Impeachment nasce morto, diz Bresser-Pereira

Jornal GGN – Para Luiz Carlos Bresser-Pereira, ex-ministro da Fazenda, o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff é uma ameaça contra a demcoracia, e nasce de uma chantagem feita por Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados. Ele diz que não há base jurídica, e que o pedido já nasce morto. “A presidente tem muitos defeitos e dificuldades, mas não cometeu crime nenhum. É uma mulher de alta dignidade”, afirma.

Em entrevista ao Estadão, Bresser-Pereira também crê que a presidente irá superar o processo e que deve se beneficiar de maior governanbilidade após o momento turbulento. Em sua visão, a recuperação da economia do país deve vir no segundo semestre do próximo ano. “Nós vamos ter sinais de aumento de investimento das empresas, da indústria, basicamente.”

Enviado por Gilberto Cruvinel

Do Estadão

‘Impeachment da Dilma nasce morto’

Luiz Guilherme Gerbelli
 
Ex-ministro considera o processo de impeachment uma ameaça para a democracia brasileira

O ex-ministro da Fazenda Luiz Carlos Bresser-Pereira acredita que a presidente Dilma Rousseff vai superar o processo de impeachment. “Esse pedido de impeachment nasce de uma chantagem feita pelo Eduardo Cunha (presidente da Câmara dos Deputados), e é moralmente muito prejudicado”, afirma. Na avaliação dele, quando Dilma superar o atual momento turbulento, deve se beneficiar de maior governabilidade. “Acredito que (esse processo) vai terminar bem para a Dilma e ela vai poder governar mais tranquilamente”, diz. A seguir, os principais trechos da entrevista ao Estado.

Como o sr. viu esse movimento do Eduardo Cunha?

Primeiro, em relação ao impeachment, eu acho que ele nasce morto. Já sabíamos que ele não tinha base jurídica razoável. A presidente tem muitos defeitos e dificuldades, mas não cometeu crime nenhum. É uma mulher de alta dignidade. Esse pedido de impeachment nasce de uma chantagem feita pelo Eduardo Cunha e, portanto, é moralmente muito prejudicado. Segundo, eu nunca acreditei que o impeachment viesse a acontecer.

Por quê?

Porque o Brasil é uma democracia absolutamente consolidada. O Brasil já é um país capitalista. Já fez a sua revolução capitalista, tem uma grande classe de empresários, de classe média, uma grande classe trabalhadora. E as pessoas participam da renda nacional através do mercado e não do controle do Estado. Nas sociedades pré-capitalistas, você precisa mandar no Estado para ter vantagens.

E qual será o impacto dessa decisão na economia?

A crise foi agravada quando, diante da baixa popularidade da presidente, algumas pessoas e a oposição – a meu ver, de maneira irresponsável – resolveram discutir a ideia do impeachment. Agora a coisa está iniciada. Acredito que vai terminar bem para a Dilma e ela vai poder governar mais tranquilamente. Está muito difícil governar o Brasil porque estamos numa recessão muito grave e profunda.

O sr. acha que, se a Dilma passar por esse processo, ganha mais condição de governabilidade e as medidas do ajuste podem ser aprovadas?

Eu acho que sim. O Congresso vai se sentir melhor. Eles já fizeram uma bela coisa (aprovação da meta fiscal que prevê déficit de R$ 119 bilhões). O Congresso já se deu conta de que estamos todos numa crise e, numa hora como essa, é fundamental que a sociedade se una. É por isso que eu entendo que esse impeachment vai morrer. Tentar fazer um impeachment é criar uma comoção social, muita briga. Se for para rua, eu, que não vou para rua por nada, vou para protestar porque o impeachment é uma ameaça para a democracia brasileira.

O sr. acha que o País deixa a recessão?

Eu acho que o País vai sair dela porque o mercado já fez o ajuste cambial. Com essa taxa de câmbio a R$ 3,80, as empresas competentes se tornaram competitivas. E, com uma taxa de câmbio a R$ 2,50, que é a taxa que vigia na média dos últimos anos, não havia possibilidade de se investir nelas. Hoje, estamos passando por uma fase intermediária porque, quando há uma depreciação, o primeiro impacto deixa todos mais pobres em dólares, o que faz todo mundo diminuir o consumo, e as empresas restringem a produção. Mas, quando as empresas percebem que se tornaram competitivas, elas passam a investir e a economia começa a sair da crise.

O sr. imagina quando a recuperação econômica virá?

A recuperação vem no segundo semestre do ano que vem. Nós vamos ter sinais de aumento de investimento das empresas, da indústria, basicamente.

Com essa possível retomada, o sr. acha que a situação fiscal do País melhora?

A situação melhora relativamente porque o governo conseguiu segurar algumas despesas. Mas o essencial é que a economia volte a crescer.

Redação

9 Comentários

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  1. subproduto

    Com a tentativa de golpe a cara dos “trezentos picaretas” ficou conhecida.

    Eles se alvoroçaram em fazer discursos manipuladores, cheios de adjetivos e carentes de provas contra o governo.

    Alguns bandidos já a muito conhecidos. Outros, a estes, se alinham agora.

    De pigais merwaaaais leitões, não sei. Não leio e não assisto. Mas imagino.

    Acabado a tentativa de “impiti”, urge destravar a Petrobras e as Empreiteiras. E reverter a curva do desemprego.

    E ainda, urgente, fazer uma lei de mídia similar às dos paises capitalistas mais avançados.

     

    1. Tá esquecendo o julgamento

      Tá esquecendo o julgamento das contas de campanha no TSE do Gilmar, Tofolli e Fux?  Esse é o “bote” a temer e é o preferido de muitos que ora se mostram equilibrados e ponderados, como a Marina, por exemplo.

  2. Como esse impeachment passara para a historia

    Também não acredito na força de um impeachment que nasce apenas da revanche e da imoralidde, no qual não ha nenhuma validade juridica de fato.

    Esse periodo, essa luta de classes, a posição do PSDB (o DEM não conta porque sempre foi isso ai mesmo), tudo isso sera muito valioso para consolidar realmente a democracia brasileira. Aécio Neves, que é um pequeno homem, vai terminar esse golpe mal disfarçado, com sua carreira politica manchada na sua pequena participação nos aconcetecimentos politicos brasileiros.

  3. A oposiçao   Nassif,nao esta

    A oposiçao   Nassif,nao esta ai se  vai  conseguir ou  nao o impeachment  observe que se  aprovado na camara vamos  ter metadodo  ano comprometido  com esse  impeachment   e  mais  algum tempo   com recursos no supremo , basta  dizer que  se  tiver  seguimento   a   Presidente ficará  afastada por  180  dias   metade de 1 ano, com  isso   eles param o  governo completamente.

    É  preciso se  usar a caxola  para saber  oque  esta  por  traz dessa oposiçao, para  eles tudo  é lucro  mesmo que nao consiga oimpeachment. 

    É  claro que  nao vao conseguir  A presidente vai  sair mais forte mais2 anos de seu governo  vao para a  cucuia. Termos  que  vê  tambem que  2016 é ano de aleiçoes  para  prefeito e vereador. enquanto o impeachment  corre muitagentevaiesta preocupado com as  eleiçoes. 

  4. Só no segundo semestre DO ANO

    Só no segundo semestre DO ANO QUE VEM vai começar a destravar os investimentos.

    Quanto mais o PIB terá de cair para se chegar ao fundo do poço, Sr. Bresser? 10%?

     

  5.  
    [… E a natimorta

     

    [… E a natimorta Blábláblárina [*Silva?!] recorre a eufemismos…

    *Confiável?! Crente?! Companheira?!…]

    Marina [Silva?!] ‘A Escrota arrivista’ destila ódio e ressentimento!

    E ainda por cima golpista a ‘Aecista’ de merda!Entenda a patife “que engana os incautos”! $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ Cassação, impeachment não!Cassar Dilma e Temer no TSE é mais viável, diz Marina Fernando Rodrigues 04/12/2015 20:46 (…) CACHOEIRA – perdão, ato falho -, FONTE: http://fernandorodrigues.blogosfera.uol.com.br/2015/12/04/cassar-dilma-e-temer-no-tse-e-mais-viavel-diz-marina/

  6. O impeachment solicitado pelo
    O impeachment solicitado pelo Dr. Bicudo e carimbado pelo Cunha, tem a legitimidade de uma folha de jornal, usada pra limpar a bunda, na eventual falta do papel higiênico.

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