisa enfrentar para governar este País: Eduardo Cunha, FHC, Aécio Neves, Aloísio Nunes Ferreira, Rede Globo & Cia., Gilmar Mendes, Juiz Moro + os procuradores da Lava-Jato e suas maluquices de destruição da Indústria nacional e das empreiteiras, a busca da entrega do Pré-Sal pelo José Serra, e a perda dos royalties da para a Saúde e Educação, etc.

    Não é fácil. O PT falhou em tempos de alta popularidade ao não propor lá as duas grandes/principais reformas: a Política e a da Mídia. Não o fez porque o cálculo eleitoral era favorável, ainda o é, creio eu, pois sem oposição política e velha mídia, ainda, como oposição vencer se tornou mais fácil. Quem duvida é só ver a derrocada de Eduardo Cunha e o despreparo de Aécio Neves. Em surdina o PT vai saindo fortalecido deste período de crise política, pois, PSDB e PMDB, os dois outros grandes partidos, se queimam sozinhos, sem precisar de radicalização dos petistas em nenhum momento.

    O PT é maquiavélico!

    Hoje, a falta destas duas reformas está nos presenteando com uma Câmara dos Deputados sem preparo e a mais sem noção que existe.

    Sem contar que temos um Judiciário e Legislativo, muitas das vezes, acuado pela mídia hegemônica e seu costumeiro assassinato de reputação, o que inibe muitas ações justas de legisladores e até de parlamentares por segurança própria (manutenção do emprego, da reputação, da saúde física e psicológica, além da segurança familiar).

    Quem pode mudar este quadro é a sociedade civil organizada. Nós precisamos nos unir e cobrar conjuntamente nas ruas estas duas reformas: a Política e da Mídia. Em tendo estas duas reformas, as outras virão com tranquilidade.

    Não há boa-intenção e ação correta que sobreviva neste Brasil dominado pela velha mídia e os inúmeros “políticos” de aluguel, infelizmente!

  13. Rompimento

    A sociedade está rompida com o governo federal desde 1994, quando FHC aumentou os impostos e piorou os serviços. Lula e Dilma conseguiram piorar um pouco mais. O povo só entra em cena para pagar a conta das ratazanas, que entram magras (como o Lula) e se tornam milionárias.

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