Xadrez do segundo tempo do golpe da ultradireita, por Luís Nassif

E os mesmos grupos de mídia, que atuaram decisivamente para a ascensão de Bolsonaro, repetem o mesmo movimento.

De repente, surge uma base de dados retirada do WhatsApp do celular de algum assessor do Ministro. A base de dados é entregue a um jornalista da Folha que, antes, trabalhava em publicação amplamente reconhecida como de direita. Entra na parceria o jornalista Glenn Greenwald, que se destacou no episódio da Vaza Jato – a base de dados de conversas dos procuradores da Lava Jato, que liquidou com a operação.

E tudo é transformado em um enorme jogo político, pelo sistema Folha-Uol-PagSeguro, tendo como principal protagonista o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

Não se interprete como jogo político a divulgação da base de dados. Jornalisticamente, é matéria de interesse jornalístico. Mas o tratamento dado – tentando criminalizar uma conduta de Alexandre reconhecida por quase todos os juristas como constitucional – foi a demonstração clara da conspiração em marcha

As conversas divulgadas mostram o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, compartilhando informações com a equipe do Ministro Alexandre de Moraes, do Tribunal Superior Eleitoral, a respeito de investigações de crimes eleitorais. Em cima de fatos lógicos criou-se uma narrativa bizarra criminalizando o fato de que o Ministro Alexandre de Moraes, do STF, não formalizou pedidos para que o Ministro Alexandre de Moraes, do TSE, investigasse suspeitos de crimes eleitorais.

Uma piada jurídica, no entanto, foi transformada na ponta de lança de uma ofensiva para neutralizar Moraes.

Quando se tem uma cobertura complexa, com muitas variáveis, em cima dos dados iniciais monta-se uma tese. Essa tese ajudará a dar objetividade à investigação, desde que não se transforme em bezerro sagrado – como na Lava Jato.

Vamos recorrer a esse método para analisar a campanha movida contra o Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Peça 1 – O fator Sabesp

Ao entregar a Sabesp aos piranhas financeiros, o governo de São Paulo Tarcísio de Freitas abriu um mundo infinito de possibilidades para o mercado. Teve coragem de protagonizar, sem hesitar, o maior escândalo da história das privatizações, e sair incólume, incensado pela mídia.

A partir dessa falta de limites, Tarcísio colocou no campo das possibilidades, se eleito presidente, a privatização da Petrobras, do Banco do Brasil, da Caixa Econômica Federal, talvez do BNDES e a autonomia final do Banco Central. 

A partir daí, não haveria limites para o enriquecimento dos grupos financeiros, à custa do desmonte final do Estado. Seria uma argentinização do Brasil, em larga escala. Abriu-se, ali, a possibilidade de retomar o pacto Faria Lima-Bolsonaro, que garantiu quatro anos de negócios obscuros. O tamanho do butim é suficientemente compensador para estimular propósitos golpistas, contra a útima cidadela da democracia, o Supremo.

Peça 2 – O pacto Tarcísio-Bolsonaro

Semanas atrás correu o boato de que Tarcísio tentava conduzir um pacto com a família Bolsonaro, já que os filhos de Jair não aceitavam nenhuma candidatura que não fosse a dele. O caminho seria uma negociação com Alexandre de Moraes.

Nos últimos meses, houve várias referências à aproximação Tarcísio com Alexandre. Leia aqui, Aqui também

Os rumores davam conta de que haveria uma tentativa de negociação. De um lado, Alexandre de Moraes asseguraria que Bolsonaro não seria preso, mas continuaria inelegível. Em troca, os Bolsonaro passariam a apoiar Tarcísio.

Aparentemente, as negociações pararam em algum momento. Ontem mesmo, Tarcísio tirou a máscara de conciliador e abriu baterias contra Alexandre de Moraes, reforçando a hipótese de conspiração armada com a mídia e com o mercado.

Ao mesmo tempo, o ex-Ministro do STF, Nelson Jobim, membro do Conselho de Administração do BTG, foi acionado para aumentar o tiroteio sobre Alexandre de Moraes. Com sua intervenção, aumentou as suspeitas sobre a participação de André Esteves no jogo.

Jobim foi peça central na demissão de Paulo Lacerda da ABIN (Agência Brasileira de Inteligência), no segundo governo Lula, jogada que permitiu a perda de controle sobre a Polícia Federal. Na época, apresentou à CPI um documento falso, de que a ABIN possuía equipamentos de grampear. Mostramos, aqui no GGN, que o documento era uma página copiada de um site que produzia equipamentos. Mas o episódio demonstrava que o político jamais abandonou o jurista.

Peça 3 – A base de dados divulgada

Co-autor da denúncia, o jornalista Glenn Greenwald tornou-se um personagem polêmico.

Sobre ele falarei outro dia. Ao contrário da mídia brasileira, e suas jogadas óbvias, Glenn é suficientemente complexo para não ser enquadrado em definições simplistas de esquerda ou direita. O que a reportagem fez foi se valer de sua implicância atual com os liberais progressistas, para utilizar a grife em uma jogada com propósitos políticos. 

No dia 9 de abril passado, Glenn  já havia feito uma defesa de Musk contra Alexandre de Moraes. E, nos últimos tempos, tornou Alexandre de Moraes seu alvo predileto. Com o endosso à jogada, porém, Glenn transpôs o Rubicão. A narrativa colheu elogios de Elon Musk, o ponta de lança da ultradireita mundial e completou o atual movimento de desestabilização do regime.

Mas a base de dados surgiu de outros canais.

Há semanas, a área de inteligência da Polícia Federal já tinha identificado uma movimentação anormal de bolsonaristas nas redes sociais, indicando uma expectativa incomum em relação a algum fato novo.

Na Polícia Federal a hipótese mais provável para o vazamento dos dados foi a prisão de Eduardo Tagliaferro pela polícia paulista, depois de problemas de violência doméstica. Segundo a reportagem da Folha, as mensagens abrangem o período de agosto de 2022, já durante a campanha eleitoral, a maio de 2023. A prisão de Tagliaferro foi justamente em 9 de maio de 2023.

Seu celular foi apreendido. E a deputada Carla Zambelli foi a primeira a divulgar a prisão. Ficou claro para a PF que a fonte de dados foi a Polícia Civil de Tarcísio.

Peça 4 – A nova aliança mercado x milícias

Volta-se, agora, a uma nova rodada de tentativa de golpe, similar à conspiração do impeachment.

A democracia, hoje, depende de dois personagens: Lula e Alexandre de Moraes. O eixos paulista dgrupos de mídia se empenham diariamente em uma guerra de desgaste contra Lula. Agora, investem contra Alexandre de Moraes. Seu enfraquecimento significaria deixar a porteira aberta para a invasão das tropas bolsonaristas, agora, comandadas por Tarcísio de Freitas.

E há ainda, o fator externo. Todo esse movimento mostra uma articulação internacional da ultradireita. Ontem mesmo, Musk abriu seus canais para uma ampla entrevista com Donald Trump. Nosso analista, Pedro Costa Jr, no programa TV GGN 20 horas de ontem, chamou a atenção para a nova etapa da ultradireita. A “denúncia” contra Moraes circulou nos grandes perfis mundiais da ultradireita.

Conforme alertou Steve Bannon, o guru da ultradireita, o candidato a vice-presidente de Donald Trump fará o titular parecer um moderado, tal seu nível de radicalismo. No Brasil, começam a surgir novas lideranças, ainda mais atrevidas e violentas que Bolsonaro, visando derrubar o líder que demonstrou fraqueza – movimento previsto por Freud, em seu livro sobre a psicologia de massas, da década de 20..

Como lembrou Pedro Costa Júnior, nosso analista, o Brasil passa a depender diretamente do resultado das eleições dos Estados Unidos. Uma vitória de Trump selará o destino da democracia brasileira. Por isso mesmo, o movimento contra Alexandre de Moraes é apenas o primeiro lance dessa conspirata. E os mesmos grupos de mídia, que atuaram decisivamente para a ascensão de Bolsonaro, repetem o mesmo movimento.

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35 Comentários

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  1. Como disse alguém: “A montanha pariu um rato”. Dei um giro por aí, prá ver a repercussão e, pelo que (não) vi, concluo que o tiro da Folha saiu pela culatra. Agora, para tentar reduzir seu prejuízo, ela noticia que “Atuação de Assessores de Moraes fora de Rito pode abrir brecha para nulidade”. Mas não disse qual a probabilidade disso vir a acontecer. Ora, é possível que eu saia premiado na mega-sena da virada mas a probabilidade disso vir a ocorrer é muito baixa, a começar porque eu nem jogo.

  2. Ultimamente quase não tenho assitido a nossa mídia comprometida com os interesses espúrios. Às vezes, tenho a impressão que eles combinam qual o assunto que eles vão abordar, pois usando a poderosa arma do controle remoto, vou percorrendo inutilmente os canais em busca de matérias mais palatáveis e constato com asco, que quando se trata de assuntos como economia e política, onde pululam o descaramento explícito dos pseudo entendidos que só sabem falar o que os seus amos determinam. Ainda bem, que hoje temos boas opções na mídia alternativa, apesar dos abundantes canais de esgoto.

  3. O jornalismo caça cliques da Folha é risível, Nassif. Quem escolheu o título da matéria deveria estar no xadres usando uniforme listrado. Ao que parece o Gringo Greenwald comeu marmelada com cogumelo alucinógeno. Ele não distingue fato de versão, nem tampouco percebeu que foi usado por pessoas que querem reviver o espírito do lavajatismo com um evidente interesse eleitoral. A questão aqui é: quanto o Gringo Greenwald ganhou para carimbar a notícia com o nome dele? Talvez a questão não seja ética, moral ou jurídica, mas simplesmente econômica.

  4. Tenho a impressão de que LULA é o ultimo presidente brasileiro que ainda respira democracia, brasilidade, amor a pátria e aos seus. Após a partida dele o Brasil não será mais o mesmo, e não vejo, no momento, outro politico com a mesma envergadura de LULA e o mesmo nível de patriotismo. Não é à toa que paga um preço altissimo. É hora de curtir LULA ao máximo. Depois que o STF normalizou os abusos de MORO, posteriormente comprovado, não freou os arroubos de Bolsonaro, o Brasil virou terreno propicio para a extrema direita, que por sua vez, capturou um pilar importante da democracia, o jornalismo. Exceto a mídia independente, e poucos jornais e sites de noticias de politica, a midia majoritária, perdeu qualquer nivel de amor a patria,´republicanismo, diria até zelo e proteção pelas instituições da republica. Abraçou de vez o bolsonarismo, e já esta na fase do dane-se, e perdeu de vez o sentimento de Estado-Nação. Sinto a sensação de que o BRASIL está virando uma terra arrasada, sem vigilância onde políticos, não todos, sem qualquer sentimento de brasilidade e mais preocupados em questões pessoais, se aliam a estrangeiros endinheirados para desestabilizar a republica e dela tirar proveito. O STF é a bola da vez, pagando um preço altíssimo por não cumprir a lei adequadamente no seu devido tempo. E o pior é que precisamos dele. O congresso, por sua vez, a meu ver, o mais tenebroso da historia pouco legisla, e quem assiste as ações dos parlamentares é presenteado diuturnamente com palavrões, xingamentos, agressividade, ataques, e vez por outra vias de fato. Lamentavelmente o Brasil me parece uma grande e deliciosa pizza, na qual todos querem comer um pedaço, sem qualquer preocupação em dividi-la com quem nada tem e ao final “quem sair por ultimo que apague a luz e faça a limpeza do ambiente”. Estamos caminhando celeremente para perdemos a nossa identidade enquanto País.

    1. Tem sim, mas na esquerda: Dino, Gleissi e Rui Costa são alguns deles.
      Mas para melhorar o Brasil só vejo saída nos políticos da esquerda. Quem
      se apegou ao bolsonarismo, que é quase toda a direita, não presta nenhum.
      São todos suspeitos. E são muitos.

    2. Seu comentário é extremamente realista (infelizmente!).
      Não basta termos um substituto ou substituta de qualidade similar ou melhor. O eleitor também precisa achar que tem.
      Quando temos uma vitória apertada de Lula x Jair isto foi um alívio mas ao mesmo tempo um sinal mais que preocupante!
      Com a idade que tem e com no máximo mais um mandato, temos até pouco mais de 6 anos não para apenas encontrar outra opção, mas para REVERTER O PERFIL DO ELEITORADO, que intoxicado ou drogado, elegeu o pior Congresso da História e um conjunto de governadores que controla a maior parte do PIB no Sul/ Sudeste/ Centro-Oeste (vamos ver como será agora nos ~5,5 mil municípios e mais de 50 mil vereadores).
      Não adianta pensar em bons candidatos, ruins de voto. Dino foi para o STF, Haddad perdeu para um carioca calouro em SP, Dilma perdeu para … Cleitinho, Gleisi perdeu para Dallagnol, Molon perdeu para Flavio Racha e Romário, Witzel (quem?) derrotou Paes em 2018, Castro se elegeu no 1o.turno, A lista é horripilante: Mourão, Pazuello, Moro, Zambelli, Nikole, Zema ….
      A direita cresceu se juntando com a ultra-direita. O centrão cada vez mais “quem quer dinheirooo!”. A míRdia cada vez pior e mais descarada. Redes descontroladas. Os empresários cada vez com mais rendimentos financeiros, firmes privilégios, templos para até 10 mil pessoas por “sessão” e terras a perder de vista onde antes houve florestas, indígenas, farta e diversa flora e fauna e água limpa. Todas com escrituras do além.
      Sim, o Brasil precisa arrumar logo uma opcão viável contra tudo isso.
      Mas quem, quem quem?!…

  5. eu nunca ouvi falar de o juízo provocar, mas ser provocado, à exceção da justiça voluntária, como o próprio nome diz. do Codigo de Processo Civil: Art. 2º O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei.

    o devido processo legal supõe paridade de armas, equidistáncia do juízo para com as partes e, last but not least (Lições Preliminares de Direito _ Miguel Reale) imparcialidade.

      1. Instauração de ofício do processo
        Atualizado em 24.04.2023

        “[…] Propaganda eleitoral. Exercício de poder de polícia. Aplicação de multa de ofício e sem prévio ajuizamento de representação. Inviabilidade. […] 1. Nos termos da Súmula 18 do TSE, é vedado ao juiz eleitoral, no exercício do poder de polícia, de ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com a Lei 9.504/97. […]” .

        https://temasselecionados.tse.jus.br/temas-selecionados/propaganda-eleitoral/representacao-e-reclamacao/instauracao-de-oficio-do-processo

          1. o inquérito é uma excrescéncia do santo ofício. e no código de processo penal quem o preside é o delegado. mas vamos à suma vinculante 14 do supremo poder: É direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

            mas entendo o aparelhamento do estado envolve a intuição dos comprados. salvo o seu juízo.

      2. Súmula-TSE nº 18

        O TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL, usando das atribuições que lhe confere o art. 23, inciso XV, do Código Eleitoral, resolve editar o seguinte verbete de súmula:

        Conquanto investido de poder de polícia, não tem legitimidade o juiz eleitoral para, de ofício, instaurar procedimento com a finalidade de impor multa pela veiculação de propaganda eleitoral em desacordo com a Lei nº 9.504/1997.

        1. Antes de mais nada desculpe o tom inadequado de minhas réplicas. Dito isso: inquérito é a formalização de uma investigação que pode iniciar-se por uma mera suspeita. Se ela se consolida, pode virar inquérito (ou dar em nada). Se ele resultar em provas ou indícios considerados suficientes, aí vem o indiciamento ao MP que pode ou não concordar e afinal denunciar a um juiz. Aí sim precisa ver qual que vai conduzir o processo, julgar, absolver, condenar… A súmula que vc trás fala em MULTAR, não em proibir investigar/produzir relatórios. Ademais o TSE tem como principal função FISCALIZAR eleições, uma função ATIVA. O STF tem uma função RESPONSIVA de justiça geral, civil, criminal, constitucional. Espero ter contribuído. Sds.

          1. “[…] Propaganda eleitoral irregular. Representação instaurada, de ofício, por portaria de juízes auxiliares. Impossibilidade. Afronta ao art. 96, caput , da Lei n o 9.504/97. Os juízes auxiliares possuem competência para julgar as representações dirigidas por partidos, coligações e candidatos. Não estão autorizados a instaurar, de ofício, procedimento para apurar irregularidades na veiculação de propaganda eleitoral (art. 96, caput , da Lei n o 9.504/97) […]”

            da próxima vez pode ser em forma de desenho. não adianta querer passar pano para alexandre de moraes, filho de um golpe de estado que, como alguns dizem, é o último baluarte da democracia, embora tenha sido parido pelo golpe de estado. repito que jamais ouvi falar em juiz presidir inquérito que, por si só, trata-se de excrescÊncia. queiramos ou não Glenn Greenwald trouxe à nota a prisão do escroque felipe martins por moraes sob a justificativa de que ele havia deixado o país, o que não foi verdade, pois comprovara que estava no país. mesmo que essas criaturas nefastas causem repulsa, se avalizarmos todo e qualquer esbirro ilegal sob a égide de “defender a democracia” estamos chancelando o autoritarismo. ágora, eu sei como funciona um inquérito, sou advogado e não tenho a pretensão dos arrogantes, por isso advogado pro bono e já vi muitas injustiças e por que o que se discute aqui não é a Democracia, mas manter-se no poder. sempre votei no partido dos trabalhadores, mas isso não me faz agir de maneira a não perceber que deve haver crítica pois, numa democracia, supõe-se SEMPRE a convivência dos contrários, ou a “polarização”, que, para Hegel, trata-se da Dialética, tão salutar quanto o Sufrágio Universal. o ideal mesmo seria uma revolução dos trabalhadores, mas como isso é uma utopia, fiquemos com a Democracia, com suas imperfeições. infelizmente no Brasil a corrupção é muito maior.

            https://www1.folha.uol.com.br/colunas/glenn-greenwald/2024/08/ex-assessor-de-bolsonaro-esta-preso-com-base-em-alegacao-falsa.shtml

  6. O problema não é ter empresas de mídia e outros setores empresariais fazendo esse papel.

    A História mostra que eles sempre chocaram e fizeram eclodir os ovos das serpentes nazifascistas.

    Até aí, tudo certo.

    A questão central é a incapacidade da chamada esquerda em enxergar quem é quem, e como agir.

    Nesse espaço, por exemplo, cansei de ler e de retrucar uma postura parcimoniosa e indulgente com empresas de mídia e certos personagens, que logo ali na frente, voltam a delinquir.

    Agora, essa defesa extremada do Alexandre Moraes, e do STF, ou do TSE.

    A nossa justiça eleitoral é uma aberração, um tutor indesejado do processo eleitoral, que nos trouxe até aqui, esse beco sem saída, e toda vez que são questionados agitam a “bandeira tecnológica” das urnas, como se a ferramenta fosse mais importante que o fim ao qual ela serve.

    Foi o protagonismo judicial (eleitoral e do STF) que destroçou o que restava de esperança de termos um caminho mais democrático.

    Foram esses senhores de toga que assaltaram e estupraram a República, em nome dos seus aliados geopolíticos e das elites nacionais, lacaias dos seus pares externos.

    Não é defendendo Moraes que vamos salvar a “democracia”, é fazendo política, é Lula fazendo o que tem que fazer, dando nomes aos bois e enfrentando a malta, não terceirizando a eles o seu trabalho institucional.

    Lula entregou a presidência a esses leões de chácaras.

    Se o nosso processo político (ainda) está pendurando entre extremistas bolsominions e o judiciário onipresente, onipotente e onisciente, então tá tudo errado, e de certo, merecemos perder de vez.

    Eu não vou me ater a essas baboseiras de “técnica jurídica”, ou “especialistas”, isso tudo é bobagem.

    Direito e jurisprudência no terceiro mundo significam uma coisa só: classe e dinheiro, que são os donos da hermenêutica.

    Então, vamos direto ao ponto:

    Que se exploda Moraes, ele que se vire com os chacais que ele ajudou a criar.

    Quando vejo Barroso defendendo Moraes, eu lembro de Brizola:

    Temos que escolher nossos aliados e inimigos por que está ao lado deles (ele falava isso da Globo).

    Se Barroso está com Moraes, na dúvida, eu mudo de calçada.

  7. Diz o ditado dos peladeiros:

    Quando o juiz é o assunto mais comentado do jogo, é porque o jogo foi uma mer*a.

    É o caso do Brasil.

    Uma pena.

    Que se exploda o juiz do Temer.

    1. Dos males, o menor. A explosão do Moraes nesse momento significa ressurreição do Bolsonaro. Então, infelizmente, mesmo a contragosto, tenho que defender o Moraes

      1. Caro Rui, não acho que seja ou Moraes ou caos.

        Isso é o que ele e os boldominions querem que pensemos…

        Aliás, caos nesse truque há séculos.

    2. Suas visões não são muito desalinhadas com as da maioria dos que aqui comentam. Mas há um “pequeno” detalhe: política não implica fazer o que (achamos que) “TEM que ser feito”, mas o que “PODE ser feito”. Se Lula, um ser imperfeito como todos nós, fosse p.ex. um lutador de MMA num ringue onde o mau opositor fosse paralítico, ele daria os golpes necessários e “prontchiu!”. A questão é que não é. As vezes é mais forte, mais treinado, mais desleal ou até “mais de um”. Pior, essa luta não tem fim, nem há gongo. Portanto, infelizmente nossa torcida, entre ovações e frustrações, por um “prendo e arrebento” raramente será suficiente para “ganhar” uma luta que nunca acaba.

      1. Política implica em fazer o que PODE, O que TEM, e que QUEREMOS que seja feito.

        Não existe avanço histórico sem o desejo se se avançar, claro, dentro da realidade, mas nunca esquecendo que “realidade” é algo, também, construído.

        Lula é, sempre foi, e sempre será um covarde(aqui se chama de conciliador)
        Portanto, sim, com ele vamos ficar por aqui mesmo.

        Apanhando.

        1. Se alguém está apanhando é porque tem alguém batendo.
          E os que batem também “querem” fazer o que “tem” que ser feito.
          Não existe vitória fácil contra adversários difíceis.
          Aí, ou lutamos dentro das regras … ou, se “quisermos e pudermos”, fora delas …
          Só não podemos desistir.

  8. Nassif vc viu o carioca Tarcísio entregando aos ESTRANGEIROS o patrimônio público paulista todo orgulhoso e ainda se vangloriando?Moro,Bolso e Doria tb fizeram atrocidades contra o povo sempre acobertados pelos donos bilionários da mídia tradicional e tb não deram certo,tenho por mim q SP foi atacado frontalmente e este estado sempre foi a resistência inclusive é histórico e talvez por isso mesmo,esse Tarcísio é fracp não aguenta um mês de pancadaria sem o acobertamento da midia tradicional empresarial bilionaria !!!

  9. A grande imprensa vem construindo o cenário, da mesma forma que fizeram com a Lava-jato. Dentro em breve não haverá sequer possibilidade de discutir se Moraes age ou não de forma abusiva. Este mantra Bolsonarista vem num crescendo. O grande objetivo talvez não seja anistiar nem tornar elegível o inominável. O grande objetivo é torná-lo vítima. Vão usar a imagem de famílias num pic nic na praça dos trẽs poderes. A grande defesa da democracia protagonizada pelos três poderes não resistiu a uma campanha pelo poder político, campanha para destruição de Lula. Na televisão o país foi transformado numa luta entre executivo e legislativo, e legislativo versus judiciário. Com os cuidados para não atrapalhar certos projetos do governo, o legislativo tenta a todo momento emparedar o governo. A mídia ressalta sobretudo as vitórias do legislativo, como exemplificado pela liberação de armas. Uma mídia que um dia criou um cenário e uma campanha contra a corrupção, não faz nenhuma campanha contra a bancada da bala e o lobby das armas.A mídia impressa com seus cadernos de opinião e suas canetas de aluguel, também conhecidas como colunistas batem diuturnamente em Lula criando inclusive uma dicotomia entre Lula e governo, quando conveniente. Tudo é motivo para bater, e se aproveitam de qualquer coisa. Quando Biden foi criticado pela idade e senilidade, logo apareceram as perguntas sobre se seria prudente a reeleição de Lula. A direita se mobiliza para a construção de um cenário pré-eleitoral. Os movimentos recentes no TCU, e contra Moraes demonstram que querem manter vivo o bolsonarismo. Não terão receio de queimar Bolsonaro mas não o bolsonarismo que é uma reserva de votos. A direita dos jardins e da Faria Lima fará tudo para eleger até um bolsonarista como Tarcisio, já que não tem candidato próprio. Ainda é cedo para Tarcisio jogar fora Bolsonaro, ainda mais com as eleições para prefeitos nas capitais. Mas chegará o momento onde preso ou definitivamente fora do páreo, Bolsonaro será a vítima que carreará os votos para Tarcisio. Caso isto se consolide a própria direita vai preferir Bolsonaro vítima e preso enquanto ele viverá com a ilusão de que os seus irão pedir sua anistia. O timing dos movimentos recentes com o caso TCU-jóias e as acusações contra Moraes mostram que o processo de construção de um cenário e uma narrativa contrária a Lula está em franco desenvolvimento e de forma coordenada. A campanha para cristalizar a imagem de um governo fraco diante do legislativo faz com que a digníssima Cantanhede culpe o governo pela pec das armas, segundo ela o governo foi fraco e até negociou. Nenhuma palavra foi dita sobre os bolsonaristas envolvidos nem sobre a imoralidade e prováveis interesses do crime organizado. Isto sairá de pauta rapidamente e continuarão a campanha de associar Lula a Maduro. Um fato que foi uma armadilha anunciada. Dependendo do desenlace na Venezuela e caso a posição de Lula e Itamaraty se mostre correta irão rapidamente esquecer o assunto, como esqueceram as acusações de genocídio em Gaza. O que importa é o desgaste até que dentro do cenário a narrativa contrária a Lula se torne óbvia.

  10. É triste e preocupante vermos que esses cidadãos não param um instante de conspirar e trabalhar contra o país. Eles me lembram o maligno, que não se cansa e não dorme na execução do mal.

  11. o stf endossou a terceirização ampla geral e irrestrita; endossou a “reforma trabalhista”; determinou, monocraticamente, o esvaziamento do art. 5° XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho, cláusula pétrea; permitiu que as eleições municipais de 2020 se dessem em novembro, sendo que a Carta Política determina que o Sufráfio Universal seja outubro, numa ilegalidade gritante; não cumpre os prazos processuais previstos em lei; a Carta Política determina que somente pode ser declacarada a constitucionalidade pelo plenário do supremo, e invariavelmente vemos por decisões monocráticas. tudo isso por uma maioria de ministros indicatos pelo partido dos trabalhadores. ou seja, por que lula não restabelece a precarização da clt por medida provisória? seria uma afronta ao congresso? esses desvios de auto ofício impregnaram o judiciário de corrupção, quando não há respeito a prazos descritos na lei. o auxílio moradia dos juízes te autorização precária por decisão de fux, em óbvio conflito de interesses. há nomeações cruzadas para tribunais por presidente e governadores, o que é vedado pela súmula vinculante 13, como foi o caso da filha de fux. e o “jornalismo progressista” defende atitudes de figuras que usufruem do que o povo labuta num verdadeiro baile fiscal. vejamos um caso no Espírito Santo em que o juiz era quem oficiava a si mesmo, como moraes:

    https://www.terra.com.br/amp/noticias/brasil/politica/operacao-follow-the-money-esquema-de-juiz-pegou-r-7-milhoes-de-mortos-sem-herdeiros-diz-mp,2eb7558eafbfc59fea5ea282add33898cue7cj7e.html

    vejamos as lagostas amanteigadas de tofolli

    https://congressoemfoco.uol.com.br/projeto-bula/reportagem/stf-fecha-compra-milionaria-com-vinho-importado-camaroes-e-lagostas-no-cardapio-veja-documento/amp/

    analisemos a nomeação da filha de fux, em claro nepotismo cruzado

    https://www.conjur.com.br/2016-mar-14/processo-polemico-mariana-fux-toma-posse-tj-rj/

    observemos a decisão monocratica que garantia auxílio moradia aos juízes condicionada a revigação em aumento dos subsídios dos magistrados que, como membros de poder, recebem por subsídio, onde esses direitos deveriam estar insertos à luz do art. 37 da Carta, em óbvia barganha política

    https://www.poder360.com.br/poder-governo/governo/fux-diz-que-auxilio-moradia-a-juizes-caira-se-reajuste-do-stf-for-confirmado/

    tenos aqui pagamentos a magistrados que ultrapassam o teto constitucional do art. 37, XI da Carta Magna

    https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2023/07/23/metade-dos-juizes-do-pais-ganha-mais-do-que-os-ministros-do-stf.htm

    uma justiça que é morosa e parcial jamais será uma justiça democratica

    1. Sem esquecer as viagens pagas por lobistas e autoridades interesseiras, os convites para palestras e aulas magnas regiamente recompensadas e outras recompensas não visíveis, além de benesses discutidas em lautos jantares antes de julgamentos importantes.
      Afagos contínuos dessensibilizam, de sorte que agora o STF colhe seus reveses tendo que garantir a lisura das instituições que eles mesmos ajudaram a destruir. É carma? Tanto nosso quanto deles, e o pior, ruim com eles, pior sem eles.

  12. Quando o fracasso pessoal apanha seguidamente da vida e não produz mais justificativas aceitáveis e muito menos acreditaveis, eu entendo que seria o momento de repensar os erros, rever as atitudes e mudar os conceitos responsáveis pela derrota que era plenamente previsivel, mas que foi subestimada pela teimosa arrogância e pela secular dependência de terceiros, para continuar existindo em viciada sobrevida.
    Porém, pior que ser um derrotado é se entregar sem luta e se permitir chafurdar na lama imunda do jogo sujo e da covardia, como faz o escravo dependente das migalhas, dos tapinhas nas costas e das sobras descartadas de supostos poderes, que hoje lhe torna uma grande piada.
    Prefere, talvez, o vexame ético, moral e da honra, para ficar repetindo sua mentirosa e desclassifica mea culpa tão conhecida, que se faz uma outra grande piada.
    No outro lado, a força de trabalho e a competência do governo Lula continua esbofeteando, simbolicamente, as bochechas dos aloprados incompetentes, que se entregam de corpo e alma ao que existe de pior na imprensa, na politica e na sociedade.
    É assim que vejo a ultradireita brasileira, um grupo que quanto mais barulho faz, mais faz feder e mais produz vexame, vergonha e chacota para si mesmo.

  13. O perigo de tais discussões de venenosas “não notícias ou notícias de rodapé” no topo das primeiras páginas é que esta míRdia consegue transformar uma visita a 3 apartamentículos empilhados num triplex que, ao final, prendeu o presidente mais bem avaliado da história e possibilitou a abertura da caixa de Pandora bozista que, juntada a de Temer, resultou num atraso de 60 anos em 6.
    Não podemos esquecer que da denúncia à prisão, o processo de Lula levou cerca de meteóricos 18 meses e as inúmeras acusações à Bolsonaro mal chegam em denúncia.
    Só as agora possíveis no atual governo, a demora já é maior que 18 meses.
    Se consideramos seu próprio (des)governo, já somam mais 4 anos. Se considerarmos tudo desde os tempos do terrorismo e sindicalismo militar, submedíocre mas tumultuador, lá se vão quase 4 décadas.
    E ninguém prende essa figura que continua, com seus idólatras e (com)parças tumultuando o cenário nacional como ninguém.
    Vai acabar, como Hitler, se achando “imortal”…
    Felizmente não foi.

  14. Vivemos num mundo orwelliano e nossa mídia tradicional, parece buscar referências no Ministério do amor (1984), de George Orwell.

  15. Enquanto o PGR, escolhido a dedo pelo conservadorismo togado, continuar sentado sobre sua leniente caneta e não levar adiante o indiciamento do meliante-chefe e seu séquito de generais golpistas, seguiremos testemunhando essa espiral crescente de eventos golpistas. A janela de oportunidade está se fechando e no ritmo complacente do judiciário, muito em breve será tarde demais.

  16. Melhor mesmo não subestimar nem o Poder dos golpistas, nem superestimar o Poder do governo lulopetista. O verdadeiro Poder é o Poder Econômico (o Poder que golpeia)!… De minha parte já fico preocupado só em saber que a Regina Duarte não está com medo.

  17. A redução do ESTADO a uma condição insignificante faz parte das intenções da extrema direita. Em cada Nação, bem ou mal, o ESTADO é quem preside tudo o que se relaciona com as garantias do direito. Não existe soberania em nenhum lugar que perca o controle cabível exclusivamente ao ESTADO e suas instituições acerca do oferecimento das normas estabelecidas em constituição. Todo o direito e dever a todos aqueles que fazem parte da sociedade, seja o próprio ESTADO, sejam os participantes físicos e jurídicos dependem igualmente de um ESTADO capaz de cumprir com esse dever. Veja bem, o ESTADO pode muito, mas não pode tudo. Num ESTADO soberano, todos estão subordinados aos arcabouços legais, que separam para a segurança de todo mundo, o que é crime e o que não é dentro de uma sociedade. Desacreditar as Instituições de Estado retirando sua legitimidade, reduzindo o prestígio da população que em tese é quem mais necessitaria da proteção dessas Instituições, abre o trilho para a redução e a apropriação dos que desejam beneficiar-se de uma eventual ausência do ESTADO. Se a representação do ESTADO, apesar de todas as imperfeições, acabar; que tipo de lugar se vai viver.

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