Colunista da Globonews sem noção: de isentona a chapa branca em 24h, por Romulus

Colunista da Globonews sem noção: de “isentona” a chapa branca em 24h! Ah… isso sim é que é “lavar” a jato… Pensa que é tudo? Não… GLOBO E FOLHA dã primeiro tiro: querem linchar Dilma novamente. Mas, desta vez, não mais em sentido figurado… querem sangue.

Por Romulus

Bom, Nassif diz no post “Cristovam Buarque, o que foi sem nunca ter sido”, que a idade o deixou mais contido na maneira de criticar. Pode ser que um dia eu chegue lá.

Enquanto não chego, fulanizo sim a crítica e digo quem é a “notável” colunista politica sem noção mencionada de forma desidentificada no post.

Mesmo porque prometi à tal “notável” que o faria, ainda ontem à noite, depois de ver o seu disparate.

Como promessa é dívida…

*

Curioso o caminho dela…

Apesar de ter Merval Pereira como chefe, sempre se esforçou para ser “isentona” (o que é beeeeem diferente de “isenta”). Não sei se todos conhecem a definição…Aliás, eu mesmo só aprendi o termo neste ano. Surgiu depois que eu já tinha saído do Brasil e precisei de explicador. Bem, o termo é novo, mas o conceito é velho e carcomido como o “jornalismo” feito nos 4 grupos da mídia corporativa familiar brasileira.

A ele:

>> “Isentão” é o jornalista que procura passar a impressão de isento fazendo críticas de mais ou menos o mesmo peso aos dois lados da disputa política. Ou seja: não se reflete a realidade. Se, numa escala de 1 a 10, o argumento de “A” vale 8 e o da parte contrária, “B”, vale 2, em vez de criticar nessa proporção, o “isentão” vai manipular o texto de forma fazer com que se chegue a um 5×5.

A foto no dicionário que acompanha o verbete “isentão” é a dele:

O correspondente americano na Revista New Yorker para o Brasil, Alex Cuadros.

Pensa que ele se ofende ao ser chamado de poster child do “isentão”, como se diz na terra dele?

Que nada!

Até pouco tempo atrás, quando ainda morava no Brasil, a bio dele no twitter terminava com “100% isentão”.

A propósito, o tweet que está pregado no topo da timeline de Alex neste exato momento é um exemplo perfeito da tal da “isentonice”:

Traduzindo:

>> Eis a minha visão sobre o impeachment de Dilma. Pode não ser golpe [!!], mas certamente está em alguma zona cinzenta democrática [o que quer que isso signifique…]

Aliás, “alguma zona cinzenta” é exatamente onde o isentão mora. Nada – nada mesmo! – é preto ou branco. Tudo – tudo mesmo! – deve ser relativizado, matizado, ressalvado… … … (ad nauseam)

Cristiana Lobo nunca foi tão isentona quanto o Alex.

Afinal, existem (só?) “50 tons de cinza“, não é mesmo?

Em vez do placar de 5×5, ficava num 6×4.

Não deixa de ser admirável, lembrando novamente quem é seu chefe.

MAS…

Bastou Temer tomar posse em definitivo, baixar o cacete nos manifestantes e avançar na escalada – sem precedentes – do patrimonialismo no uso dos poderes de Estado, para a ex-isentona virar 100% chapa branca

Ou seja: o placar agora é 10×0 !

Em apenas uma noite – “de São Bartolomeu”? – virou o Jorge Bastos Moreno!

Isso sim é que é “lavar” a jato!

Pois vejam se não:


Não fui honrado com o contraponto do Jorge Bastos Moreno, digo, Cristiana Lobo.

Parabéns, Cristiana Lobo! Não só titio Merval ficou contente, como quem “assina o cheque”, o Min. Eliseu Padilha, também.

Não fique mais com insegurança jurídica. Cris!

Vivemos plena democracia, num Estado de direito onde vigem todas as garantias constitucionais:


Apenas estupidez ou soma-se a ela, que é certa, desfaçatez e certeza de que “a sangria [agora já está] estancada”, posto que há “entendimentos com MinistroS do STF” e que “as Forças Armadas garantem”? (apud Romero Jucá, grampeado por Sérgio Machado)

*

Como prometido no 7o tuíte, eis, abaixo, o post em que explico o que faz os chefes de Cristiana Lobo, os Marinho, perderem os cabelos.

Perdem-nos ao ponto de saírem-se com a seguinte baixaria – inédita no meu conhecimento:

E por falar em Dilma, Rio de Janeiro, Globo e Brizola, lembro regra de ouro… não falha nunca:

E, mais uma vez, o oligolpólio midiático age em consócio na sua empreitada (assassina?):


Notem o “descuido” da Folha: inadvertidamente colocou na foto, além de tudo o mais, o número do prédio. Certamente na semana que vem enviado especial ao Rio escreverá matéria sobre a “nova rotina” da ex (ressaltarão com muita ênfase o prefixo) Presidente Dilma, no Rio. Detalhará, inclusive, horas de entrada e saída, lugares que frequenta, escala dos seguranças pessoais, vias de acesso e de fuga do local mais convenientes, prêmio oferecido pela cabeça, digo, por selfies com a Presidente…

*   *   *

Antes de passar ao post que desnuda, detalhadamente, o temor dos Marinho e dos conspiradores do golpe de 2016, um resumo da tese que sustenta:

Temer, o PSDB, aliados – e Marina! – terão de aceitar: Dilma continuará sua trajetória rumo a construção de um mito político.

Que ironia!

Mas nada original:

Não foi o julgamento injusto e a pena de morte que tornaram Sócrates maior como figura?

Sem entrar em debate teológico / histórico: não foi o julgamento injusto e o sacrifício de Jesus de Nazaré (Deus e/ou homem) que fundou uma fé?

Pois é…

O mito do homem (e da mulher!) justo, injustiçado por poderes corrompidos ou por uma democracia já degenerada pela demagogia cala fundo na psique humana. Existe desde que o mundo é mundo.

No golpe contra Dilma Rousseff, de 2016, temos os dois: poderes corrompidos, em conspiração aberta, aliando-se a demagogos (i) nas corporações do Estado – STF/Justiça, PGR/Janot, PF; (ii) nos grandes grupos de imprensa familiares; e (iii) nas instituições da sociedade civil organizada – OAB, FIESP, CNA, FEBRABAN, igrejas, etc., para julgar – e condenar! – alguém unanimemente reconhecida como justa.

Dessa perspectiva, os algozes de Dilma “fizeram a sua fama”. Da mesma forma que, a seu tempo, o Sinédrio e os Romanos – secundados também por populares em frenesi, não é mesmo? – aumentaram a de Jesus de Nazaré, homem e/ou Deus. E ainda, o tribunal popular ateniense aumentou a dimensão da figura do filósofo Sócrates, ao condená-lo de forma iníqua à morte por envenenamento com cicuta.

Quantos outros exemplos não haverá desse mito?

Joana D’Arc queimada na fogueira da inquisição, Tiradentes enforcado e esquartejado como bode expiatório, Dreyfus, vítima do antissemitismo e de uma armação, o suicídio de Vargas, instado pelas mesmas forças que agora golpearam, novamente, a democracia no Brasil…

*

Deve-se ter cuidado ao brincar de feiticeiro. O caldeirão pode transbordar e queimar quem se supunha mais esperto do que de fato era.

Dilma entrou a semana mais morta politicamente do que Getúlio Vargas.

Terminou como liderança candidata a mito.

Vivente!

Como disse recentemente uma certa justa tratada com iniquidade atroz:

– A vida é dura, Senador!

*   *   *

>> Duas votações contraditórias: como Dilma derrotou o golpe de 2016, por Romulus

 

 

 

Duas votações contraditórias: como Dilma derrotou o golpe de 2016

Por Romulus

– Por que tanta preocupação de Temer e do PSDB com os direitos políticos de Dilma? Coisa curiosa, não?

– Temer tem ataque de pelanca e dá soco na mesa: “não tolerarei desaforos!”

– Recebe, de volta, valiosa lição de não outra que a Baronesa Margareth Thatcher, diva dos ultra-liberais que o acompanham.

– Aécio e Temer se falaram depois da votação de ontem? Bom, então a orelha de Renan Calheiros deve estar queimando até agora…

– A perfeita ilustração das expressões “ganhar perdendo” e, principalmente, “perder ganhando”: Temer e Dilma!

– Dilma fênix: estava queimada, nas cinzas, e agora resplandece incandescente. Independentemente de preferências, uma encantadora dinâmica paradoxal. Como a politica é fascinante, não?

– E por último, hora do riso: Merval Pereira passa recibo da vitória de Dilma. Cria narrativa estapafúrdia para consumo exclusivo da bolha midiota: é “acordão para Dilma escapar do Moro” (!)

 

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*   *   *

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Quando perguntei, uma deputada suíça se definiu em um jantar como “uma esquerdista que sabe fazer conta”. Poucas palavras que dizem bastante coisa. Adotei para mim também.

 

Redação

3 Comentários

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  1. A “insegurança jurídica” a

    A “insegurança jurídica” a que a colunista global se refere existe, porém é bem diferente do que ela imagina.

    A direita não vai conseguir se conter e vai contestar o fatiamento da pena no STF.

    Porém todo o edifício do impeachment repousa sobre a natureza absoluta, irrecorrível, da decisão do Senado.

    Ora, se o Supremo conhecer das demandas que visam contestar o fatiamento, estará deixando claro que a tal irrecorribilidade não existe. E que ou terá de conhecer das demandas da defesa e assumir o seu papel de Supremo, ou terá de deixar clara a sua filiação à douta escola jurídica inaugurada por Pôncio Pilatos.

    E isso deixa a direita insegura. É essa a “insegurança jurídica” que vem ao caso. Não é a insegurança no Direito, mas a insegurança na direita.

    A vida é dura, Senador.

    1. “A vida é dura, Senador” – a construção de um mito político

      >> Ora, se o Supremo conhecer das demandas que visam contestar o fatiamento, estará deixando claro que a tal irrecorribilidade não existe. E que ou terá de conhecer das demandas da defesa e assumir o seu papel de Supremo, ou terá de deixar clara a sua filiação à douta escola jurídica inaugurada por Pôncio Pilatos.

      Perfeito.

      Tanto é assim que ontem de Shangai Temer mandou “minimizar” a derrota dele – e a vitoria de Dilma! – na 2a votaçao.

      Primeiro sinal de que vao desistir das açoes.

      O PSDB – e MARINA!! – terá de aceitar: Dilma continuará sua trajetória rumo a construção de um mito.

      Que ironia! Não foi o julgamento injusto e a pena de morte que tornaram Sócrates maior?

      Sem entrar em debate teológico / histórico: não foi o julgamento injusto e o sacrifício de Jesus Nazaré (Deus e/ou homem) que fundou uma fé?

      Pois é…

      O mito do homem (e da mulher!) justo, injustiçado por poderes corrompidos ou por uma democracia já degenerada pela demagogia, cala fundo na psiquê humana. Existe desde que o mundo é mundo.

      No golpe contra Dilma Rousseff de 2016 temos os dois: poderes corrompidos aliando-se a demagogos nas corporações do Estado – STF/Justiça, PGR/Janot, PF, nos grandes grupos de imprensa familiar e nas instituições da sociedade civil organizada – OAB, FIESP, CNA, FEBRABAN, igrejas, etc., para julgar – e condenar! – alguém unanimemente reconhecida como justa.

      Dessa perspectiva, os algozes de Dilma “fizeram a sua fama”. Da mesma forma que, a seu tempo, o Sinédrio e os Romanos – secundados também por populares em frenezi, não é mesmo? – aumentaram a de Jesus de Nazaré, homem e/ou Deus. E ainda, o tribunal popular ateniense aumentou a do filósofo Sócrates. Quantos outros exemplos não há desse mito? Joana D’Arc queimada na fogueira da inquisição, Tira-dentes, Dreyfus…

      Cuidado quando se brinca de feiticeiro. O caldeirão pode transbordar e queimar quem se creu mais esperto do que era.

      Como disse uma justa:

      – A vida é dura, Senador!

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