Padilha volta ao governo para articular reforma da Previdência

Patricia Faermann
Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.
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Jornal GGN – O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, retornou às atividades após 21 dias de licença médica. A primeira agenda de Padilha foi em reunião junto ao presidente Michel Temer e representantes militares para discutir o Plano Nacional de Segurança, para desembolsar parte dos investimentos da pasta número dois em gastos do governo Temer, a Defesa. Ainda na agenda de Padilha para esta segunda (13) está a articulação para acelerar a reforma da Previdência.
 
No encontro marcado pela manhã com Temer, Padilha participou da reunião com representantes dos Ministérios da Justiça, Defesa, do Gabinete de Segurança Institucional, da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e Estado Maior Conjuntos das Forças Armadas. A pauta era o Plano Nacional de Segurança, com entre os objetivos, o de construir mais presídios, aumento de efetivo nas ruas e outras estratégias para a redução de homicídios nas capitais.
 
Mas além do Plano de Segurança, integrou o diálogo de Temer com os militares o da previsão de mais R$ 9,7 bilhões de repasses do Ministério da Defesa às Forças Armadas para este ano. Apenas no fim de 2016, foram desembolsados um total de R$ 9,15 bilhões do Orçamento ao setor.
 
A Defesa é o segundo Ministério de Temer com maiores gastos federais, ficando atrás apenas do Ministério dos Transportes e à frente, inclusive, da Educação. Em 2016, o gasto total da Defesa foi de R$ 87,6 bilhões, que representa 1,4% do PIB Brasileiro. Deste total, a maior parte (73,7%) é gastos com pessoal, seguidos de 13,6% para custeio e apenas 10,4% para investimentos.
 
Além das conversas de investimentos em Segurança e militares, Padilha teve em seu primeiro dia de volta às atividades outra grande preocupação: a dar sequência à Reforma da Previdência da agenda Temer.
 
Está marcada uma reunião às 17h, nesta segunda, com líderes parlamentares e o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbahassy, sobre a reforma. O encontro será com o líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR); Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), líder do governo na Câmara; Lelo Coimbra (PMDB-ES), líder da maioria na Casa, e André Moura (PSC-SE). Entre os temas, está a articulação do governo com o Congresso para a aprovação, o quanto antes, da proposta ainda neste semestre.
 
A urgência, além de se justificar como uma das principais medidas do governo Temer para o ajuste fiscal e econômico, guarda relação com as ameaças frente à gestão do peemedebista, antes que as delações da Odebrecht e que envolvem seu amigo e ex-assessor, José Yunes, provoquem mais desgastes em sua imagem.
 
Já com grandes resistências, Temer acredita que o quanto antes seja aprovada a reforma da Previdência, menos tempo para críticas e oposições da população e opinião pública contra a medida econômica.
 
Patricia Faermann

Jornalista, pós-graduada em Estudos Internacionais pela Universidade do Chile, repórter de Política, Justiça e América Latina do GGN há 10 anos.

6 Comentários

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  1. Podem dizer o que bem

    Podem dizer o que bem entenderem, mas para o Governo Temer, estruturado para substituir o anterior que não estava funcionando, não poderia ficar sem o Exmo. Ministro Eliseu Padilha, engrenagem vital para o bom andamento das coisas públicas. Valeram as nossas preces para o seu breve retorno.

  2. As quadrilhas políticas buscam apoio das militares

    Prezados leitores,

    Quem não leu ou não ouviu o edificante diálogo entre o ex-senador tucano, Sérgio Machado, e o senador Romero
    Jucá – sobre os partícipes da trama golpista – deve fazê-lo, pois nele estão as PROVAS CABAIS de que os chefes miliares, “os generais”, segundo Jucá, “estão garantindo”, “com o supremo, com tudo”. Elliseu “Quadrilha”, conforme palavras de ACM, volta às pressas ao QG de Brasília e marca reunião com a milicalha, que está como cavalos mascando os freios. As garantias e salamaleques à milicalha, que num primeiro momento não será afetada pelo desmanche da previdência social, assim como a combinação da repressão violenta que será perpetrada contra as classses trabalhadoras que form às ruas contra mais essa fase do golpe podem ser dadas como certas.

  3. “Negolciar” a reforma da

    “Negolciar” a reforma da previdência significa trocá-la por uma “solução pra essa porra”. Quem ainda tem dúvida?

  4. eis que surge o pior lado do golpe, o afetivo…

    quando começam a trocar ou negar nossas necessidades para atender desejos

    sempre surge no momento em que começam a distribuir dinheiro para militares

    golpistas canalhas, todos eles, os efetivos e os afetivos

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