Governo era mais interessado em comprar vacinas via intermediários, diz Aziz

Em entrevista, senador que preside CPI da Pandemia diz que governo optou por adotar atos “não republicanos” em torno dos imunizantes

Presidente da CPI da Pandemia, senador Omar Aziz (PSD-AM). Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Jornal GGN – A CPI da Pandemia vai retomar os depoimentos a partir da próxima semana, ao mesmo tempo em que o foco de investigação se aprofunda nas negociações suspeitas mantidas pelo Ministério da Saúde para a compra de vacinas.

Em entrevista ao jornal Correio Braziliense, o senador Omar Aziz (PSD), presidente da comissão parlamentar de inquérito, afirma que as apurações feitas até o momento confirmaram a falta de interesse do governo Bolsonaro em adquirir vacinas de empresas sérias, dando preferência para a negociação com intermediários por valores superfaturados.

“O que a CPI apurou, desde aquele depoimento do Fabio Wajngarten (ex-secretário de Comunicação do governo), é que o governo nunca teve o interesse de comprar vacinas de empresas com compliance (observância de práticas) sérias”, ressaltou Aziz. “Com o andar das investigações, a CPI percebeu que vacinas com preços acima do mercado foram negociadas. Deixaram de comprar vacina da Pfizer a US$ 10 para comprar a US$ 15 da Covaxin. Onde tinha interesses não republicanos, aí sim, havia uma parte (do governo) com todo interesse em comprar essas vacinas”.

O senador também voltou a cobrar uma resposta de Bolsonaro a respeito das acusações feitas pelo deputado Luís Miranda (DEM) que, em depoimento à CPI, afirmou ter alertado o presidente sobre suspeitas de irregularidades no contrato firmado para a compra da vacina Covaxin.

Aziz disse ainda que existem “indícios suficientes” de que o presidente “sabia da existência de crimes e não tomou providência”, cometendo “crime de prevaricação”.

Redação

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