De condenado a candidato estrela, Daniel Silveira afronta STF e sai fortalecido

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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O deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) teve a sua imagem contraditoriamente fortalecida após ser condenado

Deputado Daniel Silveira e o presidente da República, Jair Bolsonaro, no Palácio do Planalto – Foto: Agência Brasil

De condenado pelo Supremo a candidato estrela das eleições para o Congresso, o deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ) teve a sua imagem contraditoriamente fortalecida após ser condenado.

Abraçado pelo presidente Jair Bolsonaro, o deputado condenado a 8 anos e 9 meses de prisão por ataques à democracia e ao Supremo Tribunal Federal virou estrela.

O primeiro gesto do presidente de afronta à Corte e ao Judiciário foi conceder a Silveira a graça do indulto, na última semana.

Nesta quarta (27), ainda foi bem recebido na Câmara, tornando-se membro titular da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e eleito vice-presidente da Comissão de Segurança Pública.

Em seguida, foi homenageado em evento especial da Presidência o parlamentar que desejou “uma surra” a ministros do Supremo, além de ofensas ainda inferiores – “bosta de STF”, “bosta de gangue”, “idiotas”, “canalhas”, “defecam na Constituição”, e outros.

A cerimônia do salão nobre do Executivo na noite de ontem, sob o lema “defesa da liberdade de expressão”, foi transmitida em rede nacional. Após o evento, Daniel Silveira recebeu mais pedidos de selfies do que o próprio mandatário.

E o resultado foi a imagem fortalecida do parlamentar. Seu partido, o PTB, quer promover Silveira ao Senado.

Mesmo agraciado pelo indulto de Bolsonaro, mantendo a liberdade do parlamentar que havia sido condenado à prisão, ele permanece inelegível pela decisão da Suprema Corte.

Mas o deputado buscará não obedecer, sequer, essa punição. No evento de ontem, ele disse que “nada o impede” de disputar um cargo nas eleições de outubro. “Pela Lei, nada me impede. Só se tiver uma imaginação muito fértil para tentar me tirar da eleição. Pela Lei, nunca”, disse, ignorando a decisão do STF.

A inelegibilidade ainda deve receber confirmação mais explícita em julgamentos pendentes no Supremo, que questionam a legalidade do indulto concedido por Bolsonaro. Mas, por enquanto, Silveira permanece inelegível.

Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

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  1. A Vitória da Liberdade de Expressão e Democracia. Representa este Brasil da Liberdade que começa a ser resgatado a partir de 2018. É o Marco do enterro destes 92 anos de Cleptocracia. DO POVO PELO POVO PARA O POVO. O BRASIL DOS BRASILEIROS !!!

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