Brasileiro herdou a “indolência” do índio e a “malandragem” do negro, diz vice de Bolsonaro

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – O general Mourão começou a empreitada como pré-candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL) causando polêmica. Nesta segunda (6), o general da reserva Antonio Hamilton Mourão declarou que o brasileiro herdou a “indolência” do índio e a “malandragem” do negro. Procurado, ele negou que tenha sido racista.
 
“Essa herança do privilégio é uma herança ibérica. Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. Eu sou indígena. Meu pai é amazonense. E a malandragem, Edson Rosa [vereador negro presente na mesa], nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano. Então, esse é o nosso caldinho cultural. Infelizmente gostamos de mártires, líderes populistas e dos macunaímas”, disse Mourão durante reunião na Câmara de Indústria e Comércio (CIC) de Caxias do Sul. O relato é da revista Veja.
 
Procurado por O Globo, ele disse que essa é “a realidade que a gente vê em alguns lugares. Isso faz parte do DNA do brasileiro. Nós não somos nenhuma raça pura. Somos uma amálgama dessas culturas.” Ele ainda acrescentou que “não há nenhum tipo de racismo na minha declaração. Como eu mesmo disse, eu também sou indígena.”
 
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

21 Comentários

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  1. Segundo o general, o
    Segundo o general, o brasileiro herdou a “indolência” do índio e a “malandragem” do negro.

    Aplicando a mesma linha de raciocínio, afirmo que o bolsonaro herdou a “inteligência” de um jumento e a “sagacidade” de uma porta.

  2. Mourão, generais e camarões

    Mourão, generais e camarões

    Chamavam-se os generais e outros milicos da ditadura de “camarões”, pois só tinham merda na cabeça e, indolentes, viviam nas costas do Brasil, onde penduravam também, entre outras malandragens, filhas solteiras que casavam só “por fora”, para receber ricas pensões dos malandrinos durante dezenas e dezenas de anos. O general Mourão pode não ser um exemplar perfeito dessa descrição preconceituosa, mas merda na cabeça não lhe falta, né não?

  3. então?????

    Então o Antonio Ermínio de Moraes, o Roberto Marinho, o Camargo Correa, o Antonio Carlos Magalhães, o Fernando Henrique Cardoso, eu, e outros que tais,  somos  grandísssimos malandros e vagabundos? E como ficam os habitantes do sul do país? Então não é São Paulo que toca essa Bananalândia?, porque o que não falta aqui é nordestino!!!. Esses prédios e fábricas todas foram construídas por algum alemão, ou francês, ou espanhol? Tijolo por tijolo? Aproveito o ensejo para perguntar ao corajoso general, vice de um capitão, dizem, desertor: quanto tempo o país pode  ou poderia suportar o ataque de uma superpotência? Afinal o gal. está sendo pago para saber exatamente isso!!! Vamos – por exemplo-,lembrar que por diversos motivos, e em diversas oportunidades, os States- exatamente ele ameaçou invadir nossa pátria amada; idolatrada. Diante do discurso do gal. por que motivo afinal, então, temos tanto desprezo por nossa gente, principalmente os mais pobres? Então ainda, afinal, o que aprende um carinha que fica tirando onda de valente Às nossas custas,  durante 4 ou 5 anos, nas Agulhas Negras? Aprende que o brasileiro é burro, otário, vagabundo, salafrário, sem vergolha e o escambau mais?

  4. Esse não General comandante

    Esse não General comandante do Exército, ainda na ativa, o Vilas Boas? Está havendo confusão de generais nesse texto.

  5. Esse não General comandante

    Esse não General comandante do Exército, ainda na ativa, o Vilas Boas? Está havendo confusão de generais nesse texto.

  6. O Brasil, principalmente o

    O Brasil, principalmente o mais letrado, os dos fazedores de opinião, da classe média e média-alta, continua demasiado obcecado em encontrar responsáveis de algum modo externos (os portugueses acima de todos, os índios, os africanos) e originários para aquilo que julgam sua incapacidade de se governar de acordo com a suas expectativas ou ideais, obsessão essa que trai um desconforto na própria pele que enquanto não for resolvido vai continuar a algemar o espírito brasileiro. Mas há quem já tenha percebido como tirar vantagem desta obsessão e alienação fundamental: a própria classe dirigente. Em última análise têm sempre os portugueses, os africanos e os índios para culpar perpetuando não só a alienação como o próprio complexo vira-lata. Não vale a pena portanto sugerir que esta alienação é coisa de Bolsonaro e seu vice. Ela é transversal, vai da esquerda à direita, embora possa variar os pontos de foque, uns mais nos portugueses, a esquerda, outros acrescentando os índios e os africanos, a direita.

  7. O vice já começa detonando o

    O vice já começa detonando o candidato. Ao dizer que o brasileiro herdou a “malandragem do africano”, o mesmo quiz dizer que a “falta de caráter do brasileiro tem cor”, e origina-se na população negra. Se depois dessa ainda houver negros que votem nessa chapa. Tiro no pé, como mencionaram em comentários anteriores.

  8. O Vice de Bolsonaro nasceu no Brasil ou é ariano?

    Se esses bostas forem eleitos, que Deus e Nossa Senhora nos livrem dessa má hora, e eu não tiver condições de sair do Brasil, eu os mato, nem que seja de raiva, ou me suicido.

  9. Gilberto Freire
    Como já anotava o Gilberto Freire, o que castiga o brasileiro é o analfabetismo e a indigência cultural de suas classes dominantes.

    Mourão poltrão!

  10. A dupla perfeita: . . .

    A dupla perfeita: Analfabetinho e Analfabetão. Será que alguém que tem o ensino fundamental completo votará nesses caras? Ou alguém que tem em seu gene sangue de índios ou de negros, que são mais de 50% dos brasileiros. A propósito observaram bem o fenótipo do General Mourão, não parece ter sangue puro de europeu, mas sim de alguém que tem sangue de índios e talvez até de negros em seus genes, o homem renega a própria raça. A propósito tenho sangue de europeus, de negros e de índios em minha formação genética e muito me orgulho disso.

     

  11. A culpa é dos índios

    A culpa é dos índios indolentes diziam os colonos lusitanos que ocupavam terras indígenas e exterminavam seus donos. A culpa é dos negros malandros diziam os brasileiros que gastavam seus negros nas lavouras, nas moendas de cana, nas casas de farinha e nas minas de ouro e prata.

    O discurso de J e do seu vice é tradicional, faz parte de uma longa história bestial, colonial, escravocrata, violenta e racista. Quando uma revolta de escravos e índios explodir os tronos deles não ficarei surpreso ou triste. Muito pelo contrário.

  12. O general Mourão já ouviu

    O general Mourão já ouviu falar em Guararapes?

    06/08/2018 – Tijolaço

    Existe, para o Exército Brasileiro, um momento-símbolo de formação da nacionalidade, para a historiografia militar o símbolo da ideia do Brasil como país.

    É a Batalha dos Guararapes, onde os brancos portugueses, ao lado dos índios liderados por FELIPE CAMARÃO, e das tropas negras de HENRIQUE DIAS. Pela direita, os indígenas, pela esquerda, os negros, as tropas holandesas foram flanqueadas e espremidas para que as tropas comandadas pelos portugueses João FERNANDES VIEIRA e André VIDAL DE NEGREIROS pudessem fazer o seu ataque decisivo.

    Não consta que Felipe Camarão tenha sido “indolente” ou que Henrique Dias tenha sido “malandro”, como o senhor Hamilton Mourão disse hoje, em Porto Alegre, ao referir-se às características de índios e de negros.

    Nem mesmo creio que Mourão, que afirmou sua descendência indígena tenha se expressado com ódio, mas é claro que foi com preconceito e, pior, preconceito dos mais burros, coisa que há cem anos, quase, já se desmontou como suposto fatalismo antropológico.

    Basta perguntar – eles que tanto gostam de gritar Selva! nos seus eventos militares –  se sobreviver na mata, sem os recursos tecnológicos que há hoje, é algo para indolentes.

    Ou se trabalhar de sol a sol – e que sol! –  numa lavoura açucareira  é para “malandros”.

    Nem mesmo a “democratização do preconceito” feita por Mourão é procedente, quando ele diz que a cultura do “privilégio” é uma herança ibérica. Sim, vieram os nobres, os senhores, os favorecidos, mas estes foram uma ínfima maioria em meio à massa de  portugueses e espanhóis pobres que aportaram por estas bandas apenas querendo formas de alimentar os seus.

    A razão desta ideia de indolência e de malandragem vinha exatamente da OPRESSÃO: quem é que vai aplicar-se espontaneamente no trabalho que dá tudo ao colonizador e nada ao colonizado, senão chibata e pobreza?

    Vai mal, assim o pessoal do trem-fantasma, fornecendo munição para apanhar na imprensa, que está  louca por desidratá-los em favor de Alckmin.

    Ainda mais porque o capitão a quem segue o general já andou falando coisas muito mais agressivas, querendo abolir territórios indígenas e extinguir áreas quilombolas, aqueles que, segundo Bolsonaro, pesam mais de “sete arrobas” e “nem para reprodutores servem”.

    O problema nem é “queimar” Bolsonaro, mas ao Exército que, entre as instituições nacionais, sempre foi a que mais se abriu para brasileiros de todas as origens.

    http://www.tijolaco.com.br/blog/o-general-mourao-ja-ouviu-falar-em-guararapes/

     

     

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