Uma grande mentira ainda sustenta o governo Bolsonaro, por Janio de Freitas

Com a perspectiva cada vez mais clara do fracasso no crescimento, bolsonaristas do poder econômico começam a se assustar

Jornal GGN – O governo Bolsonaro, e outras estruturas de poder que lhe dão algum apoio, segue para a derrocada. O silêncio do eixo olavista dentro do governo, por toda a última semana, representa a primeira dissensão verdadeira “entre os generais reformados do governo e Bolsonaro”. Estas são avaliações de Janio de Freitas na coluna deste domingo (02), na Folha de S.Paulo.

Até antes da semana passada, a tolerância do presidente Bolsonaro em relação aos insultos de Olavo de Carvalho feitos contra os generais Villas Bôas, Santos Cruz, Hamilton Mourão e mesmo aos militares em geral era explícita. Nos últimos sete dias, porém, finalmente houve um silêncio por parte da trupe olavista, incluindo do próprio presidente.

“Não podendo ser um dos limitados à comunicação privada, Bolsonaro refluiu as suas provocações e a falta de senso, também como efeito das cobranças e conversas afinal mais responsáveis no Planalto”, destaca Janio.

“Passou a semana buscando eventos em que se mostrasse simpático, quis entrevistas, culminando com o espetáculo do enlace a que atraiu dois incautos”, completa o articulista se referindo ao presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, e ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Na terça-feira (28), o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, articulador do governo no Congresso, disse que os presidentes da República, Câmara, Senado e STF, após uma reunião, haviam concordado em assinar um pacto pela governabilidade do país. Mas ao longo da semana, a proposta gerou mal-estar entre os representantes dos poderes e seus representados.

“O primeiro [Dias Toffoli] não tem como comprometer por sua conta, em pactos ou no que seja, os demais magistrados do Supremo Tribunal Federal. Até os desvalorizou no tal pacto político com Bolsonaro em nome do tribunal. O outro [Rodrigo Maia], sonhando sempre com a Presidência, pensou subjugar às pretensões do Executivo a independência do Legislativo ditada pela Constituição. Ambos demonstraram mais presunção pessoal do que noção dos limites de suas funções”, analisa Janio.

O colunista pontua que o silêncio da trupe bolsonarista ligada à Olavo de Carvalho, cessando os ataques contra os militares, e o anúncio do Planalto em construir um pacto com os demais poderes, apenas buscaram “falsificar a índole do governo”. Mas, quando o cenário parecia apontar para a harmonização das forças, o ministro da Educação, Abraham Weintraub, protagoniza episódios revelando o real caráter do governo bolsonarista: autoritário e néscio.

“A construção ou, no nosso caso, a salvação do regime medianamente democrático precisa de quem o defenda. À falta de oposição organizada e incisiva, estudantes coadjuvados por professores entregam-se com altivez a esse papel. Weintraub é quem os incita”, reforça Janio se referindo à última nota oficial publicada pelo MEC, no dia 30 de maio, ameaçando professores, estudantes e pais por participarem e divulgarem manifestações contra o governo.

Nesse cenário, Janio destaca a postura dos meios de comunicação. Todos “clamam sem cessar por melhor sistema de ensino, sua única ou maior bandeira de benefício com amplitude absoluta”, porém, ao mesmo tempo, “recorrem a métodos conhecidos para depreciar as manifestações contra o corte de 30% dos recursos do ensino superior público”.

“É o famoso tiro no pé. Há informações sobre esforços de organização para manifestações várias, já em junho, de outros segmentos prejudicados”, completa o articulista. A tendência de novos atos contra o governo, prossegue, “é o esperado de um país que se degringola”.

“Ao se completar apenas o quinto mês de governo, os 3% de crescimento neste ano, previstos antes da posse pelo novo ministro da Economia, já estão reduzidos à faixa do zero vírgula”, continua.

Enquanto isso, o governo e setores financeiros aponta as mudanças da Previdência como a grande chave para retomar o crescimento da economia. Nada mais descaradamente enganos que isso, dada a complexidade da economia.

“Estamos vivendo dentro de uma grande mentira. Não há sinal de que os militares do governo se inquietem além das bagunças da trupe bolsonara”, pontua Janio. Os bolsonaristas econômicos já começam a demonstrar preocupação.

“Por ora, pacificam-se na sua catedral, a Bolsa. Não falta muito, porém, para que se sintam premidos a liberar as palavras ainda retidas em ambientes restritos, como fizeram em ocasiões passadas. Sem que isso permita, necessariamente, vislumbrar uma saída saudável de dentro da grande mentira”, conclui Janio. Para ler sua coluna na íntegra, clique aqui.

Redação

6 Comentários

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  1. Qual é a saída vislumbrada, ou sugerida, pela família marinho na manchete do o globo de hoje? Que reflexão podemos fazer a partir das reflexões em marcha?

  2. Este é um governo que nasceu morto, por que nasceu pra si e para os seus e não para todos.
    Para evitarmos governos assim precisamos da Democracia Absoluta, onde o povo participa diretamente das decisões do estado.
    Democracia absoluta
    Todo caos que vemos na politica, nacional e mundial, é por que tem pouca participação popular. Precisamos de uma reforma politica. O poder é corruptivo, quanto maior o poder maior a corrupção. Por isso que a politica tem que ter um controle maior do povo.
    Legislativo
    A primeira mudança seria no legislativo em seus vários níveis, onde os seus integrantes não seriam mais eleitos e sim sorteados entre os eleitores. Poderíamos começar com 50% do legislativo sendo nomeado desta maneira. A cada 2 anos haveria um novo sorteio para renovação do legislativo.
    Acredito que assim poderia aumentar o interesse do povo pela política.
    Por sorteio, este grupo de parlamentares seria bem heterogêneo, bem representativo da população brasileira.
    Com certeza, 50% destes parlamentares seriam de mulheres.
    Executivo
    Poderíamos eliminar as coligações partidárias. Cada partido apresentaria seu próprio candidato a Presidente, governador, prefeito e seus vices.
    50% do legislativo, o 50% não sorteado, seria eleito proporcionalmente aos votos dados aos candidatos do executivo.
    Para dar mais controle do executivo pelo povo, a cada dois anos haveria um plebiscito para confirmar ou não a permanência do mandatário no cargo. Caso o “não” vencesse seria feita uma nova eleição para aquele cargo.

  3. O poder público no Brasil sempre foi uma grande mentira…
    sempre impediu o país de se recuperar para voltar a ter futuro ao sofrer tudo de uma vez com a verdade

    não há como se livrar de uma mentira multiplicada por 3

    pobres futuras gerações

  4. Já falei que não entendo de Economia?
    – Sim mas não disse ao povo nem em debates. Ah, desculpe, não compareceu em debates
    – Vocês já perceberam que eu mesmo me achando um escolhido por Deus, não aceito que em outras quatro eleições anteriores Deus possa ter permitido que o PT tenha sido escolhido pela maioria dos eleitores. Por isto ajudei a tirar via golpe a Dilma, apoio a prisão irregular do Lula, quero destruir suas realizações e sua história, quero que a namorada dele vá viver longe.
    – É presidente, és um pobre infeliz e saiba que não é promovendo o teu mal até Lula que trarás sua alegria de volta. Felicidade não depende do que tiras e sim do quanto dá de coisas que levem o bem às pessoas e as façam assim, quererem seu bem. Deste jeito que procedes, sua saúde mental vai decair e em breve nem a ti mesmo tolerarás

  5. Nassif: sejamos francos. O governo daBala não é uma grande mentira. É uma grande verdade. A que mostra, corpo inteiro, colorido, onde estão os safados do empresariado, os corruptos praticantes do Congresso, os descarados do Judiciário e, sobretudo, mostra que os VerdeSauvas, tirando fazer intrigas e fuxicos pelas casernas e palácios, não têm serventia nenhuma.

    Por isto, não há mentira, grande ou pequena. Apenas um verdade, a de que a Nação precisa extirpar, se quiser nalgum dia ser alguém, uma expressão de respeito e exemplo de decência no Mundo, estes infames…

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