Na semana que mais se discutiu a meta de inflação, foi a melhor semana do Ibovespa desde setembro de 2022. Mas pouco se viu na mídia. Estavam todos obcecados pela questão da meta de déficit fiscal para o próximo orçamento. Era como se o destino do país estivesse em jogo. O Ibovespa só foi destaque no dia em que teve uma pequena oscilação para baixo, e a mídia em bloco atribuiu às declarações de Lula, de que poderia aceitar um déficit nominal de 0,25.
E nem se diga que o comportamento do Ibovespa foi influenciado positivamente pelos dados internos. É um indicador totalmente atrelado aos humores do mercado internacional. Se melhora lá fora, melhora aqui dentro, mas por razões estritamente financeiras:
- Melhorando lá fora, há uma redução da percepção geral de risco.
- Com isso, mais dólares entram no país.
- Entrando mais dólares, há uma apreciação do real, e os ativos bursáteis ficam mais caros, em reais.
Nada a ver com o comportamento da economia brasileira, com indicadores de crescimento, de desenvolvimento. Todos os moivimentos do Ibovespa estão ligados a fatores externos.
- O Dow Jones encerrou a semana em 34.061,32, alta de 5,07% em sua semana de maiores ganhos desde outubro de 2022.
- O S&P avançou 5,85%, para 4.358,34
- O Nasdaq Composite encerrou a semana com alta de 6, 61%, para 13.478,28.
E todos subiram porque caiu a expectativa de crescimento da economia americana. Sempre que os dados pioram, o mercado espera redução de juros próximos. E, caindo os juros, melhora a situação dos ativos reais.
Os relatórios de emprego mostraram aumento nas contratações, mas em nível menor do que nas últimas pesquisas. Com isso, o FED (Federal Reserve, o Banco Central americano) manteve os juros inalterados, ante o risco de aumento, caso os dados de emprego mostrassem melhora.
Enquanto isto, o Ibovespa fechou a semana com ganho de 4,3% em reais e de 6% em dólares e o Boletim Focus – que mede as expectativas do tal do mercado – manteve-se imóvel como a esfinge de Gizé.
- A previsão de inflação de 2023 ficou em 4,63%.
- Para 2024, o IPCA ficou em 3,91%, contra 3,90% da pesquisa anterior.
- O PIB mermaneceu em 1,5%.
- 2023 fecha com Selic a 11,75%, sem alterações.
- 2024 fecha com Selic a 9,25%, do mesmo modo, com o governo Lula indo para o buraco.
- E a previsão de dólar continuará em R$ 5,00 até o final de 2024.
E, em todo esse período, ficou-se sem saber nada sobre o desempenho da economia real, sobre os setores têxtil, de mobiliários, sobre a venda de eletrodomésticos, sobre o aumento ou não consumo de alimentos.
Enfim, no dia em que uma bomba atômica explodir em Brasilia, matando todos os habitantes, e destruindo todos os palácios, a manchete dos jornais será óbvia:
“Brasília é destruída antes que Lula anuncie a nova meta de déficit público”.
Leia também:
Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.
Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.
O fato do Ibovespa só ter sido destaque no dia em que teve uma pequena oscilação para baixo, o que mídia murdochiana em bloco atribuiu às declarações de Lula, me fez lembrar da Canção Sound of Silence, da dupla Simon and Garfunkel:
“I am just a poor boy
Though my story’s seldom told
I have squandered my resistance
For a pocketful of mumbles
Such are promises
All lies and jest
Still a man hears what he wants to hear
And disregards the rest”
Se há um órgão que poderia iniciar uma investigação de peso contra
a quadrilha do mercado financeiro e imprensa: Seria a Procuradoria Geral da República.
Somente um procurador desempedido contra esse sistema; é quem poderia inicial
uma investigação rigorosa em todo sistema, do mercado financeiro, da imprensa
que joga o jogo do mercado financeiro e do funcionário público do Banco central
do Brasil.
Há uma sintonia entre o Mercado Financeiro – Imprensa – Banco Central do Brasil
para aumentar a taxa selic e desviar bilhões de reais dos cofres públicos como
se fosse a coisa mais natural do mundo.
Pela primeira vez na História do Brasil, veríamos jornalistas e diretores de
redações serem chamados a serem ouvidos em um investigação séria e de alto
nível que poderia levar todos para a cadeia. Desde o bilionário do mercado
financeiro, aos donos de bancos até o funcionário jornalista da grande imprensa
que colobara em enganar a opiniãõ pública a respeito do absurdo e desproporcional
aumento dessa taxa e a desvirtuação da realidade quanto ao que seja “meta fiscal”.
Eles aproveitam da ignorância de 99.99% da população que não entendem absolutamente
nada sobre esse assunto, para arrombar os cofres do país.
Somente uma PGR séria, e um governo sério poderia dar cabo a essa quadrilha bilionária
que rouba o Banco Central dessa maneira e engana a opinião pública.