As perspectivas dos investimentos brasileiros

Um dos enigmas da economia brasileira é a razão da queda da taxa de investimento no país. Os financiamentos do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social) batem recordes, as obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e da Copa são expressivas, houve um aumento na construção civil.

Qual a razão dos índices não refletiram esse cenário?

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Especialista em contas públicas, o economista Fernando Nogueira da Costa, professor do Instituto de Economia da Unicamp, tem uma tese instigante: apesar do investimento ter crescido acima do PIB (Produto Interno Bruto), a taxa de investimento (relação investimentos x PIB) não aumentou substancialmente devido à redução dos preços relativos dos bens investimento.

Mal comparando, se o consumidor A paga R$ 20 mil em um carro e o B paga R$ 25 mil para o mesmo carro, pela metodologia das contas nacionais, o B tem uma taxa de investimento maior que o A.

Segundo ele, a apreciação cambial e as desonerações tributárias reduziram o custo do investimento. Se fosse calculado em preços correntes de 2002, teria havido um aumento de 4,5 pontos do PIB desde 2002. Calculado por preços correntes, a taxa de investimento de 2013 seria de 18,9% do PIB; a preços constantes, de 20,9%.

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Um dos motivos para esse salto, foi a mudança do perfil da poupança interna, uma revolução pouco notada diz ele.

Em dezembro de 2002, a relação crédito/PIB era de 21,8% do PIB, com saldo de R$ 378,3 bilhões. Doze anos depois saltoiu para 57,3% do PIB, com saldo der R$ 2,9 trilhões.

Mais relevante: em dezembro de 2002, o financiamento total do SFN (dívida mobiliária federal + crédito) correspondia a 82,5% do PIB. Só que, desse total, 60,6% do PIB ia para o financiamento da dívida pública; e apenas 21,8% para os financiamentos bancários.

Com a redução da relação dívida/PIB a partir de 2003, em 2014 o financiamento total da economia saltou para 97,5% do PIB (15 pontos a mais). Só que, apenas 40,2% foram para financiar a dívida mobiliária pública. Os 57,3% do PIB passaram a financiar os empréstimos bancários.

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Esse quadro mostra um enorme potencial de “funding” (recursos para financiamento) de ativos de pessoas e empresas.

Nos anos 70, Itaipu foi financiado com empréstimos externos, correspondendo a 15% da dívida externa brasileira. Agora, Belo Monte foi financiado exclusivamente com poupança externa. Reside aí um avanço estrutural nas condições da economia brasileira, que irá se completar nos próximos anos, quando o pré-sal estiver a pleno vapor.

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Hoje em dia, há 644 mil pessoas físicas com poupança de até R$ 300 mil; 221 mil com poupança até R$ 700 mil; 130 mil com poupança acima de R$ 1 milhão; e 3.902 com poupança até R$ 20 milhões.

Somem-se a ela, 98 milhões de depositantes de poupança, 9 milhões de fundos de investimento, 2,3 milhões de fundos de pensão fechados e 572 mil de clubes de ações e se terá um universo maiúsculo para financiar a próxima etapa de investimentos.

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Segundo Nogueira da Costa, nos próximos cinco estimam-se investimentos de R$ 920 bilhões em infraestrutura; R$ 200 bilhões dos quais destinados a transportes. Poupança interna, mais capital externo garantirão tranquilamente o financiamento da nova etapa.

Luis Nassif

31 Comentários

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  1. Enquanto isso…

    Publicado em 02/12/2014

    Petrobras faz primeira descoberta 
    no Caribe colombiano

    Petrobras descobriu acumulação de gás natural em águas profundas.

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    O Conversa Afiada reproduz nota da Petrobras:

     

    PETROBRAS FAZ PRIMEIRA DESCOBERTA EM ÁGUAS PROFUNDAS DO CARIBE COLOMBIANO

     

    A Petrobras descobriu acumulação de gás natural no poço exploratório Orca – 1, no Bloco Tayrona, em águas profundas do Caribe colombiano, a 40 quilômetros da costa de La Guajira. É a primeira descoberta na história da pesquisa exploratória em águas profundas nesta região do Caribe.

    A Petrobras é operadora e detém 40% de participação, em associação com a Ecopetrol (30%) e a Repsol (30%).

    A perfuração do poço foi finalizada no mês de setembro e alcançou 4.240 metros. A profundidade da água é de 674 metros. A acumulação de gás natural foi confirmada a uma profundidade de 3.600 metros. A Petrobras dará continuidade às operações previstas, com o objetivo de melhor avaliar a descoberta.

     

    SOBRE ATUAÇÃO NO CARIBE COLOMBIANO

     

    A Petrobras, em conjunto com a Ecopetrol, foi pioneira na atuação no bloco Tayrona, tendo assinado, em 2004, o primeiro contrato concedido pela Agência Nacional de Hidrocarbonetos da Colômbia para exploração em águas profundas do Caribe colombiano

     

  2. Números…
    O texto diz: “Hoje em dia, há 644 mil pessoas físicas com poupança de até R$ 300 mil; 221 mil com poupança até R$ 700 mil; 130 mil com poupança acima de R$ 1 milhão; e 3.902 com poupança até R$ 20 milhões.” A imensa maioria dos poupadores está no intervalo “até R$300 mil”, não somente 644 mil. Acho que o Nassif quis dizer “R$300 mil ou mais” ou “entre R$300 mil e R$700 mil”? Enfim, certamente os intervalos e valores estão inconsistentes 

  3. Foi um erro de grafia ou eu não entendi?

    Nassif,

    Onde você escreve “Agora, Belo Monte foi financiado exclusivamente com poupança externa.” era para estar escrito poupança INTERNA?

  4. Foi um erro de grafia ou eu não entendi?

    Nassif, onde você escreveu “Agora, Belo Monte foi financiado exclusivamente com poupança externa.” era para estar escrito poupança INTERNA?

  5. “Só que, apenas 40,2% foram

    “Só que, apenas 40,2% foram para financiar a dívida mobiliária pública. Os 57,3% do PIB passaram a financiar os empréstimos bancários.

    Financiamento da dívida pública a 10% garantidíssimos e empréstimos pessoais a 200%, para “compensar” o “risco”. Quero ver os gerentes do capital se animarem a ganhar menos que isso na intermediação.

    É por isso que os bancos públicos têm que entrar em campo, caso contrário não tem jogo.

    Fala-se tanto de custo Brasil mas não dão um pio sobre o custo da intermediação de capital.

  6. Pequena correção mas importante para a entender o texto:

    “Agora, Belo Monte foi financiado exclusivamente com poupança INTERNA” e não externa como está no texto.

  7. muito suigestivo o final do

    muito suigestivo o final do texto:

    poupança interna mais capital externo 

    garantirão tranquilamente o financiamento da nova etapa.

  8. É o que eu disse, Nassif. As

    É o que eu disse, Nassif. As empreiteiras, essas aí que estão sendo implicadas na Lava a Jato, tem toda a razão do mundo para doar para as campanhas presidenciais do PT. Caixa 1 mesmo, e sem precisar de nenhum “retorno”, ou “favor” mais adiante. O retorno é esse que voce falou, os governos do PT transformam o país num canteiro de obra.

    Já para os tucanos que encalham os tijolos e o cimento nos depósitos, qual seria a razão? 

  9. Muito boa a análise, mas é

    Muito boa a análise, mas é sábio enfatizar mais ainda a crise mundial em ‘W’ desde 2008, e os investimentos no Brasil comparados com os feitos na China no mesmo período.

    Percebe-se estabilização em ambos países nos mesmos patamares nos últimos 03 anos, como mostra o gráfico abaixo.

    E que o investimento estrangeiro anual no Brasil hoje está em média 03 vezes superior em média e em dólar ao de cerca de 15 anos atrás, levando em conta aí as privatizações da época( venda de ativos). 

    O ano de 2014, com eleição presidencial e entre projetos tão diferentes ideológicamente, e com risco de mundança de política econômica devem ser realçadas com enfâse maior ainda.

    IED - U$ bilhões - BRASIL x CHINA - Evolução - 1995 - 2014 - rev. B

     

    IED - U$ bilhões - BRASIL - Média anual - Governos - 1995 - 2014 - rev. F

    Investimentos Estrangeiros - Ranking - Países U$ - em bilhões de dólares - 2013 - rev. D

    Para melhor análise vejam mais alguns dados, e mais 10 gráficos sobre os “IED do Brasil x Mundo x Outros Países entre 1995 e 2013/2014” direto na fonte aí no link abaixo:

    https://brasilfatosedados.wordpress.com/2014/08/22/investimentos-externos-diretos-ied-u-bilhoes-brasil-evolucao-1995-2014/

     

     

  10. Só falta, o país unir-se.

    A conjunção poupança interna mais capital externo, serão o suficiente, para deslancharmos. Só tá faltando, uma concientização nacional, nesta conjugação de fôrças, e a união de todos os setores sociais, para readquirirmos a confiança dos investidores externos, na capacidade de cumprirmos os contratos, para que o “dinheiro” apareça, e financie esta operação.

  11. Só como exemplo:
    Quanto a

    Só como exemplo:

    Quanto a Anbev remete de lucros para a Inbev?

    Foi a chamado e assim denominado “golpe de mestre”, né?

    1. Brahma

    2. Brahma Antartica

    3. Brahma Antártica  Skol

    4. Um passe de mágica.

    5. O capital é belga!

    6. Viva a Suiça!

  12. Feitos com poupança interna

    A poupança interna brasileirinha está construindo, não uma. mas três dos maiores complexos de energia ( verde) hidroelétrica do mundo. Madeira, Belomonte e Tapajós, entre muitas outras coisas. Valor em termos de PIB: zero! Vale nada!

  13. Otimismo é uma coisa, Fanatismo é outra.

    Os empresários irão investir no Brasil, desde que haja demanda e todos sabemos que quem demanda em grande proporção é a classe média (aquela odiada por Marilena Chauí). Todos os grandes empresários continuarão a investir, mas comedidamente porque o cenário de incertezas políticas e a confiança nas contas públicas estão em baixa. As indústrias recuaram 5% este ano e em quatro anos do governo Dilma 15%. Não adianta achar que a poupança vai financiar obras de grande vulto, porque é muito pouco  e os números mostrados provam isto. O pré-sal é uma promessa e como a transposição do São Francisco ninguém sabe quando irá funcionar e se de fato trará lucros para o país, uma vez que foi vendida para estrangeiros sua maior bacia. Otimismo é uma coisa, Fanatismo é outra. 

    1. A turma do psdb/pig

      Esta turma detesta o país melhor.

      Eu “quase não durmo” de desconfiança das “contas públicas”. Será que não há uma conta píublica debaixo de sua cama, é bom verificar, nunca se sabe….

  14. Economistas

    Muito bom e surpreedente o artigo. Muito de bom na economia e NINGUEM fala nisso.

    Confirma o desastre que é o economismo nazista e negativo das mirians da vida. E acalentada pelos outros não nazistas, põe o Nassif aí, que vivem clamando aos céus pelos perigos dos índices de “deficit não-sei-o-que” e erros “graves” da “politica do câmbio” do governo. 

    Os resultados e expectativas para breve da produção explosiva da Petrobrás; a poupança crescente e as vezes escandalosa dos cidadãosos; os investimentos massissos na infrestrutura com portos, aeroportos, ferrovias, rodovias e saneamento que o pessoal do PAC esconde e na mobilidade das grandes cidades; a infraestrutura de energia farta; a educação nos novos cursos tecnicos, na universidade que é o pleno emprego (me encanto quando vejo jovens de origem certamente humilde explicando planos sofisticados das teles); e até nas obras da copa e das olimpíadas, nas leis modernas da providencia, etc, etc, tudo é jogado pela janela para os que dizem: estamos “mal”. Sem falar no bem estar e gozo dos que gastam fortunas nas viagens internacionais ( gastando “reservas”). O governo Dilma foi um desastre(???????), dizem.

    Perceberam que a redução das tarifas de energia e do preço da gasolina, ótimos, reduziram o PIB porque menos dinheiro circulou? A contenção da inflação e o decrescimo das taxas de juros “comprometeram” o PiB ( Que merda este tal de PIG!) A compra de milhares de casas pelo de baixa renda virou “aumento das dívidas dos cidadãos”, o aumento explosivo de financiamento a baixo custo só é citado devido a “inadimplencia” que subiu, etc, etc.

    Aliás quando vejo analises econômicas internacionais que falam da “crise” sem mencionar os gastos inúteis das guerras, da destruição dos paises do oriente médio e do norte da africa, das “revoluções” destrutivas patrocinadas pelos grandes, do valor absoluto da luta contra o terrorismo que eles mesmos financiam, da mortandade da fome inútil e injustificada na Africa, etc, noto que a análise econômica atual chegou a zero, ou melhor, muito abixo de zero.

    Economistas…

  15. A formula do investimento pela produção – principal acumulado

    A formula do investimento pela produção – principal acumulado ao longo do “tempo” e juros maiores que o crescimento do PIB – continuam regendo a unidade monetária do país negativamente. Se não voltarmos o espírito do investimento à totalidade real (o “tempo” do caminho abstrato ao concreto) vocês continuarão num contra-senso pelo qual não podem ser separados do processo que perpetua princípios de economia com respresentações especulativas, fantásticas e ilusórias.

    Gostaria que isto sirva como delineamento geral: A natureza externa dos países existe invertida no “tempo” – fora da natureza e do homem – e ainda acha-se independente da nossa consciência, que dá poder sobre ela. Portanto, estamos negligenciando que o tempo é uma posição relativamente para os nossos produtos e assim os seus valores serão um reflexo do mundo.

    É preciso termos esta consciência da verdade!!!

    Os detentores dos investimentos externos nos apresentam a mesma auto-alienação da consciência do mundo para uma cadeia de economistas, seus dependentes alheios e imateriais; longe do meio exterior que pode nos proporcionar a participação dos valores nacionais na realidade de uma existência humana. Eles negociam a natureza x tempo, mas conduzindo a negação das nossas condições de vida com insignificantes combinações entre pontos isolados. 

    Marx anunciava,: “Aconselho-vos, a vós, teólogos e filósofos especulativos, a desembaraçar-vos dos conceitos e dos preconceitos da velha filosofia especulativa se quereis atingir as coisas tais como são em realidade, isto é, a verdade. E para vós não há outro caminho que leve à verdade senão esse “rio de fogo” (Feuer-Bach) é o “purgatório do nosso tempo.”.

  16. Há risco de os

    os  57% de empréstimos bancários engolirem a poupança e os fundos que serão destinados a financiar as obras de desenvolvimento? Ou há outras fontes de recursos para garanti-las como o pré-sal?

    Há risco de amortização do PIB? Por exemplo, eu posso ter um Resort milhonário no Deserto, mas os rendimentos podem demorar muito para igualarem-se ao valor investido.

    E valor tem uma questão subjetiva, depende do ponto de vista.

  17. a logica do capitalismo brasileiro

    Aumento do consumo, garantido por emprestimos na ponta do consumidor.

    Isso deveria gerar mais investimentos na industria.

    Aumento do financiamento via BNDES para pequenas e medias empresas, para a industria dar conta do maior consumo.

    RESULTADO: o capitalista brasileiro pegou dinheiro emprestado no BNDEs e foi comprar pronto na China.

    O consumo aumentou, os chineses aumentaram seus lucros, os empresarios brasileiros ganharam fortunas importando da China, ao inves de investirem em pesquisa, aprimoramento de produção, competitividade.

    O governo pena em tirar o atraso de seculos de baixos investimentos em infra estrutura. O tempo de amadurecimento desse investimento nunca é rápido. Usinas hidroeletricas gigantes, redes de transmissao, pre-sal, pontes, estradas, ferrovias, refinarias, portos ampliados e modernizados, aeroportos ampliados e modernizados.

    E tudo isso, com uma grande parte do capital sendo brasileiro, e nao emprestado como antigamente. 

    Mas tudo é desculpa para o tipico empresario brasileiro reclamar da “falta de infra estrutura” e deixar sua industria virar peça de museu. A competitivdade da nossa industria é lamentavel.

     

  18. Propina calculada como investimento

    “Mal comparando, se o consumidor A paga R$ 20 mil em um carro e o B paga R$ 25 mil para o mesmo carro, pela metodologia das contas nacionais, o B tem uma taxa de investimento maior que o A.”

     

    Pois é, se formos aplicar o mesmo raciocínio para calcular os investimentos da Petrobrás, e das outras estatais também, teríamos de aplicar um deflator, já que hoje sabemos que seus valores de investimento estão claramente superfaturados.

     

    Nos cálculos das contas nacionais, os investimentos das estatais estão computando PROPINA como investimento.

     

    1. O PIB é convenção e o abate da corrupção ainda não é previsto

       

      Caio Martins (quarta-feira, 03/12/2014 às 14:59),

      Você tem um pouco de razão, mas o PÌB é um levantamento que segue algumas regras. Depois que se calcula o PIB faz-se abatimento por alguns crimes, como, por exemplo, retira-se do PIB um percentual que se supõe é devido aos serviços prestados por assassinos de aluguel. Do mesmo modo, o resultado financeiro dos produtos dos roubos com objetivo de posterior comercialização deve ser abatido do PIB, abatimento que se faz levando se em conta uma avaliação aproximada do valor que o total dos produtos roubados teriam.

      No caso da corrupção ainda não se prevê o abatimento dela no PIB. Ainda assim vai aparecer algo estranho, pois o crime de corrupção só existe no setor público e assim algo feito de modo semelhante no setor privado, mas que por lei não é definido como corrupção não seria abatido.

      Aqui deve-se entender com mais perspectiva o artigo de Ricardo Semler “Nunca se roubou tão pouco” que saiu na Folha de S. Paulo e que foi reproduzido aqui no blog de Luis Nassif no post “Nunca se roubou tão pouco, por Ricardo Semler” de sexta-feira, 21/11/2014 às 1151, podendo ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/nunca-se-roubou-tao-pouco-por-ricardo-semler

      Conforme pode-se ver no artigo de Ricardo Semler, embora ele não tenha indicado as fontes a não ser referir-se ao que ele chamou “A turma global”, estima-se que 0,8% do PIB brasileiro é roubado. Não ficou bem claro o que ele quis dizer com PIB roubado, mas vamos supor que ele queria dizer que 0,8% do PIB é o volume da corrupção no setor público. O setor de investimento representa menos de 20% do PIB, sendo que cerca de 4 pontos percentuais disso é investimento do setor público. Se você adotar os limites do Fabio. no comentário que ele enviou para você na quarta-feira, 03/12/2014 às 18:31, ou seja de 25% a 30% então a redução do PIB no limite superior de 30% em razão da corrupção seria de 1,2% bem mais do que previsto por quem o Ricardo Semler chamou de “A turma global”. Agora, no caso da Petrobras, os valores que estão sendo falados seriam bem inferiores aos 30% de que o comentarista Fabio. fala.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 04/12/2014

  19. Avalio como de pouca importância a explicação de F. N da Costa

     

    Luis Nassif,

    Fiz a pouco um comentário para você e ele vai demorar a ser publicado. Enviei o meu comentário lá para o post “Antonio Delfim Netto: Por falar em poupança…” de terça-feira, 02/12/2014 às 10:02, aqui no seu blog contendo o ótimo artigo dele lá “Por falar em poupança…” publicado na terça-feira, 02/12/2014 no jornal Valor Econômico. O endereço do post “Antonio Delfim Netto: Por falar em poupança…” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/antonio-delfim-netto-por-falar-em-poupanca#comment-524345

    Já estou velho para ficar escrevendo longos textos que vão repetir o que eu disse aqui e acolá e assim eu reproduzo a seguir o meu comentário enviado para você lá no post “Antonio Delfim Netto: Por falar em poupança…”. Lá eu disse o seguinte:

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    “Uma pena o Antonio Delfim Netto não ter tocado em dois pontos e que poderiam ser tidos como um e é ainda uma pena ele não ter deixado um link para o texto que ele indica. Não sou economista e assim começo pela tarefa que eu posso realizar com mais facilidade e que consiste em deixar o endereço para o trabalho de Carlos A. Rocca e Lauro M.; Santos Jr., “Redução da Taxa de Poupança e o Financiamento dos Investimentos no Brasil – 2010-2013”. O artigo pode ser baixado diretamente no seguinte endereço:

    http://ibmec.org.br/ibmec/wp-content/uploads/2014/10/ESTUDO-ESPECIAL-CEMEC-REDUCAO-DA-TAXA-DE-POUPANCA-E-O-FINANCIAMENTO-DOS-INVESTIMENTOS.pdf

    E também não sou estatístico, mas avalio que Antonio Delfim Netto como professor que foi de Estatística deveria ter mencionado o fato de o trabalho ter-se proposto a realizar a análise anual dos dados para o curto período de 2010 a 2013 e, no entanto, fazer as apresentações para um longo período de 2000 a 2013. Ora, para o curto período de 2010 a 2013, talvez fosse possível fazer uma análise trimestral. Tanto é assim que muitos dados são apresentados até o primeiro trimestre de 2014. Assim, a análise não apresenta as variações dentro do ano que talvez permitissem mais bem entender o que ocorreu na economia brasileira no período de 2010 a 2013.

    E como segundo ponto que na verdade ainda é este primeiro eu me refiro ao fato de que não apresentando os dados trimestrais não é possível verificar o que aconteceu em um detalhamento com os investimentos que, pelos dados do IBGE, relançam-se a partir do quarto trimestre de 2012 e crescem até o segundo trimestre de 2013, para no terceiro trimestre de 2013 terem uma queda abrupta. Seria interessante que os dados fossem apresentados trimestralmente e assim, com o conhecimento de Estatística e de Economia, Antonio Delfim Netto pudesse iniciar o esclarecimento do que talvez seja a grande incógnita da economia brasileira nos últimos anos, qual seja o que aconteceu no terceiro trimestre de 2013 que reverteu o crescimento de toda a economia, em especial da taxa de investimento.

    De todo modo cabe aqui ainda uma observação e aproveitar a oportunidade para deixar dois links. Inicio pelos links e assim deixo o primeiro link para o post “A íntegra do debate entre Guido e Armínio na Globonews” de terça-feira, 14/10/2014 às 12:14, aqui no seu blog em que você deixa o link para o debate entre Guido Mantega e Armínio Fraga no programa de Miriam Leitão na Globo News logo após o primeiro turno das eleições de 2014, e faz alguns comentário mais ponderados sobre o ministro Guido Mantega. O endereço do post “A íntegra do debate entre Guido e Armínio na Globonews” é:

    https://jornalggn.com.br/noticia/a-integra-do-debate-entre-guido-e-arminio-na-globonews

    Não deixo o link nem tanto pelo debate entre Armínio Fraga e Guido Mantega, mas sim, um tanto pelo comentário que eu enviei para junto de comentário de Francy Lisboa enviado terça-feira, 14/10/2014 às 13:42, na esteira de uma série de comentários que se iniciara com um comentário dele enviado terça-feira, 14/10/2014 às 13:22. E deixo o link para o meu comentário mais para fazer referência a dados do PIB trimestral que eu transcrevi lá no meu comentário (Algumas divergências de horários indicados diz respeito ao problema da mudança de horário de verão).

    Transcrevo novamente esses dados aqui acrescidos dos dados referentes ao terceiro trimestre de 2013 e do quarto trimestre de 2014. A observar que os dados do quarto trimestre de 2013 são apresentados pela última vez e, portanto, com um caráter mais definitivo no relatório disponibilizado agora para o PIB do terceiro trimestre de 2014 e que pode ser visto no seguinte endereço:

    ftp://ftp.ibge.gov.br/Contas_Nacionais/Contas_Nacionais_Trimestrais/Fasciculo_Indicadores_IBGE/pib-vol-val_201403caderno.pdf

    E os dados apresentados no meu comentário para Francy Lisboa e com os acréscimos são os seguintes, destacando que os dados são obtidos junto aos fascículos das “Contas Nacionais Trimestrais – Indicadores de Volume e Valores Correntes” publicados trimestralmente pelo IBGE, quando da divulgação do PIB trimestral:

    Trimestre Ano  —  Crescimento — Anualizando   —   FBCF(crescimento.)

                               trimestre       o crescimento      trimestre

                                anterior        do trimestre          anterior

    3º Trim 2010             1,00           4,06

    4º Trim 2010             1,10           4,47 

    1º Trim 2011             0,90           3,65

    2º Trim 2011             0,60           2,42

    3º Trim 2011             0,10           0,40

    4º Trim 2011             0,10           0,40

    1º Trim 2012             0,10           0,40

    2º Trim 2012             0,10           0,40

    3º Trim 2012             0,60           2,42

    4º Trim 2012             0,90           3,65                       1,8

    1º Trim 2013             0,40           1,61                       3,9

    2º Trim 2013             2,10           8,67                       3,4

    3º Trim 2013          — 0,5          — 2,02                    — 1,7

    4º Trim 2013             0,5*           2,02                     — 2,1

    A observar que o crescimento do PIB no quarto trimestre de 2013, 0,5*, ainda será informado no próximo fascículo com os Indicadores das Contas Nacionais do IBGE para o quarto trimestre de 2014 e assim pelo menos nesse critério de constar nos Indicadores das Contas Nacionais não é um dado definitivo, pois no próximo fascículo ele pode aparecer com alguma alteração. Já os dados da FBCF para o quarto trimestre de 2013 não mais aparecerão no fascículo que informar sobre os dados do PIB do quarto trimestre de 2014 (E no qual também será informada a primeira versão preliminar para o crescimento do PIB em todo o ano de 2014).

    A observar também que os dados do crescimento do PIB de um trimestre comparado com o trimestre imediatamente anterior é obtido no fascículo do IBGE junto a “TABELA I.1 – Principais resultados do PIB de um Trimestre de um ano até o mesmo Trimestre do ano seguinte” na linha “Trimestre / trimestre imediatamente anterior (com ajuste sazonal) < Anexo: Tabela7>”.

    Outra observação diz respeito a obtenção dos dados da Formação Bruta de Capital Fixo. Os dados são obtidos junto ao “GRÁFICO I.2 – Componentes da Demanda (com ajuste sazonal) Taxa (%) do trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior”. Se anualizados eles passariam a representar os seguintes percentuais de crescimento no caso dos três primeiros: 7,4%, 16,5% e 14,3%, para o período de crescimento e – 6,6% e – 8,1% para o período de queda que se iniciou no terceiro trimestre de 2013.

    A segunda indicação que eu quero deixar é para o seu post “As perspectivas dos investimentos brasileiros” de quarta-feira, 03/12/2014 às 06:00, em que você traz para debate uma explicação que o economista Fernando Nogueira da Costa dá a respeito da redução do investimento na economia brasileira. Para Fernando Nogueira da Costa uma razão para a redução para os investimentos decorre da redução dos preços relativos dos bens de investimentos. O endereço do post “As perspectivas dos investimentos brasileiros” é (O endereço aqui será eliminado para não ficar rebarbativo):

    É uma explicação parcial, pois os valores de queda do investimento são maiores do que a redução relativa dos preços dos bens de investimentos. Ainda assim, os textos do Fernando Nogueira da Costa são muitos bons e hoje, quarta-feira, 03/12/2014, você publicou aqui um texto dele para o qual também eu avalio que eu deva deixar o link. Trata-se do post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando Nogueira da Costa” postado às 17:04, e oriundo de artigo dele publicado no site Brasil Debate. O endereço de “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando N. da Costa” é:

    https://jornalggn.com.br/blog/brasil-debate/tatica-fiscalista-e-estrategia-social-desenvolvimentista-por-fernando-n-da-costa

    Para Fernando Nogueira da Costa, para o médio prazo de quatro anos, a presidenta Dilma Rousseff está correta em escolher para ministro da Fazenda um fiscalista para assim assegurará no longo prazo a manutenção de uma política social-desenvolvimentista. Não sei se Fernando Nogueira da Costa aplaudia o Guido Mantega como eu aplaudia e ainda aplaudo. Se esse for o caso então sem ser economista, há entre mim e ele dupla coincidência, pois eu coincido também com ele em aplaudir a escolha de Joaquim Levy para o Ministério da Fazenda.

    Bem e a observação que eu queria fazer em relação a este texto de Antonio Delfim Netto, publicado no Valor Econômico de ontem, terça-feira, 02/11/2014, intitulado “Por falar em poupança…” e reproduzido aqui no seu blog neste post “Antonio Delfim Netto: Por falar em poupança…” de terça-feira, 02/12/2014 às 10:02, diz respeito à falta de referência do professor e ex-ministro Antonio Delfim Netto a coincidência não mostrada no “Gráfico 6 Investimento e poupança nacional bruta – % do PIB” entre a evolução do Investimento e a evolução do PIB. À medida que o PIB cresce, o investimento vem a reboque aumentando e depois quando o PIB começa a cair a taxa de investimento volta a cair.

    Esta é uma omissão que o Antonio Delfim Netto em outros tempos não faria, ainda mais dando ao artigo o título de “Por falar em poupança…”. Antigamente ele sempre falava da mera identidade contábil entre poupança e investimento e saia atrás de um bom motivo para explicar uma ou outra.”

    – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – – –

    Então embora eu ache que Antonio Delfim Netto poderia explorar mais o trabalho dos economistas Carlos A. Rocca e Lauro M.; Santos Jr. lá no texto dele há mais explicação para a queda dos investimentos do que nessa idéia de Fernando Nogueira da Costa de que a taxa de investimento não teria aumentado devido à redução dos preços relativos dos bens de investimento.

    Clever Mendes de Oliveira

    BH, 03/12/2014

    1. O correto não é “Fiz a pouco”, mas “Fiz há pouco”

       

      Luis Nassif,

      Às vezes acontece, e no meu caso o às vezes é com mais frequência, mas quando o erro ocorre logo no início do comentário, ele fica muito feito. Para corrigir pensei em colocar este novo comentário à frente, mas como já há à frente um comentário, eu lanço este meu novo comentário aqui mesmo para corrigir o erro cometido em meu comentário acima que enviei ontem, quarta-feira, 03/12/2014 às 21:49, aqui para este post “As perspectivas dos investimentos brasileiros” de quarta-feira, 03/12/2014 às 06:00, e de sua autoria. Como deixei claro no título que dei a este comentário, em meu comentário anterior onde eu disse “Fiz a pouco um comentário . . . .” leia-se “Fiz há pouco um comentário . . . .”

      Além disso aproveito para deixar uma censura a você pelo que eu vejo como um seu apego à história do impeachment com a retomada deste mote no novo post “Um roteiro para entender a operação impeachment” de quinta-feira, 04/12/2014 às 10:27, de sua autoria e que pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/um-roteiro-para-entender-a-operacao-impeachment

      E aproveiro também para remeter novamente ao post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando Nogueira da Costa” de quarta-feira, 03/12/2014 às 17:04, com a reprodução de artigo de Fernando Nogueira da Costa, artigo a que eu já havia feito referência em meu comentário anterior.

      Volto ao post “Tática fiscalista e estratégia social-desenvolvimentista, por Fernando Nogueira da Costa” pelo ótimo comentário de Mario Ferreira enviado quinta-feira, 04/12/2014 às 16:24. Pensava em reprisar lá o meu comentário anterior que eu enviei não só para este post “As perspectivas dos investimentos brasileiros” de quarta-feira, 03/12/2014 às 06:00, como também para o post “Antonio Delfim Netto: Por falar em poupança…” de terça-feira, 02/12/2014 às 10:02, aqui no seu blog contendo o ótimo artigo dele lá “Por falar em poupança…” publicado na terça-feira, 02/12/2014 no jornal Valor Econômico.

      O comentário de Mario Ferreira fez-me lembrar do ótimo comentário de Marco Antonio Castello Branco que eu venho reproduzindo aqui no seu blog e que reproduzi por último em comentário que enviei para Ion de Andrade segunda-feira, 01/12/2014 às 01:50, junto ao post “A vitória da politização da sociedade e o próximo governo” de domingo, 30/11/2014 às 14:29, aqui no seu blog e de autoria de Ion de Andrade. O endereço do post “A vitória da politização da sociedade e o próximo governo” é:

      https://jornalggn.com.br/fora-pauta/a-vitoria-da-politizacao-da-sociedade-e-o-proximo-governo

      E o comentário de Marco Antonio Castello Branco a que eu me refiro e que, além de ter sido transcrito lá no post “A vitória da politização da sociedade e o próximo governo” eu o venha reproduzido aqui no seu blog várias vezes, apareceu originalmente quinta-feira 26/06/2014 às 02:45, junto ao post “Para entender o desgaste do governo Dilma” de segunda-feira, 16/06/2014 às 17:47, aqui no seu blog e de sua autoria. E basicamente Marco Antonio Castello Branco comenta a ausência de uma natureza política na presidenta Dilma Rousseff. O post “Para entender o desgaste do governo Dilma” pode ser visto no seguinte endereço:

      https://jornalggn.com.br/noticia/para-entender-o-desgaste-do-governo-dilma

      O Murilo Ferreira também observa esta carência entre os atributos da presidenta Dilma Rousseff, mas corretamente alega que cabe ao PT fornecer este plus para que o governo dela possa ficar mais completo. Além dos erros que ela praticou um grande problema do primeiro governo dela foi a campanha volta Lula. Uma campanha assim reduzia o apoio no Congresso ao governo da presidenta Dilma Rousseff uma vez que havia muitos políticos que tinham melhores condições de sobreviver sob o manto da proteção de Lula, um candidato com muito mais carisma e com mais trânsito em grupos de direita.

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 04/12/2014

  20. mas e o PIB??

    Prezado Nassif e caros leitores,

    Como é possível que o investimento tivesse dado este salto “descoberto”pelo economista da matéria sem que este aumento tivesse retroalimentado, com efeito multiplicador sobre o PIB? Afinal, o crescimento do PIB teria tido, além do motor do consumo, o do investimento,e portanto, em algum momento, durante o período analisado, deveria ter algo melhor do que encontramos no pífio desempenho do mesmo. Ou não??

     

    1. O efeito multiplicador do investimento é de longo prazo

       

      Arthur Selke (quarta-feira, 03/12/2014 às 23:38),

      Não sou economista, mas em meu comentário enviado quarta-feira, 03/12/2014 às 21:49, aqui neste post “As perspectivas dos investimentos brasileiros” de quarta-feira, 03/12/2014 às 06:00, eu avaliei como de pequena relevância no montante do PIB a observação de Fernando Nogueira da Costa de que o investimento efetivo seria maior do que foi medido porque houve “redução dos preços relativos dos bens de investimento”. E lembro ainda que no meu comentário eu mostro que houve um período em que o investimento foi retomado. Então, mesmo com a redução dos preços relativos houve um momento entre o quarto trimestre de 2012 e o segundo de 2013 que os investimentos cresceram. Então a explicação de Fernando Nogueira da Costa é bem possível de ser correta, mas ela é quase irrelevante para explicar a redução do investimento.

      Agora há que se considerar que o investimento tem efeito direto no PIB porque é demanda. Investimento é despesa e despesa é PIB. Nesse sentido o investimento tem o mesmo efeito de outra despesa qualquer. O efeito multiplicador do investimento é no longo prazo na medida em que investimento hoje é produção amanhã. Esse efeito no futuro tem duas qualidades, o investimento no passado não só aumenta a produção no futuro como ele reduz a inflação ao aumentar a oferta. Há investimento entretanto que são de longo prazo. Uma grande obra de infra-estrutura como um porto (que não vai aumentar a produção) embora possa reduzir os custos às vezes leva até dez anos. Uma usina de celulose também é um exemplo de um investimento que só vai ter efeito direto na produção no longo prazo (Às vezes mais de cinco anos).

      Clever Mendes de Oliveira

      BH, 04/12/2014

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