Petroleiros anunciam greve na próxima quarta (30) e pedem saída de Pedro Parente da Petrobras

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Foto: Divulgação

Jornal GGN –  A Federação Única dos Petroleiros (FUP) anunciaram no sábado (26) que darão início a uma greve de 72 horas na próxima quarta (30), em protesto ao preço dos combustíveis e do gás de cozinha. A categoria alega que a crise atual é fruto não apenas de tributação, mas da gestão de Pedro Parente no comando da Petrobras. Eles pedem a saída do dirigente da estatal de petróleo. O anúncio de uma nova greve ocorre em meio à paralisação dos caminhoneiros, que neste domingo (27) entraram no 7º dia de greve, gerando falta de desabastecimento de gasolina, alimentos e suspensão de serviços públicos em várias cidades de todo o País.

Da FUP (Federação única dos Petroleiros)

A Federação Única dos Petroleiros (FUP) e seus sindicatos filiados convocam a categoria petroleira para uma greve nacional de advertência de 72 horas. Os trabalhadores do Sistema Petrobrás iniciarão o movimento a partir do primeiro minuto de quarta-feira, 30 de maio, para baixar os preços do gás de cozinha e dos combustíveis, contra a privatização da empresa e pela saída imediata do presidente Pedro Parente, que, com o aval do governo Michel Temer, mergulhou o país numa crise sem precedentes.

A atual política de reajuste dos derivados de petróleo, que fez os preços dos combustíveis dispararem, é reflexo direto do maior desmonte da história da Petrobrás. Os culpados pelo caos são Pedro Parente e Michel Temer, que, intensifica a crise ao convocar as força armadas para ocupar as refinarias. A FUP repudia enfaticamente mais esse grave ataque ao Estado Democrático de Direito e exige a retirada imediata das tropas militares que estão nas instalações da Petrobrás.

A greve de advertência é mais uma etapa das mobilizações que os petroleiros vêm fazendo na construção de uma greve por tempo indeterminado, que foi aprovada nacionalmente pela categoria. Os eixos principais do movimento são a redução dos preços dos combustíveis, a manutenção dos empregos, a retomada da produção das refinarias, o fim das importações de derivados de petróleo, não às privatizações e ao desmonte da Petrobrás e pela demissão de Pedro Parente da presidência da empresa.

Já neste domingo, 27, os petroleiros farão novos atrasos e cortes de rendição nas quatro refinarias e fábricas de fertilizantes que estão em processo de venda: Rlam (BA), Abreu e Lima (PE), Repar (PR), Refap (RS), Araucária Nitrogenados (PR) e Fafen Bahia.

Na segunda-feira, 28, a FUP e seus sindicatos realizarão um Dia Nacional de Luta, com atos públicos e mobilizações em todo o Sistema Petrobrás, denunciando os interesses que estão por trás da política de preços de combustíveis, feita sob encomenda para atender ao mercado e às importadoras de derivados. A gestão entreguista de Pedro Parente está obrigando a Petrobrás a abrir mão do mercado nacional de derivados para as importadoras, que hoje são responsáveis por um quarto de todos os combustíveis comercializados no país.

O número de importadoras de derivados quadruplicou nos últimos dois anos, desde que Parente adotou preços internacionais, onerando o consumidor brasileiro para garantir o lucro do mercado. Em 2017, o Brasil foi inundado com mais de 200 milhões de barris de combustíveis importados, enquanto as refinarias, por deliberação do governo Temer, estão operando com menos de 70% de sua capacidade. O povo brasileiro não pagará a conta desse desmonte.

Todos contra a entrega do Sistema Petrobrás.

Todos contra o aumento dos combustíveis. 

Privatizar faz mal ao Brasil.

Fora Pedro Parente!

[FUP]

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

3 Comentários

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  1. Quero só ver o que a mesma

    Quero só ver o que a mesma população que apoia os caminhoneiros (que reivindicam apenas redução no diesel) vai dizer sobre a paralisação dos petroleiros (que pedem redução de TODOS os combustíveis e do gás de cozinha).

    Eu tenho quase certeza do que vão dizer, mas vou esperar para ver.

     

  2. O quê aprender com os caminhoneiros ?

    “ São os próprios habitantes de uma nação que se deixam dominar (…), se parassem de se submeter estariam livres da opressão. (…) Se simplesmente deixarmos de obedecer, sem que seja preciso empregar violência, o tirano ficará desprovido de força e arruinado. (…)  Deixem de sustentar o tirano, e então, como uma gigantesca estátua, vai ao chão ao lhe tirarem o pedestal ”.

    Servidão Voluntária,  obra de Étienne de La Boétie

     

  3. Olhe, não falo da categoria,

    Olhe, não falo da categoria, mais destes que estão anunciando a greve, a CUT. Esses senhores, há muito tempo que apoiam as políticas neoliberais na Petrobras. Todas as insanidades que as últimas administrações da Petrobras, principalmente contra seu pessoal aposentado ou por aposentar contra os petroleiros têm sido apoiadas por esses sindicalistas, especialmente na área da Petros, fundo de pensão, criado para permitir a aposentadoria de seus empregados, que ganhem mais do que o mínimo pago pelo INSS. Essa conhecida fundação foi criada e é administrada pela Petrobras ou seus prepostos, inclusive nos aspectos financeiros. Pois bem: talvez poucos saibam, a Petrobras avaliou unilateralmente o Plano Petros, e com o diagnóstico de que não conseguiu recursos suficientes para pagar as aposentadoria, isto não tendo a Companhia feito os aportes de sua responsabilidade ao longo do tempo, está há dois meses, punindo seus trabalhadores na ativa e aposentados, com descontos mensais, que promete acontecerão  por dezoito anos, isso mesmo, dezoito anos, que incidirão nos pagamentos mensais de cada um, representando 30% do rendimento bruto mensal, cerca de 40% do líquido. E para fazer esses descontos faz chicanas nos cálculos dos salários, não respeitando o limite de desconto mensal de 30%. Para os petroleiros, esses problemas do reajuste dos preços dos combustíveis são também um problema sério, mas não tão impactante quanto esta política que o mercadista Pedro Parente impõe, atingindo petroleiros da ativa e aposentados, para direcionar também o fundo de pensão Petros, para controle do mercado a que serve. A FUP está preocupando-se com os preços dos derivados de petróleo, adoça a pílula de sua pauta citando o absurdo de estarem punindo pessoas pobres com esses reajustes, quase diários, mas nada diz desses problemas dos petroleiros, não está na sua pauta de reivindicações, caso entrem em greve, como dizem pretender. Esse modo de agir, escondendo um verdadeiro descalabro contra os petroleiros, dá-se como linha auxiliar das política decisões tomadas pela Petrobras, tão somente  no interesse do mercado.Que incluam na pauta de reivindicações, de denúncias, estes problemas que estão ationgindo os petroleiros, muitos no limite da sobrevivência.

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