Estudantes fazem homenagem a garoto morto pela GCM

Jornal GGN – Em São Paulo, um ato público organizado por estudantes secundaristas homenageou o garoto Waldik Gabriel da Silva, de 11 anos, morto por um guarda civil metropolitano em São Paulo durante uma perseguição, no último sábado (25). O protesto, no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), também pediu pelo fim do genocídio de jovens negros.

“Essa é uma realidade do que acontece sempre. Esse mês mesmo tivemos outro caso. A gente vive esse racismo todo dia, essas intolerâncias e perseguições todos os dias”, disse o estudante Marcelo Rocha, de 18 anos. ” Esse garoto foi condenado por um militarismo que não precisa de juiz”, completou. 

 

Segundo a versão oficial, guardas civis metropolitanas foram avisados sobre um roubo, perseguindo um Chevrolet Chevette. Um dos policiais diz que atirou após que os suspeitos efetuaram disparos contra a viatura. Waldik, que estava no banco de trás do carro, foi baleado e não resistiu aos ferimentos. O motorista do veículo e outro homem fugiram a pé.

Da Agência Brasil

Estudantes fazem homenagem a menino morto a tiro por guarda civil em São Paulo
 
Um ato público simbólico, organizado por estudantes secundaristas que se sentaram no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, segurando velas e um imenso cartaz onde pediam o fim do genocídio de jovens negros, homenageou na noite de hoje (27) o menino Waldik Gabriel da Silva, de 11 anos, morto por um guarda civil metropolitano de São Paulo, durante perseguição a um carro, na noite do último sábado (25)

Segundo o estudante secundarista Marcelo Rocha, 18 anos, a ideia do ato surgiu na manhã de hoje, quando eles souberam da morte de Waldik: “Essa é uma realidade do que acontece sempre. Esse mês mesmo tivemos outro caso, que foi do garoto Ítalo [morto por um policial militar após uma perseguição policial na zona sul da capital paulista]. Ítalos e Waldiks somos todos nós. A gente vive esse racismo todo dia, essas intolerâncias e perseguições todos os dias. Nós, pretos, não podemos ir ao supermercado porque somos sempre suspeitos. Esse garoto [Waldik], além de suspeito, foi condenado por um militarismo que não precisa de juiz, mas que se acha um juiz ou um Deus para acabar com a vida de qualquer um a todo momento”.

Apesar de reunir poucos participantes, o ato chamou a atenção de  pessoas que passavam pela Avenida Paulista, como um haitiano que se identificou como Il Nero. Depois de saber dos organizadores sobre a razão do ato, Il Nero começou a fazer um discurso emocionado no local, falando da desigualdade no Brasil, principalmente em relação aos negros e imigrantes. “Como todo mundo quer uma sociedade justa e igualitária no momento em que, a cada 23 minutos, se mata um negro? E o estado do Brasil nega isso. É um genocídio grande aqui. A sociedade tem que se indignar”, disse ele.

Segundo a versão policial sobre a morte de Waldik Gabriel Silva, guardas civis foram avisados por motoqueiros, que não se identificaram, de que teriam sido roubados por ocupantes de um Chevette prata. Após perseguição, os suspeitos atiraram contra o carro da polícia. Um guarda contra o Chevette e atingiu o menino Waldik, que estava no banco traseiro do carro.

De acordo com o boletim de ocorrência, o condutor do veículo e outro homem fugiram a pé, abandonando Waldik dentro do carro, na Rua Regresso Feliz, número 131, Cidade Tiradentes.

 

Redação

13 Comentários

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  1. Antes de sair falando que a

    Antes de sair falando que a policia é assassina e isso ou aquilo, eu gostaria de saber:

    1. de quem era o veiculo;

    2. quem eram os homens que fugiram;

    3. o que diabos o garoto fazia no carro.

     

    Se os dois homens abandonaram o veiculo, me parece sinal de que boa coisa não faziam, afinal fugiram da policia e atiraram nela. Não tenho ciencia de todos os fatos mas nao me parece crivel que o policial tenha visto a criança e resolvido atirar nela.

    Qual o parentesco dos homens com a criança?

    Sem respostas a essas perguntas fica fácil fazer proselitismo de raça e acusar a policia. Se era um pai ou tio inocente com a criança no carro que foi alvejado pela policia sem motivos que se apure e puna com severidade os policiais, mas e se a versão dos policiais estiver correta?

    1. Respostas

      1. de quem era o veiculo;

      Não importa: o fato de alguém estar no veículo de terceiro não autoriza a polícia a matar quem estiver nesse veículo.

      2. quem eram os homens que fugiram;

      Não importa: o fato de pessoas saírem correndo sem atirar contra a polícia (único caso em que o policial poderia exercer legítima defesa) não autoriza a polícia a matar quem estiver correndo.

      3. o que diabos o garoto fazia no carro.

      Não importa: o fato de um garoto estar dentro de um carro e não estar atirando conta a polícia (único caso em que o policial poderia exercer legítima defesa) não autoriza a polícia a matar o garoto.

       

      1. Não é irrelevante não.
        O

        Não é irrelevante não.

        O veiculo é de parentes da vitima, se tratava de sequestro, roubo de veiculo com a criança dentro?- Não é crime andar em carro de terceiros salvo se ele foi roubado, entendeu a revelância? – lógico, como o objetivo é bater na policia, então nada é relevante.

        Se voce foge da policia é porque está devendo. Logo não é um pobre inocente, mesmo que seja a carteira vencida ou o ipva atrasado. E a versão da policia é que eles atiraram na policia. – lógico, como o objetivo é bater na policia, ignora-se a versão dada pelos policiais.

        O sujeito responde sem pensar. Se o garoto estivesse atirando seria aceitável a policial abate-lo? Não, iriam encontrar outra razão.

        Por isso no inicio eu falei, que seria preciso sabermos os fatos para sair fazendo passeata e movimentos porque a policia matou negros ou pobres ou isso e mais aquilo.

         

         

    2. “Não tenho ciencia de todos

      “Não tenho ciencia de todos os fatos mas nao me parece crivel que o policial tenha visto a criança e resolvido atirar nela.”

      Quantas vezes é preciso que aconteça para que seja crível para você?

      1. basta uma, com os fatos

        basta uma, com os fatos esclarecidos.

        Não me parece razoável achar que o corpo policial seja uma organização de santos, mas não são uma quadrilha com o unico objetivo de tornar a vida da população um inferno.

        toda vez é esse fla flu inconsequente. Os fatos não ocorrem como se fabricados debaixo de iso 9000. Cada fato precisa ser analisado e responsaveis punidos se e quando cometerem crimes e não porque achamos que a corporação é maléfica por si mesma.

        Volto a questão, os dois sujeitos fugiram deixando o corpo do filho ou sobrinho? Atiraram ou não nos policiais?

         

    3. Meu caro amigo, polícias de primeiro mundo não atiram em …

      Meu caro amigo, polícias de primeiro mundo não atiram em carros em fuga, não interessando quem esteja dentro.

      Menores de idade quando estão dirigindo um automóvel, roubado ou não tem a tendência de procurar fugir, logo não se deve atirar.

      Esta tua lógica da truculência policial não tem sentido, pois não interessa de quem é o carro, o que interessa é não matar ninguém, ladrão ou não.

      1. Atiram se o individuo atirar

        Atiram se o individuo atirar no policial. Por isso as perguntas que fiz. Segundo a policia o pessoal correu e atirou. Salvo se alguem provar que nao houve essa ação pelos “cidadãos”, atirar foi justificado.

        De resto, pessoas que não estejam praticando ilicitos não fogem da policia.

         

      2. Acho que não é bem assim

        Se as polícias de primeiro mundo estão proibidas de atirar em um automóvel que se recuse a parar, então qualquer criminoso lá só vai preso se quiser, desde que esteja dentro de um carro. Acho que não é bem assim não. Em um canal da TV a cabo eu tenho visto uns vídeos de perseguição a criminosos em fuga, e eles usam até helicóptero. Podem até ser instruídos para atirar nos pneus, mas atiram sim. Depois que a bala sai do cano, ela não volta mais.

  2. Exterminio

    Eh tão dificil de compreender que a vida vale mais que um carro? Que uma bolsa? Que a policia no Brasil – mas ja sabemos que é no mundo todo – sempre atira para matar jovens negros e mestiços? Que temos um problema social e “racial” ? Que a palavra exata para o que as policias têm feito em todo o Brasil, com os jovens primeiramente pobres, negros e mestiços, é genocidio.

     

  3. A versão

    A versão da PM foi explicitada pelo Cel. Hélio Proni em aula na Acadepol-SP, que exemplificou, DIDATICAMENTE, um caso de suspeição: “4 negros parados numa esquina’ (SILVA, Édio, apud OLIVEIRA, Dijaci David de  et al. A Cor do Medo, UFG, 1998). Ou na expressão popularizada: “Preto parado é suspeito, correndo é ladrão”, que leva a crer que o Usain Bolt estaria liquidado por aqui. Outra janela de informação para entender a questão é o livro da profa. dra. Ana Luiza Pinheiro Flauzina: Corpo negro caído no chão: o Sistema Penal e o projeto genocida do Estado Brasileiro, da Ed. Contraponto.

    )

    1. a versão…

      Calhordas e hipócritas, escravos de uma esquerdopatia tupiniquim atrasada e infectada. Nunca se prendeu tanto neste país? Mais de 98% de jovens que nasceram depois de promulgada a Constituição Cidadã, redigida e nunca implantada por governos sucessivos de centro esquerda (república da redemocratização, da USP, sindical…). Este garoto, o da semana passada e quase todos os outros encarcerados ou enterrados, só conheceram governos petistas ou tucanos. Onde estavam as ações e as cobranças de politicas para estes meninos não encontrarem com a força policial de dentro de um carro roubado, praticando furtos, ameaçando outras pessoas? Onde estava tanta indignação quando o poder público não dava assistência social à estas famílias, nem assistência médica, nem creches, nem escolas, nem lazer, nem nada? Onde estava a autoridade judicial, a Promotoria e o Juizado da Infância e Juventude? Os Conselhos Tutelares? Onde estavam as competências e soluções?

  4. Por estas e por outras que o Addad não vai ser reeleito.

    Para agradar a histérica classe média brasileira o Haddad mantém uma polícia municipal armada e mal treinada, que serve para fazer o mesmo papel da polícia militar paulista, com um agravante eles são policiais MUNICIPAIS.

    O discurso do mesmo depois do incidente tem sido titubiante e frouxo, como se a polícia municipal fosse algo independente da prefeitura, chega de flouxos na oposição, Lulinha paz e amor deu no que deu, frouxo para dentro do partido e para fora.

    Erundina neles.

  5. O fato é que uma criança de 11 anos foi assassinada pela

    arma de um policial, e nada muda esse fato, nem o grau de parentesco que a cança tenha com quem quer que seja que supostamente estivesse com ela num suposto carro abandonado.

    Um policial matou uma criança e nada justifica esse assassinato, assim o correto era ele ser preso, o caso ser investigado e os “supostos” atenuantes que houvessem serem usados na hora da pena para o crime!

     

    Então Sr Marco A pare de culpar a vitima!!!!

     

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