Para enfraquecer bolsonarismo, MBL e Livres articulam oposição liberal no Congresso

Sob o argumento de que a esquerda e o bolsonarismo representam os dois lados do extremismo, grupos liderados por Livres, MBL e SFLB articulam oposição ao governo

Jornal GGN – Grupos políticos no Brasil que se definem como liberais, e que surgiram na esteira do desgaste dos partidos de esquerda, buscam agora se afastar do governo Jair Bolsonaro. É o que mostra matéria do Estado de S.Paulo, publicada nesta segunda-feira (25).

A articulação contra o “bolsonarismo” aumentou com a proposta do presidente e aliados de criar o partido Aliança pelo Brasil, depois da crise com o PSL, sigla pela qual Bolsonar chegou ao Planalto. O novo partido tem como lema a defesa de Deus e de armas. Para o grupo que se considera liberal, é perigosa qualquer associação com radicalismo à direita, especialmente na pauta do pensamento conservador nos costumes.

“Tem gente que é pró-mercado, a favor de um Estado que interfere menos na vida das pessoas, a favor do casamento gay e da descriminalização de drogas e que não sabia que isso tinha um nome. Defender a liberdade por completo é possível”, afirmou o presidente do Livres, Paulo Gontijo à reportagem do Estado.

“Muitos associam o liberalismo exclusivamente à economia, mas vamos além. Defendemos a liberdade econômica com a liberdade individual”, disse ainda André Freo, diretor-executivo do Students for Liberty Brasil (SFLB).

Recentemente, com o apoio do Livres, Emerqui Aguiar, de 20 ano, do Mato Grosso, conseguiu recorrer para ser dispensado da obrigatoriedade do alistamento militar. O jovem usou como argumento para não cumprir o serviço uma medida prevista na Constituição Federal que permite substituir o alistamento por “prestação de serviço alternativo” quando a pessoa entender que a atividade fere o “imperativo de consciência” em relação à liberdade política, religiosa ou filosófica.

“Ninguém na Junta sabia desse direito constitucional”, disse Aguiar que usou uma carta do Livres para substituir o alistamento por serviço alternativo.

O Movimento Brasil Livre (MBL), responsável por inflar as manifestações que resultaram no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2015 e 2016, também trabalha para se afastar do bolsonarismo e do conservadorismo.

Durante a realização do 5ª Congresso Nacional, o grupo liderado pelo deputado federal Kim Kataguiri (DEM-SP) e o vereador em São Paulo Fernando Holiday (DEM), criticou o governo Bolsonaro e, em debates recentes com o SFLB, expôs a necessidade de abrir debates com várias frentes, inclusive da esquerda, com o objetivo de fortalecer o pensamento liberal no país.

“As diferenças no movimento liberal e na centro-direita estão aparecendo com mais clareza. A esquerda estava sempre dividida, mas, na hora da eleição, via qual era a melhor opção. Esse é um dos desafios dos diferentes movimentos liberais hoje”, afirmou Gontijo, presidente do Livres.

Em entrevista para a mesma reportagem do Estado, o cientista político da USP Kleber Carrilho comparou a divisão da direita liberal ao que aconteceu na esquerda durante os governos petistas. Segundo ele, essa movimentação reflete a polarização na política nacional decorrente do personalismo.

“Hoje no Brasil é muito mais fácil entender o que é bolsonarismo e lulismo do que conceitos como conservadorismo, liberalismo ou socialismo, que se perdem nesta colcha de retalhos ligadas mais a pessoas do que a ideias”, disse, apesar de outros analistas contestarem a imagem de que Lula representa, exatamente, o extremo oposto do radicalismo de Bolsonaro.

A reportagem segue dizendo que, para combater o personalismo político, os movimentos liberais apostam nos representantes do Legislativo, ampliando a bancada no Congresso.

“Para o deputado do Cidadania Daniel Coelho, extremismos estão fazendo liberais e social-democratas se unirem em torno de um projeto que ele entende como liberal clássico”, escreve o jornalista Matheus Lara, que assina a matéria, aprofundando, nas palavras do parlamentar, a proposta de colocar as esquerdas como extremistas, mas do lado oposto ao Bolsonarismo.

“De um lado, uma esquerda que tem um ‘terraplanismo econômico’ e, do outro, uma direita de uma pauta conservadora. Isso fez unir os social-democratas e os liberais”, afirmou Coelho.

*Clique aqui para ler a matéria na reportagem do Estado de S.Paulo na íntegra

Redação

1 Comentário

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  1. BANDO DE HIPÓCRITAS…ESCRAVOCRATAS E LAVAJISTAS QUE AJUDARAM CHEGAR AO PODER UM BANDO DE MILICIANOS E COVARDES. PENSAM QUE ENGANAM QUEM? OPS, ESQUECI QUE PRA ELES TUDO É POSSÍVEL: ATÉ MAMADEIRAS DE PIROCAS.

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