PM boicota Grito dos Excluídos e das Excluídas na Av. Paulista, em favor de bolsonaristas no 7 de setembro

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.

Ato popular, que acontece há 30 anos na Praça Osvaldo Cruz, enfrenta dificuldades com a PM, que alega convocação anterior da extrema-direita para ato na Av. Paulista no dia 7 de Setembro

A primeira edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas foi em 1995. | Foto: Divulgação

A Polícia Militar do 11º Batalhão de São Paulo (PM-SP), tenta impedir a realização da 30ª edição do Grito dos Excluídos e das Excluídas, prevista para acontecer na Praça Osvaldo Cruz, no feriado do 7 de Setembro, sob a justificativa que a extrema-direita já havia reservado a Avenida Paulista para ato na mesma data. 

Os coordenadores da Central dos Movimentos Populares (CMP) em São Paulo, Miriam Hermógenes e Benedito Barbosa, usaram as redes sociais para afirmar que o convite do ato progressista à PM foi protocolado em agosto do ano passado, mas agora a corporação alega que existe uma convocação anterior.

Ontem (29), inclusive, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) gravou um vídeo apelando pela presença de seus apoiadores no ato do 7 de Setembro, data já conhecida pelas manifestações extremas do grupo em favor da militarização. O político foi justamente declarado inelegível por abusos cometidos nas comemorações do Bicentenário da Independência, em 2022.

Em meio ao boicote do Grito dos Excluídos e das Excluídas, haverá uma reunião entre o movimento e a PM, na tarde da próxima terça-feira (3), na sede do Comando de Policiamento de Área Metropolitana Um. Ainda assim, os organizadores já declararam que não irão “abrir mão” da Praça Osvaldo Cruz, na data onde o ato ocorre há 30 anos e que a concentração do ato ocorrerá como planejado, às 9h, no local.

Entre as motivações que levaram à escolha do dia 7 de setembro para a realização do Grito estão a de fazer um contraponto ao Grito da Independência, proclamado por um príncipe, em 1822. Nesse sentido, desde 1995, o Grito dos Excluídos e Excluídas tem como objetivo levar às ruas e praças, os gritos ocultos e sufocados, silenciosos e silenciados, que emergem dos campos, porões e periferias da sociedade”, explica o movimento. 

Resistência no Brasil o ano inteiro

Com três décadas de resistência a partir de manifestações populares, o Grito dos Excluídos e das Excluídas ocorre não só em São Paulo, mas em diversas cidades brasileiras, ao longo da semana do 7 de Setembro. Vale ressaltar que o ato é apenas um braço do projeto que é articulado durante todo o ano.

Em 2024, o lema do movimento é “Todas as formas de vida importam. Mas, quem se importa?”, tema que é definido a partir das sugestões de uma rede de articuladores e dialoga também com a temática da Campanha da Fraternidade, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

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