O tempo foge, por André Singer

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Da Folha

O tempo foge, por André Singer

O rebaixamento do Brasil pela Standard & Poor’s, ao provocar mais uma rodada de reações tópicas de um governo desesperadamente carente de orientação, inaugura o que pode ser um dos últimos capítulos do segundo mandato de Dilma Rousseff. Não tanto pelas consequências econômicas da nota negativa, mas pelo vácuo político que ajuda a formar em torno do Planalto enquanto, do outro lado da Praça dos Três Poderes, a contagem regressiva dos que se engajaram na tese do impeachment começa a atrair mais adeptos.

Em resposta à perda do selo de boa pagadora, a presidente ordena cortes urgentes e medidas administrativas de contenção. Trata-se do equivocado cálculo de que ao ceder a esmo às pressões imediatas, agora potencializadas pela agência de rating, diminuirá a adesão ao plano golpista. Não percebe que a única coisa que pode preservá-la –e junto com ela a integridade democrática e as conquistas sociais do período lulista– seria apresentar uma perspectiva coerente de médio prazo, organizando arco de forças interessadas em acordo mínimo de estabilidade e fim da recessão.

Mas para tanto, Dilma precisaria sair da encalacrada em que começou a se meter no dia seguinte à reeleição, quando, ao contrário de tudo o que prometera, foi buscar no mercado financeiro alguém para comandar o Ministério da Fazenda. Isolada do conjunto da burguesia, aconselhada por Lula desde 2012 a tirar Guido Mantega, com a Operação Lava Jato desmontando os partidos, na iminência de ter Eduardo Cunha no comando da Câmara dos Deputados, a recém-reeleita deu o passo fatal.

Com uma economia já parada e os juros em ascensão permanente, Dilma optou por um ajuste fiscal draconiano e assassino. Não foi preciso sequer esperar que os cortes orçamentários fossem efetivados. Bastou o anúncio deles para que todos os agentes –consumidores, investidores, empresas – começassem a contrair as atividades.

O resultado aí está. Uma recessão prevista de pelo menos 2,5% em 2015, o desemprego em alta, a renda do trabalhador em baixa e, com a arrecadação despencando, o rombo fiscal aberto. Diante do estrago, numa espécie de reflexo condicionado, os conservadores pressionam por mais dureza e rigor. Só que atendidos tais apelos, daqui a alguns meses estaremos em um poço ainda mais profundo e o governo –qualquer que seja ele– em maus lençóis.

Do ponto de vista de classe, um pacto de ruptura com esse círculo vicioso seria possível e permitiria diminuir as perdas de todos. Porém, o tempo político para que a presidente o encabece se esfuma dia a dia. A triste alternativa do impeachment, como arremedo antidemocrático do parlamentarismo que não temos, poderá jogar o problema no colo de um eventual “gabinete” Michel Temer.

ANDRÉ SINGER escreve às sextas-feiras nesta coluna.

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

31 Comentários

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  1. Ainda que medidas equivocadas

    Ainda que medidas equivocadas na economia foram tomadas, ainda assim o PT foi quem melhor governou este País. Se acontecer do PT ir para a oposição, tenho certeza que, a hoje oposição, vai preferir ele no governo. O PT é muito bom no governo, mas na oposição é imbatível.

  2. A legitimidade democrática da Dilma começou a balançar

    quando ela se voltou contra tudo que defendeu e prometeu e traiu sua própria base de sustentação, só ela é que ainda não percebeu isso e continua, teimosamente, insistindo nos mesmos erros que colocaram o país nessa situação. A maioria dos que votaram nela a menos de um ano atrás já não votaria nela hoje, se isso não é argumento suficiente para fazê-la mudar de rumo, eu não sei o que será.

    1. O drible da Dilma

      Se ela é esperta, como penso que é, ela deu corda para a banca se enforcar.

      Agora que a espiral recessiva retroalimentada das políticas da banca já se provaram ruinosas ficou fácil para ela dar o cavalo-de-pau e desfaser toda a lambança deste começo tumultuado de governo.

      A hora é esta.

      1. O que sustenta a mudada de rumo na política econômica

        Fora a piscada que a S&P deu no último parágrafo da nota que rebaixou o Brasil, muitos outros indícios podem ser apontados para a oportunidade que surge.

        Neste sentido a análise de hoje do Armstrong é na veia.

        O FED americano foi pego num cacht 22, não tem saída.

        Market Talk – September 12th, 2015

        Posted on September 12, 2015 by 

        Trading Community

        It was a mixed session for Asia yesterday after what has been a very volatile week. The talk remains as to what China’s next move would/should be and “if” the FED were to move next week. Not just in Asia has this been the most awaited FED decision in years but it has been the hot topic just about everywhere. It was a clearer picture for core European Stock Indices with all closing lower on the day with 1% declines. The US did open lower but has rallied back up.

         

        Next week’s long-awaited Federal Reserve meeting may not spur a wild market reaction, even if the central bank hikes rates for the first time in almost a decade. Economists are about equally split on whether the long-awaited move will come, though futures market trades are pointing to at least one more month of the Fed delaying its 0.25 percentage point.

         

        The key that is really important is the trend. There is no question our model has been pointing to 2015.75 as the change in trend for interest rates. The Fed has been backed into a corner for unless interest rates rise (“normalization”), retire funds are doomed. The Larry Summer approach is of course one that benefits banks, not the population. He envision punishing people for saving money with charging them a tax (negative interest rates) to keep hoarding cash.

         

        Therefore, we are not looking a just a 0.25% hike in rates, we are looking at reality hitting the Fed in the face. Do they take the irresponsible approach of Larry Summers? Or perhaps they realize you cannot punish people for existing and trying to save for a rainy day. The Fed will raise interest rates for they have no choice. If not next week, they can do it at any meeting monthly and they can call an emergency meeting any time as well,

        2015.75 – The Turning Point 

        Posted on September 12, 2015 by 

        10-1-2015

        What is fascinating is how Congress kicked the can down the road and it AND ONE OF THE THINGS THAT MAY CAUSE A FIGHT IS the Planned Parenthood. If the government shuts down over this fight, on the day of the ECM, it looks like this will be the peak in government debt and this could begin to make people wonder about how society is really being managed.

         

  3. Kátia Abreu na Casa Civil

    A se confirmar essa maluquice que está sendo divulgada, é sinal de que a presidente optou pelo “ombro amigo”, pela amiga das horas difícieis. Então dona Kátia, como amiga pessoal e ombro amigo, cumprirá importante missão, porque amigos vão até o fim, lado a lado, assim Kátia acompanhará Dilma até os fundos do Palácio e dará a mão ajudando a amiga a embarcar no helicóptero que a levará até Porto Alegre, enquanto o caminhão da Granero cuida do resto.

  4. André Singer: draconiano, pusilânime e covarde

    André Singer deveria estar denunciando as múltiplas tentativas de golpes de estado que Dilma Rousseff está sofrendo desde outubro de 2014.

    Como é um pusilânime, prefere lavar as mãos e chancelar a tese dos golpistas! 

    Ora, não importa absolutamente nada se o Brasil está em crise ou se a presidenta está com a popularidade baixa. Isso não é motivo para um golpe de estado em nenhuma democracia séria do mundo. 

    É preciso denunciar a camarilha de porcos que querem destruir a democracia brasileira. Mas é preciso denunciar também as gentes covardes e pusilânimes que ao invés de denunciar o golpe, como qualquer pessoa decente deveria fazer, insistem em jogar água neste podre moinho dos fascistas desavergonhados. 

    Deste modo repito: o sr. André Singer precisa recobrar a vergonha na cara. Precisa deixar de ser um pusilânime. Precisa deixar de ser um covarde. Precisa é começar a denunciar o golpe de estado e não ficar inventando justificativas para o mesmo. 

    Este texto é pura e simplesmente um lixo. O que este pusilânime quer dizer com ”o tempo foge”? Se não fosse um frangote covarde, André Singer faria um texto descrevendo um a um quem são os vigaristas safardanas que querem dar um golpe de estado. Este seria o procedimento corrreto. 

    Mas não, ele prefere vir com fantasias. 

    É possível fazer mil e uma críticas aos mandatos de Dilma e ao ajuste macroeconômico atual. O que não se pode é compactuar com gente golpista.

    O covarde André Singer esqueceu por acaso que Lula fez um grande ajuste fiscal em 2003, com aumento do desemprego, queda na renda dos trabalhadores e inflação estourando o teto da meta? 

    Duvido que tenha esquecido. Ele apenas está agindo como um cão medroso que abana o rabinho para o próprio dono.

    1. Sou obrigado a concordar com o Diogo nesta

      Muitos dos que estão mudando rapidamente de lado são isto mesmo: covardes e ignorantes, que a frente do primeiro track, pois o lado de lá não tem nada nas mãos, borram as calças e saem pedindo penico.

      Basta a Dilma assumir o comando e restaurar a confiança do povo e da nação e a banca perde esta batalha e sai a francesa.

      Dilma, acorda!

      1. Onde?

        Alexandre e Diogo, me digam onde o André Singer mudou de lado. Ele já denunciou em várias oportunidades o movimento que se intensifica.

        Hoje, como analista e cientista político ele simplesmente enxerga que a Dilma está cada vez mais encurralada, por várias razões, algumas que são da sua exclusiva responsabilidade.

        Por mais que eu discorde fundamentalmente da pressão que existe hoje sobre ela, seja para impeachment ou renúncia, e defenda que ela termine o mandato dela apesar da tremenda incompetência que ela tem demonstrado, não posso deixar de perceber que o movimento dos que querem tirá-la do poder está se reforçando a cada dia.

        Esse movimento é golpista? Com certeza. Porém não é por isso que ele não vai acontecer. Simplesmente ele virá revestido de algum verniz jurídico, para não ficar muito na cara.

      2. Concordo

        Alexandre Weber, concordo com você, mas que o governo assuma o comando e restaure a confiança…. Que “acorde”, como diz você. É a única chance – e espero que ainda seja possível.

      3. Não sei de caso de alguém que ao pôr confiança mudasse o mundo

         

        Alexandre Weber – Santos -SP (sábado, 12/09/2015 às 12:26),

        A sua crença no poder da confiança em tempos de paz não tem paralelo, mas mesmo se houver outros que pensam como você e se eles se juntarem a você para dar um só exemplo não conseguirão apontar um só caso de um país onde alguém tenha infundido essa confiança a ponto de alterar a trajetória econômica de um país.

        A economia capitalista move por um só motivo: o lucro. Se houver aumento de lucro há aumento de investimentos e isso prepara para o futuro com mais produção e gera no imediato mais demanda e assim o país cresce no presente e em razão de mais investimentos no passado tem condições de continuar crescendo no futuro.

        Não era para fazer este meu comentário para você aqui neste post “O tempo foge, por André Singer” de sábado, 12/09/2015 às 10:23, com esse tão perverso artigo do filho de Paul Singer. Artigo tão nefasto que não só degasta a si como ao pai. Ainda mais que você deu apoio a Diogo Costa que resta um dos poucos defensores consistentes e constantes do governo da presidenta Dilma Rousseff. Aqui não era para lhe fazer críticas mas só elogios.

        E há mais razão para que este comentário não fosse feito aqui. O meu primeiro intento em enviar um comentário crítico ao seu apego à confiança foi motivado pelo seu comentário enviado sexta-feira, 11/09/2015 às 20:02, junto ao post “Para entender a lógica da S&P” de sexta-feira, 11/09/2015 às 17:55 (A primeira postagem foi feita à 01:00 da manhã de sexta-feira), aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

        https://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-a-logica-da-sp

        Lá você transcreve um artigo do australiano Greg Canavan que estabelece como diferença entre o Brasil e a Austrália a falta de confiança. É o tipo de conclusão que não tem um argumento racional. É claro que quando impera a irracionalidade tudo pode acontecer e uma confiança absoluta se transforma em uma desconfiança absoluta. Só que isso é fora da razão e não é com isso que um governo em um mundo capitalista, no regime democrático pode trabalhar. No mundo todo, nos países democráticos e capitalistas, busca-se trabalhar com a racionalidade.

        Racionalidade é, por exemplo, o parágrafo inicial do post “Para entender a lógica da S&P” que transcrevo a seguir:

        “A disputa dá-se em torno do orçamento público. Os rentistas se apropriam dele através dos juros; a economia real através de subsídios ao crédito e compras públicas; o cidadão através de gastos sociais e com serviços públicos”.

        É tal como Luis Nassif transcreveu que funcionam os orçamentos em todos os países democráticos e capitalistas do planeta. Você pode entrar com o credo da confiança, mas basta analisar com racionalidade que se vai verificar que a confiança não vai mudar 1% do orçamento.

        E o analista australiano ao trazer o Brasil para comparar com a Austrália mostra que ele provavelmente nem conhece nem mesmo a Austrália quanto mais o Brasil. Quando faço comparações de outros países com o Brasil, eu já reduzo o conjunto da comparação separando alguns poucos países com os quais o Brasil pode ser comparado. México, Egito, Irã, Indonésia, Argentina, Rússia, Paquistão, Índia, China, Estados Unidos, Canadá e Austrália. Canadá e Austrália são eliminados porque não tem população. China e Índia porque tem muita população. Estados Unidos porque são muitos ricos. Rússia porque são muitas razões que nos fazem distintos, Argentina, por outras razões, mas também porque não tem população, Paquistão, Egito e Irão porque são muito pobres; Sobra então México e Indonésia que parecem possuir especificidades que tornam a comparação capenga.

        E ainda em relação a confiança, imagine um mágico que consiga com um pó de pirlimpimpim qualquer infundir confiança em todos os agentes econômicos. Agora imagine que o lucro está caindo. Como os agentes econômicos vão começar a investir se o lucro deles está caindo?

        Eu falo muito no terceiro trimestre de 2013. Aquilo, entretanto, foi algo fora do normal. Primeiro o processo de recuperação da economia foi um processo lento que demandou paciência de todos. Ao mesmo tempo acontecia o julgamento da Ação Penal 470.

        Ainda assim, a economia depois de um arrefecimento, conseguiu retomar o crescimento ainda que de uma base muito baixa. A taxa de crescimento do PIB trimestral em relação ao trimestre anterior se manteve constante em 0,1% durante quatro trimestres (Do quarto trimestre de 2011 até o terceiro trimestre de 2012). Crescer a esta taxa significa um crescimento de 0,4% do PIB ao ano, se no ano anterior a taxa foi a mesma.

        Analisando hoje é de se perguntar quais os gênios que estavam no Banco Central do Brasil e no Ministério da Fazenda que conseguiram realizar essa proeza de comandar o PIB trimestre a trimestre de modo que não houvesse queda e ao mesmo tempo o PIB não retomasse muito cedo o crescimento. A proeza era ainda maior quando se leva em conta que esse processo de arrefecimento do crescimento não foi algo aleatório, mas intentado, uma vez que a retomada do crescimento após a crise de 2008 fora muito forte e além da capacidade natural do país.

        Chamei Guido Mantega e Alexandre Tombini de gênios tomando apenas o PIB como referência. Se se tomar a variação da taxa de inflação ou a suavidade das varações da taxa de juros ao longo dos quatro anos do primeiro mandato da presidenta Dilma Rousseff será necessário encontrar uma classificação ainda maior para os dois.

        Só que conjugado com o julgamento da Ação Penal 470 no STF e a utilização da taxa de inflação em um patamar mais elevado (O governo deixou a inflação em torno de 6% para poder reduzir mais facilmente a dívida pública e a privada também), a redução do crescimento de modo prolongado exasperou a população e quando o crescimento retomou, no quarto trimestre de 2012, a população estava irritada e pronta para as manifestações de junho de 2013.

        De repente a popularidade da presidenta Dilma Rousseff que até então era de quase 70% caiu quase 30% para algo abaixo de 40%. Nunca dantes na história da humanidade em tempos de paz houvera algo parecido. Ao mesmo tempo aquela multidão na rua caminhando e cantando, mas sem rumo e direção, deixou a nação desacordada. Junto com a queda da popularidade da presidenta Dilma Rousseff veio uma espécie de paralisia geral da nação, pois ninguém entendeu o que acontecia.

        É esta a explicação que eu encontro para a parada brusca do terceiro trimestre de 2013 destruindo o crescimento que retomara no quarto trimestre de 2012, e fora cada vez mais vigoroso no primeiro e no segundo trimestre de 2013, sendo que no segundo trimestre de 2013 o crescimento anualizado da economia chegou a 8% (Esta é a taxa quando se anualiza a última informação disponível para o dado da taxa de crescimento do segundo trimestre de 2013 comparado com o primeiro trimestre de 2013). E o que aconteceu no terceiro trimestre de 2013 fica ainda mais incompreensível quando se tomam as taxas de crescimento do investimento que saíram de índices anualizados de mais de 10% para taxas negativas de também mais de 10%.

        Se um economista mostrar de modo convincente que a queda do PIB no terceiro trimestre de 2013 não fora algo surpreendente, mas dentro da racionalidade do sistema econômico, eu deixo de fazer a alegação de que o que acontecera ali fora uma espécie de paralização do pais em decorrência de manifestações sem eira nem beira, sem norte e sem rumo, que apenas criou apreensão e desorientação da população em uma intensidade que nunca houvera acontecido.

        E se você conseguir mencionar um só país em que alguém tenha em tempos de paz difundido a confiança e isso tenha levado a retomada de crescimento econômico, eu deixo de o criticar por essa sua crença que em meu entendimento é um dislate desconexo, um contrassenso inconsequente, um disparate absurdo, um desarrazoado desvario, um desatino descabido, um despropósito insubsistente e vai por esse caminho sem fim.

        Clever Mendes de Oliveira

        BH, 12/09/2015

        1. Não falo de Sebastianismo, refutar o que não disse é …

          Caro Clever, agradeço a sua resposta longa e elaborada sobre diversos aspectos do atual enrosco nacional por mim abordados em diferentes mensagens aqui no blog. Seu esforço em agrupar e dar ordem a elas é louvável, pois permite um debate mais fundamentado e racional dos temas propostos. Afinal, estamos neste ambiênte informal para trocarmos idéias, pontos de vistas, aprimorarmos nossos conhecimentos e porque não dizer, instruir-mos nos mutuamente.

          Penso com meus botões indagadores que confundistes uma idéia clara, real, mesmo física com pré-juízos vossos, sobre a questão da confiança e a confusão com um salvador da pátria, nem de longe me passou pela cabeça na figura messiânica que venha com a receita de bolo pronta para salvar a pátria e queo conteúdo do seu discurso fosse confiança.

          Muito pelo contrário, tenho firme convicção que no mundo capitalista de uma república democrática o que impulssiona a economia é o crédito e este sim, depende da confiança. A crise atual é de crédito, pois se não tivessemos este problema no Brasil poderíamos, como o USA, ficarmos nos endividando “ad eternum”.

          Neste passo, e longe da confusão que você fez com a palavra confiança, garanto que a retomada da confiança nas políticas públicas e na governança do Brasil é condição “sine qua nom”  para a existência do crédito e do desenvolvimento, não só aqui mas em todas as nações do planeta. É o fulcro do artigo do australiano e fundação de tudo que proponho em todos os tempos aqui no Nassif.

          Quanto a sua insistência nas razões da queda do PIB no segundo semestre de 2013 eu sei que você não aceita o artigo que eu trouxe à época, com forte viés de teoria da conspiração e que colocava o movimento, não o seu gatilho, mas na sua dinâmica posterior num controle matemático sutil e perverso, mais ou menos como a operção Jade Helm que ocorreu no Texas este mês e terminou ontém. Que existem estas técnicas sofisticadas cibernéticas para o controle das massas muitos sabem, que elas foram aplicadas por aqui  já é outra história, mas para bom entendedor meia palavra basta.

          E a história da Tendências consultoria foi só uma curiosidade, pois este pessoal com passagem pelo governo se tivesse competência já teriam resolvido o assunto ou ao menos dado um diagnóstico inteligênte, não fizeram e não vão fazer, está muito acima da capacidade deles e eles não tem tempo para perder com especulações.

          1. Você me entendeu errado duas vezes

             

            Alexandre Weber – Santos –SP (domingo, 13/09/2015 às 02:20),

            No final do seu comentário acima você diz o seguinte:

            “E a história da Tendências consultoria foi só uma curiosidade, pois este pessoal com passagem pelo governo se tivesse competência já teriam resolvido o assunto ou ao menos dado um diagnóstico inteligente, não fizeram e não vão fazer, está muito acima da capacidade deles e eles não tem tempo para perder com especulações”:

            Hoje, ao acessar o blog de Luis Nassif, eu até lembrei quer eu devia dizer algo sobre o seu comentário enviado sábado, 12/09/2015 às 19:32, junto ao meu enviado sábado, 12/09/2015 às 12:16, junto ao post “Para entender a lógica da S&P” de sexta-feira, 11/09/2015 às 17:55 (A primeira postagem foi feita à 01:00 da manhã de sexta-feira), aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele. Você fizera um comentário muito curto e que você intitulara com a seguinte pergunta: “Clever, você trabalha na consultoria Tendências?”. E no comentário você apenas diz:

            “Se aquele pessoal soubesse o que fazer,  já teria feito. NMHO”

            Eu havia visto o seu comentário ontem à noite, mas bem após ter enviado o meu comentário acima de sábado, 12/09/2015 às 20:53, aqui neste post “O tempo foge, por André Singer” de sábado, 12/09/2015 às 20:43 (originalmente de 10:23). Enfim, o meu comentário aqui junto ao seu não foi em resposta ao seu comentário para mim lá no post “Para entender a lógica da S&P”.

            E, assim, foi com susto que eu li a sua explicação aqui para o seu questionamento quanto a minha participação na Consultoria Tendências de Gustavo Loyola. Era como se você tivesse lido o meu pensamento, pois eu ainda o ia perguntar sobre esse seu comentário indagando se eu era da Consultoria Tendências, ao dar a explicação para o seu questionamento que não fazia nenhum sentido. Como eu podia pertencer a Consultoria Tendências de Gustavo Loyola se eu dissera explicitamente em meu comentário que, relativamente ao Plano Real, o Gustavo Loyola era um joão ninguém que seria esquecido na história?

            Veja bem, a falta de compreensão dos argumentos estão partido de sua parte. É bem verdade que há responsabilidade pela incompreensão por parte do emissor da mensagem. Um pouco da confusão é fruto do estilo de Luis Nassif que tem feito textos que são verdadeiras colchas de retalhos as vezes com material só de primeira qualidade mas sem um sentido comum e as vezes entremeada de afirmações de péssima qualidade.

            A minha crítica ao trecho com referência a Pérsio Arida e Gustavo Loyola tinha a finalidade apenas de lembrar que a responsabilidade de condução do Plano Real no que diz respeito à política monetária (E com repercussões junto à Secretaria da Receita Federal, pois foi dele a ideia de aumentar a carga tributária via todos os impostos principalmente no que diz respeito à redução da faixa de isenção e das outras faixas do Imposto de Renda), era atribuição do Banco Central, foi de exclusividade de G. Henrique de Barroso F.

            O Luis Nassif omitiu o nome de G. Henrique de Barroso F. de propósito. E essa omissão tornou ainda mais frágil aquela parte do texto dele com referência ao Plano Real. O cerne da dificuldade de trabalhar com a pressão contra o real que aparecera no início de 1995, foi a própria natureza do Plano Real. Ao fazer o Plano Real em período de eleição e para eleger um candidato à presidente da República e um candidato que não havia tido experiência administrativa na juventude para desenvolver habilidades de liderança e de comando, foi necessário primeiro acabar com a inflação de uma vez o que é equivocado em especial em um país com a dimensão e o potencial econômico do Brasil. Acabar com a inflação de uma vez provoca de imediato uma valorização da moeda nacional. E ainda ocorreu para piorar a situação permitir que a pressão consumista que aparece na fase inicial de redução da inflação não fosse debelada de modo mais forte para não criar resistência eleitoral ao Plano Real e essa espécie de inação tenha levado a um aumento da valorizar o real e na sequência a necessidade de aumentar o juro para não provocar fuga de dólares quando o mundo iniciava uma fase de valorização do dólar. O aumento do juro pesou na dívida pública.

            E para culminar, 1994 assemelha a 2016, isto é, foi o ano em que o Federal Reserve iniciou o aumento do juro americano. O aumento do juro provoca a fuga de capitais no primeiro momento nos países onde a moeda está mais valorizada. Se o governo iniciasse o processo de desvalorização em 1995, no início do governo de Fernando Henrique Cardoso, haveria o risco de o governo soçobrar. Ai o Luis Nassif conta a história como se o aumento do juro fosse culpa de Pérsio Arida ou de Gustavo Loyola que eram peixe pequeno e não tinham nada a ver com a história, uma vez que toda a decisão foi de G. Henrique de Barroso F. Eu aponto para isso e você faz a pergunta se eu sou da Consultoria Tendências.

            E você não entendeu minha crítica a sua defesa da confiança. Eu digo que na atual situação do Brasil, o problema não é de confiança. O problema decorre do fato do país não ter conseguido dar continuidade a uma política de retomada de crescimento que foi engendrada vias políticas públicas, mas que foi subitamente estancada no terceiro trimestre de 2013. De lá para cá, os investimentos só foram reduzindo e o aumento de demanda que o governo criou para aumentar a propensão ao investimento deixou de dar o resultado esperado. O governo ainda manteve a política de aumento de demanda em 2014 porque era ano eleitoral e o governo não podia entregar os pontos e dizer não temos mais nada a fazer e assim desistimos. Só que 2014, coincidiu também com a redução dos preços das commodities e o aumento da tendência de se iniciar o aumento do juro americano com a natural consequência de desvalorização das moedas dos países emergentes. A Rússia teve crise com o rublo já em 2014.

            Então o país chegou ao ponto que a única alternativa é a desvalorização da moeda. E a desvalorização da moeda tem como consequência um aumento do excedente na comercialização internacional. E o excedente interno precisa de redução da demanda. E é isso que o governo está fazendo, esperando que o maior recurso em real que o exportador receber comece a incentivar o exportador a exportar. E há também o aumento da demanda interna para a indústria nacional no processo conhecido como substituição natural das importações (A artificial é aquela em que o governo incentiva a produção de produtos importados). É natural porque decorre da impossibilidade do produto importado concorrer com o produto nacional já existente com a nova situação da taxa de câmbio. Assim a partir de 2016, a economia brasileira puxada pelas exportações em valor maior em real e pela substituição das importações inicia o processo de retomada. Tudo isso independentemente da confiança.

            E mais. O país mais rico do mundo talvez seja o Japão. E é lá que há toda a confiança possível. Confiança tão grande que isso causa mal ao país. Veja a esse respeito o artigo de Paul Krugman “Japan’s Economy, Crippled by Caution” de sexta-feira, 11/09/2015, no endereço indicado a seguir:

            http://www.nytimes.com/2015/09/11/opinion/paul-krugman-japans-economy-crippled-by-caution.html

            Ele começa dizendo o seguinte:

            “Visitors to Japan are often surprised by how prosperous it seems” (No google tradutor: “Os visitantes do Japão são muitas vezes surpreendidos por quão próspero o país parece”.

            E mais à frente ele escreve:

            “Yet Japan is still caught in an economic trap. Persistent deflation has created a society in which people hoard cash, making it hard for policy to respond when bad things happen, which is why the businesspeople I’ve been talking to here are terrified about the possible spillover from China’s troubles.

            Deflation has also created worrisome “debt dynamics”: Japan, unlike, say, the United States after World War II, can’t count on growing incomes to make past borrowing irrelevant”.

            (De novo pelo Google Tradutor: “No entanto, o Japão ainda está preso em uma armadilha econômica. Deflação persistente criou uma sociedade em que as pessoas acumulam dinheiro, tornando-se difícil para a política responder quando coisas ruins acontecem , razão pela qual os empresários com os quais eu estive conversando aqui estão apavorados sobre o possível alastramento dos problemas da China.

            A deflação também criou preocupante “dinâmica da dívida”: o Japão, ao contrário, por exemplo, dos Estados Unidos após a Segunda Guerra Mundial, não pode contar com rendimentos crescentes para fazer empréstimos passados irrelevantes”.

            O que o Paul Krugman não diz foi que no Japão não houve inflação para tornar os empréstimos passados irrelevantes. No final da segunda guerra mundial a dívida pública americana era superior a 100% do PIB. No final da década de 70, quando a dívida pública americana voltou a crescer, a dívida pública tinha caído para menos de 30% do PIB.

            E então indo para o final do artigo Paul Krugman faz as duas seguintes questões:

            A primeira

            “How, then, can policy fight deflation?” (No Google Tradutor: “Como, então, pode a política combater a deflação?”)

            Que ele responde assim:

            “Well, the answer currently being tried in much of the world is so-called quantitative easing”. (No Google Tradutor: “Bem, a resposta que está sendo tentada em grande parte do mundo é o chamado afrouxamento quantitativo”)

            E então ele faz a segunda questão:

            “But is this sufficient?” (No Google Tradutor: “É isso suficiente”)

            E a resposta dele é curta.

            “Doubtful” (No Google Tradutor: “Duvidoso”)

            E o artigo continua e eu transcrevo só o parágrafo seguinte em que ele diz:

            “What’s remarkable about this record of dubious achievement is that there actually is a surefire way to fight deflation: When you print money, don’t use it to buy assets; use it to buy stuff. That is, run budget deficits paid for with the printing press”. (No Google Tradutor: “O que é notável sobre este registro de alcance duvidoso é que há, na verdade, uma maneira infalível para combater a deflação: quando você imprime dinheiro, não o use para comprar ativos ; use-o para comprar material. Ou seja, déficits orçamentários pagos com a impressão de dinheiro”)

            O que se vê é que os japoneses tem confiança no dinheiro deles. Estão amontoados de dinheiro, mas não é a confiança que causa o crescimento da economia. Eles precisam aumentar a demanda e uma vez uma demanda maior haverá um aumento dos lucros das empresas e na sequência as empresas investem mais (que de um lado é aumento de demanda e de outro prepara o pais para uma maior produção no futuro) e isso gera mais crescimento.

            Agora, a nossa realidade é diferente. Nós precisamos aumentar a demanda sem causar inflação. O país então não pode ter aumento de gastos com emissão de dinheiro. É preciso então ver uma outra forma de aumentar a demanda. Uma forma é via comércio exterior com aumento das exportações. Só que as exportações estão decaindo no mundo todo. Outra é via a substituição do atendimento dos produtos importados que passam a ser produzidos pelo produtor nacional. É isso que está acontecendo.

            Só que esse processo não pode ser feito de supetão. Em um primeiro momento há que se fazer um esforço para conter a demanda interna. É isso que o governo tem feito. Não vai precisar de aumento de confiança. Ela virá sem dúvida, mas em decorrência do próprio desenrolar da economia. Portanto, não apontei na sua defesa da confiança traços de sebastianismo, embora ela tenha, uma vez que você a menciona associando-a a nomes ou ações. O que eu critico é você a apresentar como requisito. Ela não é requisito, mas apenas consequência natural do processo.

            Clever Mendes de Oliveira

            BH, 13/09/2015

          2. Respeitosamente duvido que lhe tenha entendido errado Cléver

            Como sempre elogio sua capacidade de arrazoar peças convicentes que de forma brilhante sustentam seus argumentos, mesmo como no caso, onde vão contra a mais elementar das realidades.

            A confiança nos humanos é um ser fugidio que de forma metafísica influencia o seu pensar.

            Para escapar desta arbitrariedade, desde os primórdios, a natureza é solicitada a emprestar sua inteligência, dando um suporte, que se não é inteligível, como por exemplo salienta a capa da mais prestigiosa revista de ciência do planeta, que coloca em destaque o desconhecimento dos humanos sobre do mecanismo que fornece à roda da bicicleta  a condição de equilíbrio para o ciclista, um mistério impenetrável até os dias de hoje, mas que não impediu que os humanos tenham confiança na bicicleta o suficiente para usá-la como meio de transporte.

            Na economia as pedaladas são diferentes, mas põe a roda econômica a girar também e é este giro misterioso, arbritrário e inelutável que cria confiança nela.

            Não aceitar a confiança dinâmica e misteriosa reduzindo-a  a mera contabilidade de mais e menos do capital (política monetarista) é de extrema ingenuidade, para dizer o mínimo, na minha humilde opinião.

            Agora o esforço que voce faz para produzir esta peça é fantástico, sua tradução do Krugman é no ponto e a crítica a ele só é possível com a abordagem de todo o seu artigo, no contexto onde foi produzido, que não é o caso aqui.

            Minhas dúvidas sobre seus posts e a pergunta sobre sua ligação com a consultoria Tendências é porque eles tem vários auxiliares que vem da excelente Dom Cabral, ai de Minas. Além do que sua capacidade de juntar pesquisas, referências e artigos sucitam  um trabalho de uma excelente equipe de pesquisa, que ao que parece, você consegue desenvolver sozinho, parabéns.

            Respeito suas posições sobre a confiança e o seu papel na economia, mas são pelo meu ponto de vista, insuficientes para abarcar a complexidade humana no fenômeno econômico do planeta.

            Para simplificar aos que porventura se arrisquem a nos lerem, digo que a confiança se assenta em conhecimentos da civilização humana e que nos dias de hoje os que melhor o articulariam seria a Astrologia, o Tarot e Geometria, que além de serem testados historicamente, produzem resultados de extrema elegância e simplicidade.

          3. Confiança, como as reservas, não é para usar mas para inglês ver

             

            Alexandre Weber – Santos –SP (segunda-feira, 14/09/2015 às 18:47),

            Quando começo ler as suas críticas sempre generosas nos elogios aos meus comentários eu me deixo contagiar pela sua lhaneza de trato e amável cortesia que me ponho a também conceder em lhe dar razão, ou pelo menos pensar para comigo que nesses trechos iniciais os seus bondosos afagos de gentileza podem não estarem de todo equivocados.

            Em meu primeiro comentário enviado sábado, 12/09/2015 às 20:53, para junto do seu enviado sábado, 12/09/2015 às 12:26, eu disse o seguinte, comentando o artigo do australiano Greg Canavan que você havia transcrito em comentário seu enviado lá no post “Para entender a lógica da S&P”:

            “Lá você transcreve um artigo do australiano Greg Canavan que estabelece como diferença entre o Brasil e a Austrália a falta de confiança. É o tipo de conclusão que não tem um argumento racional. É claro que quando impera a irracionalidade tudo pode acontecer e uma confiança absoluta se transforma em uma desconfiança absoluta. Só que isso é fora da razão e não é com isso que um governo em um mundo capitalista, no regime democrático pode trabalhar. No mundo todo, nos países democráticos e capitalistas, busca-se trabalhar com a racionalidade”.

            Neste trecho, fica absolutamente claro que eu parto do princípio de que a confiança existe e a força dela é incomensurável. Sem confiança o dinheiro não vale nada. O próprio termo crédito repousa na confiança. Sem confiança não há crédito. Só que por ser uma força incomensurável não há porque eu ficar incluindo-a nos meus cálculos.

            Suponha que a confiança seja algo ainda maior. Suponha que a confiança seja deus e que não entre em discussões frívolas sobre a sua existência. A confiança existe e portanto, deus existe. E suponhamos que você esteja comandando um departamento encarregado de dimensionar a inflação no ano que vem. Conhecendo você imagino que você imediatamente informará a quem lhe fez o pedido que é impossível determinar a inflação daqui a um ano.

            Eu se fosse você reformularias as suas ideias a este respeito tendo em vista a existência do Regime de Metas de Inflação. De todo modo não é contra essa sua crença que eu me bato. E assim posso alterar a suposição que vinha fazendo e definir que lhe seria pedido para calcular a inflação do mês que vem, tarefa que acredito não será considerada impossível por você. O que eu tenho dito sobre você trazer a discussão sobre a confiança, a qual fizemos mais forte e abrangente equivalendo-a a deus, é que, até por não ser possível, não cabe colocar nos seus cálculos o coeficiente de deus, nem deixar de elaborar suas estimativas sobre a inflação só porque o coeficiente seja desconhecido.

            O que eu tinha a dizer sobre confiança era só isso: é preciso agir com racionalidade para analisar questões da produção econômica. E não há ainda um mecanismo que permita utilizar nos cálculos econômicos o fator confiança. A confiança existe, não dá para viver sem ela, mas podemos prescindir dela nos nossos cálculos.

            Como um adendo um pouco fora do contexto, mas não de todo, vou mencionar aqui dois artigos que eu li essa semana. Na sexta-feira, 11/09/2015, saiu publicado no Valor Econômico o artigo de Yashiaki Nakano “Deterioração conjuntural” e que pode ser visto na íntegra apenas por assinantes do Valor Econômico no seguinte endereço:

            http://www.valor.com.br/opiniao/4218796/deterioracao-conjuntural

            O artigo poder-se-ia denominar “Deterioração de confiança”. Não diz nada que possa servir a alguma análise mais exaustiva da economia brasileira. Só que se tudo sair como ele falou ele pode depois dizer eu não disse. Se nada acontecer como ele falou, ele poderá dizer que não há nada no texto dele e mais uma vez ele está com razão.

            E o outro artigo foi a reportagem “You’re not irrational, you’re just quantum probabilistic” publicada sob os auspício de Ohio State University e que pode ser visto no seguinte endereço:

            http://www.eurekalert.org/pub_releases/2015-09/osu-yni091415.php

            É um texto um tanto desconfortante para mim, pois renega bastante a nossa racionalidade que eu tanto defendo e diz que nós obedecemos as leis da física quantum e por isso parecemos irracionais. Ou seja, quando eu for capaz de entender a física quântica, eu passarei a entender as pessoas e não mais as verei como irracionais mas sim se manifestando segundo as leis da física quantum.

            Clever Mendes de Oliveira

            BH, 15/09/2015

  5. Votei e votaria na Dilma

    Votei e votaria na Dilma novamente, mesmo não aprovando o governo dela, quais as outras opções? Entregar o Brasil para o aécio? Alkmin? Serra? Fhc? mendonça? gistavo franco? para o brasileiro-estadunidense? cunha? renan?basta ver o que esse pessoal faz nos estados para se ter uma ideia do que fariam no restante do Brasil, só sendo maluco, ou muito coxinha cego.

  6. Se o voto em Dilma tivesse

    Se o voto em Dilma tivesse servido apenas para impedir que uma pessoa como Aécio se tornasse presidente e que os entreguistas ocupassem o governo, já teria sido plenamente justificado. Os golpistas que não se enganem: Dilma não é Collor, o PT não é PRN e a esquerda não é composta por um bando de midiotas. Os golpistas não tem povo, eles que reflitam um pouco sobre isso. Um exército de midiotas será bem pouco útil quando a coisa apertar.

  7. Pacto pela Estabilidade Fiscal com Crescimento

    Seria um bom instrumento para aglutinar esse arco de forças anti-recessivas, a necessidade mais urgente do país hoje.

    1. Selic deve ter um teto, compativel com a sustentabilidade da relação dívida/PIB. Não pode ser usada meramente para combater a inflação, ao mesmo tempo em que torna o serviço da dívida insustentável, anulando todo o sacrificio fiscal que está sendo feito pela sociedade.

    E por aí vai…

     

  8. Alienação.

    A mistificação é de fato um dos maiores problemas desse país. Nenhuma ciência é possível. “Ajuste draconiano”, “organizar arco de forças”, “do ponto de vista de classe seriia possível”, bla, bla, bla…

    O governo está sob cerco fechado de golpistas que querem tomar o poder no tapetão a qualquer pretexto; a campanha eleitoral ficou explícita pelo menos a partir de setembro/outubro de 2012 e não parou mais; a oposição se recusou e se recusa a aceitar o resultado das eleições!

    Agora esses materialistas vulgares da USP estão todos “tirando o corpo” fora e ficar “bem na foto” com a folha de são paulo . Foi com a contribuição deles que os governos do PT perderam a comunicação por W. O. E esse daí era um que fazia “coletivas” para o governo ser “interpretado” por essa imprensa venal. Depois que os reacionários se rearticularam temendo a quarta derrota eleitoral – que quase conseguem reverter ainda no tempo regulamentar, mesmo com o emprego recorde, mesmo com emprego recorde, compreendam materialistas vulgares – vem ele falar em ajuste fiscal “draconiano”… De 1,2% do PIB, 1,2% do PIB que nem sequer foi efetivado!

    … Pior do que negligenciar a esfera da disputa simbólica é incorporar o discurso do “outro” como se fosse seu. “Do ponto de vista de classe” isso tem nome: alienação.

    1. Alienação ou não

      Prezado, independente de alienação, parece que claro que o governo Dilma tem dois caminhos possíveis, que podem ter graduações diferentes: ou 1) o governo passa a governar para quem a elegeu, como é o meu caso e o de milhões de brasileiros, ou 2) deixa de existir. Ou a Dilma começa imediatamente um governo popular, em diálogo com os movimentos sociais, sindicatos e políticos localizados à esquerda no espectro ideológico, como Ciro Gomes, Requião – o que significa dar um cavalo de pau na política econômica, ou ela dança, nos levando junto. Infelizmente, estou profundamente pessimista, além de triste e deprimido….

      1. Governar.

        Governar. No meu entender foi isso que ela tentou fazer desde o início (ainda que com um mutismo incompreensível, o principal problema). Mas o fato é que está explicitamente sendo interditada por uma oposição e uma imprensa que se recusam a aceitar resultado de eleições e um congresso de achacadores que no quandro de hipocrisia geral ainda são tratados como os baluartes da moralidade (rezando o “pai nosso” e tudo no plenário da camara). Um vale tudo inescrupuloso explícito (ao qual o governo reage com um “cavalheirismo” também incompreensível, o segundo maior problema).

        O tal ajuste que chamam de “draconiano” eu chamo até de singelo perto do que a oposição faria e do que já foi feito no passado. Sobretudo se considerássemos que terminamos o ano de 2014 com emprego recorde e inflação dentro do combinado. Ou seja, um ajuste feito no primeiro trimestre e já estaríamos seguindo em frente, e não aos trancos e barracos durante o ano todo por causa dessa chacrinha…

        Num cenário de economia internacional patinando e com alguns países inclusive vivendo crises humaniitárias defender o que resta de patrimônio e conteúdo nacional, preservar a política de valorização do salário mínimo e um bom leque de programas sociais não é governar “pro povo”, não? Pra que servem Requião e Ciro Gomes, pra fazerem gol contra “com as melhores das intenções”? Qual é o tamanho da bancada deles? Quais os “meios de comunicação” deles?

        Desculpe o exemplo exagerado (não é nada pessoal), mas será que há quem acredite que basta a Dilma pegar um pedaço de papel, escrever uma medida, assinar e a realidade muda?

        Ou a correção do seguro desemprego e do abono salarial justificam golpe?

  9. A loucura!

    Dilma esta no ponto que sempre esteve. Somente agravou por determinadas custas e foi a seu afastamento.

    Hoje percorro um momento, próprio os democráticos, de muitos e a população se encontram pensando que a temeridade com a Dilma consistir em ser piores que defender a democracia e assim preserva as conquistas sociais e econômicas destes 12 anos passado. Uma coisa muito me espanta. Tem duas ou três situações criticas que vemos no mundo animal do qual fazemos parte. Uma é a renúncia em lutar, a morte, outra é justamente o contrário onde se encontra forca física e ignorada para superar as limitações, da vida, por fim outra é a auxílio dos grupos, ou trazer apoio com causas, ate na religião, etc.

    Simplesmente não consigo assistir a presidente Dilma em qualquer destes quadros e é como estivesse ausente deste mundo. Muito próximo da sua própria derrota, como todos fossem contra Dilma e incompreendida, a loucura.

     

    1. argumentos

      Ai vc com estes argumentos! Cacete!

      Ela é a própria incongruência do Lula e Dirceu. Nunca esteve sozinha. Quer mais subsídio do que isto que arguiu no texto e Dilma dá rasteira nela mesma, não é agora, foi desde 2010 e ficou caracterizado em 2013. O que a oposição tem com isto? Não fui eu que quis chamar a policia contra o povo na rua que apoiava mais protestava e meu caro embasou com artigo onde dizia que o povo não deveria ir as ruas, não era o momento, depois.

      Estamos perdidos? Não!

  10. Votei no Lula quatro vezes e

    Votei no Lula quatro vezes e na Dilma duas vezes.

    É lamentável ter que começar um comentário assim, mas neste terreno em que a razão anda tão rara e os debates costumam ter a profundidade de um pires, não há outra maneira de fazer um comentário sem que o debate seja na base de classificar alguem como troll.

    Eu tenho evitado comentar nestes artigos de quem abandonou a cegueira passional por causa dos comentários previsíveis que aparecem tentando desqualificar o debate apenas com a ideia de que o autor mudou de lado e outros mimimis parecidos.

    Só fanatismo ou interesses pessoais podem levar alguém a defender a Dilma atualmente acusando os seus críticos de terem mudado de lado. Quem mudou de lado foi a Dilma com sua teimosia, sua obtusidade, sua falta de inteligência política, seu isolamento voluntário e sua alienação.

    Neste momento em que eu escrevo ela está, segundo notícias, em reunião com os seus auxiliares de confiança: Cardoso e Mercadante. Isto significa que novas trapalhadas do governo vêm aí. Assim tem sido. Um ocupante incompetente da cadeira de ministro da Justiça que é diariamente ignorado e atropelado por seus subordinados e um ocupante da cadeira de ministro da Casa Civil que só pensa em garantir seu próprio espaço a custa de desentendimento com grupos aliados e enraquecimento do governo.

    Dá mesmo pra defender a Dilma em sã consciência?

    Algum defensor da Dilma acha mesmo que algum país se mantem de pé com mais 3 anos e 3 meses de trapalhadas?

    Se alguém ainda tem forças para defender alguma coisa, sugiro que concentre suas forças em defender a Petrobrás. Seja com a continuidade deste desgoverno, seja com sua queda, a Petrobrás, nossa principal empresa e detentora do que pode nos dar um grande impulso econômico e social, está a caminho de ser engolida pelos grupos estrangeiros que estão por trás deste ataque ao Brasil usando todos os meios lícitos e ilícitos com a ajuda de juizinhos deslumbrados, políticos com ficha corrida maior do que o currículo pessoal e pessoas obcecadas por redes sociais sem a mínima capacidade de raciocínio próprio.

    A nossa democracia ainda não é nunca será uma Democracia de verdade enquanto tivermos esta imprensa vira-lata e alienante com o poder que tem. Sendo assim, não adianta ficar escondendo a dificuldade em enxergar que este governo acabou sem ter começado com a desculpa de preservar a democracia. É melhor começar a olhar adiante e tentar salvar a Petrobrás senão perderemos a única possibilidade de avançar. Não se esqueçam que mesmo quando a resistência era forte nós perdemos a Cia. Vale do Rio Doce, “doada” pelo FHC. Quem era adulto naquela época sabe muito bem o que estou dizendo.

    E se sobrar ainda alguma força para alguém, lutar pra termos uma Democracia de verdade para além deste papo raso e que estarem derrubando o governo. Este governo é tão fraco que nem precisa de alguém tentando derrubá-lo, ele tropeça o tempo todo sozinho. Cair será consequência natural de algum destes tropeços.

    A batalha política já está pedida e a causadora tem um nome, DILMA ROUSSEFF, aquela do GOVERNO NOVO e IDÉIAS NOVAS. Neste ponto nem podemos dizer que ela mentiu, idiotas foram aqueles (eu entre eles) que acreditaram que o novo prometido seria bom para todos.

     

     

    1. Golpistas X Governo Republicano Democrático

      Primeiro temos que dar valor ao lado de lá, oposto ao Governo Republicano Democrático do Brasil, não têm um bando de amadores , existem até os palhaços biombos (como o Cunha e o Aécio) mas têm uns expertos como eu e até muito mais, vividos e estudados na arte de governar para valer. Estes caras têm força de verdade, entre outras coisas imprimem o Dólar e são donos dos meios de pagamentos eletrônicos, o que não é pouca coisa. Ganhar destes ai é quase impossível, por isto nunca falo em derrotá-los, sempre em negociar posições, por exemplo: Canadá e Austrália são AAA, tira o Canadá e dá o AAA para o Brasil, coisas do tipo.

      Segundo, vejam que a surpresa com a Petrobás quebrada nunca existiu para mim, que venho falando isto desde a época do Lula no governo, assim, colocar a casa em órdem aqui no Brasil é uma tarefa complicada, que a Dilma poderia facilitar, mas prefere tentar contemporizar com quem não manda nada. Sem a casa em ordem, não se há de falar em melhorias nesta travessia por águas nunca dantes navegadas.

      Terceiro, estamos muito perto de 2015.75, é hora de colocar as barbas de molho, depois ver para que lado sopra o vento e a ajustar as velas.

      Dilma, acorda!

       

  11. O que mais me irrita: a

    O que mais me irrita: a passividade, a falta de firmeza e o apelo à improvisações do governo Dilma. 

    O que mais me revolta: as tentativas solertes de derrubarem através do grito um governo legitimamente eleito sob o arcabouço de um regime – presidencialista – que, ao contrário do parlamentarismo, não prevê interdições de mandatos por ânimo político ou administrativo.

    O que mais me aterroriza: o “dia seguinte” caso sejam exitosas as tentativas de usurparem seu mandato,

    O interessante, o trágico, é que até agora não li,ouvi ou assisti nenhum analista, líder político, representante da sociedade organizada, ou seja lá o que for, traçando cenários na eventualidade do que eles mesmo já abordam com determinismo.

    Afinal, por que, em que e como uma interrupção do mandato da presidente se revelaria solução para os nossos atuais impasses políticos e econômicos? O que levaria a supor que o substituto navegaria em águas menos tempestuosas? A resultante da relação custos versus benefícios seria positiva? O que está efetivamente em jogo, ou seja, fora e longe das labaredas das paixões políticas-ideológicas? 

    1º) Dimensão política: não adianta arguir que o impeachment tem previsão legal. Mesmo que exista ou venha a existir embasamento na legislação para um eventual acatamento do pedido junto à Câmara dos Deputados, o processo não perderá seu viço de ruptura, de frustração e até mesmo de desconfiança na democracia. As disputas e quedas de braço entre as duas frente políticas hoje opostas se acirrarão ao nível do imponderável. Seria exagero prevermos uma mimetização, mesmo que em menor escala, do que ocorre na Venezuela?

    E se, como parece ser o caso, a embasar esse contencioso exista somente o vezo político, o ímpeto golpista de maus perdedores? Aí golpearemos de forma fulminante o que tanto nos custou caro conquistar: a normalidade democrática através do seu instrumento mais vistoso: a Constituição de 1988. 

    Ficarão abaladas para sempre as bases do nosso sistema político-institucional.

    2º) Dimensão econômica: a mudança do timoneiro de per si não amainará a tempestade. O orçamento continuará deficitário, as diversas variáveis macro e microeconômicas  não sofrerão inflexões, a produtividade da economia não melhorará, idem para a balança de pagamento, e tudo enquanto. O contrário, pelo menos a curto prazo, será o mais provável dado o clima de instabilidade política e social. 

    A propósito, quanto custará monetariamente só essa mudança de governantes? 

    3º) Dimensão social: convulsões induzidas pelos impasses políticos e as limitações de ordem econômica. Se a Nova Ordem entender de aplicar o receituário neoclássico ou neoliberal, no qual o desemprego e o acirramento do conflito distributivo é a tônica, o cenário será tétrico. 

    E aí, valerá a pena corrermos esses riscos? 

     

    1. ” em que e como uma

      ” em que e como uma interrupção do mandato da presidente se revelaria solução para os nossos atuais impasses políticos e econômicos? “

      O impedimento de Dilma altera positivamente o risco moral na sociedade.

      Sobre o resto do texto,  quando Collor doi afastado não houve nenhuma catastrofe e naquele momento era um ambiente pior politicamente que o que temos hoje.

      Supondo que você apoiou o impediemnto de Collor porque seu entendimento muda agora, foi um erro o impedimento de Collor?

      Não foi melhor para o pais a saida de Collor?

      1. Eita, Aliança Liberal: suo

        Eita, Aliança Liberal: suo como um desgramado para articular algumas ideias e tu me contraditas com uma piada? Isso não é justo.

        É ou não é uma piada tal exortação: “O impedimento de Dilma altera positivamente o risco moral da sociedade”?

        A propósito, a Globo está precisando de bons humoristas.

        A conjuntura na época de Collor era totalmente diferente. Não compare banana com parafuso. Ademais, Collor era um solitário político. Foi eleito sem nenhuma estrutura partidária, só o medo da burguesia contra a esquerda, quis governar sozinho. 

        Não responda a pergunta final porque é capciosa. 

      2. Admiro suas análises JB Costa
        Admiro suas análises JB Costa e concordo quase que integralmente com todas elas. Sinceramente espero que a Presidenta dê o xeque-mate inesperado pela oposição, espero que tudo que ocorreu no segundo mandato até agora faça parte de uma estratégia maior para governar sem os traidores que infestam a “base aliada”…

  12. Enfrentar o Mercado

    Tenho postado à meses, que a única alternativa de Dilma, é enfrentar o mercado, demitir o presidente do Banco Central Tombini e abaixar os juros. Mas aí muitos comentaristas começaram uma grita geral, sobre a “absurdidade” de minha sugestão. Uns diziam que o mercado reagiria em 48 horas derrubando  país.

    E já não estão derrubando?

    Por fim isto será feito sim, mas não por Dilma, e sim pelo próximo presidente que a suceder. Inevitavelmente.

    No fundo, fazer o que o mercado quer, é como fazer o jogo do diabo. Qualquer que seja o conselho do mercado, este conselho terá “cavalos de tróia” no meio. Tudo o que vier do mercado visará derrubar o PT do governo. A única chance do PT  vencer o mercado, é desafiando-o como Lula fez quando abaixou os juros.

    E Dilma segue fielmente as determinações do mercado, como uma fiel discipula. Que venha sobre ela então, os frutos de sua teimosia incurável.

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