Jornal GGN – Uma professora do Departamento de Geografia da USP está sendo obrigada a deixar o Brasil por conta do objeto de sua pesquisa, o uso de agrotóxicos no Brasil.
A informação é do site O Partisano. Larissa Mies Bombardi apresentou uma carta aos colegas do departamento onde denuncia a intimidação após o lançamento do Atlas “Geografia do Uso de Agrotóxicos no Brasil e Conexões com a União Europeia”, em abril de 2017, o que levou a maior rede de produtos orgânicos da Escandinávia a suspender a compra de alimentos do Brasil – o que, muito possivelmente, levou à represália de empresários do agronegócio.
Em seu trabalho de campo, a pesquisadora foi orientada a mudar de trajetos e rotina, para evitar eventuais ataques. E deixou de comparecer a um evento acadêmico em Chapecó, devido ao risco que isso passou a representar a partir da perseguição ao seu trabalho.
“Eu me perguntava: como uma mulher, mãe de dois filhos, única responsável pelas crianças e pela rotina das crianças poderia mudar algo na rotina?”, questiona Larissa na carta. Contudo, a mudança precisou ocorrer e a professora passou a ficar por certos períodos em casas diversas, evitando morar em sua própria residência.
Tais acontecimentos se dão na esteira de diversos registros de perseguição a intelectuais, como o suicídio do reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Luiz Carlos Cancellier, após inquérito que a PF encerrou por falta de provas, ou no caso do ex-reitor Universidade Federal de Pelotas, Pedro Halal, processado pela Controladoria Geral da União por criticar o presidente Jair Bolsonaro em uma live da instituição.
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