Lei proíbe carrinhos de catadores em Porto Alegre

Regra deve começar a vigorar em março ameaçando a renda de milhares de famílias

Jornal GGN – Em Porto Alegre, uma nova lei entrará em vigor no dia 10 de março proibindo o trânsito de carrinhos de catadores. A matéria a seguir, do Zero Horas, chama atenção para os efeitos nocivos da nova regra, que levará milhares de famílias a ficarem sem renda.

O projeto que deu origem à lei, aprovada em 2008, foi de autoria do então vereador Sebastião Melo (PMDB), proibindo também carroças. Porém a mesma lei previa o fim de veículos de tração humana a partir de um programa que deveria oferecer cursos aos trabalhadores e inseri-los no mercado formal, o que nunca saiu do papel.

O jornal agora chama atenção para a necessidade dos vereadores prorrogarem o prazo para a lei entrar em vigor. Entretanto, mesmo com cursos que garantam a formação de catadores e catadoras, a proposta é extremamente problemática desconsiderando o período de margem crescente de desempregados no país e, ainda, a falta de garantia de que todos que vivem na linha tênue entre a pobreza e extrema pobreza conseguirão acessar o mercado formal de trabalho.  

Zero Hora

Lei que proíbe carrinhos de catadores entra em vigor em duas semanas. Eles vão viver de quê?

Por Paulo Germano

Se a Câmara de Vereadores não se mexer imediatamente para estender o prazo, milhares de famílias devem ficar sem renda a partir do dia 10

— Nossa vida depende do carrinho — resume Antônio Carbonero, um dos catadores apavorados com a lei que entra em vigor no próximo dia 10.

A partir dessa data, ficam proibidos em Porto Alegre os veículos de tração humana, que são os carrinhos utilizados por homens e mulheres para coletar material reciclável. Se a Câmara de Vereadores não se mexer imediatamente para estender o prazo, milhares de famílias devem ficar sem renda alguma dentro de duas semanas.

A lei que veta os carrinhos foi aprovada em 2008, a partir de um projeto do então vereador Sebastião Melo (PMDB) — que proibia também as carroças, já em extinção na cidade. Só que a mesma lei previa a retirada dos catadores por meio de um programa chamado Todos Somos Porto Alegre: o plano era oferecer cursos aos trabalhadores e inseri-los no mercado formal de trabalho. Não funcionou.

Antônio Carbonero conta que fez cursos e chegou a trabalhar em empresas, mas, com a crise econômica, acabou demitido e retornando à coleta. Outros catadores, por serem analfabetos, não conseguiram aproveitar boa parte do conteúdo ensinado.

É compreensível a resistência às carroças, devido aos supostos maus-tratos aos cavalos, mas por que os carrinhos precisam ser extintos?

— Fiz o projeto pensando no ser humano — responde Sebastião Melo. — Ninguém tem de ficar puxando carrinho, trabalhando no sol. Por isso, a ideia era reduzir gradativamente essa atividade por meio da inclusão social.

Uma boa intenção, mas, no cenário atual, vai aumentar é a exclusão social. O vereador Marcelo Sgarbossa (PT) já protocolou um projeto que prorroga até 2022 o prazo para a lei entrar em vigor, mas precisa que os líderes partidários entrem em acordo para a proposta passar na frente das outras. Só restam duas semanas.

Corram, vereadores, por favor.

Redação

6 Comentários

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  1. Meu estado é hoje a maior

    Meu estado é hoje a maior vergonha do país.

    Não que lá ocorram coisas piores que em outros cantos, mas, sim, por que antes elas não aconteciam. A decadência social, politica e econômica é gritante.

    A elite entreguista local com a invasão de empresas americanas e chineses mudaram o perfil do estado que outrora se dizia. guardião da brasilidade. Hoje, porém, é tão vendilhão dessa brasilidade quanto os demais. Muito triste.

  2. Os vereadores de Porto Alegre e a Banalidade do mal.

    Os vereadores de Porto Alegre e a Banalidade do mal.

    A tendência natural nos dias de hoje é atribuir ao neoliberalismo e a direita que se diz como tal todas as mazelas do que acontece a república nos dias atuais, porém esta postura simplesmente esconde ações extremamente perversas que são levadas por grupos que se escondem atrás de bandeiras progressistas se tornando na realidade mais cruel e mais perniciosa do que a ação de direitistas mais exaltados e neoliberais clássicos.

    Vamos demonstrar isto através da famigerada lei das Carroças que tirou as carroças das zonas centrais de Porto Alegre e agora tira os catadores de resíduos recicláveis que utilizam carrinhos de propulsão humana. É necessário desta forma reestabelecer alguma verdade histórica mostrando que há uma verdadeira tentativa de higienização da cidade de Porto Alegre, movida por motivos aparentemente nobres que seria a proteção dos animais.

    No censo de 2010, quando o emprego ainda estava em alta, segundo o sociólogo e integrante do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) Cristiano Oliveira, existiam na cidade 9.000 pessoas estes catadores e em 2005 catavam aproximadamente 140 toneladas por dia, a custo zero para a cidade, enquanto o brilhante serviço público operado por empresas terceirizadas privadas catavam 60 toneladas a custos altíssimos.

    Na época de proposição deste projeto de retirada das carroças com tração animal que deu origem a retirada das carrocinhas de tração humana, ouve uma grande aliança de setores “ditos de esquerda (PT e outros partidos) ” associados aos ecoloucos, veganos e elegantes senhoras protetoras dos animais para em última instância LIMPAR O CENTRO DA CIDADE DESTE LIXO ANIMAL E HUMANO que poluíam a sua visão.

    O caso da tramitação deste projeto de lei 043/2005, que eliminou a possibilidade de carroças ou de humanos puxando carrinhos pode ser visto no portal da Câmara de Vereadores de Porto Alegre (http://projetos.camarapoa.rs.gov.br/processos/69324)

    Ao se olhar com cuidado se desnuda por completo a visão de uma cidade progressista e com tendência de esquerda se mostra na realidade uma conspiração de uma sociedade pequena burguêsa representada pela praticamente maioria dos vereadores da cidade. Este projeto é um verdadeiro CRIME contra os mais vulneráveis na cidade e vem sorrateiramente disfarçando a sua visão higienista numa humana e caridosa lei para proteger os animais.

    Poderíamos dizer com toda a certeza que esta ação, que contou com a ajuda de vereadores de partidos que teoricamente deveriam ser de esquerda como o PT, PDT e PCdoB, todos estes aderiram totalmente à lei ou de forma sínica e mentirosa propuseram por seus representantes substitutivos ou propostas mirabolantes de fornecer cursos de formação (e não empregos) para que os catadores, que já tinham a sua forma de subsistência, para disputar o mercado de trabalho com pessoas já com experiência nestas atividades mais simples.

    Muitos perguntam por que os nazistas colocaram judeus, comunistas, homossexuais e outros em campos de extermínio para morrerem. Eu responderia esta questão também perguntando como uma cidade como Porto Alegre em pleno século XXI tem a capacidade de tirar os meios de subsistência de grupos de população que já eram vulnerabilidade social.

    Parece que todos esquecem o que significa as palavras vulnerabilidade social, pois para relembrá-los digo que estas palavras indicam que estes seres humanos pelos mais diversos problemas possíveis estão apresentando dificuldade na manutenção da sua própria subsistência. Como uma consequência do termo se pode facilmente concluir que quando se retira a possibilidade de grupos que estão em situação de vulnerabilidade social a capacidade de manter a sua subsistência, é de se esperar que muitos deles venham simplesmente sofrer ou mesmo morrer pelos mais diversos problemas.

    Qual a diferença de um burocrata do partido nazista que preenchia uma ficha para enviar um ser humano para um centro de extermínio, a de um vereador de Porto Alegre que pertencendo ao que ironicamente denominada Comissão de Defesa do Consumidor e DIREITOS HUMANOS escreva o seguinte texto:

    “O Projeto aborda um dos principais problemas que nossa Cidade tem vivido nos últimos anos. O transito desordenado de “carroças” nas vias da Cidade tem causado um verdadeiro caos para motoristas e pedestres, não bastasse esse fato, ainda, presenciamos diariamente imagens de espancamento aos animais que muitas vezes são submetidos a um trabalho “escravo” e sem as mínimas condições de saúde.”

    Ou seja, esta fantástica comissão que deveria preservar no mínimo OS DIREITOS HUMANOS, mostra claramente que está mais preocupada com o “caos para motoristas e pedestres” e “trabalho “escravo” e sem as mínimas condições de saúde.” que são submetidos os cavalos. Nada é dito sobre os que conduzem as carroças, estes segundo dá para depreender pelo parecer desta verdadeira palhaçada de uma Comissão de Direitos Humanos, não estão sujeitos a nenhum trabalho degradante e penoso.

    Logo adiante o parecer segue com outras joias do cinismo:

    “Ademais, o presente Projeto poderá, de forma junta estabelecer uma politica de retirada das “carroças” em um prazo razoável, a fim de possibilitar uma adequada discussão em torno do assunto pelos mais diversos órgãos do governo e da sociedade, debate de extrema importância para tragar ações de forma coerente e humanitária, respeitando também aqueles que diariamente necessitam deste tipo de veiculo para manter o sustento familiar.”

    Fantástico, neste ponto a Comissão de Direitos Humanos lembra-se que as carroças são utilizadas para o sustento de famílias, porém isto vai ser resolvido através de um debate “pelos mais diversos órgãos do governo e da sociedade”, coisa que não foi feita neste período.

    Mas terminando o parecer, vai surgir de novo a grande preocupação da Comissão de Direitos Humanos:

    “Diante do exposto, contrariamente ao Parecer da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL, s.m.j., entendemos que a matéria proposta pelo Vereador Sebastiao Melo tem mérito, insere-se no âmbito do interesse municipal (art. 30, I da Constituição Federal) e é necessária para equacionar e melhorar o convívio nas ruas de nossa Cidade, bem como possibilitara uma adequada trafegabilidade.”

    Ou seja, a grande preocupação é  “….melhorar o convívio nas ruas de nossa Cidade, bem como possibilitara uma adequada trafegabilidade.” o convívio provavelmente seria melhorado com a retirada de pobres da região com suas sujas e nojentas carroças e carrinhos de propulsão humana.

    Este parecer que é uma verdadeira joia do cinismo humano, pois todos os vereadores que o assinaram já sabiam a priori que a prefeitura não teria recursos nem vontade para dar meios de forma contínua de sustento a pessoas que há anos ou mesmo décadas saíram do mercado de trabalho.

    Este lixo promulgado por uma comissão de Direitos Humanos que era constituída pelos seguintes vereadores (que coloco o partido junto) Ervino Besson (PDT), Margarete Moraes (PT), Maria Celeste (PT), Maurício Dziedricki (PTB) Clênia Maranhão (PPS).

    Poderia seguir com uma análise mais demorada de todo o seguimento da lei, demonstrando o grau de “espírito republicano de TODOS OS VEREADORES DA ÉPOCA, que chegavam a sugerir que as carroças fossem substituídas por outros veículos não poluentes que simplesmente não existiam.

    O mais interessante que nas siglas que assinam não só o notável parecer da comissão de Direitos Humanos não vi nenhuma assinatura de um vereador do NSDAP (Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei), porém certamente se fosse substituído o nome carroceiros ou carrinhos por tração humana, por judeus ou comunistas, nenhum vereador do NSDAP teria inibições de assinar esta lei para cortar as formas de subsistência dos sub-humanos

    1. Bom comentário que eu aproveito para reminiscências

       

      Rdmaestri (segunda-feira, 27/02/2017 às 17:01),

      Muito bom seu apanhado sobre o processo que levou a essa legislação. Eu não teria como discordar de você. Talvez não seja correto dizer que esses catadores sejam a custo zero. Certamente não seriam se você se deixasse conduzir pelo que diz o Cláudio Haddad em um texto clássico intitulado “O Abacaxi Pérola da Roça”.

      Para ser mais detalhista eu vou trazer um comentário meu muito antigo que eu procurei com a intenção de o transcrever aqui neste post e o encaminhar para Jornal GGN. Eu imaginava que bastava colocar o título do artigo de Cláudio Haddad que iria aparecer alguma crítica que eu fizera a essa postura de querer impedir esses carrinhos pelas cidades.

      Fiz várias referências ao artigo de Cláudio Haddad, “O Abacaxi Pérola da Roça”. Uma delas está em comentário meu enviado sexta-feira, 12/08/2011 às 13:10, para DanielQuireza junto ao comentário dele de sexta-feira, 12/08/2011 às 08:44, lá no post “Os “cabeças de planilha” e a crise” de sexta-feira, 12/08/2011 às 08:00, aqui no blog de Luis Nassif e de autoria dele. Como sempre meus comentários são longos e pelo meu estilo prolixo e confuso eles são cansativos, mas esse é interessante e vale o esforço de o ler até o fim, ainda que, para complicar, vá dentro do comentário outro comentário. De todo modo, eu disse o seguinte lá para DanielQuireza:

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      DanielQuireza (sexta-feira, 12/08/2011 às 08:44),

      Junto ao post “Os pais do Plano Real” de terça-feira, 05/07/2011 às 08:00 na Coluna Econômica do dia aqui no blog de Luis Nassif eu fiz o seguinte comentário para você (Enviei-o terça-feira, 05/07/2011 às 20:41):

      “DanielQuireza (terça-feira, 05/07/2011 às 08:42),

      Muito bom o seu questionamento. Penso que o problema está em Luis Nassif. Talvez assoberbado por várias frentes de trabalho ele não tem tempo de corrigir os escritos dele. Assim, é muito freqüente a imprecisão de linguagem dele. Aqui mesmo nesse post “Os pais do Plano Real” de terça-feira, terça-feira, 05/07/2011 às 08:00 ele diz que

      “nem ele [Fernando Henrique Cardoso], nem José Serra – que era seu amigo mais próximo – entenderam a lógica da URV e da desinercialização da economia.”

      Trata-se de afirmação sem sentido. Talvez houvesse algo na proposta do Plano Real que não se compreendeu de início, mas daí a escrever o que Luis Nassif escreveu faz uma enorme diferença que só se explica pela pressa.

      A bem elaborada explicação sobre a definição dos cabeças de planilha que André LB deu no comentário que ele enviou terça-feira, 05/07/2011 às 10:15 é muito generosa com Luis Nassif e muito dura com os que são considerados como cabeças de planilha.

      O termo é de Luis Nassif, pelo menos é quem eu lembro há mais tempo usar a expressão. Eu, entretanto, uso o termo com um significado limitado. Cabeça de Planilha é para mim quem usa o cálculo matemático na economia para privilegiar a eficiência e supõe que excetuando as variáveis que ele trabalha tudo o mais permanece constante.

      Ora, privilegiar a eficiência é desumano. Você pode procurar ser mais eficiente, mas deve fazer essa busca da eficiência dentro dos limites do princípio de justiça e equidade. A busca da máxima eficiência significa que as empresas vão produzir no limite da produção em escala e só vão agregar mais um trabalhador se ele for mais produtivo que a média dos trabalhadores ou para substituir o que for menos eficiente, pois se não for assim você vai reduzir a eficiência.

      E imaginar que na economia é possível tudo mais permanecer constante, significa esquecer que tudo mais está em permanente movimento e em permanente mutação.

      Penso que o maior exemplo do Cabeça de Planilha é o artigo de Cláudio Haddad “O abacaxi pérola da roça” saído no Valor Econômico de 09/08/2009 tratando de um carroceiro atrapalhando o trânsito com uma carroça. Você pode ler o artigo no seguinte endereço:

      http://www.professores.uff.br/claudioconsidera/Textos/C%20HADDAD%20O%20ABACAXI%20PEROLA%20DA%20ROCA.pdf

      No artigo não há nenhuma consideração pela questão do desemprego (Os desempregados seriam pessoas não eficientes e os cabeças de planilhas não tem muita consideração por eles). Não se levanta se o carroceiro é pai de família, quantos filhos ele alimenta. Se os filhos vão se tornar marginais ou não quando crescerem. O que importa é que o carroceiro é um estorvo para a eficiência do sistema.

      Luis Nassif fez chamada para esse artigo dando a ele um post. Como a maioria dos posts antigos de Luis Nassif, esse desapareceu. Na época fiz muita confusão com o título do artigo. O título foi tirado de placa na própria carroça e queria dizer algo como “vendo abacaxi do tipo pérola produzido na roça”. Em razão de eu não ter entendido o título logo no início, e talvez em razão de alguma confusão com o título do post eu me lembrava do post com um título mais ou menos assim: “Abacaxi, um clássico do cabeça de planilha”.

      Vale à pena ler o artigo e valeria também à pena que o post voltasse a ser acessado.”

      O endereço do post “Os pais do Plano Real” é:

      http://www.advivo.com.br/blog/luisnassif/os-pais-do-plano-real

      E observar que no artigo de Claudio Haddad há uma planilha virtual em que ele trabalha com os custos que o carroceiro causa. É simples cálculo de soma e subtração. Enfim, não precisa usar o cálculo avançada para produzir uma pérola do cabeça de planilha como o Claudio Haddad conseguiu no artigo dele.

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      Primeiro, deixo já indicado o endereço do post “Os “cabeças de planilha” e a crise” que pode ser visto no link a seguir:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/os-%E2%80%9Ccabecas-de-planilha%E2%80%9D-e-a-crise

      Segundo, tenho que reconhecer que fica parecendo que o meu comentário vale só pela indicação do artigo de Cláudio Haddad “O Abacaxi Pérola da Roça”. De certo modo é verdade, pois só a indicação do artigo era algo muito pertinente aqui para este post “Lei proíbe carrinhos de catadores em Porto Alegre” de segunda-feira, 27/02/2017 às 11:27, aqui no blog de Luis Nassif.

      No artigo de quarta-feira, 09/08/2009, há, portanto, sete anos e meio, Cláudio Haddad estava exatamente dando suporte técnico a decisão da Câmara de Vereadores de Porto Alegre de hoje em dia. Fui crítico naquela época a Cláudio Haddad e só crítico agora, mas vale aqui colocar um segundo ponto em discordância com você. Eu imagino que no futuro, não se deveria permitir que as pessoas se sujeitassem para a sobrevivência delas a um trabalho assim tão degradante.

      Bem, considero que há outros motivos para transcrever todo o comentário. Em meu entendimento, ele também vale pela crítica que eu faço logo de início a uma análise de Luis Nassif sobre o Plano Real que é um assunto que ele tem muito conhecimento. Eu acho de suma importância a postura crítica dos comentaristas tanto em relação aos outros comentaristas como também em relação ao próprio dono do blog. São raros os que estando do lado de cá, isto é, estando do lado da esquerda, criticam o Luis Nassif.

      E outra razão é que o meu comentário serve para destacar o nome de DanielQuireza. E nos dias de hoje, há uma preciosidade em fazer referência ao nome de DanielQuireza. Os primeiros comentários dele aqui no blog de Luis Nassif e que eu me lembro me faziam pensar se tratar de jovem ainda em formação em um curso superior qualquer. Ele cresceu ao longo dos anos a se tomar como medida a evolução para melhor dos comentários dele. Na época que a Petrobras pedia arrego em razão da queda do preço do petróleo e do alto endividamento da empresa, ele fazia coro com textos bem escritos em defesa da Petrobras.

      Enfim, sobre o tema Petrobras ele fez bons comentários e creio que alguns viraram posts. Infelizmente fez corrente com a maioria que atribuía os infortúnios da Petrobras à Operação Lava Jato. Não só isso, de um modo quase natural ele abraçou as teses de Luis Nassif de que os problemas da Petrobras decorriam da Operação Lava Jato e da má gestão da Graça Foster à frente da empresa.

      O que eu quero destacar aqui é que, de repente, em um desses posts em que Luis Nassif ou falava mal da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff ou falava mal da Operação Lava Jato ou mesmo defendia o então ex-vice-presidente agora presidente antes provisório agora definitivo às custas do golpe Michel Temer, de acusações de traidor que alguns petistas começaram a fazer na época, o DanielQuireza faz um comentário pedindo para Luis Nassif comentar o boato de que, com o fito de parar a Operação Lava Jato, viria o impeachment para substituir a ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff pelo então vice-presidente agora presidente antes provisório agora definitivo às custas do golpe Michel Temer.

      E não é que depois dessa questão direcionada a Luis Nassif, o DanielQuireza simplesmente desapareceu do blog. Antes eu conseguia encontrar o post em que ele fazia o comentário com a demanda para Luis Nassif. Depois desse súbito desaparecimento como comentarista aqui no blog de Luis Nassif, sempre que eu precisava encontrar algum comentário dele eu tinha dificuldade. Só naqueles em que eu havia enviado comentário para ele é que eu conseguia encontrar o post. Ele pode continuar escrevendo aqui no blog de Luis Nassif, mas não mais como DanielQuireza, mas apenas como anônimo. E mais interessante, é que, como você pode ver no comentário dele lá no post “Os “cabeças de planilha” e a crise” o nome dele nos comentários dele foi substituído por Anônimo.

      Já aconteceu isso com outros. Romanelli, por exemplo, era um bom comentarista que de repente deixou de comentar. Os comentários antigos dele apareciam como tendo sido enviados por Anônimo. Recentemente, ele voltou a comentar com o nome de Romanelli. O caso mais interessante foi o de Chico Pedro que passou a chamar Chico O Cavalo Manso e depois voltou a ser o Chico Pedro. O interessante no caso é que nos comentários antigos o nome Chico Pedro era substituído pelo nome Chico O Cavalo Manso.

      Desculpe-me por essa deduragem, mas no caso do caráter profético do comentário de DanielQuireza seria interessante descobrir o que ocorreu com ele, porque a alteração repentina dos nomes e logo após o comentário de vaticínio nada auspicioso, ou bem aziago? E talvez o mais importante seria saber a origem e razão da demanda a Luis Nassif e onde o boato foi ouvido.

      Outro caso de desaparecimento do autor de comentários bem percucientes é o que assinava por FuhgeddabouditTM. Apresentava, se não me engano, sequelas de um AVC, mas com muito conhecimento de cálculos atuariais, tentava desbancar qualquer dado que se apresentava expressando qualidades das políticas habitacionais do governo. E comentava muito sobre a bolha na construção civil.

      Em situação semelhante pode-se imaginar que tenha ocorrido algum problema mais grave e a família resolve pedir permissão para limpar o nome do autor, ou pode ser que, por livre e espontânea vontade, enfim, o nome desapareça. Interessa-me saber a razão para a alteração com a retirada do nome natural como o comentarista era conhecido, mas é um interesse subalterno. O que mais me interessa, sabendo que em um ou outro post houve uma discussão valiosa, é que essa discussão não seja esquecida e, caso seja pertinente ela possa ser retomada. Para isso é preciso não só saber que a discussão existiu e onde ela pode ser encontrada.

      Nesse sentido, vou deixar a indicação de dois ou três posts que tiveram a participação de FuhgeddabouditTM. O primeiro denomina-se “Os cabeças de planilha terão que mostrar as cartas” de quarta-feira, 22/02/2012 às 09:39, aqui no blog de Luis Nassif e também de autoria dele e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/os-cabecas-de-planilha-terao-que-mostrar-as-cartas

      Repare que o nome dele não aparece nos comentários junto ao post. Há um comentário de Luis Nassif para ele em que Luis Nassif o trata intimamente por Fuh. E o melhor é o vídeo disponibilizado ao que parece pelo próprio FuhgeddabouditTM em que se veem as várias formas como a expressão é falada nos Estados Unidos. Escrita corretamente a expressão parece ser “Forget about it” ou “Fuck about it”.

      O segundo post denomina-se “A volta do terrorismo financeiro na imprensa” de quinta-feira, 07/11/2013 às 05:00, é também de autoria de Luis Nassif e pode ser visto aqui no blog dele no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/a-volta-do-terrorismo-financeiro-na-imprensa

      Em meu comentário para Luis Nassif enviado quinta-feira, 07/11/2013 às 17:25, eu falo de bolhas imobiliária e de comentários de Fuhgeddaboudit™, junto a outros posts em que Fuhgeddaboudit™ discorre sobre bolhas imobiliária. E dentro dessa discussão de bolha imobiliária, vale deixar também o link para o post “O executivo do Bradesco e o elogio ao Banco Central” de domingo, 08/04/2012 às 12:31, aqui no bloog de Luis Nassif com texto indicado por Roberto São Paulo-SP 2016, reproduzindo reportagem do jornal O Estado de São Paulo, com o título “IPCA de março indica que Tombini é um iluminado, diz Octavio de Barros” e de autoria de Ricardo Leopoldo. O post “O executivo do Bradesco e o elogio ao Banco Central” pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/blog/luisnassif/o-executivo-do-bradesco-e-o-elogio-ao-banco-central?page=2

      No post “O executivo do Bradesco e o elogio ao Banco Central”, há um comentário meu enviado segunda-feira, 09/04/2012 às 00:23, para Andre Araujo, junto ao comentário dele enviado domingo, 08/04/2012 às 13:47. Nele além do elogio ao Banco Central por ter deixado a inflação exatamente do tamanho da meta, na sua faixa superior, eu faço menção a comentário de Fuhgeddaboudit™ em outros posts em que ele discorre sobre bolha na construção civil e eu tento mostrar que a bolha estaria sendo combatida pelo Banco Central.

      E não me acuse de desviar do assunto ou de modo mais sério que eu teria tergiversado. Até porque dai a me acusar de tergiversação seria um passo ainda que se tratasse de uma boa causa e com isso eu pudesse contar com o nosso Ministério Público sempre pronto para defender qualquer atitude tomada para alcançar uma boa causa.

      A minha intenção nesse desvio de direção foi colocar em um só post todos os nomes que eu lembro que desapareceram de tal modo que eu tenha aqui um post que sirva para fazer pesquisa com comentários dessas pessoas, principalmente o de Fuhgeddaboudit™ que é muito difícil de escrever corretamente. Assim, para ver como escreve Fuhgeddaboudit™ basta escrever os nomes de Romanelli e DanielQuireza e ou Chico Pedro e ou Chico O Cavalo Manso que provavelmente eu venho parar aqui neste post “Lei proíbe carrinhos de catadores em Porto Alegre” de segunda-feira, 27/02/2017 às 11:27.

      Além disso, nesse comentário eu deixo indicado links onde eu faço a defesa do governo da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff em duas situações importantes e que são bastantes esquecidas pelos críticos. Primeiro, poucos mencionam a atuação conjunta do Banco Central e do Ministério da Fazenda para manter a inflação no patamar de 6% durante quatro anos. Como ficarão os críticos da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff se no futuro se chegar ao entendimento de que, para países em desenvolvimento, a inflação de 6% (Talvez até 8%) seja a mais adequada?

      E esse desvio me permite ainda trazer para a lembrança outro fator a valorizar a atuação do governo da ex-presidenta às custas do golpe Dilma Rousseff e que consistiu no combate gradual, mas eficaz, à formação da bolha na construção civil. O combate começou ainda no governo de Lula e foi até 2013 quando a bolha já havia desaparecido.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 27/02/2017

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