Julgamento final do impeachment tem data marcada

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
[email protected]

O presidente do Senado, Renan Calheiros, também pretende agilizar em agosto as propostas do interino Michel Temer, como autonomia do Banco Central, terceirizações, LDO de 2017, entre outros
 
Jornal GGN – Quando os olhos e ouvidos do Brasil estavam voltados para a escolha do novo mandatário da Câmara, o deputado eleito Rodrigo Maia (DEM-RJ), o presidente do Senado, Renan Calheiros, anunciou que o julgamento final do impeachment contra Dilma Rousseff deve ocorrer entre 25 e 30 de agosto. 
 
O senador chegou a antecipar a volta dos trabalhos legislativos para o dia 2 de agosto, um dia antes do previsto, para trabalhar nas matérias pendentes, entre elas os vetos presidenciais, deliberações dos Códigos Penal e Aeronáutico, autonomia do Banco Central e os projetos da Agenda Brasil, tudo a tempo de preparar a Casa para a votação final do impeachment na última semana do mês, logo após o fim das Olimpíadas 2016.
 
Na noite desta quarta, Renan Calheiros decidiu convocar sessão do Congresso Nacional para o dia 2 de agosto, às 19h. Na data, já serão analisados os vetos presidenciais 13 a 27 deste ano. Também será colocado em pauta, logo no primeiro dia da volta dos senadores, o projeto de lei 3/2016, que destina recursos para viabilizar a eleição municipal deste ano.
 
Os temas são prioridades na Casa e devem ser analisados antes mesmo do julgamento do impeachment. Os senadores ainda pretendem avaliar os projetos de interesse do interino Michel Temer.
 
Nestes, estão os projetos de lei 10 e 11, que remanejam a programação das emendas parlamentares impositivas com impedimento, o projeto 2/2016, sobre a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano de 2017, e o PLN 5/2016, que abre crédito suplementar de R$ 1,9 bilhão para remuneração de agentes financeiros sob supervisão do Ministério da Fazenda.
 
Ainda no mês de agosto, paralelamente à agenda do impeachment, Renan pretende agilizar os projetos dos Novos Códigos Penal e Aeronáutico, a autonomia do Banco Central e a regulamentação de 13 milhões de empregados terceirizados no Brasil, pautas todas de interesse do governo peemedebista.
 
Em meio às previsões já planejadas para o Senado, Calheiros informou que, a partir da volta dos senadores, uma semana depois, mais especificamente no dia 9 de agosto, os parlamentares irão votar a aceitação do processo de impeachment. A partir daí, correm os dias para o julgamento final, devendo ocorrer no dia 25 de agosto, mas com um possível atraso até o dia 30 do mês.
 
Durante o anúncio, Renan Calheiros disse que já era “possível perceber os sinais de recuperação da grave crise política e econômica pela qual o país passa”. De acordo com o senador, em defesa do governo interino, “já há expectativa de recuperação econômica, com crescimento da ordem de 2% do PIB para o ano de 2017”.
 
“Acredito que o papel desta Casa é contribuir para esta recuperação”, concluiu, durante a sessão plenária desta quarta (13).
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

9 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Parlamentares estrangeiros repudiam o golpe

    Repito aqui o que postei na sessão “Clipping do dia”:

    https://jornalggn.com.br/comment/957616#comment-957616

    Primeiramente, fora Temer.

    Posteriormente, podemos assistir ao vídeo no qual o Deputado Democrata, norte-americano, do Bronx, Alan Grayson, denuncia o golpe contra a Presidenta Dilma:

    [video:https://www.youtube.com/watch?v=L5atyPCCnik align:center]

    Na França, senadores denunciam que Dilma Rousseff está sendo vítima de uma baixa manobra parlamentar:

    http://www.lemonde.fr/idees/article/2016/07/13/dilma-rousseff-victime-d-une-basse-manoeuvre-parlementaire_4969141_3232.html

    “Nous, élus français, affirmons que la procédure constitutionnelle de destitution a été instrumentalisée par une majorité parlementaire de circonstance. Cette procédure, qui ne peut s’appliquer que pour des crimes ou délits graves, a été engagée pour de simples décrets rectificatifs du budget de 2015, adoptés par le gouvernement de Dilma Rousseff. Elle a été ouverte à la mi-décembre 2015, avant même la fin de l’année budgétaire et avant même l’examen et la validation du budget par la Cour des Comptes et les deux chambres. Nous soulignons que la présidente suspendue n’est mise en cause dans aucune des innombrables affaires de corruption qui touchent la classe politique, notamment le scandale de la société pétrolière Petrobras.”

    Em uma tradução meia boca:

    “Nós, eleitos franceses (talvez fosse melhor traduzir por ‘nós, parlamentares franceses’), afirmamos que o procedimento constitucional de destituição foi instrumentalisado por uma maioria parlamentar circunstancial. Este procedimento, que só pode ser aplicado no caso de crimes ou delitos graves, foi lançado através de simples decretos retificadores do orçamento de 2015, antes mesmo do final do ano fiscal e antes mesmo do exame da validação do orçamento pelo Tribunal de Contas e pelas duas câmeras. Nós sublinhamos que a presidenta suspensa não se encontra envolvida em nenhum dos inumeráveis casos de corrupção que afetam a classe política, especialmente o escândalo da empresa petrolífera Petrobras”.

     

    1. 27

         27 senadores de um total de 348, nenhum pertencente aos maiores partidos franceses, apenas comunistas (CRC ) e ecologistas (EELV ).

          A esquerda contenta-se com muito pouco.

  2. Só no Brasil, farsantes desse

    Só no Brasil, farsantes desse nível estão soltos (deviam julgar a si próprios, fazerem uma auto critica) O STF tem que justificar o reajuste salarial e autorizar a prisão de todos os conspiradores e traidores da República…inclusive Procuradores e Juizes Manipuladores…É muito triste ver um Senado que provoca nojo, repugnância; asqueroso, repulsivo. Democracia não tem preço…os venais que fiquem espertos…Podem até ganhar num primeiro momento, porém, com certeza não levam…nossa sociedade em sua grande maioria é honesta, vivem do trabalho digno..e essa corja que assaltou a Republica terá sua resposta em breve. A grande vantagem da vida física…é seu tempo de validade…os politicos golpistas já morreram e não perceberam…estão em hipnose coletiva sendo manipulados pela cobiça …

  3. Cabe chamar a atenção do que

    Cabe chamar a atenção do que está pretendendo o Pres. do Banco Central Ilan Goldfajn – aliás, mais do que isso, “articulando” e já sendo providenciado por Renan Calheiros no Congresso – a “Total” Independência do Banco Central, mediante – pasmem! – Emenda Constitucional.

    É isto mesmo! O maior aciionista do Banco Itaú (aquele dono do Itaú que já embolsa o maior quinhão dos polpudos lucros do Itaú) vai conseguir “emendar” a nossa Constitução. No Congresso, o Presidente Renam Calheiros já está tomando providências e incluindo a matéria para votação “o mais rápido possível”. O moço de nome difícil irá conseguir, conforme declarou para o Wall Street Journal, “total liberdade para agir na Economia do Brasil” – aquele País que eles acham que já foi nosso.

    Segundo o abusado expropriador do dinheiro alheio, o Governo só poderá “determinar a meta de inflação e o orçamento do País”, ficando pra ele todo o controle do que o nosso País arrecada e, ainda, o que fazer com o dinheiro também – é lógico! Ele quer ser o único responsável pela Economia do Brasil, sem voto! Mesmo apenas sendo ele colocado como interino pelo outro interino.

    Ora bolas! Quem sabe lidar com dinheiro é ele – pra quê voto… Por qual razão o Governo é quem deveria determinar o que fazer com o nosso dinheiro e planejar a nossa vida…. O moço do Itaú é que tem de ter esse direito. O nosso povo já não tem sequer direito a voto.

    Apesar da pressa de todos os da mesma facção, o Presidente Interino Temer, o atual Presidente do BC e outros, eu acho que deveríamos tomar algumas providências pra mostrar que estamos ainda vivos e não por conta do Bonifácio; ou, em outras palavras, se eles acham que a nossa vaca já foi pro brejo.

    Ou será que nós ainda podemos tomar alguma atitude de homens, nos impormos e reconquistar o Brasil? Pelo voto eles insistem que não adianta mais. Então, quem sabe com gritos e passeatas, com protestos, com porradas, com atitudes animalescas e até violentas, eles vão entender que a Democracia não pode morrer no Brasil. Que nós não devemos desistir do que é nosso por direito democrático, ganho nos votos que eles nunca engoliram.

    Ou então, talvez já não tenhamos mesmo vergonha na cara e vamos continuar entregando o que é nosso desde sempre a uma chusma tão chula como essa.

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador