“Se quiserem discutir venda de Rolex façam outra CPMI”, diz Arthur Maia

Ana Gabriela Sales
Repórter do GGN há 8 anos. Graduada em Jornalismo pela Universidade de Santo Amaro. Especializada em produção de conteúdo para as redes sociais.
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Presidente da CPMI dos atos golpistas rejeitou pautar pedido de quebra de sigilo de Bolsonaro, apesar da governista defender investigação do caso das joias

Arthur Maia, presidente, e Eliziane Gama, relatora da CPMI dos Atos Golpistas. Crédito: Lula Marques/ Agência Brasil.

O presidente da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos atos golpistas, deputado Arthur Maia (União-BA), afirmou nesta quarta-feira (23) que a colegiado não irá investigar a suspeita de venda ilegal de joias intens de luxo recebidos como presentes oficiais pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A declaração foi dada após Maia rejeitar colocar em pauta requerimentos referentes ao episódio, como a quebra de sigilo do ex-presidente. Ele falou com jornalistas ao sair de uma reunião com o comandante do Exército, general Tomás Paiva, no quartel-general da corporação.

Na visão do deputado, a venda ilegal dos itens de luxo oficiais nada tem a ver com os atos golpistas que culminaram na invasão dos Poderes, no dia 8 de janeiro, em Brasília. 

A base governista, no entanto, defende uma investigação minuciosa sobre o caso, uma vez que o dinheiro adquirido por meio dos presentes oficiais podem ter financiado os atos golpistas. 

Será que alguém aqui, em juízo perfeito, vai imaginar que o presidente Bolsonaro estava lá mandando Pix, da conta dele, para patrocinar invasão do Palácio do Planalto ou do Congresso Nacional no dia 8 de janeiro? Obviamente que não“, afirmou Maia. 

A não ser que chegue na CPI alguma vinculação que possa demonstrar que havia algum tipo de ação nessa natureza, eu não vejo sentido para quebrar o sigilo apenas porque é o ex-presidente da República“, continuou.

Se quiserem fazer uma CPI para discutir presente de ex-presidente, venda de Rolex, negócio de joias, façam outra CPMI. Eu cumprirei o meu papel como presidente da CPMI de garantir que se investigue o que ocorreu antes, durante e depois do 8/1, mas tudo relacionado ao 8/1”, reiterou Maia.

“Democracia é coisa frágil. Defendê-la requer um jornalismo corajoso e contundente. Junte-se a nós: www.catarse.me/jornalggn”      

Quebras de sigilos de Zambelli

Por outro lado, Maia destacou a importância do requerimento de quebras de sigilos da deputada Carla Zambelli (PL-SP), que foi incluído na pauta da comissão desta quinta-feira (24). 

Ontem (23), o tema gerou uma discussão entre os parlamentares governistas e de oposição, o que levou ao cancelamento da sessão.

A quebra dos sigilos de Zambelli passou a ser requerida pela relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), após o hacker Walter Delgatti confirmar ao colegiado que deputada intermediou um encontro entre ele e Bolsonaro, em 2022, ocasião que teria sido discutido um plano de fraude nas urnas eletrônicas.

Eu penso que, depois daquele depoimento do hacker, é importante que isso seja colocado, né? Haviam vários requerimentos nesta direção [de quebra de sigilo de Zambelli]“, disse o presidente da CPMI.

A relatora reputa importante. Havia a proposta de que a deputada fosse convocada, mas a relatora, com razão a meu ver, reagiu dizendo que não poderia inquirir ninguém sem ter elementos para fazer a arguição. Então, partimos para a decisão de pautar. O plenário vai decidir se aprova ou não o requerimento“, concluiu Maia.

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