O fundamentalismo religioso e o declínio ocidental e brasileiro

Por Fábio de Oliveira Ribeiro

Abri o Facebook e tropecei em três notícias preocupantes:

Alabama City proposes ban on short, shorts and mini skirts

– ‘Girls Going For Night-Outs’ Is Against Indian Values, Says Minister For Culture Mahesh Sharma

Papa Francisco vira alvo dos fundamentalistas brasileiros

O fundamentalismo religioso deixou de ser um fenômeno islâmico e avança nos EUA, na Índia e no Brasil. Na Europa ele já é um fato consumado desde a criação do PEGIDA, movimento que ganhou até um verbete na Wikipedia: https://pt.wikipedia.org/wiki/PEGIDA.

Caminhamos rapidamente para uma nova Idade das Trevas? Onde quer que o fundamentalismo viceje não pode haver paz civil. Nos Estados em que os fundamentalistas conquistam o poder (vide o estrago que tem sido feito ao nosso país por pastores como Eduardo Cunha), as perseguições dominam a política interna e as guerras externas religiosas se tornam inevitáveis.

Edward Gibbon afirmou que “As várias formas de culto que vigoravam no mundo romano eram todas consideradas pelo povo como igualmente verdadeiras, pelo filósofo como igualmente falsas e pelo magistrado como igualmente úteis.” (Declínio e Queda do Império Romano, Companhia das Letras-Circulo do Livro, São Paulo, 1989, p. 46/47). Entre os romanos, a tolerância permitiu a fusão de diversas culturas e garantiu a prosperidade imperial, pois “As pessoas que no mundo haviam seguido, ainda de maneira imperfeita os ditames da benevolência e do decoro, retiravam da opinião de sua própria probidade uma tranqüila satisfação que as tornava muito menos suscetíveis às inopinadas emoções de vergonha, de pesar e de temor que deram origem a tantas e miraculosas conversões.”  (Declínio e Queda do Império Romano, Companhia das Letras-Circulo do Livro, São Paulo, 1989, p. 210).

O historiador inglês não pode deixar de constatar que uma das causas do colapso da civilização romana foi o fortalecimento da intolerância em razão da ascensão do cristianismo. “Os abusos da cristandade introduziram no governo romano  novas causas de tirania e sedição; os vínculos da sociedade civil foram despedaçados pela fúria das facções religiosas; e o obscuro cidadão, que poderia ter calmamente assistido à elevação e queda de sucessivos imperadores, imaginava e sentia que sua própria vida e fortuna estavam ligadas aos interesses do clero popular.” (Declínio e Queda do Império Romano, Companhia das Letras-Circulo do Livro, São Paulo, 1989, p. 310).

Um pouco mais adiante, Gibbon é ainda mais explicito em relação aos efeitos devastadores do fundamentalismo religioso às estruturas políticas e sociais do Império Romano “A fé, o ardor, a curiosidade e as paixões mais terrenas da maldade e da ambição acenderam a chama da discórdia teológica; a Igreja e mesmo o Estado foram divididos por facções religiosas cujos conflitos se demonstravam por vezes sangrentos e sempre implacáveis; a atenção do imperador se desviou dos acampamentos para os sínodos; uma nova tirania oprimia o mundo romano, e as seitas perseguidas se tornavam inimigas secretas de seu país.” (Declínio e Queda do Império Romano, Companhia das Letras-Circulo do Livro, São Paulo, 1989, p. 443).

No domingo passado foi publicado na Folha de São Paulo um longo editorial exigindo a capitulação de Dilma Rousseff ao neoliberalismo ou sua renúncia não é apenas um manifesto político. É uma bula papal, uma fatwa emitida pelo sumo sacerdote do intolerante deus Mercado. “Obedeça ou morra!” disse o dono da Folha de São Paulo como se estivéssemos em março de 1964. Que Política pode existir num espaço dominado apenas pelos donos dos jornais que pretendem coagir um governo democraticamente eleito como se estivessem acima da soberania popular exercitada de maneira legítima nas urnas? No Brasil a intolerância religiosa mais perigosa e explosiva é, sem dúvida alguma, o anti-petismo fomentado diariamente por empresas de comunicação que se dizem laicas.

O que o declínio e queda do Império Romano tem a nos ensinar neste momento? Esta meus caros é a verdadeira pergunta. Afinal, como diz Edward Gibbon “Enquanto as mesmas paixões persistirem na humanidade, as questões de guerra e paz, de justiça e política debatidas nos conselhos da Antiguidade, se apresentarão com freqüência à deliberação dos conselhos modernos.” (Declínio e Queda do Império Romano, Companhia das Letras-Circulo do Livro, São Paulo, 1989, p. 369).

Fábio de Oliveira Ribeiro

18 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. “Caminhamos rapidamente para

    “Caminhamos rapidamente para uma nova Idade das Trevas?”

     

    Ainda existe alguma duvida, mesmo depois das atuais terriveis cenas com os fugitivos das guerras?

    E para os que ainda duvidam  basta uma olhada numa noticia publicada, hoje,  pelo portal IG.

    Pode parecer absurdo, mas ja existem lutas oficiais de MMA para crianças, nos EUA.

    Na publicação vemos duas crianças de treze anos de idade se socando, dando chutes, ferindo-se.

    Uma delas leva um violento soco na cabeça , sangra e em seguida entra um medico na arena para ver se a carnificina pode continuar.

    Tudo isso visto como diversão por uma plateia de crianças e adultos.

    Precisa mais para aceitarmos que vivemos “uma nova Idade das Trevas”?

     

    1. Barbárie e civilização sempre

      Barbárie e civilização sempre coexistiram. As vezes uma predomina à outra. Não me parece que a civilização tenha sido completamente sufocada pela barbárie fundamentalista neste momento. As manifestações anti-PEGIDA na Alemanha e pró-refugiados sírios na Belgica, Inglaterra e Alemanha, sugerem que ainda há tempo para neutralizar o fundamentalismo cristão. Os EUA me parecem um caso perdido. O Brasil ainda não é, mas se tornará se um idiota hostil como o Eduardo Cunha ou o Bolsonaro chegarem à presidência. 

  2. Fundamentalmente

    O que é fundamentalismo religioso? Seria uma espécie de “laicofobia” ?

    Ou então um fundamentalismo ateísta às avessas?

    Essa mania desonesta e simplista de rotular qualquer comportamento ou fenômeno social com bordões onde caibam uma gama de impressões ou imprecisões interpretativas, me cansa.

    Mas o cúmulo mesmo é responsabilizar os cristãos pelo declínio e queda do Império Romano, justo eles, que foram comidos aos milhares pelos leões no Coliseu de Roma…

    Se ao mesmo tivesse responsabilizado a religião organizada e sistematizada pelo próprio Imperador…

     

    1. João,
      O cristianismo foi

      João,

      O cristianismo foi aceito como religião oficial do Império Romano no ano 380 por ordem do imperador Teodósio I.  Então certamente o autor se referia depois disso,  não na época que o império matava cristãos. 

      1. Citação

        Certo, mas o autor do post citou trechos do livro de forma descontextualizada para respaldar a sua falta discernimento, no tocante a distinção existente entre a genuína fé cristã e a religião organizada pseudo-cristã.

        Talvez porque seja um ateu intolerante, um fundamentalista ateísta!

        1. Você não leu o livro. Pior,

          Você não leu o livro. Pior, não percebeu o fundamentalismo que eu realmente critiquei no Brasil:

          No domingo passado foi publicado na Folha de São Paulo um longo editorial exigindo a capitulação de Dilma Rousseff ao neoliberalismo ou sua renúncia não é apenas um manifesto político. É uma bula papal, uma fatwa emitida pelo sumo sacerdote do intolerante deus Mercado. “Obedeça ou morra!” disse o dono da Folha de São Paulo como se estivéssemos em março de 1964. Que Política pode existir num espaço dominado apenas pelos donos dos jornais que pretendem coagir um governo democraticamente eleito como se estivessem acima da soberania popular exercitada de maneira legítima nas urnas? No Brasil a intolerância religiosa mais perigosa e explosiva é, sem dúvida alguma, o anti-petismo fomentado diariamente por empresas de comunicação que se dizem laicas.

          No fundo, você se limita a fazer um ataque pessoa. Suponho que você é banqueiro, se não for é apenas um fundamentalista cristão a serviço do deus Mercado. 

          1. Correlações bem fraquinhas …

            Antes de mais nada, para evitar – provavelmente inevitável – ad hominen:

            1. Eu li o livro

            2. Eu sou ateu, e não tenho o menor interesse de defender a igreja católica. É uma construção humana cheia de qualidades e defeitos como tantas outras.

            Dito isso, considero colocar a queda do império romano apenas na conta dos cristãos um grande exagero. De fato, Roma caiu por uma combinação de imperadores ruins (notadamente ao fim da era dos antoninos, com a ascensão de Commodus ao poder) e por ter se acomodado como império, sem buscar novos caminhos para o seu desenvolvimento. Diversos problemas saltam aos olhos na leitura do livro, tais como:

            – o final do processo de expansão do império fez com que cessassem as receitas oriundas da pilhagem que ocorria quando novas áreas eram ocupadas. Além disso, tais áreas com o tempo passariam a demandar recursos para infraestrutura e outras necessidades, onerando os cofres do império.

            – o final das pilhagens também causou uma perda de receita para o exército, que somada à ociosidade decorrente do fim das grandes guerras fez com que a força começasse a chantagear o império e exigir cada vez mais recursos.

            – sabendo do risco de um exército com armas e ocioso, criou-se a guarda pretoriana para proteger o imperador. No entanto, esta com o tempo passou a fazer suas próprias exigências, inclusive tendo sido responsável pelo assassinato de alguns imperadores durante o período de decadência de Roma.

            – a redução nas receitas do tesouro romano fez com que este optasse por reduzir a quantidade de ouro das moedas, o que acabou causando inflação e mais revolta. Além disso, o aumento da população levou a crises de abastecimento de comida e descontamento popular.

            Poderiam ser citados n outros fatores, mas a mensagem é: o autor escolheu o tema do cristianismo apenas porque ele é útil para sua argumentação (e possivelmente para passar uma impressão de intelectualidade). No entanto, é exatamente o argumento principal do texto que está mais furado, uma vez que fundamentalismo religioso e ideologia econômica são duas coisas MUITO DIFERENTES, e que tentar misturá-las só serve para jogar gasolina na fogueira do fla-flu político do país. Refletindo:

            – o fundamentalismo religioso cristão do ocidente é um óbvimo movimento de resistência à liberalização de costumes que ocorreu nos últimos 50 anos – e que se acelerou nos últimos tempos, particularmente por conta dos avanços na causa LGBT. Isso não tem nada a ver com o que acontece no Oriente Médio, em que há fatores, culturais, históricos e geopolíticos muito diferentes dos que vemos por aqui e nos EUA.

            – do ponto de vista econômico, não cabe falar em “fundamentalismo”, e sim em uma radicalização (mais de discurso que da prática) nas posições provocada pelo pseudo-bipartidarismo vigente no país desde 1994. Nem a mídia é tão pró-mercado assim nem os movimentos mainstream de esquerda são tão radicais quanto a própria imprensa pinta. O autor do texto obviamente está preocupado com a radicalização apenas porque ele está claramente de um dos lados do muro – não me parece que ele está tentando criar pontes, mas sim atirar pedras para o outro lado.

            -é extremamente medíocre uniformizar a esquerda e a direita no que diz respeito a economia e costumes. Há muitas pessoas economicamente de direita que são também liberais quanto a costumes, como há grupos de esquerda ligados às igrejas e, consequentemente, conservadores no que diz respeito a liberdades individuais. Tentar argumentar que quem idolatra o “Deus opressor dos costumes” é sempre o mesmo que é fã do “Deus Mercado” é ou ignorância ou mentira.

            Portanto, nada como uma argumentação pseudo-intelectual e sem pé nem cabeça para tentar mostrar que o outro lado está errado. Melhor seria apresentar casos concretos em que o “Deus Mercado” deixou a desejar no Brasil e em que a “nova matriz econômica” deu certo …

    2. Você leu o livro de Edward

      Você leu o livro de Edward Gibbon ou está dando patadas porque é um cristão intolerante e incapaz de fazer isto?

  3. Porquê os cristãos eram perseguidos pelos romanos?

    Pergunte á maioria dos que se consideram cristões e els não sabem da resposta. Tenho a certeza que a maioria dos “pastores” também não sabem. O  problema é que eles não leem Historia nem se interessam… enquanto isso vão espalhando absurdos. 

    1. Por que?
      Iluminai-nos com vossa sapiência contando por que os romanos perseguiam os cristãos.

      Sobre o texto original está claro que religião é poder na forma de controle das massas. Acha que se deus existisse mesmo se deixaria representar tão mal aqui na terra?

    2. foram mesmo?

       

       

       

       

       

       

       

       

       

       

       

       

       

      The Myth of Persecution: How Early Christians Invented a Story of Martyrdom

      n The Myth of Persecution, Candida Moss, a leading expert on early Christianity, reveals how the early church exaggerated, invented, and forged stories of Christian martyrs and how the dangerous legacy of a martyrdom complex is employed today to silence dissent and galvanize a new generation of culture warriors.

      According to cherished church tradition and popular belief, before the Emperor Constantine made Christianity legal in the fourth century, early Christians were systematically persecuted by a brutal Roman Empire intent on their destruction. As the story goes, vast numbers of believers were thrown to the lions, tortured, or burned alive because they refused to renounce Christ. These saints, Christianity’s inspirational heroes, are still venerated today.

      Moss, however, exposes that the “Age of Martyrs” is a fiction—there was no sustained 300-year-long effort by the Romans to persecute Christians. Instead, these stories were pious exaggerations; highly stylized rewritings of Jewish, Greek, and Roman noble death traditions; and even forgeries designed to marginalize heretics, inspire the faithful, and fund churches.

      The traditional story of persecution is still taught in Sunday school classes, celebrated in sermons, and employed by church leaders, politicians, and media pundits who insist that Christians were—and always will be—persecuted by a hostile, secular world. While violence against Christians does occur in select parts of the world today, the rhetoric of persecution is both misleading and rooted in an inaccurate history of the early church. Moss urges modern Christians to abandon the conspiratorial assumption that the world is out to get Christians and, rather, embrace the consolation, moral instruction, and spiritual guidance that these martyrdom stories provide.

       

      http://www.amazon.com/gp/product/0062104527/ref=as_li_ss_tl?ie=UTF8&camp=1789&creative=390957&creativeASIN=0062104527&linkCode=as2&tag=wwwfriendlyat-20

  4. Essa ladainha que o
    Essa ladainha que o cristianismo levou à queda do Império Romano é antiga (pagãos acusaram os cristãos durante as primeiras invasões à Romas) e além disso é patentemente falso que havia tolerância antes da ascensão do cristianismo.

    Quantos cristãos morreram no coliseu ou foram martirizados de outra forma no império romano? Judeus também foram perseguidos.

    O império romano era muito corrupto e estava fadado ao colapso antes do cristianismo sequer ser reconhecido/tolerado.

    “divididos por facções religiosas cujos conflitos… sangrentos” convenientemente esquece que um imperador foi assasinado no senado romano, pelos próprios senadores. Quantos familiares de imperadores foram assasinados para eliminar concorrência? Querer acusar algum clero de iniciar isso é piada para tolos.

  5. “Cristãos” dizimando cristãos; em nome de quê mesmo?

    Fábio,

    acho que já sugeri esta leitura aqui, mas nunca me canso de repetir.  Este é um livro de estudo, um manancial de referenciais.

    E só comprova que religiosidade é uma coisa, religião outra. A pureza do cristianismo, defendido como em seu nascedouro,  aviltado, rapinado e assassinado sob o comando papal, através de Cruzadas, cujas campanhas foram lançadas, não contra os “mouros infiéis”  (outra abominação!!), mas contra “pios cristãos”.

    Fundamentalismo religioso é das formas mais odiosas de opressão e de exercício do poder.

    Nem precisamos ir a Salém.  Salém é logo ali.

    http://www.lachatre.com.br/loja/os-cataros-e-a-heresia-catolica.html

     

    Excelente – e oportuno – post.

  6. Caro Fábio,
    Dilma, Lula e PT

    Caro Fábio,

    Dilma, Lula e PT se tornaram bodes espiatórios para a crise que está aí. Neste ponto, os que  odeiam o PT se parecem mesmo com os fundamentalistas, que precisam de um inimigo (grupo, etnia, religião, país etc) para projetar suas frustrações. Assim, o ódio ao PT se parece com o ódio aos mulçumanos, aos judeus ou ao anti-americanismo. Ou seja, é um ódio ao demônio ( e o PT não é, segundo seus detratores, o partido mais corrupto do país?) em nome de alguma ideia, deus ou visão de mundo “boa” e “pura”.

    E fico pensando aqui comigo: será que se o Aécio tivesse ganho a eleição, eu, que fiz intensa campanha para a Dilma, não estaria tendo o mesmo tipo de reação em relação ao PSDB? Afinal, a política econômica do Aécio seria a mesma da Dilma, ou seria até mais neoliberal e as consequências, idem. E será que este meu suposto ódio ao PSDB seria racional?

    Penso que todas estas manifestações de ódio têm explicações mais profundas que o confronto entre esquerda e direita. Nós costumamos associar a direita Brasileira com a intolerância e a irracionalidade e, se olhamos bem a história, ela realmente nos dá razões para pensarmos assim. Mas e quando uma certa esquerda compactua com regimes terríveis como o de Putim e o dos Aiatolás, só por conta de suas posições contrárias aos norte-americanos? Será que esta esquerda não está flertando com a oligarquia (russos) e o fundamentalismo reacionário?

    As tendências ao ódio, hoje em dia, parecem estar latentes nos dois lados do espectro ideológico. Tanto a esquerda como a direita só precisam de uma oportunidade para elegerem seu inimigo, ou seja, seu bode espiatório. Veja o caso dos Palestinos, que desperta a solidariedade das esquerdas. Só que este bom sentimento vem, muitas vezes, acompanhado de um anti-semitismo e um anti-americanismo irracionais. A crítica, mais que justa, ao estado de Israel e sua opressão aos palestinos pode descambar para o ódio irracional ao judeu, à banca judaica e seus comparsas americanos…

    Qual o fundamento destes sectarismos ideológicos, dos nacionalismos racistas, dos fundamentalismos religiosos, dos ódios de classe que proliferam no mundo atual? Acho que os marxistas da revista Exit têm, pelo menos desde a década de 90, dado uma explicação mais estrtutral e racional a toda esta crise (econômica, política e moral) por que passa o globo.

    Robert Kurz já previa, pelo menos desde o início da década de 90 o colapso econômico de agora, não porque fosse profeta, mas por conta da lógica do capital que, para a crítica (marxista) do valor, está encerrando seu ciclo histórico por conta do capitalismo ter atingido seus limites estruturais. Sei que parecem ideias apocalípticas e que muitas vezes já se anunciou o fim do capitalismo e este renasceu mais forte. Mas a argumentação deles é bastante consistente e, melhor, não vê motivos para culpar um grupo ou uma classe específica pela crise atual. Para eles não tem lógica culpar nem mesmo a banca, os especuladores ou os rentistas pela crise atual: a crise não é cauada pela ganância imoral de alguns capitalistas do mercado e sim resultado da lógica implacável e impessoal do capital.

    Acho que seria uma boa ideia colocar a crítica marxista do valor em discussão neste blog. Talvez nem a direita, nem as ditas esquerdas tenham mais respostas para a situação atual. Isto pode levar a imensas frustrações socias e, em consequência, à criação permanete de bodes expiatórios e situações de ódio, resultando em guerras ideológicas (como a que estamos vivendo no país), em guerras civis e até mesmo guerras entre estados. Saber os reais fundamentos da crise atual (ter consciência) talvez seja o melhor remédio para não incorrermos em pensamente ou ações irracionais, guiadas pelo odio irracional a determinados grupos.

    Um bom texto para começar seria este de Robert Kurk, ironicamente escrito em 2007, pouco antes do início da crise atual: http://obeco.planetaclix.pt/rkurz283.htm

    Os textos deles, em português se encontra no site O Beco: http://obeco.planetaclix.pt

  7. Aqui no RJ, a Igreja

    Aqui no RJ, a Igreja Universal criou um exército de jovens.

    Segue a mesma linha militar,com ordem unida, hierárquia militar, etc e tal.

    Segundo a IURD, esse exército é para ganhar almas para Cristo, e a sua arma é a bíblia.

    Vai vendo !

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador