Jornal GGN – Em artigo publicado na seção de debates da Folha de S. Paulo, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), fala sobre a crise política e faz um apelo pelo diálogo no país.
Dino defende que não há impeachment por impopularidade no presidencialismo, ao contrário do parlamentarismo, e o que mecanismo não pode ser uma decisão puramente política. Ele diz, também, que não é “justo que o país pague pelo clima de terceiro turno”, reafirmando a necessidade de diálogo com a participação dos dois principais partidos brasileiros, o PT e o PSDB. Leia mais abaixo:
Da Folha
Flávio Dino
Várias crises se combinam no Brasil neste momento. Temos uma grave crise política que paralisou o país em 2015, uma crise econômica que ameaça os empregos e a renda das famílias brasileiras, e uma outra maior que essas duas: uma crise sistêmica na política brasileira. Caso esta última não seja resolvida, permaneceremos reféns das outras duas.
Recentemente, lançamos o movimento Golpe Nunca Mais, contra o impeachment da presidente Dilma Rousseff, em evento realizado no Maranhão. Por meio dele, defendemos a Constituição e a legalidade democrática.
No presidencialismo não existe impeachment por impopularidade ou por desconfiança, como ocorre no parlamentarismo. O impeachment é uma gravíssima sanção para a prática de crime de responsabilidade elencado na Constituição.
Justamente por isso, o impedimento não pode ser uma decisão puramente política. Deve obedecer a um rigoroso procedimento, como o STF demonstrou no julgamento da ADPF (arguição de descumprimento de preceito fundamental) proposta pelo meu partido, o PC do B.
A decisão do Supremo e a ampla rede de legalidade que se formou no país fecham o caminho para atalhos baseados somente em vontades pessoais e não no direito. O Supremo reafirmou a essência da opção constitucional: governo das leis e não governo dos homens.
O que fazer agora? Lembro Celso Furtado, que proclamava a necessidade de recuperar o gosto pela imaginação no exercício de funções públicas. Assim, penso que a questão central nos próximos meses é deslindar a crise sistêmica da política brasileira, tão evidenciada pela Operação Lava Jato.
Não é justo que o país pague o preço por um clima de “terceiro turno” eleitoral que vivemos há um ano. Precisamos de diálogo, que somente será eficaz se tiver a participação dos dois principais partidos políticos brasileiros, o PT e o PSDB.
Digo isso com tranquilidade porque, na prática, acredito no diálogo. Tenho um vice-governador do PSDB e foi justamente convivendo com as diferenças que derrotamos a oligarquia política mais longeva do país, que ficou 50 anos no poder no Maranhão.
Temos hoje um governo com ampla aprovação popular, superior a 60%, em que secretários de Estado filiados ao PT, ao PSDB e a outros partidos convivem e trabalham juntos.
O Brasil não precisa trocar de governo agora. Podemos fazer isso a cada quatro anos. O Brasil precisa de reformas que eliminem os mecanismos que levam aos escândalos de corrupção.
Mais importante ainda, o Brasil precisa de um pacto para enfrentar a crise econômica que penaliza as famílias. Certamente não haverá consenso em grande parte dos temas, mas que pelo menos haja acordos de procedimentos que permitam decisões, em lugar desse clima de vale-tudo.
Temos itens emergenciais, como o enfrentamento dos casos de microcefalia. Precisamos encontrar caminhos para superar o subfinanciamento da saúde pública nas três esferas de governo. Também são urgentes as articulações interinstitucionais contra a violência.
No terreno econômico, precisamos fortalecer a Petrobras, empresa essencial para que consigamos sair da crise, além de proteger a engenharia nacional, patrimônio de décadas que não pode ser destruído. Percorrendo uma agenda substantiva, vamos deixar para trás esse injustificável pessimismo quanto ao futuro da nossa nação.
O Brasil precisa de serenidade, grandeza e humildade. Precisa de diálogo e de coragem para mudar. Isso só será possível a partir do diálogo entre governo e oposição.
FLÁVIO DINO, 47, advogado, é governador do Maranhão (PC do B). Foi presidente da Embratur (governo Dilma), juiz federal e deputado federal
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Trata-se de um jovem
Trata-se de um jovem governador que, com seriedade, transparência e boas idéias, está transformando o Maranhão. Uma liderança emergente que nos enche de esperança na luta contra o retrocesso da direita medieval que ameaça a nossa Nação.
O importante na democracia é saber manter a pose
Olha, Dino, legal, você é um cara bacana, mas eles não querem diálogo, querem apenas o poder. Você não sabe disso ou tá só posando de democrata?
A sensação é que as forças
A sensação é que as forças estão minando. Por que? Da bravata Não vai ter golpe para o Vamos dialogar, o que mudou exatamente? Ciro também mudou o discurso. Não é só um diálogo com PSDB (o intransigente golpista), há o diálogo com o judiciário, a mídia, a indústria que não produz mais quase nada, todos intransigentes e com traços escancaradamente, evidentemente golpistas. Há o Semler invocando eleições gerais para abril e destituição de todos que estão no exercício de algum mandato. O ano de 2016 vai começar demolindo tudo? Absolutamente tudo? E não combinaram com a gente?
Meu deus, meu deus, meu
Meu deus, meu deus, meu deus!
Essa esquerda não sabe mesmo com quem nem de quem estão falando…. É esse o maior perigo que esse país corre. A direita brasileira é pior que a direita venezuelana. Agem como se o Brasil fosse uma monocultura de petroleo (lá de fato o é). Querem tudo. “Ao vencedor as batatas”. Destroem até o setor de construção só porque não ficou todo pra eles.
ótimo artigo…
propor o
ótimo artigo…
propor o diálogo, é propor a paz….
senão é a barbárie…
2016, com certeza o melhor 2016 que jamais teremos…
Concordo com tudo o que foi dito e concordo com uma coisa que quase passa despercebida no texto…
Qual o partido da oligarquia mais longeva do Brasil???
Dica começa com P e termina com MDB…
Mas o mais intrigante de toda essa história é… Há uma nova hierarquia surgindo, tempos onde o novo substituirá o velho por simples falta de opção….
Há essas pessoas que acham que o velho era bom e tem motivos: as vezes era beneficiada injustamente pelo velho, ou pq simplesmente tem medo de qualquer mudança, ou pq TEM ILUSÕES de um passado que não existiu…
Benefícios injustos, se forem meus vou lutar para sempre por eles…
Medo de mudar, conformismo… Baboseiras que alguns acreditam… mas pode piorar, não tentar melhorar já é um desastre sozinho..
Vamos citar nossas ilusões:
Durante o regime militar criou-se a ilusão, o ufanismo, do Brasil potência…
Durante o tempo do PSDB criou-se a ilusão que foi um tempo maravilhoso…
Durante o tempo do PT criou-se a ilusão que não pararíamos de crescer…
Abandonemos a ilusão, a ilusão que no governo militar houve algo de bom para o país, talvez muito pontualmente… Mas nem se compara a quantos anos fomos jogados no atraso da total corrupção, entre outros pesadelos desse tempo…. Jamais saberemos, só temos uma realidade…
Abandonemos a ilusão que o PSDB mandou bem ao impor a fome e a miséria a boa parte do país para estabilizar nossa moeda, objetivo nobre e atingido sabe-se Deus lá com qual cota de sacrifício da nossa população mais pobre… Jamais saberemos só temos uma realidade…
Abandonemos a ilusão que o governo PT acertou seus acertos e negou seus erros, especialmente com grandes problemas exatamente em lidar com os emergentes desse ranço, quem lembra do Severino Cavalcanti dizendo que queria indicar o Diretor da Petrobrás responsável pela perfuração dos poços de petróleo e compra das plataformas… Ele já sabia de onde a grana jorrava aos borbotões tal qual nosso petróleo…
Enfim, se há luz no fim do túnel, nossa política tem de evoluir tal qual o mercado financeiro, o qual bem regulado faz com que os agentes ao competirem e cooperarem agem de modo a tentar equilibrar o mercado, gerando novos desequilíbrios e problemas sistêmicos, mas preferencialmente sem repetir os mesmos erros do passado…
Não existe equilíbrio perfeito, o capitalismo por sua própria natureza o impede, seja na política, seja no mercado, seja em qualquer ooutra coisa, o desequilíbrio e a tentativa da correção do mesmo, fazem parte da dinâmica.
O momento é da busca do equilíbrio, o maior problema é que o ranço tá sentindo que dessa vez ele está muito mais encurralado que nunca, e no momento que vc acua um animal de forma mais formidável, quando ele vê que suas chances de escapar vão se tornando cada vez menores é que suas investidas se tornam mais ousadas e mais selvagens…
Enfim certas coisas que estão na baila em realidade são passado que os faraós do Egito Antigo ao sentirem as pragas se aproximando, recusam-se a abandonar os palácios e junto deles sofre toda a população do Egito e os hebreus e todo mundo… Afinal quanto pior a situação, mais seus súditos precisarão se virar para seus deuses terrenos, encarnação de qualidades singulares na Terra… Para resolver seus problemas… Ou não…
Somos mais de 200 milhões torcendo para que o Brasil tenha o melhor ano de todos em 2016, com certeza será o melhor ano possível, nunca teremos outro para compará-lo…. FELIZ ANO NOVO!
Talento
Participei de duas conferências presididas pelo Flávio Dino e nunca vi um talento tão grande para a política. É como esses meninos que já nascem feitos para a música ou para o futebol. Ele ouve cada um e depois faz um resumo do que foi dito, mostra onde houve consenso e a possível solução para as divergências. Um tipo de habilidade rara e necessária para fazer andar as coisas.
Governo só quer diálogo
Governo só quer diálogo quando está fraco. Dever da oposição é mostrar a fraqueza do governo, que nada mais é que mostrar a fraqueza de um projeto. Paradoxalmente, não dialogar é benéfico para a sociedade. Dialogar seria postergar a alto custo a morte já anunciada de um projeto. E estou falando de 2018, não de impeachment.
Repetição
Coloquei ontem e o moderador bloqueou: acredito que só haverá diálogo quando o governo reconhecer os erros da gestão passada, e estiver disposto a ouvir a oposição. Apenas querer o apoio para as suas propostas sem aceitar a mudança de rumos nas questões administrativas, tributárias, fianceiras e trabalhistas não é diálogo – é submissão.