QUAL É A MELHOR SAÍDA PARA A TRAVESSIA DO JOGO BRUTO?

“A vida começa no final de sua zona de conforto”

― Neale Donald Walsch.

Diante de uma renúncia do ‘postiço’, a solução ‘constitucional’ seria via eleições indiretas, ou seja, mais um golpe contra a soberania popular depois do impeachment fraudulento e criminoso.

É claro que a arte da política também comporta a dimensão de jogo, e sabemos que nas atuais condições, em que a democracia foi quase que completamente sequestrada pela plutocracia, o jogo é bruto, muito bruto. Sabemos que o comando do jogo bruto suplanta as possibilidades do sistema político e as diretrizes são dadas por corporações privadas (em especial por oligarquias midiáticas e do sistema financeiro).

É claro que no meio deste jogo brutal, uma proposta de emenda à Constituição Federal para a realização de Eleições Diretas antecipadas pode ser uma solução aparentemente legítima e talvez menos traumática, mas não deixa parecer ou se caracterizar uma gambiarra, dado que não coloca fim no golpe.

O campo do golpe é o campo da desconfiança, da traição, da sabotagem, da usurpação, da dominação e da opressão. Com eleições antecipadas e a eventual vitória de um candidato progressista, que confiabilidade e salvaguardas teremos de que ele será empossado e poderá governar livre de sistemáticas investidas e de atalhos anti-democráticos, se o golpe de 2016 não foi desfeito? Como disse Carlos Marighella, “a única luta que se perde é aquela que se abandona”.

Neste sentido, por que não enfrentar a causa-mater deste desmantelamento institucional e do ataque aberto e frontal à nossa Democracia? Ou seja, por que não lutar pela anulação imediata do impeachment fraudulento, que hoje está mais do que provado que, além de inconstitucional, foi também criminoso? Porque abandonar esta batalha? Porque é uma batalha impossível? Porque o STF é parte do Golpe e seria incapaz de exercer o seu dever de guardião da Constituição e atuar como Côrte Constitucional?

Ora, bolas, e se isso é fato, vamos dar de barato? Não vamos reivindicar que eles então estabeleçam um veredicto final sobre o mérito do impeachment? Vamos perder a oportunidade de que eles então assumam publicamente uma posição que será conhecida por todo mundo e ficará nos anais da história? Seis votos no STF podem resolver esta situação crucial. As lideranças políticas democráticas não poderiam solicitar num ato formal, público e documentado, à Suprema Corte para que analise e julgue o mais rápido possível o mandado de segurança (pela anulação do impeachment) que lá se encontra? Na situação de transe em que o país vive, essa se torna uma decisão de caráter emergencial. Isto inclusive abriria a possibilidade de aperfeiçoar o regramento eleitoral, depurar o sistema político, e chegarmos a 2018 com um horizonte mais estável e promissor.

Muito recentemente, a própria presidenta legítima, Dilma Rousseff, disse em palestra nos EUA que se os movimentos e a sociedade encampassem a luta pela anulação do impeachment, “aí seriam outros 550!”. Também o ex-presidente Lula, em ato público em defesa do polo naval, na cidade de Rio Grande-RS, no dia 29 de abril, bradou que “quem está passando fome não pode esperar até 2018, devolvam o mandato para Dilma”. O deputado Paulo Pimenta denunciou que o presidente ilegítimo declarou em entrevista à Band que Dilma caiu porque não cedeu à chantagem de Cunha. A senadora Gleisi Hoffmmann também denuncia, e diz que “o mínimo que se pode esperar é que o STF anule o processo de impeachment”. Ontem e hoje (19/04) a imprensa divulga que o impeachment de Dilma Rousseff foi comprado, que deputados receberam até R$ 3 milhões para votar a favor do golpe.

Não é por Dilma, não é por Lula, não é pelo PT e nem pela esquerda, é por todos nós como cidadãos, eleitores, e, sobretudo, pela Constituição Federal de 1988, pela legitimidade democrática e pela soberania popular (que foi expressa e validada em 2014, com vigência até 2018, porém interrompida em 2016). É para que a nossa luta pela restauração da democracia seja suficientemente potente e portadora de futuro.

Redação

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