O “Gordo” e a “Portuguesa”, por Rui Daher
Na edição do “Valor”, de 12 de março, terceiro ano do mandato de RIP, Regente Insano Primeiro, o ex-ministro da Fazenda, do Planejamento e da Agricultura, em diversos períodos entre 1967 e 1985, Antônio Delfim Netto, concedeu entrevista à jornalista Claudia Safatle.
Muito mais do que os cargos no governo e na política, o professor Delfim deve ser reconhecido como economista e intelectual.
Ressalto três observações do entrevistado:
- Lula será o próximo presidente do Brasil.
“Amadureceu dramaticamente e, talvez, para mais ninguém esse longo tempo na prisão tenha sido tão produtivo”.
- Votaria nele outra vez.
“Sem dúvida, dado o quadro [atual], votaria nele de novo”.
Quando o fez, em 2002, confessa ter sido por motivos equivocados. Esperava tão desastrosa a gestão “que nunca mais o PT voltaria ao Poder”.
- O discurso [pós-Fachin] revelou um orador brilhante.
“Ideia clara sobre o país que queremos, democrático, vigoroso e mais igualitário”.
Delfim nasceu em 1 de maio de 1928. Logo o “Gordo” irá completar 93 anos. Por que assim, galhofeiramente, tomo a liberdade de me referir ao professor? Para lembrar seus brilhantes debates com a também economista e professora Maria da Conceição Tavares, que no próximo 24 de abril completará 91 anos.
Delfim a tratava de a “Portuguesa”.
Durante esse quase um século de vida desses gênios da raça, o país sofreu rupturas no estado democrático e de direito. Nem sempre pode estabelecer crescimento econômico com inserção social. Temos os piores índices do planeta.
Mas fora da atualidade negacionista e terraplanistas de um país em que salta, diariamente aos nossos olhos, o ilusionismo imposto à “boiada”, prefiro o tempo em que o “Gordo” e a “Portuguesa”, nos davam meios de reflexão.
Espero eles dois vacinados. Eu irei a partir de segunda-feira.
Inté!
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