Agnus Sei: a adaga oculta.

A mídia após a desastrosa tentativa dos três promotores paulistas, que ganharam muitos adjetivos, principalmente no que tange a erudição filosófica, tenta desesperadamente diferenciá-los do Juiz Moro. O jornalismo televisivo, tenta dar a Moro, um ar de seriedade a partir do padrão estabelecido como fundo do poço, dos procuradores de São Paulo. Moro veio a público criticar seus colegas , inclusive no que tange ao conhecimento e respeito ao texto jurídico e legal. Segundo Moro, foi uma peça feita às pressas. O critério de pressa ou não, parece ser mais positivo para os promotores de São Paulo, pois as peças jurídicas produzidas em Curitiba, são, apesar do longo tempo utilizado, de qualidade jurídica tão duvidosa quanto . Na verdade a peça de Curitiba não tem sequer a ousadia literária, com pretensões filosóficas da peça Paulistana. Mas a peça de Curitiba é na verdade a mesma . Sempre usando a teoria de domínio de Fato, trata a presidência da Republica como se fosse uma fabriqueta. Em sua tese principal, o presidente não apenas sabia de tudo dentro da Petrobrás, como também planejou tudo, em síntese ele não tinha mais nada para fazer. Esta tese foi usada contra Dirceu, contra Vaccari e contra cada um dos presidentes das Empreiteiras. Em inquérito Marcelo Oderbrecht, é tratado como dono de uma fabriqueta familiar. Incapaz de diferenciar entre pessoa física e jurídica, as peças de Curitiba, tem usado julgamentos de valor , fartamente presentes em seus textos como se fossem provas. E numa violação maior ainda da constituição, o juiz investigador é o juiz que julga e condena. A seu lado sempre os procuradores do ministério publico que compartilham promiscuamente as funções de marketeiros, e de policiais com os próprios policiais. E tudo isto vem sendo fortalecido por uma mídia, que usando a máxima da barbárie, de que todo acusado é culpado e todos os culpados não tem direitos, vem tratando todas estas ações como se tivessem alguma seriedade. Quando a crítica se avoluma logo afirmam que é uma tentativa de parar as investigações. Não contentes com isto, usam esta frase em peças jurídicas. No entanto vimos hoje num certo facebook de um certo jornalista que quem pretende parar as investigações são os sonegadores do CARF, os tucanos emplumados e vários deputados da base pantanosa do PMDB. Enquanto isto a guisa de culpar o outro lado vão estimulando cada vez mais atos fascistas e violentos. Hoje acordamos com a notícia gravíssima da invasão policial de um sindicato em São Paulo.

Enquanto isto a operação Moro, mostra cada vez mais explicitamente os seus objetivos. Como era de se esperar Moro na ausência de provas, e com o uso da mídia, se volta agora para duas peças emblemáticas do acervo de Lula. Uma adaga árabe cravejada de brilhantes e uma imagem de Jesus crucificado. A adaga e a imagem de Jesus, para insinuar apropriação indevida. Transformaram um deposito de joias de um acervo num cofre declarado em uma  ação suspeita,  e agora tentam transformar o transtorno de ser fiel depositário ( por lei) de um acervo em um crime.

Afora o aspecto calunioso e a evidente má-fé, demonstra uma incompetência investigativa, pois antes de chamar a imprensa para destruir a imagem de um presidente, bastaria conferir com os dados do cerimonial do planalto. Além do que, por ignorância ( duvido) ou má-fé, trata um acervo de milhares de peças, como uma mudança de apartamento. De novo utiliza a teoria do Domínio do Fato, pois no fundo insinua que o presidente e a primeira dama, ficaram no último ano no Palácio, escolhendo o que levariam para casa. Fico imaginando Lula e Letícia, escolhendo peça por peça. Isto não é ignorância mas sim má-fé. E a nossa imprensa, tendo dados e informações propaga esta difamação . A imprensa não pode alegar ignorância pois no caso da adaga, Brito mostrou que a revista Época sabia do presente oficial a Lula. E no caso da cruz, a data da fotografia seria suficiente. E mesmo que houvesse algum engano, o erro em algumas das milhares de peças que compõe um acervo deveriam ser imputados ao cerimonial do Palácio. Mas ai também o Juiz usa a  única teoria júridica que aprendeu que é a teoria do Dominio de Fato de Joaquim Barbosa. ( Não confundam com a teoria original).

 

Mas agora vem a pergunta principal para a Justiça. O que esta devassa nos acervo e no cofre tem a ver com o triplex do Guarujá, ou com o sitio de Atibaia? Do ponto de vista legal, me parece que o mandado de busca e apreensão ultrapassou seus limites e há ainda a já confessada e intencional violação dos direitos, com  vazamentos,  quebra do sigilo e invasão  da privacidade . Será que há  um mandato para a abertura do cofre no Banco do Brasil?   E se  há qual a justificativa?  Isto parece corroborar a idéia que a devassa é apenas um instrumento para alcançar o objetivo  desta operação , que é,  tendo Lula em mãos, vamos de alguma forma achar alguma coisa para incriminá-lo. Na ausência de provas , porque não utilizar qualquer coisa.

 

Há na imagem de Cristo e na adaga um certo simbolismo e me lembra a música de João Bosco Agnus sei

 

Faces sob o sol, os olhos na cruz

Os heróis do bem prosseguem na brisa na manhã

Vão levar ao reino dos minaretes

A paz na ponta dos arietes

A conversão para os infiéis

Para trás ficou a marca da cruz

Na fumaça negra vinda na brisa da manhã

Ah, como é difícil tornar-se herói

Só quem tentou sabe como dói

Vencer satã só com orações

Á andá pa catarandá que deus tudo vê

Á andá pa catarandá que deus tudo vê

Á anda, ê hora, ê manda, ê mata,

Responderei não!

Dominus dominium juros além

Todos esses anos agnus sei que sou também

Mas ovelha negra me desgarrei

O meu pastor não sabe que eu sei

Da adaga oculta na sua mão

Meu profano amor eu prefiro assim

Á nudez sem véus diante da santa-inquisição

Ah, o tribunal não recordará

Dos fugitivos de shangri-lá

O tempo vence toda a ilusão

 

 

Redação

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