Os desafios das esquerdas fragmentadas, por Roberto Amaral

Lourdes Nassif
Redatora-chefe no GGN
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Os desafios das esquerdas fragmentadas



por Roberto Amaral

Quem não aprende com a História está condenado a repetir seus erros, e esse é o mais eficiente caminho para o suicídio político.

bloco_esquerdaReporto-me aos erros crassos, táticos e estratégicos das esquerdas brasileiras, erros que vêm, desde lá atrás, e em nossos dias mais do que nunca, alimentando as recidivas da direita autoritária, antidemocrática por natureza e programação genética. O Estado autoritário de hoje, fundado numa ‘ditadura constitucional’ que instalou a exceção jurídica e a ‘lei em movimento’, não é fruto do acaso e precisamos avaliar quanto contribuímos para sua eclosão e agressiva sobrevivência.

No fundo da sequência de erros está a dificuldade das esquerdas orgânicas de compreender corretamente o processo histórico. Sem visão estratégica, muitas vezes apoiados em base doutrinária inconsistente, repetimos trilhas já caminhadas e que levaram a fracassos rotundos. No plano mais geral, erramos quando, optando corretamente pela via democrática, não compreendemos a gênese das alianças eleitorais e frequentemente saltamos do isolamento anti-aliancista (o PT de ontem e o PSOL de hoje) para a promiscuidade de siglas corruptoras de nossos programas (o PT que aí está), com as consequências que estamos colhendo desde 2005, para desespero de uma generosa militância.

O varguismo pós 1945 investiu na alienação das lideranças sindicais transformadas em funcionários (ocupantes de sinecuras) do Ministério do Trabalho, fenômeno que a direita anatematizou sob o apodo de ‘peleguismo’, e contra o qual o PT se ergueu em seu nascedouro de São Bernardo do Campo. Mas, no governo, o lulismo subsumiu as lideranças sindicais e as de setores significativos do movimento social, chamadas para a burocracia estatal.

Getúlio Vargas conheceu o preço dessa distorção quando se viu ilhado no Palácio do Catete. O reencontro com as multidões, naquele então desesperadas, somente se daria com seu suicídio. Na crise política do lulismo, são os trabalhadores e as grandes massas os elementos de mais difícil mobilização.

É que a opção democrática, sempre correta, levou-nos a um eleitoralismo sem limites, e a disputa da governança a um pragmatismo que rasgou programas e valores. Simplesmente aceitamos sem reação crítica o modelo da política burguesa. Nas coligações eleitorais nossos partidos seguem os padrões e valores da direita, a mixórdia espancando da política as índoles das proposições partidárias. É a ‘lógica’ de um ‘mercado’ especioso, concessão tendente a afastar os partidos e os governos de esquerda da luta na sociedade e refugar o movimento de opinião dos grandes coletivos.

Paradigma dessa incapacidade de ler o processo político para nele situar-se corretamente é a divisão das esquerdas no pleito que se travará no próximo domingo, divisão a que se somam opções contraditórias, esdrúxulas, incoerentes, inexplicáveis, que desorientam as massas, contribuem para despolitização e deixam atônicos, e órfãos, militantes e eleitores.

Como explicar que o bravo PCdoB, que teve e tem tido posições tão firmes e corajosas na defesa da legalidade democrática e, por consequência, do mandato da presidente Dilma Rousseff, esteja, na simbólica Recife (a Recife ‘vermelha’, de Pelópidas da Silveira e Miguel Arraes), apoiando a reeleição do prefeito, candidato de direita e da direita, contra João Paulo, candidato do PT e das esquerdas, em condições de reconciliar-nos com a consagração eleitoral? E como explicar que, em Olinda, o PT tenha candidatura própria, dividindo a esquerda e ameaçando a eleição de Luciana Santos, presidente nacional do PCdoB, que concorre com o representante do clã dos Campos?

Como explicar que em João Pessoa os comunistas estejam apoiando o candidato da direita, de Cássio Cunha Lima, de José Maranhão, do PSDB, do PMDB, do DEM do PSD e do PSC do clã Bossonaro com quem também estão coligados para as eleições proporcionais, contra a candidata da esquerda, Cida Ramos?

Em Fortaleza, está dividida a base de sustentação do governador Camilo Santana (PT) que apoia a reeleição do prefeito Roberto Cláudio (PDT), cujo vice é o deputado Moroni Torgan (DEM), policial mórmon e, acima de tudo, protofascista militante. Em Porto Alegre, Luciana Genro (PSOL), que hesitou em denunciar o caráter golpista da deposição de Dilma Rousseff, é a principal adversária da candidatura de Raul Pont (PT), que assim corre o risco de não ir para o segundo turno.

E que dizer do Rio de Janeiro, onde nossas três candidaturas – multiplicidade até aqui sem justificativa política – são a garantia de que estaremos fora do segundo turno?
Em São Paulo, maior centro industrial da América Latina, a esquerda, dividida, se debate entre o quarto e o quinto lugares e assiste à ascensão do que há de mais alienado e reacionário na política paulistana, a que serve de espoleta a ex-prefeita, ex-deputada, ex-senadora e ex-ministra (governo Dilma) do PT – que dele desembarcou para lutar contra a corrupção ao lado de Eduardo Cunha, Renan Calheiros, Romero Jucá e quejandos. E a favor do golpe.

Qual o discurso dessas coligações que se negam como um paradoxo? O que dizem para o enfrentamento ao golpe em processo, marchando para a alienação de nossa soberania, para a destruição de direitos trabalhistas vigentes há mais de sete décadas e para a destruição de direitos sociais estabelecidos pela Constituição, na sequência de grandes lutas que cobraram de seus atores muito suor e dor, desemprego e prisões, torturas e assassinatos?

Nossas dificuldades não são de hoje. Lembremos 1954, quando o PCB aliou-se faticamente à UDN, e Luís Carlos Prestes aliou-se a Carlos Lacerda e à grande imprensa, na campanha pela renúncia-deposição de Getúlio Vargas. Nas vésperas do suicídio, a Voz Operária, do comitê Central do Partidão, circulava com manchete em que denunciava o presidente como agente do imperialismo norte-americano. Para seu opróbrio, o jornal comunista, no dia 24 de agosto, anunciado o desfecho trágico, foi, com a Tribuna da Imprensa, de Lacerda, empastelado pelas massas revoltadas, no momento em que eram incendiados os caminhões dos veículos d’O Globo, que então já era o que é hoje. A tragédia de Getúlio começou a ser escrita quando lhe falaram forças para impedir a instalação da ‘Republica do Galeão, assim como a deposição de Dilma Rousseff começa a efetivar-se quando a presidente se descobre sem forcas para nomear Lula seu ministro da Casa Civil.

Em 1964, na famosa conferência no auditório da ABI, Prestes garantia a inviabilidade de um golpe de Estado contra Jango. Para uma plateia de jovens militantes discorria sobre a “tradição legalista das Forças Armadas”, desmentida pela história pretérita e pelos fatos seguintes que não soube ver. Meses antes, o mesmo Prestes e o PCB, mais Leonel Brizola e Miguel Arraes, a UNE (presidida por José Serra, que acusava João Goulart de comandar um ‘governo de conciliação’), Oswaldo Pacheco, dirigente do Pacto de Unidade e Ação Sindical, unem-se à reação, aos grandes jornais, e, de novo, à UDN e a Lacerda, contra o pedido de decretação de Estado de Sítio apresentado pelo presidente ao Congresso para enfrentar a sedição fomentada pelos governadores Carlos Lacerda e Ademar de Barros. O governo Jango, isolado, recua. Começava a cair.

A concepção de Frente Ampla como instrumento de unidade de ação da esquerda, experimento vitorioso em 1961, quando impediu o ensaio do golpe que se materializaria em 1964, fôra abandonada, com as consequências conhecidas (21 anos de ditadura), para ser retomada apenas nos anos 1970/80, para aí então, com o povo nas ruas, conduzir a redemocratização assinalada pela implosão do colégio eleitoral, em 1984. Por incompreensão do processo, ou oportunismo eleitoral, o jovem PT se recusaria a votar em Tancredo Neves e assinar a Constituição de 1988.

A Frente, necessariamente ampla, costurada na sociedade a partir de pontos programáticos e assimilados é, não o melhor, mas certamente o único instrumento de luta das forças populares sempre que o processo histórico lhes impõe, como agora, momentos de inflexão ou lhe cobra o enfrentamento a regimes de exceção. Se uma grande e ampla Frente – reunindo democratas e comunistas, civis e militares, estudantes e trabalhadores e mesmo liberais –, teve papel marcante na derrubada do Estado Novo, nossa divisão em 1954 deixou Vargas à míngua e assim à mercê da República do Galeão. Foi uma Frente democrática que assegurou, em 1955, a posse de Juscelino e Jango; e uma frente ainda mais ampla que garantiu, na crise de 1961, a posse de Jango. Em contraste, nossas divisões e o voluntarismo (e o personalismo) de setores da esquerda facilitaram o golpismo que tomaria o poder em 1964.

Nossa crise de hoje, caminha para além do desarranjo organizacional e abarca questões ideológicas, clamando pela necessidade de uma ampla e corajosa releitura da História recente. A luta concreta revela que não haverá entre nós ‘vitórias particulares’, que nenhum partido de nosso campo sobreviverá alimentando-se da carcaça de outro. A alternativa imposta pela realidade é a construção da unidade como ponto de partida de uma política de Frente, e a semente pode ser a vitoriosa Frente Brasil Popular, a partir das bases sociais, sem hegemonismos, num movimento de convergência para o qual não contribui a dilaceração partidária dessas eleições. Que as derrotas de hoje nos mostrem o caminho de vitórias futuras.

 

 

Lourdes Nassif

Redatora-chefe no GGN

14 Comentários

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  1. “Que nenhum partido do nosso

    “Que nenhum partido do nosso campo sobreviverá alimentando-se da carcaça do outro” absolutamente perfeita essa expressão. Parabéns!

  2. LAMENTAVEL

    O fisiologismo fator congenito da politica brasileira que cruza de direita a esquerda e de esquerda a direita.

    LAMENTAVEL

    IRRESPONSAVEL

    E nosso DIRETAS JA!! daria “Carni-val” (ainda bem que  hoje é so municipal.)

    Os Golpistas  demostraram que jurando pelo tio Fulano  e a vovo Sicrana conseguiram  se UNIR  para derrubar uma Presidenta

    eleita por 54 milhoes. Os decerebrados conseguem mais que os pensadores progressistas..

  3. Roberto Amaral, a primeira

    Roberto Amaral, a primeira auto crítica que vc deve fazer é a sua. Seu partido deu uma guinada para a direita tão grande que nem vc se sentiu a vontade nele. O PSB foi fundamental para o impeachment.

    Nem Ruim falcão conseguiu uma façanha do porte da sua !!! 

    1. Roberto Amaral e sua varrida para baixo do tapete

      Sem dúvida Amaral fez uma ponte e citou vários partidos do mesmo campo que se perderam nas alianças eleitorais.

      Mas esqueceu de citar o seu PSB a preferir uma candidatura própria, inviável eleitoralmente, a aliar-se com Marina e sua terrível coorte de apoiadores.

      O PT de Lula fez o mesmo com Brizola e seu “sapo barbudo”. E como bem foi citado, fez de lideranças sindicais pelegos em diversos poleiros governamentais. Suas lideranças no meio popular viraram burocratas bem remunerados e esqueceram suas origens.

      Mas citou corretamente as diversas divisões que temos hoje com suas alianças descabidas.

      É hora de repensar nossos caminhos.

      Não há outra opção.

      Ou nos unimos ou seguimos com os grilhões da senzala.

      Nisso tudo a grande dificuldade são os anseios individuais de algumas lideranças e seu entorno em abrir mão de quimeras para botar o pé no chão.

  4. Marta e Dória fazem dobradinha para bater em Haddad

    Um pouco fora do post ,mas com algo a ver (esquerdas fragmentadas):

    É o segundo (trecho de) debate para a Prefeitura de SP que assisto e percebo que Marta e Dória fazem dupla de vôlei, onde um levanta para o outro cortar. Para exemplificar o que acabei de ver, o desenrolar da tramóia é o seguinte:

    1) Tralli (por sorteio prévio) chama Marta para fazer pergunta à um candidato de sua escolha

    2) Pede para ela escolher o candidato

    3) Ela escolhe Dória (penso que vai constrangê-lo como concorrente)

    4) Sua pergunta porém é um mini discurso denegrindo a gestão de Haddad sobre diversos assuntos.

    5) Aí no final do discurso, ela pergunta o que Dória irá fazer para resolver os assuntos (não resolvidos por Haddad)

    No debate anterior pensei que tal truque fosse apenas coincidência.

    Mas é caso pensado, digo, confirmado…

  5. Historicamente, as esquerdas

    Historicamente, as esquerdas sempre foram sectárias, mas o momento é de união, pois está em jogo a destruição não só do PT, mas de todos os paritidos, blogs e movimentos de esquerda. A direita avança com todas as suas armas, principalmente a mídia e parcela considerável do judiciário. A união das esquerdas é uma questão de sobrevivência. Não é hora de olhar para o umbigo, nem apenas pra sua agremiação. 

    Creio que Erundina, num ato de desprendimento, poderia abrir mão da própria candidatura e anunciar apoio a Haddad. 

    Creio que Jandira e Molon, num ato de desprendimento, poderiam abrir mão da candidatura e anunciar apoio a Freixo. 

    Defendo essas duas possibilidades não em função de minhas preferências pessoais, mas em função das candidaturas com maiores chances de chegar ao segundo turno.

    “Trabalhadores de todo o mundo, uni-vos”.

     

    1. Jandira poderia ter sido vice

      Jandira poderia ter sido vice do freixo se a própria militância dele tivesse aceitado. Mas aí, como sempre, prevaleceu o sectarismo de Babá, Renato 5 e afins…

      Freixo é um cara foda com um fã clube de merda !!! Mas convenhamos, nem Jesus escapou dessa !!!

  6. O desafio dos esquerdistas é

    O desafio dos esquerdistas é deixarem de se comportar como adolescentes mimados e enxergarem o verdadeiro desafio: construir o Estado-Nação. Depois que isso for feito podem voltar a brigar. 

    Enquanto ficam discutindo se Stalin é pior que Mao, se Mao é pior que Trotsky ou se todos são piores que todos a direita sabe muito bem o que quer: vender o país e o povo. A direita é o verdadeiro inimigo que deve ser derrotado a qualquer preço. Mas, meu Deus! Como é difícil aprender essa lição simples.

  7. Roberto Amaral é alguém que

    Roberto Amaral é alguém que tem toda minha admiração. Um político honesto, idealista e engajado naquilo que acredita e luta. Sua análise é pertinente; embora seja importante pontuar que, a nível municipal, as eleições brasileiras sempre tiveram uma dinâmica própria e em que a ideologia e o programa partidário praticamente não têm importância nenhuma. De toda maneira, vai ser preciso a formação de uma frente ampla. PCdoB, PT e PDT precisam resolver seus problemas internos e se acertar entre si. Daqui até 2018 é necessária uma incansável luta para que a ruptura na democracia, que foi a deposição via golpe frio e branco da presidenta Dilma Rousseff, seja apenas uma ruptura, ainda que extremamente grave e completamente ilegítima e ilegal, não desmoronando a democracia brasileira e a CF de 1988. Os golpistas só continuarão brincando de democracia se as esquerdas não tiverem nenhuma chance nas presidenciais. A inelegibilidade ou mesmo a prisão de Lula e familiares, assim como a cassação do registro do PT, são os objetivos dos golpistas, por enquanto. Se nasce um novo partido, ou se Lula consegue transferir seus votos para um aliado não-petista (Ciro Gomes, p.ex.), se tentará provavelmente uma nova ruptura, também extremamente grave e imoralmente oportunista, a do parlamentarismo. E se a opção parlamentarista não der certo, uma ditadura efetiva está em vias de nascer. É preciso urgentemente uma frente ampla entre PCdoB, PT, PDT, movimentos sociais e entidades de ativistas sociais progressistas para usar todas as armas que se têm para impedir isso. A partiação do PSOL nessa frente não é realista, mas é preciso um pacto de não-agressão com o PSOL. Os parlamentares do PSOL mostraram muita maturidade e civismo no processo golpista de impeachment. Esse pacto de não-agressão deve ser dirigido também para a Rede, ou ao menos para os elementos progressistas que compõem a REDE. Sempre é bom se ter em mente que, em um cenário catastrófico, Marina Silva e seu grupo podem ser o mal menor ou mesmo a solução. Essa frente ampla não pode ser apenas nacional, mas também estadual. É na contrução dessa frente ampla de esquerda nos estados que as observações de Amaral ficam ainda mais pertinentes.

     

    Já que Roberto Amaral tocou no assunto, me fica difícil não comentar o papelão de seu Partido Socialista (sic) Brasileiro (sic).  Ao criticar o isolamento do PT nas eleições indiretas de Tancredo Neves, organizadas e conduzidas pela ditadura, é preciso se lembrar que a candidatura do PT nas presidenciais de 1989 também dividiu as esquerdas, tirando do segundo turno aquele que, naquele momento, era o melhor candidato: Leonel de Moura Brizola. O idealismo da primeira geração de petistas e do próprio Lula poderia justificar, naquele momento, sua candidatura; no entanto, um partido com gente experiente, como era o caso do PSB, deveria ter optado por Brizola. Mas como a maior parte dos fundadores do PSB eram dissidentes do PDT… As mágoas falaram mais alto! Ao menos, no segundo turno toda a esquerda se uniu por Lula e por pouco não ganhamos… Em 2002 também o partido de Roberto Amaral dividiu as esquerdas de maneira injustificável, entrando na aventura Garotinho. Em 2006, o partido não apoiou oficialmente Lula para poder ficar livre em fazer quaisquer alianças nos estados. E o mais grave: o PSB foi o partido que mais “lucrou” e “engordou” nos anos Lula e na primeira metade do primeiro mandato de Dilma. Era mais petista que o PT a nível nacional e, entrementes, completamente livre para se aliar com quem quisesse, incluindo aí também PSDB, PFL-DEM e qualquer nome de direita, nos estados e nos municípios. Foi assim que o PSB era o partido ideal para o político oportunista nos anos 2000: havia a certeza que seria governo com Lula e o PT, a nível federal, e a nível local poderia ser governo compondo com a direita. Quando se julgou forte o suficiente, o PSB rompeu com o PT e trabalhou sua candidatura própria. Apesar de ter sido extremamente oportunista e ingrato, isso até pode ter sido compreensível tendo em vista as pretensões de Eduardo Campos, que foi um ótimo governo no PE, para 2018. Não obstante, houve tantas outras coisas inconcebíveis no partido. Heráclito Forte e a clã Bornhausen no PSB!!! Como? Com a morte de Eduardo Campos, no primeiro turno das presidenciais de 2014, o PSB vestiu o manto verde-liberal da Marina, propondo um misto esquerda-direita: segue-se a direita liberal na economia e segue-se a esquerda liberal nos temas sociais. No segundo turno, o jogo duplo esquerda-direita que marca o PSB desde os anos 1990 acabou: o partido tomou seu lado, o da direita e aí gostou de ficar, se tornando, com o PPS e o PV, o lado bonitinho do bloco reacionário PSDB-DEM. Isso sim é imperdoável. Lamento pelos fundadores do partido, por aqueles que nele acreditaram e por sua brava militância.

    1. Bom, quanto a frente de

      Bom, quanto a frente de esquerda, temos PT e PC do B que a comporiam sem maior dificuldade.

      O PDT provou na votação do impeachment no senado que precisa passar por uma grande limpa. OS 3 senadores foram golpistas. Ciro é um general sem exército. Garanto que boa parte do PDT chutaria a bunda dele com gosto e assumiria um ministério no governo TEMER. PDT precisa passr por uma limpa, mas creio que depois desta, não sobraria muita coisa.

      Quanto PSOL fzer parte da frente, eu aacho que é possível dialogar com algumas correntes do partido. O que acho que inviabiliza a participação do partido na frente são as correntes morenistas, que consideram os “Stalinimos” o inimigo a ser combatido (Leia-se Stalinimos = esquerda não-morenista).  A turminha do Nahuel Moreno sempre vai andar com sua aliado ideológico contra os Stalinimos (A direita).

  8. Alguém sabe explicar o que

    Alguém sabe explicar o que seria e como funcionaria a Frente? Inclusive, do ponto de vista juridico? Votaria-se na frente ou num partido?

    Fala-se em frente. Mas, estamos esclarecidos de como funcionaria dentro das atuais regras eleitorais do país?

    Fica ai uma sugestão de postagem.

    Abraços,

  9. “o jovem PT se recusaria a

    “o jovem PT se recusaria a votar em Tancredo Neves e assinar a Constituição de 1988”

    O PT se recusou a votar em Tancredo Neves. Mas de onde sai esse mito de que o PT se recusou a assinar a Constituição de 1988?

    Tenho à mão o meu exemplar da Constituição. Está assinado por todos os parlamentares da bancada do PT de então. Não é difícil achar o texto completo, com as assinaturas, no Google.

  10. Por uma Frente Ampla de esquerda

    A formação de uma Frente Ampla de esquerda é o consenso de todos, porém a sua real formação esbarra na disputa por cargos em Câmaras municipais ou mesmo em pequenas prefeituras, que pouco contribuem para o avanço no atual momento político do país. Mas é a sobrevivência de cada facção que comanda a realidade partidária das equerdas brasileiras. Veja-se o resultado das eleições em Porto Alegre, cidade que foi marcada por posições à esquerda, e agora, amarga, uma disputa entre os dois representantes da direita. 

  11. Por uma Frente Ampla de esquerda

    A formação de uma Frente Ampla de esquerda é o consenso de todos, porém a sua real formação esbarra na disputa por cargos em Câmaras municipais ou mesmo em pequenas prefeituras, que pouco contribuem para o avanço no atual momento político do país. Mas é a sobrevivência de cada facção que comanda a realidade partidária das equerdas brasileiras. Veja-se o resultado das eleições em Porto Alegre, cidade que foi marcada por posições à esquerda, e agora, amarga, uma disputa entre os dois representantes da direita. 

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