Mujica: Extrema-direta não fará mais que aumentar a concentração de renda

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Agência Brasil

Jornal GGN – O ex-presidente do Uruguai José Mujica avaliou, em entrevista divulgada pela BBC Brasil nesta sexta (21), que os governos de esquerda ficaram reféns do desenvolvimento atrasado em países da América Latina e acabou fazendo a população pobre ascender apenas à classe consumidora, mas não a cidadãos. Ele disse que, por outro lado, “nem tudo está perdido” para a esquerda, pois a extrema-direita não fará mais que concentrar ainda mais a renda.

“Temos muita gente com fome, sem abrigo ou com casas miseráveis, e conseguimos, até certo ponto, ajudar essa gente a se tornar bons consumidores. Mas não conseguimos transformá-los em cidadãos – os processos são lentos demais, é mais fácil resolver de imediato o problema da (falta de) comida, porque é algo que fala de imediato à nossa consciência”, disse Mujica.

Segundo ele, os latinos têm a ânsia de consumir como países desenvolvidos, do chamado primeiro mundo, mas estes chegaram lá através da exploração da classe trabalhadora e da colonização. “Nós chegamos tarde, corremos atrás, mas nem tudo está perdido. Não creio que a extrema-direita possa fazer mais além de concentrar ainda mais a riqueza. E, por infelicidade, teremos que aprender a ser mais pacientes, e continuar trabalhando”, comentou Mujica.

Para o ex-presidente, os termos “esquerda” e “direita” são “muito modernos, mas as faces do conservadorismo e da solidariedade são tão antigas quando a existência dos humanos sobre a Terra. Seguiremos em frente.”

Comentando sobre a eleição de Jair Bolsonaro, ele disse que “o povo brasileiro encontrará um caminho para resistir, em parte, e preservar o que tem de melhor em si. Talvez as promessas sejam piores do que a realidade.”
 
Leia a entrevista completa aqui.
Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

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