PSDB quer que Temer faça as reformas impopulares antes de 2018

Cintia Alves
Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.
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Jornal GGN – Depois de tomar várias alfinetadas públicas do PSDB de Aécio Neves, o governo do interino Michel Temer (PMDB) decidiu promover um jantar para aparar as arestas com o tucanato, no Palácio do Jaburu, na noite de quarta (17). O resultado parece ter sido positivo: Temer abriu mais espaço para lideranças tucanas participarem dos debates sobre o ajuste econômico e, em contrapartida, Aécio reafirmou apoio ao governo.

A aliança com o interino, no entanto, continua atrelada ao compromisso de Temer com as medidas duras que ele deve tomar até o fim do seu mandato – caso o impeachment de Dilma Rousseff (PT) se consolide até o próximo dia 29 de agosto.

Aécio deixou claro que o PSDB quer ver Temer ter a “ousadia” de impor a agenda do ajuste fiscal rigoroso, das reformas na previdência e nas leis trabalhistas, da reforma política com redução de partidos com influência no Congresso. Tudo para pavimentar o caminho dos postulantes ao Planalto em 2018.

Após quatro derrotas consecutivas nas urnas, o PSDB voltou ao poder de carona no impeachment. Seu apoio a Temer é fundamental para sustentar a coalizão que viabilizou a saída de Dilma do poder. Se o PSDB decidir deixar o barco de Temer no meio da tempestade, a vida do interino ficará tão difícil quanto a de Dilma no segundo mandato.

É por isso que a porta da frente foi aberta e o tapete vermelho foi estendido para as autoridades tucanas.

Depois do jantar, segundo informações da Folha de S. Paulo. “ficou combinado que o líder do governo no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), passará a integrar as reuniões no Planalto do núcleo econômico do governo.” É um avanço, considerando que Aloysio vinha fazendo o mesmo papel decorativa que Temer disse ter tido durante a era Dilma.

O ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse que não há nada mais justo que deixar os tucanos participarem ativamente do governo. “Eles pediram, com toda razão, uma maior participação no processo de formulação do governo.”

Aécio, por sua vez, disse que “o apoio do PSDB não é em troca de cargos ou do projeto eleitoral de quem quer que seja. É em torno de uma agenda que vamos reiterar ao presidente Michel.”

“Reformas não se faz com facilidades, mas com determinação. Nosso apoio ao Michel se dá em torno de uma agenda. Vamos reiterar nossa disposição em caminhar ao seu lado, em torno de mudanças no sistema previdenciário, na profissionalização, enxugamento e qualificação do Estado brasileiro. Em torno da reforma política que reordene o quadro partidário. Vamos reafirmar os compromissos que nos levaram a apoiar Temer, mas esse governo tem que ter os olhos na história”, comentou.

Até o final de 2018, o PSDB exigirá como legado de Temer o “equilíbrio das contas, a qualidade na gestão e novas perspectivas de investimentos”.

“O presidente não tem a possibilidade de errar de agora em diante. (…) O que nós ouvimos do Michel é que ele tem absoluta disposição de inaugurar na semana que vem um tempo novo em seu governo, onde a agenda de reformas seja clara e o governo como um todo, não apenas o PSDB ou alguns dos aliados, lute por ela. Uma agenda que vai recuperar o País”, afirmou Aécio após o encontro.
 

Cintia Alves

Cintia Alves é graduada em jornalismo (2012) e pós-graduada em Gestão de Mídias Digitais (2018). Certificada em treinamento executivo para jornalistas (2023) pela Craig Newmark Graduate School of Journalism, da CUNY (The City University of New York). É editora e atua no Jornal GGN desde 2014.

8 Comentários

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  1. O que estará acontecendo com

    O que estará acontecendo com o blog.Quando o editor se ocupa demais da conta,os comentários sai a fórceps.

  2. Lewandowski

    Alguem, algum jornalista terá perguntado ao ministro se ele entende que houve crime de responsabilidade?

    Só compreendo ele presidir uma condenação, do tipo que se pretende, se ele próprio estiver convencido do crime.

    Ele poderia responder, observando que nesse caso ele não é juiz, mas apenas um MC (mestre de cerimònias). 

    1. Muito bom, Emerson.
      E o

      Muito bom, Emerson.

      E o Lewandowski está ficando com uma imagem de, no mínimo, leniente. E tem-se observado que o Lew, parece que só está ficando ligado e bravo mesmo quando é para tratar de aumento para o Judiciário.

  3. Laércio

    “Nosso apoio ao Michel se dá em torno de uma agenda.”

    Sim. Uma agenda que se divulgada em pais seguidor das leis colocaria todos os “agendados” na cadeia.

    A agenda do povo e dos progressistas começa assim:

    Em primeiro lugar, fora Temer.

  4. Golpe, e baixo

    A maioria dos Brasileiros não votou na “agenda” do PSDB, mas na agenda da Dilma. Será que não há um juiz em Brasília que ponha isso em “agenda”?

  5. Mais uma de coxinha…

    O que o Aécio quer um Brasil “terra arrasada” até 2018 , para que ele ou outro coxinha do PSDB se eleja com qualquer promessa. E o Michel é que nem o cunha buxa de canhão, só que no que refer-se a economia.

  6. O psdb deve estar morrendo de

    O psdb deve estar morrendo de medo de ser um Lacerda 2.0. Em 64, quando houve o golpe, muitos achavam que os militares se uniriam a Lacerda e lhe dariam o poder que o corvo perseguiu e fez o diabo pra conseguir. O próprio Lacerda acreditava nisso. Só que aí se viu que Lacerda pros milicos não era a solução, era o problema e o cassou. O PSDB apoio que o PMDB desse o golpe, esperando que o PMDB faça o serviço sujo e o entregue pros tucanos. Mas psdb pensa que está lidando com um bando de amador como o PT. PMDB é profissional total. E sabe se manter no poder, mesmo que o país esteja o caos – vide Sarney entre 87 a 89. 

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