Jesus mulher, negro e LGBTQ: desfile da Mangueira brilha com provocações políticas

Conhecida por trazer as críticas políticas ao Carnaval, a Mangueira carregou a hipocrisia religiosa e as violências sofridas por minorias no Brasil no samba

Foto: Reprodução Redes

Jornal GGN – Entre as sete escolas de samba que abriram os desfiles do Grupo Especial do carnaval do Rio neste ano, a Mangueira novamente foi destaque e materializou a crítica política na Marques de Sapucaí. Além do samba-enredo intitulado “a verdade vos fará livre”, a escola trouxe Jesus como jovem negro, LGBTQ e como mulher.

Já conhecida por trazer as críticas políticas ao Carnaval, a Mangueira desta vez carregou a hipocrisia religiosa e as violências sofridas por minorias no Brasil na letra do samba. Para reforçar a letra, a figura de Jesus desfilou em mulher, índio, LGBTQ e jovem negro com marcas de balas pelo corpo.

A rainha da bateria, Evelyn Bastos, foi uma das que interpretou Jesus Cristo na noite deste domingo (23). Sem sambar, a entrada de Evelyn impactou: “A gente pensou em fazer um Jesus mulher, tapado. Não vai ser um Jesus que samba. Vai ser um Jesus sem a necessidade de sexualizar. Vai ser ser um Jesus que não samba, porque a gente quer que as pessoas enxerguem Jesus primeiro, independente de gênero.”

“Vai ser o maior desafio pra mim, o maior da minha vida. Eu que sempre sambei, vou abdicar de sambar, desse amor para pregar o amor. (…) Pensamos em vir de soldado romano, mas não queria vir como opressor, daí só batemos o martelo em janeiro. E fechamos nesse Cristo mulher”, completou a rainha de bateria.

https://twitter.com/GeorgMarques/status/1231907007449444352

Para representar a comunidade LGBTQ, pessoas penduradas em cruzes, com a frase “só ame” acompanhavam as cores do arco-íris com a pergunta: “Vai tacar pedra?”. Outra ala da escola de samba, ainda, trouxe a violência policial, com frases como “bandido bom é bandido morto”, e apóstolos dançando funk sobre a Santa Ceia.

https://twitter.com/Young_Flu_/status/1231912560682770432

 

Redação

2 Comentários

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  1. E nao pode passar em branco o refrão da Portela:
    “Nossa aldeia é sem partido ou facção / Não tem bispo, nem se curva a capitão”.
    Aliás, minha Portela lacrou!

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