Doutorado em Harvard no currículo de Witzel é somente um projeto para o futuro

O ex-juiz declarou, no Lattes, que uma parte da pós-graduação em ‘judicialização da política’, que ele cumpre na Universidade Federal Fluminense, desde 2015, teria sido cursada em Harvard, nos EUA.

Jornal GGN – O governador do Rio, Wilson Witzel, que se especializou em tiros desferidos de um helicóptero contra a população, ganhou manchetes, de novo. Desta vez o tiro saiu pela culatra.

Witzel, hoje governador e ex-juiz federal, colocou sete cursos em seu currículo acadêmico. No currículo Lattes, que é a plataforma em que profissionais listam seu caminhar ao longo da carreira, o governador do Rio colocou uma lista de cursos de graduação e de pós em várias universidades.

A estrela da lista é uma passagem pela famosa Harvard. Segundo o currículo, Witzel teria feito um curso do tipo ‘sanduíche’, que é quando o aluno faz parte do doutorado numa instituição de ensino internacional parceira da universidade em que estuda. O ex-juiz declarou, no Lattes, que uma parte da pós-graduação em ‘judicialização da política’, que ele cumpre na Universidade Federal Fluminense, desde 2015, teria sido cursada em Harvard, nos EUA.

Mas o fato nunca aconteceu. A UFF, que foi procurada pelo Globo, disse que o governador sequer manifestou interesse em participar da seleção. Somente dois alunos da turma de Witzel na pós-graduação foram para lá. É preciso se candidatar e passar pelo crivo da universidade para obter a bolsa, que é financiada pelo governo brasileiro.

A reportagem do jornal O Globo o procurou. Ele confirmou que não estudou em Harvard. E, segundo sua assessoria de imprensa, a informação estava no Lattes porque Witzel tinha a intenção de estudar na universidade americana no período em que executava as funções de juiz federal. Mas nunca concretizou. O jornal lembra que, curiosamente, o governador cita o nome de seu orientador na Harvard, o professor Mark Tushnet.

Pego com a mão na cumbuca, Witzel prometeu corrigir o currículo e acrescentou que pretende fazer a defesa da sua tese, na UFF, até agosto deste ano. A última vez que o currículo foi editado foi em 2016, em 8 de abril, um ano após iniciar o doutorado. A UFF informou que as inscrições para o ‘sanduíche’ em Harvard estiveram abertas entre 2015 e 2018.

Redação

9 Comentários

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  1. O hábito de mentir publicamente a respeito de si, tanto mostra baixa autoestima quanto necessidade de autoimposição, geralmente faces da mesma moeda. A insegurança pessoal é a mãe e pai da arrogância e do autoritarismo. Não são mais de fatos, pois interiormente sentem-se menores e ai a semente da produção da imagem e do fato “fake”.
    Pessoas carentes de uma autoimagem equilibrada, buscam mais aceitação, reconhecimento e atenção dos outros e não é a toa que isto por vezes os torna socialmente inconvenientes, quanto mais representação tenham na sua comunidade. Ao menos acreditam necessitar, já que a autoimagem depreciativa que tem de si, não lhes permite sustentar suficiente autoconfiança e isto nos ajuda até a entender melhor algum porquê da atual epidemia de depressão e ansiedade que recai sobre a sociedade atual. Como o indivíduo não se crê um bom “autor” de sua própria história, cria inclusive falsos “mitos” e “mitologias” acerca de seus supostos feitos. É traço de personalidade que pavimenta o caminho do autoritarismo, da autoimposição, se autoritarismo geralmente é conectado a baixa autoconfiança causada pelo autovalor debilitado. É a muleta a lhe escorar a falsa autoimagem.
    Para não difamar, não é preciso citar nomes já que casos têm atualmente aos montes, sejam personalidades ou pessoas de convívio comum. Pobres indivíduos que precisam de escoras de papéis, metais e apupos de salão que não duram muito afinal, o vazio em si é imaterial e a matéria não ocupa ao que não lhe cabe preencher. Já notamos que quando alguns chegam a cargos que lhes permitem a concessão de medalhas, o quanto aquele pedaço de metal se banaliza através da distribuição fácil, já que o que se acredita para si, ilude-se também de que os outros precisem.

  2. Respeitando o cientista brasileiro que deu nome à plataforma, informo que meu currículo Lattes não publicado é apenas – au, au.

  3. “segundo sua assessoria de imprensa, a informação estava no Lattes porque Witzel tinha a intenção de estudar na universidade americana no período em que executava as funções de juiz federal”.

    Witzel é gente de bem, logo, tinha as melhores intenções.

  4. um estudo de caso típico para
    especialistas em psicopatologia….
    como tenho intenção de doutorar-me numa
    porção de cursos por aí, intitular-me-ei
    de douto em várias especialidasdes….
    muito bonito pra sua cara, seu aloprado….

  5. Vivendo e aprendendo. Quanto tempo perdi na vida fazendo cursos, pós-graduação, publicando trabalhos, etc. Não precisava nada disso, só colocar minhas intenções. Aliás, já vou corrigir meu Lattes, vou colocar que sou presidente do Brasil, é essa minha intenção a partir de hoje.

  6. Vivendo e aprendendo. Quanto tempo perdi na vida fazendo cursos, pós-graduação, publicando trabalhos, etc. Não precisava nada disso, só colocar minhas intenções. Aliás, já vou corrigir meu Lattes, vou colocar que sou presidente do Brasil, é essa minha intenção a partir de hoje. Aceito adesões.

  7. Projeto interrompido – não consta essa informação no currículo dele. Portanto, além de mentiroso o governador carioca demonstrou ser mau caráter ao apresentar uma justificação mediocre para a mentira que contou com o intuito tirar proveito pessoal.

  8. DIZ QUE NO TUITER APARECE OU APARECIA UM MESTRADO DO DALAGNOL EM HARVARD….’
    PUTZ, CARA, A MAIORIA DESSAS FIGURAS GROTESCAS
    PASSOU POR LÁ…
    OU TÃO MENTINDO?

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