A nova falácia de Alckmin e o fordismo da mídia na crise da água, por Sergio Reis

Por Sergio G. Reis

A nova falácia de Alckmin e o fordismo da mídia na crise da água

Um atributo que julgo relevante no processo de construção de matérias jornalísticas é a capacidade de se transmitir informações que se atribuiu como notícias sabendo-se elaborá-las sem que sejam réplicas de notas de assessorias de imprensa, nem discursos de quem poderia se opor a elas da forma mais visceral. Esse equilíbrio está longe de constituir “neutralidade” ou “centrismo”: na verdade, entendo que há um claro sentido político (progressista) quando os textos são construídos com essa perspectiva crítica-investigativa, com o compromisso de dar mesmo relevo à alteridade, enfim. Creio que constituam princípios básicos de jornalismo. Mas não são práticas frequentes em nossa mídia, notadamente com relação à crise da água.

O mais novo capítulo noticiado pela imprensa no que se refere ao tema é a declaração do Governador Geraldo Alckmin, publicada pelo Estadão (http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,alckmin-diz-que-sao-paulo-tem-agua-ate-dezembro,1547414) e pela Folha (http://www1.folha.uol.com.br/cotidiano/2014/08/1504149-cantareira-tem-agua-para-mais-4-meses-diz-alckmin.shtml) de hoje dizendo que, independentemente das chuvas, a região metropolitana de São Paulo tem água por mais 4 meses. Por sinal, ambas as reportagens ficaram pouquíssimo tempo em destaque nas páginas iniciais – só é possível acessá-las agora, respectivamente, no interior dos cadernos “São Paulo” e “Cotidiano”. Causa espécie que uma afirmação tão importante ganhe tão pouca ênfase por parte desses dois veículos de comunicação.

A fala de Alckmin é importante, em um primeiro contexto, porque ela já contradiz fundamentalmente a tão reiterada promessa de que teríamos abastecimento pleno até Março de 2015, independentemente do que ocorresse. O Governador, que discursou enquanto visitava a represa Atibainha (que já está tendo seu volume morto aduzido há mais de uma semana), comentou, em tom de “torcida racional”, que “é evidente que vem chuva”. Triste pensar que a medida mais consistente do Estado mais rico e tecnicamente preparado da federação para lidar com a adversidade seja esse ato de fé. Difícil fazer um paralelo com outra área de política pública em que se pudesse transferir o fator fundamental de seu sucesso para uma variável tão “independente”: talvez, na Educação, seria algo como esperar a melhoria global do desempenho escolar dos alunos com base no bom humor diário de cada um como o fator-chave.

O problema do discurso de Alckmin é que ele, simplesmente, não é verdadeiro. Na medida em que ainda não houve a autorização por parte da ANA para a efetiva extração dos outros 106 bilhões de volume morto de água que restam (o que ele admite, indiretamente, na matéria da Folha), temos hoje aproximadamente 115 bilhões de litros de água restantes. Levando-se em conta a perda média de 50 bilhões de litros por mês (o que ocorreu, com pequenas variações, ao longo dos últimos 8 meses), temos pouco mais de 2 meses de abastecimento – metade do que diz Alckmin. Conforme eu comentava ontem, o nível do Atibainha está caindo tão rápido que é possível que ele esgote em menos de 50 dias, forçando a retirada (duvidosa, tecnicamente), do pouquinho de volume morto que ainda resta do Jaguari-Jacareí dessa primeira fatia da “reserva técnica”. Por sinal, como há muito já se coloca, o fim dessa primeira cota de volume morto coincide com o segundo turno das eleições. Já imaginamos o perigo social, humanitário, econômico (e político) de colossais proporções caso não venha o referendo da Agência Reguladora para a extração de mais água ou se os técnicos do governo de São Paulo não forem capazes de concluir a nova improvisação.

Impressiona, então, o modo como a imprensa produz notícias, uma atrás da outra, sem conectá-las entre si minimamente para que venham a elaborar juízos críticos razoáveis sobre a situação. Não seria preciso, sequer, a convocação de especialistas: bastaria recuperar as próprias matérias para que se confrontasse o que diz o governador em um momento e o que afirma em outro, ou o que a SABESP noticia em um documento e o que publica em outro. É absolutamente curioso, da mesma forma, notar a tremenda falta de espírito investigativo da mídia. Vemos que, no caso do Estadão, diz-se, atribuindo a afirmação a Alckmin, que uma parcela de 77 bilhões de litros do Atibainha vai ser colocada à disposição.

Mas essa fatia já começou a ser extraída na semana passada, já estamos com menos de 67 bilhões de litros disponíveis e o próprio Estadão divulgou o início dessa adução na semana passada (http://sao-paulo.estadao.com.br/noticias/geral,sabesp-inicia-captacao-do-volume-morto-em-segunda-represa,1544064)! Não leem os jornalistas o seu próprio jornal? Ou será que acreditam estar fornecendo mais “segurança hídrica” à população por meio de uma notícia desatualizada? A Folha, por sua vez, nos coloca como foto ilustrativa uma imagem de mais de 3 meses atrás, quando começou a extração do volume morto do Jaguari-Jacareí. Será que eles não foram até o evento de campanha de Alckmin no Atibainha? Ou ficaram com receio de apresentar um quadro mais atual – e, portanto, bem mais dramático – da situação?

Digo que esse modo de produção jornalística – para além de toda a sua dimensão ideológica – acaba por se configurar como uma espécie de fordismo por se basear uma elaboração de informações e fatos como fins em si mesmos, como pequenas peças desconectadas de uma engrenagem muito maior – que, em razão desse afastamento, impedem com que o cidadão leia a matéria e seja capaz de compreender a gravidade do que está ocorrendo. Não importa, nesse modelo, se há alguma relação entre a peça anterior e a próxima, se são diferentes, se há contradição entre elas, se elas se suplementam. É irrelevante. Noticia-se um dado solto no ar, como uma mera obrigação jornalística, como um evento encerrado em si mesmo, sem vocação sistêmica. Não me parece difícil de defender o quanto isso inviabiliza o senso crítico do leitor e da sociedade de modo amplo, e o quanto isso cria barreiras para se intervir adequadamente no problema e para que identifiquemos com clareza os responsáveis – da cidade dos homens, e não da cidade de deus – pela crise. No final, quem se torna o operário do conhecimento, sem consciência hermenêutica e alienado da realidade material, não é ninguém menos do que eu e você.

Como registro final, para quem está debruçado em tentar compreender os próximos movimentos dos atores diretamente relacionados à questão hídrica, a declaração de Alckmin parece ser facilmente traduzível: não importa o que acontecer, daqui a quatro meses teremos uma mudança discursiva (e empírica) muito importante por parte do Governo do Estado (pressupondo-se, é claro, a sua vitória eleitoral). Esses quatro meses, que se confundem com o final de Dezembro de 2014, nos permitem colocar como hipótese que 2015 começará sob o mais vigoroso racionamento (ou “rodízio”, se preferirem). Seria fácil dizer naquele momento – mesmo que tenhamos dilúvios por sobre as represas nos próximos meses (o que é improvável, mas mesmo que ocorra, sabemos que não será suficiente para nos dar qualquer segurança hídrica) – que será preciso, a partir de então, mudar a estratégia em virtude do agravamento das condições, da boa prudência, etc. E isso em contradição com todo o discurso sobre a inadequação do racionamento do ponto de vista da fragilidade das tubulações em virtude da pressão negativa causada pelo corte de água. Não seria nada menos do que um golpe eleitoral do governador – a partir de seus discursos inimputáveis, incontrastáveis pela mídia, que variam com extrema sinuosidade – , que tantos e tantos já denunciaram, e que, possivelmente, ocorrerá também às expensas do silêncio produtivo fordista dos meios de comunicação.

Redação

41 Comentários

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  1. Mas é evidente que ninguém

    Mas é evidente que ninguém vai escutar da boca do Alckmin a palavra “racionamento”, pelo menos até acabarem as eleições.

    A maior torcida, além é claro, das chuvas, é que ele decrete racionamento e enfim o Padilha tenha algo para apresentar no horário eleitoral…

    1. Amigo

      Quer água?

      Se você é da região, deveria estar clamando por uma gestão racional.

      Não é essa a especialidade dos tucanos? Gestão? Ou seria jestão, de jegue?

      Esquece o Padilha.

      Se eles estão com medo de um candidato com 3% de votos a menos de dois meses das eleições, é porque são muito ruins, mesmo.

      1. Eles são ruins mesmo

        E o pior é que são ruins mesmo, são péssimos, são incompetentes…além de trambiqueiros. Eles são tão ruins que necessitam do PIG para esconder as suas mazelas.

  2. Pesquisa

    Todos os dias uma pesquisa nova dando 102,1% de votos para o Alquimim. (fonte DATAPRADO).

    Pergunto: Aonde está a pesquisa que vai aferir o conhecimento da população sobre a real situação das reservas de água de São Paulo?

    1. Pesquisa? Já fizeram!

      emerson57, por incrível que pareça, já fizeram essa pesquisa!

      Mas dá uma pesquisada e você vai descobrir como as perguntas foram feitas para influenciar a resposta…

      1. perdão

        Eu deveria ter grafado pesquisa com maiúsculas.

        Essa idéia é para aqueles candidatos que querem derrotar Auquiming  na eleição,

        Escafe, por exemplo.

        1. Escafe e Auquiming, mais dos mesmos

          O meu voto é de Alexandre Padilha, mas tenho que torcer para que o tal de Escafe, o que foi contra a CPMF e foi contra o IPTU progressivo do município de São Paulo suba mais e mais nas pesquisas e leve a eleição contra o Auquiming, o que vai fazer chover em São Paulo usando a sua fé, para o segundo turno.

  3. Mas o que quer o ilustre

    Mas o que quer o ilustre comentarista ? Que a midia entreviste São Pedro no JN ? Por favor, poupe-me destas digressões idiotas. O senhor deveria ver in loco a seca que assola SP e MG. Colheitas perdidas, navegação e geração de eletricidade cessadas. Dá para se tocar que ninguem é burro e que a crítica ao governador deveria ser mais inteligente ?

    1. A crítica não é ao Governador

      armandolo, a crítica não é ao Governador, mas sim ao jornalismo da Folha e do Estadão.  O que é questionado é a forma como eles simplesmente repassam as informações do governo sem crítica.

    2. Você leu o texto??

      A crítica não não é ao governador, Sr. Armandolo. Você leu mesmo o artigo?

      A crítica é direcionada à imprensa que está dando um tratamento ‘fordista’ para o assunto com o único intuito de proteger seu pupilo Herr Alckmin. 

      O que se quer, Armandolo, é uma imprensa que informe de forma crítica. Que mostre que SP está entrando a passos largos em um estado de calamidade pública. Que mostre a irresponsabilidade ou incompetência ou desonestidade da administração do governo do estado de São Paulo que distribuiu dividendos aos conselheiros da SABESP da mesma forma que se joga milho aos pombos. Afinal, desde 2004, o governo de São Paulo já recebia relatórios que o avisava da necessidade de se fazer investimentos para garantir a segurança hídrica de uma região de quase 20 milhões de habitantes.

       

    3. Desafio do balde do gelo

      A crítica é para a imprensa que manipula e distorce os fatos, tal qual o seu Alckmin. Aliás, do jeito que a coisa está indo, Sr. Armantolo, vai ser difícil fazer o desafio do balde do gelo em São Paulo.

    4. Tu não leste o texto. Se leu.

      Tu não leste o texto. Se leu. parece-me que tem, sim, burro aterrisando por aqui. Um deles tem o nome começando por A e terminando em O. 

    1. Só se São Pedro se filiou ao PT

      Desculpe a sinceridade, mas seria importante você refletir sobre o que postou, Lineu.

      A questão é que VAI FALTAR ÁGUA, independentemente do que as pessoas pensam.

      Diferentemente do noticiário econômico catastrófico que influi diretamente na economia, pois as pessoas ficam receosas de assumir dívidas se elas acreditam que podem perder o emprego por conta de alguma crise, não adianta pensar positivo e nem fazer dança da chuva porque isso não vai fazer chover!

      A questão aqui é que a imprensa está escondendo a real situação da população para blindar Alckimin.

      O que você espera que o povo faça? A dança da chuva?

      Infelizmente, 20 anos de falta de investimento em captação e tratamento de água deu nisso.  Os acionistas da Sabesp que durante esse período só recolheram o dinheiro sem investir estão rindo à toa e comprando água engarrafada no mercado à R$ 1,50 o litro com o lucro que tiveram.

      Ninguém quer que falte água… o que queremos é que a imprensa pare de agir como partido político!

       

    2. Que mané turma???
      Água vai

      Que mané turma???

      Água vai faltar, com certeza.

      Mas o que se está comentando é a falta de caráter de um governador ao ESCONDER a realidade: descumprimento da SABESP dos projetos e investimentos (planejados há 10 anos) para confiabilizar o sistema e não deixar SP a mercê somente do Cantareira e, ao invés, pagar polpudos dividendos e lucros para os parasitas da privataria da empresa.

      Precisa desenhar???

  4. Se tivesse chovendo e

    Se tivesse chovendo e faltasse áqua em SP ate seria justo as criticas contra o governo.

    Em todo o caso não sei qual foi as propostas do PT sobre o tema no passado, não li nos programas do partido, não li o Padilha se manisfestar sobre o assunto.

    Na verdade querem se aproveitar politicamente.

    1. Sugiro ler o texto que

      Sugiro ler o texto que publiquei na última terça-feira a respeito da situação atual do Alto Tietê – que hoje está a 0,8 pontos percentuais da pior marca da sua história: http://www.jornalggn.com.br/blog/sergiorgreis/crise-agua-em-sp-como-um-problema-de-planejamento-e-gestao-por-sergio-reis

      Você descobrirá que a situação hidrológica e pluviométrica desse sistema é extremamente menos grave do que a observada para o Cantareira, e ainda assim o desabastecimento público constitui um risco enorme aos 4,5 milhões de habitantes que dele recebem água.

      Uma gestão adequada dos recursos hídricos não pode se basear simplesmente na generosidade de São Pedro. A razão de ser dela é exatamente promover capacidade de intervenção tempestiva e responsiva, antevendo problemas, buscando alternativas, prospectando cenários. Lamentavelmente, este governo ficou muito aquém dessas necessidades e expectativas.

      Ninguém aqui está citanto Padilha, Skaf ou Maringoni. É falacioso criticar o texto a partir da presunção sobre os interesses políticos de A, B ou C. Deve-se criticar os argumentos, e não os autores ou comentaristas que com eles concordem. Na verdade, é até um desrespeito ao interlocutor. Propostas mais ou menos adequadas de um ou outro candidato não remediarão os erros cometidos por esta gestão, até porque eles já ocorreram. O momento (se é que ainda há tempo) é o de se trabalhar sinceramente as estratégias para mitigar a tragédia, inclusive do ponto de vista da conscientização social a respeito da gravidade do problema – algo que está sendo feito de forma muito pouco acurada pela imprensa, o que é a tônica deste artigo.

        1. Mas neste caso o noticiário

          Mas neste caso o noticiário está “pintando” uma catástrofe, não é? A diferença de tratamento é enorme. Diga-se de passagem que a catástrofe está para vir há 12 anos e ainda não chegou…se é que vai chegar um dia.

  5. Os blogs estão dando um show

    Os blogs estão dando um show de jornalismo. Tenho acompanhado este tema aqui e visto a seriedade com que é tratado. Não precisamos mais da mídia retrógrada manipuladora. Aliás ela só faz mal para a sociedade na medida que aliena, desinforma e mente. Transformou jornalismo em publicidade escamoteada.

  6. Podemos ver pelo que lemos no

    Podemos ver pelo que lemos no espaço de comentarios que o governador pode ser incompetente na gestão hidrica mas sua equipe de campanha eleitoral é muito competente na contratação  de acessoria de comunicação na internet, apareceram varios comentaristas não registrados nesse post, gente que eu nunca tinha lido por aqui, fico admirado com a estrutura, nada negativo contra o xuxu fica sem a defesa dessa legião.

  7. Intervenção federal em São Paulo!

    Pelo andar da carruagem, será necessária intervenção federal em São Paulo! Estado mais importante da Nação, concentrando mais de trinta por cento do PIB brasileiro. Vai entrar em colapso por uma escandalosa falta de planejamento do governo tucano. Vai comprometer a economia brasileira. Vai ser desastroso não só para os paulistas, mas para todo o Brasil! O problema é muito sério e não pode ser tratado só no campo das paixões políticas. Mais esse gargalo na economia brasileira. Gargalo onde não passará nem água! Acho bom o Alckmin começar a fazer o seu mea culpa ao melhor estilo Opus Dei!

  8. Pra mim já está
    Pra mim já está meridianamente clara há decadas de que e um processo consciente de propaganda comercial, política e ideológica; nessa ordem. Chacrinha, desinformação e censura são somente meros expedientes.
    Claro, também, tudo baseado em deformação e mal criação.

  9. Repito o que escrevi num post

    Repito o que escrevi num post anterior que tratava da opção da Sabesp pelo não racionamento:

    “Em Guarulhos a administração dos serviços de água e esgoto é municipal e sabe que tem está no poder desta cidade desde 2.001, ou seja, há 13 anos???

    Anota aí: PT

    Vai aqui a lista dos notáveis administradores:

    – Jovino Candido (PT): 2.001

    – Elói Pietá (PT): 2.002/2.009

    – Sebastião Almeida (PT): 2.010 até o momento.”

    Sabe o que está acontecendo hoje em Guarulhos? Falta de água, só isso.

    Algum comentário, senhores?

    Boa noite a todos!

     

    1. Falta d’agua porque o Geraldo Alckmin raciona LA

      Caro, falta d’agua em Guarulhos porque o Alckmin, atraves da SABESP,sem avisar TIRA AGUA de Guarulhos, sem avisar de lá, só porque é governado pelo PT, dear.VC nã sabe não? è bom se informar .

      1. Em Guarulhos a falta de água

        Em Guarulhos a falta de água é muito mais sentida do que em São Paulo. 

        Ambas cidades são governadas (?) pelo PT.

        Pela sua  exdrúxula tese explica-me por quê Alckmin, maldoso que é, está aliviando a barra para o Haddad? 

         

        1.  
          É preciso esclarecer, meu

           

          É preciso esclarecer, meu caro, que a Sabesp vende agua por atacado para Guarulhos. Em Fevereiro, quando a crise hídrica foi finalmente reconhecida pelo Governo do Estado de São Paulo, optou-se primeiramente por reduzir o abastecimento das cidades que não são diretamente administradas por essa companhia do ponto de vista dessa política pública. A partir daí é que Guarulhos foi forçada a diminuir significativamente o consumo de água.

          Explicando melhor, há cidades que têm seu abastecimento diretamente feito pela Sabesp; outras, adquirem a água produzida pela companhia, como Guarulhos; outras, ainda, se utilizam de esquemas próprios de captação de água – como Santa Isabel. Nada há que se dizer, então, sobre Alckmin proteger Haddad. A responsabilidade pelo abastecimento de água do município de São Paulo é toda da Sabesp. Não é, enfim, uma questão de aliviar a barra, mas sim de respeitar competências legais, federativas, históricas. Todo o ônus a respeito de uma decisão equivocada a respeito da gestão hídrica com relação ao conjunto de municípios atendidos por bacias administradas pela Sabesp estará, portanto, com o governo do Estado.

           

           

           

           

  10. Crise

    Temos duas crises: a falta de água na região de São Paulo e a falta de jornalistas que façam frente aos seus patrões para produção de notícias com qualidade.

  11. E pensar que mandaram

    E pensar que mandaram reporter ate o caribe para procurar o socio do hotel aonde tal vez  o dirceu iriiiiia trabalhar.
    o tirste de tudo isto é ver pessoas querendo que falte agua mesmo, so para que psdb fique em evidencia.
    quem se f… sempre é o povo. o gov federal deveria ja ter intervido a tempo.  a situacao é alarmante, eleitoral, que poe em jogo o basico da vida das pessoas. como é possivle ter chegado a uma situacao assim que a maior riqueza da maior metropole da america latina fique nao mao de uns poucos, correndo o risco de acabar, so por nao querer largar o osso!!!!. tudo por ter privatizado e enriquecido os accionistas em vez de reinvestir de acordo ao crescimento, e la estao eles ainda fazendo o teatrinho que esta tudo bem ……..( ate as eleiccoes,….. sera? …. e depois? )    uma coisa é garantida, o apio da midia conserva. Acorda Brasil !!!   Acorda Sao Paulo !!!! a locomotiva virou maria fumaca com esses caras no poder.

  12. A caganeira do Alckmin e o debate na Band

    Quando eu  li a notícia que o Alckmin tinha sido hospitalizado pela manhã por causa de uma infecção intestinal, eu majei logo: isto é uma desculpa esfarrapada para ele não comparecer ao debate da Band hoje à noite.

    Pois ele não vai.

    Com essa atitude o Alckmin esvazia o debate, que seguramente discutiria o racionamento de água em São Paulo. E ainda tem mais: tem muitos paulistas que ficarão com uma pena danada do “bichinho” por causa da sua caganeira de última hora.

  13. Costuma-se dizer que “água é

    Costuma-se dizer que “água é o bem mais precioso, porque mais essencial para todos os seres vivos”. Sem água não existiria vida. 

    Dado isso, é de supor que os governantes tenham como da mais absoluta prioridade a sua não interrupção através da implantação de sistemas que vão desde a captação, passando pela retenção e tratamento, e finalizando com a distribuição. 

    Captação significa que ela vem de algum lugar, no caso das chuvas, de onde provém a maioria da água disponível. Mas os fenômenos climáticos são, via de regra, pouco previsíveis,  daí a necessidade do Poder Público elaborar planos de ações para as épocas de estiagem. 

    Colocar culpa na meteorologia é fugir da responsabilidade. Inadmissível o que ocorre em São Paulo, o estado mais rico da federação. Vergonhoso o papel da imprensa em esconder, mitigar ou mesmo desconhecer essa irresponsabilidade por razões políticas-ideológicas. 

  14. Apagão de 2000 e a falta d’água.

    O mesmo descaso que se observou com a falta de energia em 2000, observa-se agora com a água, no estado de SP, em 2014.Muitas coisas se repetem: a completa inoperância dos tucanos quando se trata de investimento em infraestrutura, a mesma lenga-lenga da culpa de São Pedro e a blindagem inexpugnável da grande mídia. Nenhuma novidade, portanto.

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