Governistas tumultuam CPI da Pandemia

Tatiane Correia
Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.
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Enquanto Fernando Bezerra defende uso de offshore e Ciro Nogueira insinua direcionamento, depoentes não conseguem concluir raciocínio

Chefe de importação do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, Luis Ricardo Miranda; deputado Luis Miranda (DEM-DF) na CPI da Pandemia. Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Jornal GGN – Senadores governistas tumultuam o andamento da sessão da CPI da Pandemia nesta sexta-feira, que ouve o depoimento dos irmãos Miranda à CPI da Pandemia, em andamento no Senado Federal.

Questionado pelo senador Renan Calheiros (MDB-AL) sobre quem aprovou o uso da Madison Biotech, o servidor Luis Ricardo Miranda revelou o nome da servidora pública Regina Célia como a responsável por autorizar o uso da Madison.

Neste momento, o senador Rogério Carvalho (PT-SE), pediu para tirar uma dúvida formal – “não há nenhum óbice de uma terceira empresa ser responsável como no caso dessa empresa. A questão que me parece que é um problema é não constar no contrato. É essa que é a questão central, não consta no contrato da Precisa com o Ministério da Saúde uma terceira empresa que receberá o pagamento. Esse é o problema que eu estou entendendo?”.

“Como área de execução, a nossa lei, o nosso norte, nosso baseamento é o contrato. E tudo o que foge do contrato é apresentado para o fiscal para aprovar”, disse Luis Ricardo, no que Calheiros afirmou que é uma irregularidade. “E neste caso, ao transferir para uma offshore receber ao invés da empresa localizada no Brasil, é um óbvio movimento que dificulta o controle e fiscalização”.

Bastou que tal colocação fosse feita para que Bezerra intervisse e falasse que não concorda. “Senhor relator, pergunte, mas não faça afirmações. Faça perguntas, não faça afirmações. É normal senhor relator, essas empresas farmacêuticas trabalham com offshore, a Pfizer trabalha com offshore, a AstraZeneca trabalha com offshore , não queira ver fantasmas onde não existe. Não dá para poder construir essa narrativa, faça as perguntas mas não faça afirmações”.

O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), precisou intervir. “Senador Fernando Bezerra, o senhor terá todo tempo para desconstruir tudo o que o senhor achar que é narrativa. Agora, nesse momento, tudo o que se falar aqui qualquer senador tem o direito de falar”.

“Senhor presidente, mas isso está acontecendo e não é só com o senador Fernando Bezerra, não”, interveio o senador Ciro Nogueira (PP-PI). “Agora, quando é para apoiar as afirmações dos depoentes, aí… É verdade, ele já foi interrompido por vários senadores aqui”. “Mas se é para colher as afirmações dos depoentes, é para isso que estamos aqui”, disse o vice-presidente, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

Segundo a denúncia dos irmãos, foi enviada uma nota fiscal ao Ministério cobrando US$ 45 milhões adiantados pela venda da vacina Covaxin em nome da Madison Biotech – e reportagem do The Intercept Brasil revelou que a empresa está localizada em Singapura, país classificado como paraíso fiscal e que teoricamente seria usada para ocultar transações irregulares no contrato de compra de imunizantes.

Acompanhe a CPI da Covid-19 na TV GGN

Tatiane Correia

Repórter do GGN desde 2019. Graduada em Comunicação Social - Habilitação em Jornalismo pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS), MBA em Derivativos e Informações Econômico-Financeiras pela Fundação Instituto de Administração (FIA). Com passagens pela revista Executivos Financeiros e Agência Dinheiro Vivo.

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