
A Polícia Militar do 11º Batalhão de São Paulo (PM-SP), tenta impedir a realização da 30ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas, prevista para acontecer na Praça Osvaldo Cruz, no feriado do 7 de Setembro, sob a justificativa que a extrema-direita já havia reservado a Avenida Paulista para ato na mesma data.
Os coordenadores da Central dos Movimentos Populares (CMP) em São Paulo, Miriam Hermógenes e Benedito Barbosa, usaram as redes sociais para afirmar que o convite do ato progressista à PM foi protocolado em agosto do ano passado, mas agora a corporação alega que existe uma convocação anterior.
Ontem (29), inclusive, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gravou um vídeo apelando pela presença de seus apoiadores no ato do 7 de Setembro, data já conhecida pelas manifestações extremas do grupo em favor da militarização. O político foi justamente declarado inelegível por abusos cometidos nas comemorações do Bicentenário da Independência, em 2022.
Em meio ao boicote do Grito dos Excluídos e das Excluídas, haverá uma reunião entre o movimento e a PM, na tarde da próxima terça-feira (3), na sede do Comando de Policiamento de Área Metropolitana Um. Ainda assim, os organizadores já declararam que não irão “abrir mão” da Praça Osvaldo Cruz, na data onde o ato ocorre há 30 anos e que a concentração do ato ocorrerá como planejado, às 9h, no local.
“Entre as motivações que levaram à escolha do dia 7 de setembro para a realização do Grito estão a de fazer um contraponto ao Grito da Independência, proclamado por um príncipe, em 1822. Nesse sentido, desde 1995, o Grito dos Excluídos e Excluídas tem como objetivo levar às ruas e praças, os gritos ocultos e sufocados, silenciosos e silenciados, que emergem dos campos, porões e periferias da sociedade”, explica o movimento.
Resistência no Brasil o ano inteiro
Com três décadas de resistência a partir de manifestações populares, o Grito dos Excluídos e das Excluídas ocorre não só em São Paulo, mas em diversas cidades brasileiras, ao longo da semana do 7 de Setembro. Vale ressaltar que o ato é apenas um braço do projeto que é articulado durante todo o ano.
Em 2024, o lema do movimento é “Todas as formas de vida importam. Mas, quem se importa?”, tema que é definido a partir das sugestões de uma rede de articuladores e dialoga também com a temática da Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
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