Grupo de pesquisadoras e professoras da USP pede cessar-fogo na Faixa de Gaza

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Em nota, Rede Não Cala aponta genocídio contra população palestina e situação precária das mulheres na região

Foto de Alfo Medeiros via pexels.com

O genocídio cometido pelo exército de Israel na Faixa de Gaza levou a Rede Não Cala, formada por Professoras e Pesquisadoras da USP pelo Fim da Violência Sexual e de Gênero, a emitir comunicado pedindo pelo cessar-fogo e pelo fim da violência contra as mulheres palestinas.

Das mais de 30 mil pessoas mortas na região, foram 13 mil crianças e 9 mil mulheres, além de mais de 68 mil feridos e mais de 7 mil desaparecidos sob os escombros.

Além disso, a precariedade com a higiene levou mulheres palestinas a usarem medicamentos para não menstruar e a passar por processos médicos sem anestesia e apenas com panos sujos de sangue.

“Neste Ramadã, momento sagrado para os muçulmanos (como o Natal para os cristãos e o Yom Kipur para os judeus), queremos fazer um apelo pela paz e nos unir às demais vozes, de dentro e de fora da Universidade de São Paulo, que exigem o CESSAR FOGO IMEDIATO e a entrada da ajuda humanitária na Faixa de Gaza”, diz o texto.

Leia abaixo o comunicado na íntegra

A REDE NÃO CALA vem a público se manifestar contra o genocídio de palestinas que vem sendo perpetrado pelo Estado de Israel durante os últimos cinco meses. Foram exterminadas 30 mil pessoas palestinas, das quais 9 mil são mulheres, 13 mil crianças, deixando mais de 68 mil feridos e mais de 7 mil desaparecidos sob os escombros. Não são números, são pessoas.

Os bombardeios constantes pelo exército de Israel destruíram hospitais, escolas, universidades, igrejas e mesquitas, deixando 80% das casas em Gaza arruinadas e provocando uma migração forçada de 2 milhões de pessoas.

Desde outubro de 2023 as mulheres foram obrigadas a fazer uso de medicamentos para não menstruar, considerando a precariedade para os cuidados com a higiene. Os partos têm sido realizados em situações arriscadas, sem anestesia, e elas têm somente panos sujos para limpar o sangue dos seus corpos. A desnutrição e as doenças têm deixado ainda mais vulneráveis essas mulheres, muitas com membros decepados, e que tiveram filhos, maridos, pais e irmãos assassinados. Senhoras são obrigadas a dividir espaço com várias pessoas, muitas delas desconhecidas, e por isso passam o tempo todo usando o lenço (hijab) – mulheres muçulmanas só retiram seus lenços dentro de sua casa e na frente de parentes próximos (filhos, marido, pai, tios).

Para nós, mulheres da REDE NÃO CALA, a vida das mulheres palestinas importa, assim como a vida das demais mulheres: sejam elas judias, indígenas, negras ou trans. Neste Ramadã, momento sagrado para os muçulmanos (como o Natal para os cristãos e o Yom Kipur para os judeus), queremos fazer um apelo pela paz e nos unir às demais vozes, de dentro e de fora da Universidade de São Paulo, que exigem o CESSAR FOGO IMEDIATO e a entrada da ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

Cabe a nós a defesa dos direitos humanos e do respeito às diversas etnias, grupos religiosos e formas de pertencimento das mulheres.

São Paulo, 11 de março de 2024

REDE NÃO CALA! USP

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