Ricardo Carneiro denuncia golpe em discurso de despedida no BID

do Brasil Debate

Ricardo Carneiro denuncia golpe em discurso de despedida no BID

Diretor-executivo do Brasil no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) por quatro anos, Ricardo Carneiro entregou o seu cargo com um duro discurso, no qual analisa a situação econômica e política brasileira:

“Volto ao meu país num momento crítico de ruptura institucional, mas com uma certeza: a sociedade brasileira não cabe num golpe, qualquer que seja a sua natureza. Ela é marcada por uma diversidade substantiva que se expressa em variados, profundos e robustos movimentos sociais e culturais. A legitimidade é um imperativo maior no ambiente social brasileiro e este Governo muito dificilmente se tornará legítimo. Ainda mais porque tem como agenda principal o desmonte do nosso incipiente Estado do Bem-Estar Social.”

Segundo ele, as discussões no Senado não conseguiram provar um crime de responsabilidade da presidenta Dilma, condição imprescindível para caracterizar uma violação da Constituição e, portanto, realizar legitimamente o impeachment.

Além disso, aponta, a ilegitimidade está presente na agenda econômica adotada pelo governo interino, derrotada nas urnas. Carneiro destaca que, no curto prazo, a gestão fiscal se caracteriza por um “keynesianismo fisiológico”, dada a nova meta fiscal que cria um “espaço elástico para ampliar gastos”.  Já no longo prazo, a meta de crescimento zero do gasto primário se mostra absolutamente inadequada:

“Se é certo que as despesas primárias vinham crescendo acima do PIB por um longo período, nada justifica estabelecer uma meta tão draconiana. Fazê-la crescer em linha com o PIB seria bem mais razoável. A disputa por recursos no âmbito do orçamento será exacerbada e a pressão para romper a regra será permanente. Por último, mas não menos importante, a nova regra fiscal, ao implicar a redução progressiva da participação dos gastos públicos no PIB, deverá atuar como um fator de contração da demanda agregada.”

Ele finaliza afirmando que “somente eleições diretas gerais serão capazes de corrigir o déficit de legitimidade que hoje tem o governo interino, da mesma maneira que somente elas corrigirão a baixa popularidade de Dilma, caso ela retorne ao poder”.

LEIA A ÍNTEGRA: Discurso de despedida do BID (1)

Crédito da foto da página inicial: Jornal da Unicamp

 

Redação

2 Comentários

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

  1. Belo discurso e

    apoio plenamente novas eleiçoes gerais, para presidente, deputados e senadores na esfera federal. Precisamos zerar o jogo e deixar que o povo descida…

  2. O problema está no PT e em

    O problema está no PT e em Dilma. Se ambos soubessem, ao menos uma vez, que já deram mole demais para os inimigos, e que só lhes resta agora abrirem a cabeça e pesarem com alguma criatividade para não darem mais uma de bestas, talvez, quem sabe, poderíamos enxergar alguma luz no fim do túnel.

    Como se não bastassem tantas asneiras petistas, estão agora os parlamentares da sigla a fazerem acordos, ou tentarem, com um sujeito inespressivo, um dos seus maiores inimigos durante todo o tempo em que se ecnontra como deputado na Câmara. É até difícil saber quem dos dois tem sido mais implacável em matéria de fúria em seus discursos: se Carlos Sampaio ou Rodrigo Maia.

    Se o PT, que não pode sequer lançar um candiato a Presidência no Senado, tiver vergonha na cara não fará aliança com ese canalha. A não ser que queira sair-se pior do que já está.

     

Você pode fazer o Jornal GGN ser cada vez melhor.

Apoie e faça parte desta caminhada para que ele se torne um veículo cada vez mais respeitado e forte.

Seja um apoiador