Melhor que isso, só pão com aquilo!
por Izaías Almada
Em menos de um ano, quarenta mil palestinos são assassinados na Faixa de Gaza. Os dias passam e “fica tudo como dantes no quartel de Abrantes”.
O neoliberalismo econômico, esse sofisma que tenta disfarçar a crueldade e a violência do capitalismo atual, agora protegido pelos gigantes da digitalização, começa a vazar água.
A indústria armamentista arreganha os dentes num sorriso maquiavélico. Não são poucos os analistas da geopolítica do dia a dia que advertem para uma terceira guerra mundial.
Enquanto isso, ao que parece sem provas, muitos governos pelo mundo exigem que a Venezuela mostre as atas das recentes eleições e prove que não houve fraudes. Entre eles México, Colômbia e Brasil.
Matar palestinos em Gaza? Tudo bem… Vender joias surrupiadas do patrimônio público? Tudo bem… Religiosos pastores evangélicos a abusarem de meninas? Tudo bem… Presidente argentino a agredir o presidente Lula e, por conseguinte, o Brasil? Tudo bem…
Estamos chegando às eleições municipais de outubro próximo. Milhares de prefeitos e vereadores entram na corrida do ouro, quero dizer, dos votos.
Contudo, a ignorância e alienação política do nosso país deixa à mostra a qualidade moral e intelectual de milhares de candidatos a cargos políticos, pois o que lhes interessa é botar a mão na bufunfa. E se a bufunfa vier de países árabes, melhor ainda.
Chega a dar dor de cabeça ou engulho essa repetição secular de problemas que vão se acumulando com o passar dos anos, muitos deles sustentados por uma aparente modernidade e onde uma idiotice chamada de BBB é mais importante do que os irrisórios aumentos do salário mínimo.
Ainda mais agora que a imprensa corporativa e defensora de um status quo, que ainda não se libertou do colonialismo escravocrata, ganhou fortes aliados nas redes sociais, onde o dinheiro, a hipocrisia, a mentira e a sabujice deitam e rolam nos noticiários, transformando o país numa espécie de hospital para doentes mentais.
Afinal, o negocio é ter grana no banco e no bolso, não é mesmo? Quem não tiver que se… censurado!
Izaías Almada é romancista, dramaturgo e roteirista brasileiro nascido em BH. Em 1963 mudou-se para a cidade de São Paulo, onde trabalhou em teatro, jornalismo, publicidade na TV e roteiro. Entre os anos de 1969 e 1971, foi prisioneiro político do golpe militar no Brasil que ocorreu em 1964.
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